quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Indústria do factoide e o Carnaval de Pelotas - Luiz Carlos Freitas

Em Pelotas, o Executivo desistiu -- em cima da hora --- de bancar a festa de Momo, rasgando promessa feita anteriormente.
A justificativa -- nobre -- é irrefutável, recheada de razões: os recursos do Carnaval seriam aplicados na saúde.
Muito bem, aplausos. Salva de fogos. Banda de música.
Foi gerado um factoide, sem tirar nem por.
O efeito, porém, não foi o desejado.  
Fazia-se necessário, além de ganhar a simpatia dos que aplaudiam a iniciativa de priorizar a saúde em detrimento da folia, não criar antipatia entre os carnavalescos.
Solução: criar novo factoide:"Em Pelotas tem Carnaval, sim senhor!"
E a frase, em variadas versões, foi repetida à exaustão, postada e compartilhada na internet, destacada na mídia, notas da prefeitura falavam em milhares de foliões "recuperando  a magia e a alegria dos carnavais populares de outrora".
Puro factoide.
Na Princesa do Sul há arremedo de Carnaval.
E pior: o pretexto de canalizar verbas da festa à saúde também não passou de um factoide.
Senão como explicar que desde novembro do ano passado a prefeitura não repassa  recursos à Santa Casa, acumulando dívida de quase de R$ 1,5 milhão ?

Diário Popular- 9/ 02/2016

Nenhum comentário: