sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Professores de todos os dias

Nei Alberto Pies

"As verdadeiras questões da educação resultam de que nas escolas há pessoas jovens, que devem ser ajudadas, tanto quanto possível, a serem felizes. E em que a felicidade dessas pessoas, como a de todas as outras, consiste em satisfazerem a ânsia profunda que têm de verdade, de bem e de beleza. Não em terem coisas e conforto". (Paulo Geraldo)

Nós, professores e professoras de todos dias, mergulhamos no complexo desafio de humanizar crianças, adolescentes, jovens e adultos a partir da construção do conhecimento. Os tempos mudam, mas não mudou o papel da escola. A escola é o grande laboratório onde se geram a socialização e convivência interpessoal, bem como a construção do conhecimento, a partir das idéias e iniciativas inerentes à criatividade humana.

Abençoada seja a missão de educar. Abençoados sejam nossos propósitos, mesmo nem sempre compreendidos pelos alunos, pais e comunidade. Abençoadas sejam as famílias  dos professores que acompanham com quanta ousadia, paciência, preparo e persistência, se faz a vida de um professor  ou professora. Abençoada seja a saúde física e mental, pois não podemos adoecer e nem fraquejar. Abençoados sejam todos aqueles e aquelas que, por nossas mãos, mentes e coração aceitaram e aceitam o desafio de fazer-se gente, a partir dos seus potenciais e da superação de seus limites. Abençoados todos aqueles que acreditam no trabalho do professor.

Nada mais gratificante em nossa profissão do que o reconhecimento de alunos e alunas que, mesmo tardiamente, fazem questão de afirmar que a gente fez diferença em suas vidas. Não há como medir, no cotidiano da vida escolar, quando e como realizamos ações ou atitudes que marcaram positivamente a vida de um de nossos alunos. Afinal, a gente nunca foi e nunca será gênio para adivinhar; sempre seremos visionários para arriscar, mudar e ousar. Nisto, sempre fomos mestres.

O que entristece a nossa vida é que tanto cuidamos da vida, dos sonhos e dos problemas dos outros, mas nem sempre somos bem cuidados. Queríamos, sim, reconhecimento por nosso maior feito: preservar a importância da educação e da escola para o nosso país, para o mundo.

Muitos falam de educação, mas não são professores. Arriscam palpites sobre melhorias na educação, mas não perguntam sobre o que a gente tem a dizer. Não se importam com os baixos salários, muito menos com nossas dificuldades de lidar com as múltiplas dimensões e necessidades presentes nos nossos alunos. Nestes últimos quesitos, lutamos solitários. 
Embora não tenha mudado o papel da escola e da educação, mudaram as exigências para que possamos construir uma boa aprendizagem. Temos observado que nem todo aluno e nem todos os pais vêem a escola como uma forma de inserção na vida social e científica. Que as necessidades dos nossos alunos estão muito além para aquilo que a escola consegue oferecer. Que escolas e professores nem sempre estão em condições de dar conta de tudo o que está "depositado" neles.

O fato é que, a complexidade de nosso mundo é a complexidade da nossa escola; esta complexidade está nos distintos recantos de nosso país. O que muda de uma escola para o outra é o modo de conduzir os processos de aprendizagem e de interação social, mediados pelo conhecimento. A especificidade de cada escola e de cada contexto é que precisam ser sempre avaliados, reconhecidos e apoiados.

O professor, neste contexto, está fragilizado, exposto e pressionado por resultados e expectativas que não dependem somente de sua atuação. Mas professores e professoras resistem bravamente. Sabem que a dureza dos desafios cotidianos supera-se na disposição de lutar por melhores dias na educação, mas também na sua disposição de amar e sentir compaixão. Como escreveu Paulo Freire, " não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda".

Nossos dias se chamam "muito trabalho". Nosso alento, "esperança de dias melhores".

Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos.


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Artistas nossos - Carmen Garrez


Carmen Garrez

Nasceu em Cacequi (RS). Arquiteta, urbanista e artista plástica, começou sua carreira como pontilhista - técnica caneta hidrocor sob papel telado.
Com esta técnica realizou várias exposições individuais e coletivas. 
Passou posteriormente a utilizar a técnica de acrílica sob tela, tendo como temática a natureza, sendo reconhecida como artista naïff (ou primitiva). 
Atualmente, ainda utilizando-se da mesma técnica, trabalha a figura humana tendo o universo feminino como temática.

Relatório da Anistia Internacional

La respuesta global a las atrocidades cometidas por los Estados y los grupos armados, “vergonzosa e ineficaz”

Amnistía Internacional publica su Informe Anual junto con una previsión de las tendencias en materia de derechos humanos para el próximo año
El informe sostiene que los gobiernos deben “dejar de fingir que la protección de civiles no está a su alcance”
Prevé un aumento del número de civiles en situación de riesgo de sufrir abusos a manos de grupos armados, la continuidad de los ataques contra la libertad de expresión y el empeoramiento de la crisis humanitaria y de refugiados; a menos que tenga lugar un cambio fundamental en la respuesta mundial a los conflictos
Pide medidas globales, incluida la renuncia al derecho de veto de los cinco miembros permanentes del Consejo de Seguridad de la ONU en situaciones de atrocidades masivas
Los dirigentes mundiales deben actuar con urgencia para hacer frente al nuevo rostro de los conflictos y proteger a la población civil de la horrenda violencia de Estados y grupos armados. Así lo ha afirmado Amnistía Internacional al presentar su evaluación anual de la situación de los derechos humanos en todo el mundo.

LEIA O RESTANTE DO DOCUMENTO >>>

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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

E tenho dito

Greve dos caminhoneiros no Chile em 1972
Por Enilton Grill 

Tive a sorte de nascer numa família profundamente politizada e o azar de nascer em plena ditadura militar. Sou de 1965 e cresci durante os anos de chumbo e sob o regime dos coturnos e do medo. Em 1973 eu tinha 8 anos de idade. Poderia dizer aqui que me lembro (nesta época) do meu pai (à meia voz) murmurando qualquer coisa com minha mãe sobre algo no Chile.
Mas não é verdade.
Não lembro de nada do dia 11 de setembro daquele ano.
O que não significa dizer que não sei o que aconteceu no dia 11 de setembro no Chile.
Sei o que aconteceu naquele dia e nos meses e anos que antecederam e que sucederam aquele dia. Sei, por exemplo, que em maio de 1973, os empresários chilenos patrocinaram uma greve no transporte urbano. E que um ano antes, em outubro de 1972, eclodiu a greve dos caminhoneiros que foi seguida por uma greve no comércio, nos transportes urbanos, nos hospitais particulares etc. Era uma greve insurrecional da burguesia.
Derrotada nas urnas, a direita não via outra alternativa a não ser inviabilizar o governo da Unidade Popular e pavimentar o caminho para o golpe.
Neste período mais de trezentas mil cabeças de gado foram contrabandeadas e dez milhões de litros de leite atirados nos rios para que não chegassem nas mesas das crianças pobres. A terra não foi semeada e a produção de alimentos quase parou.
Em pouco tempo começou a faltar alimentos nas grandes cidades.
Proliferou o mercado negro e incentivou-se o processo inflacionário.
Corre o vento e o rio passa e o que se passou lá se passa cá.
Desnecessário dizer (até porque eu já disse) que tudo isso (tanto lá como cá) foi tramado para desestabilizar os governos de lá e de cá e criar as condições para o golpe que se deu lá.
Mas que se depender de nós (e depende) não se dará por cá.
Isto eu ainda não tinha dito e resolvi dizer enquanto me é permitido dizer o que eu quiser dizer.
E tenho dito.


Museu da Cidade, visões diferentes

O anúncio da contratação de uma empresa para a criação do Museu da Cidade foi acompanhada de uma discussão na qual a Secretaria de Cultura defende os procedimentos escolhidos e profissionais vinculados à área de Museologia da UFPel , tendo à frente a Profª Noris Leal, contestam.

Para situar uma parte da discussão encaminhamos o link de matéria divulgada na televisão

A seguir reproduzimos, também, manifestação da ex-secretária de Cultura Beatriz Araújo, defendendo os critérios da Administração Municipal ao mesmo tempo em que faz acusações ao movimento de profissionais ligados à UFPEl.

"E pensar que um grupo da UFPel - ainda que pequeno - acredita que pode assumir a criação do Museu da Cidade! Ao contrário disso, deviam aproveitar a vinda de uma realizadora experiente, responsável pela criação de museus importantes no Brasil, a qual desde sempre afirmou que contratará profissionais de Pelotas para montar sua equipe de trabalho, e aprender sobre a criação, instalação e manutenção de museus. 
Minha experiência com a criação, instalação e manutenção do Instituto João Simões Lopes Neto, Jardim Lutzenberger (PoA), restauração da Bibliotheca Pública Pelotense e do Museu Histórico Farroupilha me credenciam a afirmar que não basta discurso e teoria pra realizar. Na vida real a coisa é bem diferente! 
Usar os "companheiros" para tentar inviabilizar uma das ações mais importantes que Pelotas terá na área da cultura é muito mesquinho e de uma pequenez inacreditável. 
Registros como este do Diário da Manhã podem contribuir para escancarar a real capacidade de realização deste grupo e até elucidar suas reais motivações neste movimento"

De sua parte Diego Lemos Ribeiro, Museólogo e Coordenador do Curso de Bacharelado em Museologia da UFPel , desenvolve a seguinte argumentação :

"Os museus são lugares privilegiados para a construção, gestão e apropriação de memórias e patrimônios. Nada mais gratificante para um profissional de museu do que acompanhar o nascimento e o amadurecimento de uma instituição museológica. Mas o museu também é um ato político, imbuído de ideologias e de escolhas – nunca um lugar de neutralidade. Nesse aspecto, há dois pontos que merecem destaque. Ponto um: como cidadãos, cabe a nós zelar pelo destino e uso da verba pública. Transparência hoje não é concessão, mas obrigação na condução da coisa pública. Ponto dois: o Curso de Museologia da UFPel representa uma área, que tem um lastro que remonta a 1932, quando foi criado o primeiro curso de graduação no Brasil. Cumpre mencionar também que a profissão de Museólogo é regulamentada por Lei Federal (Lei Nº 7.287, de 1984) e os museus brasileiros estão sob a égide do Instituto Brasileiro de Museu, autarquia criada pela Lei Federal Nº11.906, em 2009. Há atualmente no Brasil centenas de Museólogos autônomos qualificados e mais algumas dúzias de empresas especializadas cadastradas nos 6 Conselhos Regionais de Museologia (COREM). Aqui em Pelotas o Curso de Museologia é coirmão do Curso de Conservação e Restauro e do Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural, e já formou perto de 50 Museólogos. Unindo os pontos, temos todo o respaldo para questionar a contratação da empresa Texto e Imagem Ltda. para a elaboração de um projeto para o Museu da Cidade, por “módicos” meio milhão de Reais. Pois é. Não se trata de trazer para a Universidade a responsabilidade pela criação de um museu da Cidade, mas de cobrar, como cidadão e como profissional de museu, os parâmetros e os porquês da “escolha” que subsidiaram a contratação – e pior, sem licitação" 

O registro do jornal Diário da Manhã mencionado acima pode ser conhecido através do link.
http://diariodamanhapelotas.com.br/site/o-destino-do-malg/

Senador de Pernambuco inicia reaproximação do PSB com governo Dilma

Por Júnia Gama

 Ex-ministro do governo de Dilma Rousseff, o senador eleito Fernando Bezerra Coelho (PE) está comandando uma reaproximação de seu partido, o PSB, com o governo. Desde dezembro, ele conversou com ministros como Aloizio Mercadante (Casa Civil), Jaques Wagner (Defesa), Cid Gomes (Educação) e Gilberto Kassab (Cidades) com o objetivo de reconstruir pontes e deixar claro que a posição de independência do partido não é sinônimo de oposição. O PSB se afastou do governo quando ex-governador Eduardo Campos, falecido em agosto, candidatou-se à Presidência da República.

Em entrevista ao GLOBO, Bezerra defendeu que a posição de independência que a Executiva do partido decidiu adotar em novembro do ano passado seja revista, de olho nas eleições municipais do próximo ano.

SEGUE >>>

A sociedade dos velhos

Valter Hugo Mãe

A sociedade dos velhos é paralela. No cansaço físico dos velhos há um mutismo que parece tornar as suas questões assuntos para-humanos. Os velhos existem constantemente no absurdo.

Rejeitados e habituando-se à rejeição. Como a serem levados a pensar que valem menos e que representam menos a humanidade. Começar a perder direitos acontece no instante em que alguém se diminui diante dos outros. É a aceitação tácita de que se pode ser preterido, esquecido ou abreviado.

Todos nos acostumamos à dor. Em certa medida, buscamos uma estabilidade que se paga com o ganhar tolerância até àquilo que nos faz mal. Contudo, o pressuposto de que a velhice normaliza a desgraça é do foro da pura violência, do terror, e nenhuma sociedade estará madura sem obstinadamente corrigir isso.

A simples convicção do Estado de que alguém pode sobreviver com 150 euros num mês é fundadora de todos os preconceitos. Nenhum Estado com pensões de velhice desta ordem pode arrogar-se à ínfima ética no cuidado com os mais velhos.

E digo que a sociedade dos velhos é paralela porque ela decorre à margem de todas as grandes decisões. As televisões são lugares plásticos para figuras que aludam a uma generalidade da população activa. Vemos o que se supõe interessar a quem paga. Se retiramos o poder de compra dos reformados, retiramo-los das estatísticas do conforto, deixam imediatamente de ser alvo da grande maioria das empresas e das boas intenções.

O mais grave é que transformamos a velhice num não assunto, pejados de medo pela antevisão do nosso próprio futuro, e induzimos os mais velhos à vergonha e, depois, à culpa. A vantagem que lhes levamos na robustez física, e supostamente mental, cria a covardia com que tantas vezes actuamos, pressupondo que o padrão da normalidade diz respeito a idades jovens. A velhice, tão simples, tem de ser normalizada. Nem tanta conquista da medicina, e de todas as ciências quantas nos cuidam, seria coisa interessante se não houvesse uma lúcida ética em torno da oportunidade de se viver mais tempo.

A impressão de que os velhos vivem culpados é a que mais me magoa. O modo cordeiro como agem para que a família não se canse deles, para que não lhes gritem, para que lhes sirvam uma sopa que não se entorne, que não tenha demasiado sal, que não ferva como lava de comer à pressa. Impressiona-me que já entrem nas salas como meninos malcomportados, acanhados porque lhes dizem que só fazem asneiras. Tantas vezes escutando as coisas mais cruéis. Para que morram mais cedo, deixem de herança dois ou três pertences com valor comercial, para que não ocupem o espaço onde as crianças querem brincar. Porque as crianças são todas elas esperança e direitos.

A ridicularização dos velhos, guardados como animais domésticos de manta nas pernas diante da televisão, é um flagelo da contemporaneidade. Num tempo de tão grandes consciências e desenvolvimentos, não entendermos que as pessoas que temos em casa são o puro ouro da vida é um tiro no nosso próprio pé. Compactuamos com uma mentalidade que nos predará. Seremos nós, depois, aqueles que se sentam de manta nas pernas afundando a voz mais e mais por perder a vez. Como aberrações que teimam em perdurar.

Gloriosos os que conseguem perdurar. E, se emudecerem, espero que imaginem conversas exuberantes que os divirtam e instruam sempre, secretamente. Porque, no interior das ideias, a idade é uma equação que pode resultar em muita novidade e juventude. Sobretudo, espero que seja possível encontrar ideias que curem a violenta tristeza de se perceber a família como demasiado atarefada para o afecto. Demasiado urgente para dar espaço a quem, por definição, se espreme contra o tempo.

Gloriosos os que conseguem ainda amar. De sorriso transparente, como se, depois de tanta coisa, tivessem descomplicado a vida. O que vale a pena é invariavelmente cristalino. Turvos só mesmo os olhos de quem vê.

Fonte : A Sociedade dos Velhos 

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Tudo e nada com Petrobrás!

Nei Alberto Pies


"É mudando o mundo que a gente se transforma" (Frei Betto, frade dominicano)

Minha atividade social militante não me condena. Passei a vida, como muitos, defendendo bandeiras como a liberdade, o respeito aos direitos humanos fundamentais, a consolidação da democracia ativa, o acesso à cidadania através da geração de trabalho e renda, o respeito, a consideração e reverência às diferentes crenças, dentre outras. Não imagino que esta luta social, feita a tantas mentes e mãos, possa me impor qualquer responsabilidade sobre desvios éticos e morais de terceiros que se apropriaram dos bens mais sagrados: as instituições e os recursos públicos.
Sempre fui otimista com relação aos potenciais da cidadania e altivez dos brasileiros, apesar da insistente passividade que nos circunda e nos envolve cotidianamente. Nem os mais recentes e graves episódios envolvendo corrupção no Brasil abalaram minha crença nos brasileiros que, por sua diversidade e riqueza cultural, produzem uma nação gigante. Mas em função de uma intensa divulgação midiática - certamente intencionada - sobre corrupção, vivemos um tempo de "neuroses coletivas", envolvendo conceitos, julgamentos e condenações generalizadas sem a mínima sensatez que permita o senso crítico e discernimento.
Nas redes sociais ou nos relacionamentos interpessoais há pessoas que cegaram pontos de vista, agindo estupidamente com aqueles que imaginam próximos ou coniventes aos já publicamente julgados e condenados "malfeitores da nação". Grosseiramente, imputem a todos os lutadores sociais associação direta com estes. Desconsideram história pessoal, coletiva e organizada de milhares de pessoas que ajudaram este país a superar a vergonha da miséria e da fome, do preconceito e da discriminação, da falta de trabalho e oportunidades, da cidadania passiva (que sempre envolvia a noção de favores e não direitos).
Penso, como muitos, que poderemos passar a limpo endêmica e sistemática corrupção que grassa as relações pessoais e institucionais em nosso país. A corrupção que acontece a cada dia nas ruas, nos hospitais, nas organizações civis e de classe, nos poderes da República, na Petrobrás e demais empresas públicas e privadas pode ser enfrentada neste momento histórico.  Escolher a corrupção como um dos problemas brasileiros talvez seja o primeiro passo em direção ao seu enfrentamento, a ser efetivado todos os dias, em todos os espaços.
Eleger a Petrobrás, alguns governos ou a presidente Dilma como "bodes expiatórios" é uma forma equivocada de enfrentar o problema da corrupção no Brasil. As mudanças reais, de efetivo resultado, virão quando mudarmos a forma de pensar e organizar a vida em sociedade mudando nosso sistema político (falido e corrompido), nosso sistema econômico (excludente e seletivo), nosso sistema social (da estratificação social), nosso sistema jurídico (burocratizado e que favorece a impunidade), para citar alguns. Esta mudança exige outra postura dos cidadãos brasileiros: a vigilância, a denúncia e a cobrança por maior transparência em todos os atos e atividades que envolvem o interesse público. Exige em todos os espaços educativos: escolas, clubes, associações, sindicatos e partidos o estudo e o debate das implicações e problemas da corrupção para a nação. Exige cobrar que todos os que comprovadamente praticaram corrupção sejam punidos e que o dinheiro público seja ressarcido.
O pior a fazer é agir como expectadores, jogando como torcida: pior, melhor, mais corrupto, menos corrupto, mais ético, menos ético. Enfrentar a corrupção no Brasil deveria ser um dever cívico de todos, para o bem de toda nação brasileira.
Sou todo Petrobrás para defender a importância estratégica desta empresa para o desenvolvimento do país, mantendo-a pública, saneada e livre dos ataques predadores e privatizantes. Sou nada Petrobrás para transformá-la em "bode de sala", mantendo tudo como está para favorecer a corrupção generalizada e a concentração da renda neste país.

Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos.

Praia do Rosa- SC


Foto de Elizabeth Bauer, com interessantes elementos de composição e de informação que lhe dão um autêntico conteúdo fotográfico.
Publicada originalmente a cores pareceu-me que a convertendo para preto e branco poderia melhor destacar esses pontos principais.
Decidi então fazer, a título de intervenção, essa conversão.
Eis o resultado.

P.R.Baptista

Inicia em março emplacamento com chapa do Mercosul

El 28 de febrero Mujica presentará de forma simbólica la chapa y desde marzo comenzarán a verse autos con la matrícula común al bloque regional.

Desde marzo comenzarán a empadronar vehículos con la chapa del Mercosur. Se trata de la matrícula común que utilizarán los países del bloque regional: Uruguay, Argentina, Brasil, Paraguay y Venezuela.

Según supo Subrayado, el 28 de febrero, último día de José Mujica como presidente de la República (el 1º de marzo asume Tabaré Vázquez), será presentada la nueva chapa en el Congreso de Intendentes.

La presentación simbólica la hará Mujica, y desde marzo comenzarán a empadronar los vehículos con la nueva matrícula.
Al menos la Intendencia de Montevideo ya tiene resuelto comenzar los empadronamientos con estas chapas el mes próximo. En 2016 será obligatorio para todos los países del Mercosur.

Fonte : http://www.subrayado.com.uy/

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Humanidade atropelada

Nei Alberto Pies

"Enquanto o tempo acelera e pede pressa, eu me recuso, faço hora, vou na valsa...a vida é tão rara" (Lenine)

O trânsito de nossas cidades revela o nosso comprometimento pessoal e coletivo com a esquizofrenia e a imposição dos números. Passo Fundo, a exemplo de outras cidades de médio e grande porte, viveu em 2014 a supremacia dos números, de carros. Segundo estudo do arquiteto e urbanista desta cidade, Daniel Bueno, nossa cidade dobrou o número de carros em relação ao número de habitantes, no período de 2006 a 2009. Estarrecedor!
Cabe, então, uma singela reflexão sobre o porquê da supremacia das máquinas e dos motores. O fato é que reduzimos nossas vidas a uma competição com o tempo. O que é a pressa senão a pretensão de reduzirmos tempo? O que é a correria senão querer fugir do lugar para chegar a lugares, e mais lugares? O que é a velocidade senão acelerarmos nossa louca correria.
Tudo corre muito ligeiro, mas o percurso e o desenrolar da vida segue regular. O tempo foi inventado pelos homens, mas a vida não. Enquanto aceitarmos que os números se imponham ao ritmo natural da vida, continuaremos lamentando o número de vítimas da pressa.
Aliás, o que são as vítimas além de números? Não nos assustamos mais saber que somente nos primeiros 05 meses do ano de 2014, 21 pessoas perderam suas vidas no nosso trânsito. Para ficarmos nos números, em 2013 foram 18 mortos. O que é que são 18 ou 21 pessoas mortas? O que elas representam diante de um total de quase duzentos mil habitantes?
Concordo com a afirmação das autoridades do trânsito de nossa cidade, de nosso estado e de nosso país de que os motoristas e pedestres são parte da culpa dos nossos acidentes. Que boa parte dos acidentes poderia ser evitada (sempre se...). Mas não posso ficar na mera constatação sem perguntar pelas causas. As causas, todos nós devemos investigar.
Cadê a nossa humanidade? Será que ela foi atropelada pelos números? Será que a organização do trabalho, da economia e do cotidiano das nossas cidades não está nos levando a uma mais completa loucura? Dizemos sempre que estamos correndo, mas nem sempre sabemos para onde nem atrás de que.
Fiquei pensando no que é mesmo esquizofrenia. Pesquisei e descobri que "esquizofrenia é uma doença psiquiátrica endógena, que se caracteriza pela perda do contato com a realidade. A pessoa pode ficar fechada em si mesma, com o olhar perdido, indiferente a tudo o que se passa ao redor ou, os exemplos mais clássicos, ter alucinações e delírios. Ela ouve vozes que ninguém mais escuta e imagina estar sendo vítima de um complô diabólico tramado com o firme propósito de destruí-la. Não há argumento nem bom senso que a convença do contrário.". (Dr. Dráuzio Varella, médico psiquiatra).
Concluí então: trânsito pode combinar com esquizofrenia. Não é louco?

(*) professor e ativista de direitos humanos.



'Abandonada' e perigosa, água da chuva ganha uso por moradores em São Paulo Paula Adamo Idoeta

Paula Adamo Idoeta
Da BBC Brasil em São Paulo
18 fevereiro 2015

Na Vila Mariana, água que corre pela rua é usada por alguns prédios 
Na rua Dr. Nicolau de Souza Queiroz, na Vila Mariana (zona sul de São Paulo), a água corre pela sarjeta praticamente dia e noite, segundo moradores, formando colônias de musgos sob ela no asfalto. Acreditando se tratar de um vazamento, alguns vizinhos já notificaram as autoridades, enquanto a água continua a escorrer rua abaixo.
Mas essa água, na verdade, vem de galerias pluviais da região - e alguns prédios da rua passaram a improvisar sua coleta, colocando canos para captá-la e bombeá-la da rua.
"Nossa conta de água caiu de R$ 500 para R$ 50", diz o porteiro de um dos condomínios à BBC Brasil. "Regamos as plantas, lavamos a garagem e o salão de festas."
Outro porteiro conta que já viu até moradores de rua tomando banho na água da sarjeta. Mas, segundo especialistas, apesar de sua aparência translúcida, essa água pode não ser limpa - e traz riscos à saúde.
Diante de cursos d'água como este ou mesmo para aproveitar a temporada de chuvas, muitos se perguntam como coletar e usar águas aparentemente desperdiçadas, em um momento de crise de abastecimento em São Paulo.

Leia mais: Conheça os negócios ameaçados de extinção pela falta d'água

O Primeiro Mundo


Fazendo fronteira com a Rússia, Eslováquia, Hungria, Rumênia e Polônia e bem próxima do resto da Europa (Alemanha,etc.) a Ucrânia enfrenta hoje uma guerra civil.
Avançando pelo século 21 vemos cenas que parecem saídas de filmes da Segunda Guerra.
Uma demonstração bem atual e inequívoca das dificuldades políticas que a Europa encontra e que, após guerras e mais guerras, continuam presentes, às quais é preciso acrescentar as provocadas pelo terrorismo.
Incertezas, inseguranças que não temos na América Latina.
Mas estes países são desenvolvidos, nós atrasados.





segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Falar mal do Brasil é hábito de colonizado


Pablo Villaça

Aplaudir a virtude alheia e vaiar os tropeços domésticos é um hábito de colonizado, não de sofisticação.

O brasileiro no exterior é um ser em constante estado de admiração pelo prosaico.
Um engarrafamento ganha o charme de ocorrer em pistas de direções opostas às nossas; o frio que enrijece as mãos é europeu, não vindo do vento das montanhas mineiras; a grosseria do atendente é divertida por ser em francês.

Apreciamos a pontualidade dos trens britânicos e invejamos sua organização – e nos esquecemos de que não possuem nosso calor humano ou algo como a Baía de Guanabara, o encontro do Rio Negro e do Solimões ou o pôr-do-sol visto do Mercado Modelo.
Babamos diante de seus ídolos pop e esquecemos de nossos Hermetos, de nossas Cássias e de nossos Emicidas. (Mas não nos culpemos: até Seu Jorge se esqueceu de nossos Seus Jorges.)

Não se trata, claro, de ser ufanista ou de fechar os olhos para nossos desalinhos, mas apenas de reconhecer o óbvio: todos os países possuem seus charmes e seus problemas.
Aplaudir a virtude alheia e vaiar os tropeços domésticos é um hábito de colonizado, não de sofisticação. O verdadeiro “cidadão do mundo” é aquele que, por muito viajar, percebe que somos todos os mesmos.

Em quinze dias fora do Brasil, por exemplo, fiquei preso no avião em Gotemburgo quando alguém se esqueceu de solicitar os ônibus que deveriam buscar os passageiros na pista; vi metade da frota de ônibus parada em greve em Londres; fui destratado gratuitamente por diversos funcionários de marcos turísticos franceses e vi pedintes mendigando sob o frio nos três países.
Li manchetes sobre um escândalo de nove milhões de libras (36 milhões de reais) envolvendo o prefeito londrino, escutei guias turísticos apontando obras que deveriam ter ficado prontas paras as Olimpíadas de 2012 e que permanecem inacabadas e ouvi relatos de corrupção em toda a Europa.

E, a cada experiência destas, podia imaginar inúmeros “só no Brasil” ditos com um tom de autodesprezo por quem mal pisou além de nossas fronteiras.

Pois o fato é que não há um “só no Brasil” – para o bem ou para o mal. Há apenas humanos tentando fazer seu melhor e cometendo atrocidades indizíveis movidas por ganância e fome de poder em todos os cantos do planeta.

Ou melhor: há, sim, um “só no Brasil”. É só aqui que você e eu vivemos e construímos nossas trajetórias.

Então, o mais inteligente a fazer é aprender a perceber que somos lindos e feios como todo o resto. Mas também aprender a amar o fato de sermos brasileiros. Com tudo o que isso significa.

O que nos falta é enxergar que nosso prosaico também pode ser belo.

Publicado originalmente em https://www.facebook.com/pablovillaca01/posts/630671917038038

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

As mulheres e o "Discurso sobre a Felicidade"


Lilian Velleda (*)

A editora Martins Fontes publicou em 2002 um livrinho intitulado "Discurso Sobre a Felicidade", cuja autoria é de Émilie du Châtelet.
Comprado em balaio, de pequeno o volume não tem nada.
Vez em quando volto a ele e sempre me assombro.
As frases de abertura de seu "Discurso" dão bem o calibre daquela mulher, atrevida mulher que ousou dominar o manejo da reflexão e da escrita. Sim, uma pensadora num século dito das "Luzes" masculinas.
Um ser pertencente a metade feminina da humanidade, metade então (e ainda) condenada ao silêncio público e a servir.
E o que nos diz Émilie mais adiante? Ela diz ser o amor pelo estudo a paixão mais necessária para a nossa felicidade, porque com ela evitamos colocar a nossa felicidade na dependência do outro.
Mas isso é outra história.
Por enquanto, quero compartilhar o início, o fio que se desprende da pena de Madame du Châtelet. Ouçam, porque válidas as palavras escritas entre 1746/1747, e inútil a tarefa de (re)dizer o que foi tão bem posto:
" Acredita-se comumente que é difícil ser feliz, e tem-se razão mais que suficiente para acreditá-lo; no entanto seria mais fácil ser feliz se entre os homens a reflexão e o plano de conduta precedessem
suas ações.
Somos arrastados pelas circunstâncias, e entregamo-nos às esperanças, que sempre nos restituem apenas em parte o que nela depositamos: enfim, só percebemos com toda a clareza os meios de sermos felizes quando a idade e os entraves que nos conferimos opõem-lhes obstáculos".
Casada com um militar, companheira de Voltaire e aos 42 anos enamorada de um homem dez anos mais novo, de quem teve uma filha,
Madame du Châtelet morreu com os três homens em sua cabeceira.
Demonizada pela sociedade, inscreveu seu nome e rompeu, de certa forma, com a finitude que nos espreita,

(*) advogada e escritora


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Comendo Poeira

Foto: Cassal - JL
A Prefeitura está anunciando asfaltamento em várias vias da cidade.
Alguns necessários, outros de difícil explicação.
É o caso da avenida Bento Gonçalves, asfaltada no governo anterior, e de outras vias que vão ser recapeadas pela má qualidade de serviços feitos anteriormente.
Dinheiro público mal empregado, frequentemente de forma eleitoral.
Enquanto isso obras que seriam essenciais vão ficando de lado, esquecidas durante anos, décadas;
É o caso da avenida Espírito Santo, no Laranjal, via de especial importância por ser empregada pelas linhas de ônibus.
Em matéria publicada no Jornal do Laranjal 
 MORADORES DO LARANJAL SOFREM COM BURACOS E POEIRA EM RUAS E 
AVENIDAS NÃO PAVIMENTADAS
* A poeira formada por pequenas partículas em suspensão no ar é algo incômodo que além de 
comprometer a limpeza nas casas prejudica a saúde e dificulta ainda mais a vida de pessoas 
portadoras de doenças respiratórias.
A circulação de veículos em vias não pavimentadas, especialmente no verão, provoca nuvens de 
poeira ao longo do dia.
Esta é a situação vivida diariamente pelos moradores de ruas e avenidas não pavimentadas dos 
balneários Valverde, Santo Antônio e Prazeres no Laranjal, por onde circula o transporte coletivo.
Getúlio Costa, 64, aposentado, mora há 11 anos na av. Espírito Santo e conta que é preciso manter a 
casa fechada o dia inteiro, mesmo assim, camadas de poeira cobrem seus móveis e utensílios 
domésticos. "a anos esperamos que esta importante avenida seja pavimentada mas, as administrações
 arrecadam e não investem nos bairros" disse o morador.
Teresa Nunes, 65, doméstica, mora há 30 anos na av. sen. Joaquim Augusto de Assumpção e 
familiares que residem no mesmo endereço possuem graves problemas respiratórios. "minha mãe 
precisa de oxigênio permanentemente está hospitalizada, pois respiramos essa poeira toda, o dia todo,
 todos os dias." comenta a moradora.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Alpino


A marcha pelo impeachment: entre a fórmula mágica e a preguiça

Foto: Reuters
Matheus Pichonelli

Antes de ir às ruas, seria producente, inclusive recomendável, analisar o próprio revide e notar que a crítica aos detratores igualmente se aplica aos salvadores. No limite, vale questionar o que queremos de fato – expor nossas antipatias ou encampar as reformas necessárias? Mais que isso: o que dizem os nossos representantes direitos, do vereador ao senador, passando pelo nosso prefeito, a respeito dessas reformas? E a liderança do nosso partido favorito? Quais os projetos eles apresentaram na última legislatura? Quais as suas proposta para dirimir o fosso entre ricos e pobres ainda assustadoramente largo no país? Quem bancou as suas campanhas? O que eles defendem em plenário? Como sensibilizá-los? Com cartazes erguidos em dias de folga? Com mensagens à caixa de e-mail? Com pedidos de audiência com a sociedade civil organizada da qual somos convidados a fazer parte?


Perdi as contas, nas últimas semanas, de quantos suspiros deixei escapar ao abrir a caixa de e-mail, os grupos de WhatsApp e as timelines do Twitter ou do Facebook. Reconheço estes suspiros: são a canalização dos mesmos cansaços, preguiças e desgostos de quando recebo correntes com fórmulas mágicas para problemas complexos. Contra estupradores, tome castração química. Contra a criminalidade, pena de morte. Contra a gravidez precoce, o fim do baile funk. Contra a corrupção, o impeachment, palavra da moda em dias recentes.
De uns meses pra cá, todos parecem preocupados, não sem certa razão, com o estado das coisas. Todos parecem dispostos a mudar o mundo. E todos parecem ter as soluções definitivas e infalíveis na ponta da língua. Nesses momentos, os riscos de se debater a revolução com quem até ontem não media palavras para dizer que não gosta, não se interessa, não tolera o noticiário político é assistir, num camarote literal (às vezes regado a espumante e corte nobre), a um festival de bobagens que na melhor das hipóteses se encerram na urgência de outras demandas (o desfecho da novela, por exemplo) e, na pior, ao velho preconceito de classes.
O tema, oficialmente, é a inabilidade, a imprudência e a inoperância do governo (federal, pois neste mundo paralelo o poder é absoluto e a federação, um corpo estranho), mas as cotoveladas e espetadas no olho são direcionadas aos beneficiários das esmolas, aos sobreviventes de currais eleitorais, às cabra cegas de tapa-olhos afirmativos. Entre discussões calorosas sobre a preguiça e petulância dos empregados, entre a defesa da meritocracia (não vale citar o emprego nem o lobby por filhos e conjugues em nossas bolhas privativas, nem sempre privadas), são colocados em pauta os desmandos da República para demonstrar, nas entrelinhas ou não, o desprezo contra os alvos de sempre. É difícil sair de uma conversa do gênero sem se chamuscar em algum “nada contra, mas…” E dá-lhe odes ao separatismo paulista, ao incômodo com as ondas migratórias em direção às nossas riquezas ou à vontade de se mudar para países menos generosos com a nossa gentalha.

SEGUE >>>

Seção de Charges

Infelizmente não foi possível averiguar a autoria da charge.
Mas nos pareceu digna de inaugurar a seção de charges em A METADE SUL.
O episódio de Charlie Hebdo na França colocou em evidência a influência do cartoon especialmente, de forma muito aguda, na política.
Esperamos que apreciem!

A METADE SUL

BLOG DO ALEX ANTUNES : Dilma está errando por que... não tem como acertar

Política é encenação. Para usar um termo não-moralista: é construção de narrativa. Por que Lula pode fazer ajustes “de direita” na economia, quando assumiu o primeiro governo, no início de 2003? Porque meramente sua vitória já era uma entrega simbólica enorme. Na verdade ele tinha a “licença para governar” à direita que o próprio PSDB não teria. Tomaria porrada dos movimentos, sindicatos etc.
Desse ponto de vista, a vitória de Lula (e seu pragmatismo econômico) foi uma sorte para o país. Por outro lado, assim que teve uns trunfozinhos econômicos na mão, Lula os reinvestiu em políticas de inclusão. Esse timing, combinado com alguma sorte no cenário internacional, foi cacife suficiente para Lula contornar contra-narrativas cruéis – como a exposição do mensalão –, e ser reeleito.
Não é que as pessoas não enxergassem os defeitos de Lula e de seu governo. É que no pacote, tal como era percebido, o país como um todo (e não sua elite excludente) parecia levar vantagem. Claro que a elite preservava e até ampliava algumas vantagens, como o setor bancário por exemplo, que bateu seguidamente recordes de lucro. Assim, calibrando a narrativa, Lula seguiu agradando à direita e à esquerda.
Lula é um intuitivo. Quando colocou Gilberto Gil no Ministério, por exemplo, poderia estar cometendo um erro de natureza populista similar ao de Fernando Henrique, que colocou Pelé à frente do Ministério Extraordinário dos Esportes em 1995, como se “celebridade” na área pudesse se transformar automaticamente em algum tipo de autoridade ou competência.
Porém Gil, sucedido por Juca Ferreira, não só trouxe um tipo de inteligência inédita, jovem e arrojada, para dentro da Esplanada, como acabou por ajustar a própria função simbólica do Ministério. (Era tão desimportante antes que Fernando Henrique pinçou um petista, Francisco Weffort, para encabeçá-lo.) Duvido que Lula tivesse alguma clareza de objetivos em fazer um “ministro tropicalista”, mas de um jeito ou de outro ele acertou em cheio.
Numa fase crescentemente otimista da economia, esse Ministério (mesmo sem muito recurso) cumpriu o papel do “do in antropológico” de que Gil havia falado, em ondas de autorreconhecimento e crescimento da autoestima cultural. É totalmente tropicalista a habilidade de fazer das mazelas e paradoxos graça e sucesso narrativos.
Já Marina Silva, escalada para a defesa do meio ambiente, em eterna rota de colisão com a área econômica, não pode (ou não conseguiu) fazer valerem suas concepções, igualmente inovadoras. Foi um erro de Lula não cacifar a potência política de Marina – mas esse erro não caiu diretamente na conta do ex-presidente. Veio cair mais tarde, na conta de Dilma (a ministra “escolhida” na ocasião).
Dilma sinalizou de cara que pensava pequeno. Para ficar no mesmo exemplo do Ministério da Cultura, indicou a “irmã de Chico Buarque”, uma intelectual menor, autoritária, ressentida e retrógrada. Que se incumbiu desmantelar a metafísica tribal-tecnológica da Cultura, devolvendo pequenos poderes à elite provinciana que representava: a intelectualidade menor, autoritária, retrógrada e ressentida com o século 21, como ela mesma.
Tudo isso, desconfio, para que a presidente pudesse convidar Chico Buarque ao palácio em alguma ocasião, uma “vitória” simbólica de esquerda mequetrefe (deveria ter investigado antes, e saberia que Chico não apoiaria a ida da própria irmã para o Ministério). Dilma, definitivamente, pensa esquisito.
À sombra de Lula, no primeiro governo, Dilma não teve espaço para alucinar. Claro que também não alcançou nenhuma grandeza narrativa. Antes de ser colhida pelos protestos de julho de 2013, o melhor que seu governo conseguia pensar era uma campanha com Regina Casé oferecendo crédito para comprar tranqueiras para encher a casa própria recém-adquirida.
É exatamente aí que começa a autodesconstrução de Dilma. Sem coragem política para surfar o movimento e nem para se opor a ele, começou a pendular entre o novo patamar das exigências populares e as chantagens da base fisiológica que Lula havia construido (fisiologismo que está na origem dos pagamentos do mensalão). Acontece que Lula tinha um tamanho político que lhe permitia abraçar e negociar essas contradições; Dilma nunca chegou nem perto disso.
Confrontada na reeleição com o potencial de Marina, que reunia um histórico de militância com a aproximação com um eleitorado de centro-direita (quer coisa mais lulista do que isso?), e que poderia romper com a dicotomia PT-PSDB, Dilma teve que fazer a história voltar 12 anos atrás. Fingir que ainda estávamos tentando eleger Lula pela primeira vez, e não elegendo um presidente petista pelo quarto mandato consecutivo.
Porque Dilma simplesmente não tem como acertar? a) Porque para garantir a reeleição, teve que prometer uma guinada à esquerda que redespertou a paixão da militância – mas não tem como pagar essa guinada. E nem tem a chance, como Lula teve, de ser conivente com a elite econômica, recebendo ao mesmo tempo a conivência dos movimentos e sindicatos. Dilma precisa (e inclusive quer) governar como Aécio governaria. Mas não há como explicar porque alguém derrotaria Aécio… para agir como Aécio. Essa narrativa torta pode ser simplificada como “Dilma mentiu”. É o que cada vez mais gente acha. Já Lula, quando fez mais ou menos as mesmas coisas, “fez o que tinha que ser feito”. Percepção política é um negócio cruel, e irracional.
E b) Sob pressão, Dilma escolhe sozinha, e escolhe mal. É ressentida, controladora e vingativa: faz o gênero “vocês vão ter que me engolir”. Bancou sua amiga Kátia Abreu no Ministério (o símbolo mais hostil aos movimentos sociais que poderia haver); bancou sua amiga Graça Foster na presidência da Petrobrás muito além do razoável. Deveria ter aprendido com Lula como rifar amigos ao sinal de pressão mais intensa, um instante antes de virar questão de honra.
Trazer agora o Juca Ferreira de volta é apenas um detalhe bobo e descontextualizado, uma migalha irrelevante, mesmo que Juca faça uma boa gestão. Para apagar qualquer otimismo, num exagero de burrada, Dilma coloca na Petrobrás “o amante de Val Marchiori”, conseguindo fundir as pautas política e econômica com a policial e de celebridades. Isso numa semana cheia de más notícias políticas e econômicas – e policiais.
Uma coisa que o PT não pode tolerar (por ser avesso à sua própria natureza) é ser totalmente alienado de suas bases sociais – e é exatamente isso que a presidência está fazendo. Sinais são de que vão jogar tudo na conta da, err, presidenta. Na dúvida, Lula faz jogo duplo: afirma por um lado que há uma ação para “impedir que Dilma conclua seu mandato, criando todo e qualquer processo de desconfiança”.
Mas, por outro, afirma que o PT merece essa desconfiança, já que “tem se tornado cada vez mais um partido igual aos outros”. Eu não duvido nada de que algum estrategista petista já esteja pensando se um impeachment de Dilma agora (que poderia ser chamado de “golpe da burguesia”) não seria um caminho possível para a volta de Lula ao poder em 2018.
Siga-me no Twitter (@lex_lilith)

Alex Antunes é jornalista, escritor e produtor cultural e, perguntado se era um músico frustrado, respondeu que música é a única coisa que nunca o frustrou. Foi editor das revistas Bizz e Set, e escreveu para publicações como Rolling Stone, Folha Ilustrada, Animal, General, e aquela cujo nome hoje não se ousa dizer. Tem uma visão experimental da política, uma visão política do xamanismo, e uma visão xamânica do cinema.

Gente em Fuga


Nei Alberto Pies

"Se por acaso fujo, não é por falta de luta. Qualquer abandono exige coragem. Qualquer fuga tira um pedaço de nós que não volta. É preciso força até para desistir". (Verônica H.)

            O preconceito e discriminação para com pessoas que fogem são descabidos e injustificáveis! Sempre pensei que fuga é uma atitude que podemos (e devemos) esperar quando tratamos de seres humanos em condição de sofrimento, injustiça, fome e desumanização; sem culpa por isso.
Fugir é o destino comum dos seres humanos quando as condições de vida e dignidade atentam contra a própria existência.
Aliás, o que mais temos é gente que foge da violência, da opressão, do descaso, do abandono, do desamor, das diferentes prisões. 
Fico imaginando se a fuga não é condição substantiva para preservarmos nossa condição de humanidade. 
As diferentes prisões não fazem bem a ninguém.
As casas prisionais deste país são um verdadeiro depósito de humanos e a sociedade brasileira parece não se importar com esta situação desumana. 
Presos tem responsabilidade por seus crimes, mas não são responsáveis pelos crimes que o Estado e a sociedade cometem com eles.
Como sempre, preferimos não abordar as raízes dos problemas, preferindo soluções de "simplificação". 
É sempre mais fácil "culpabilizar as vítimas", ao invés de perguntar as razões pelo sofrimento em que os outros estão passando. 
Ao invés de cobrarmos que o Estado ofereça condições de vida, moradia e ressocialização, preferimos condenar aqueles que, através da fuga, exercem seus direitos sobreviventes. 
Ao invés de cobrar medidas que dificultem as fugas e mantenham maior vigilância sobre as ações dos presos, preferimos elegê-los como nossos mais nobres algozes.
A pobreza de nossos pensamentos faz com que esqueçamos que eles (os presos), como nós, fazemos parte de uma sociedade violenta, autoritária, injusta, corrupta e perversa. Preferimos nos apartar, intitulando-nos "pessoas de bem", como se a maldade fosse uma propriedade dos maus, logo, dos presos e "marginais", como assim os chamamos. 
Esta ingênua ignorância nos leva, sem querer, à mesma condição de vítimas dos próprios pensamentos e incompreensões. 
 Vítimas do mundo e submundo do roubo, da ganância, do poder e do medo que permitimos reinem em todas as nossas prisões. 
Vítimas dos próprios presos que condenamos.
É necessário perguntar pelos ideais de ser humano, mundo e humanidade que concebemos e defendemos. 
Pelos investimentos e oportunidades que estamos dispostos a construir para todos que nascem e tem o direito de buscar as condições para viver sua humanidade na plenitude. Todos precisam de oportunidades para se humanizar porque o castigo sem sentido só alimenta a revolta e a própria desumanização.
O maior desafio e trabalho que podemos empenhar pelo mundo é a humanização, nossa e dos outros. É preciso lutar por condições que não exijam de ninguém a fuga como a única possibilidade de não sucumbir à própria humanidade. 
A liberdade deve ser o maior horizonte!
É um trabalho corajoso, necessário e permanente.

Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos.
    

O Banho do Prefeito - P.R.Baptista

Noticiado que o prefeito Eduardo Leite foi fotografado na praia do Laranjal.
O fato seria inédito, ou seja, um prefeito aparecer assim em público, e ,de acordo com a interpretação que se procurou dar , uma demonstração de simplicidade e de simpatia do prefeito.
A notícia não esclarece se pretende tornar isso um hábito e se pretende também frequentar a praia do Barro Duro, logo ali ao lado, e na qual se concentram os pelotense de menor condição social.
Segundo o informe  o prefeito Eduardo Leite, aparece "na lagoa, trocando uma idéia com a gurizada da Guabiroba, que tava por lá acompanhando os jogos na Arena de Esportes da Prefeitura".

Não há detalhes sobre o que constou essa "troca de idéias", mas segundo fontes não confirmadas, teria rolado um papo mais ou menos assim:

- E aí gurizada, tá bom o banho?
- Sim, bem quentinha.
- E agora tá limpa, eu mandei limpar.
- O senhor? E quem é o senhor?
- Sou o prefeito, sou eu que mando na cidade.
- Ah, não tava reconhecendo... como o senhor é bonito. é mais bonito que nas fotos.
- Bobagem, mas não sou de jogar fora ( riso).
- Minha irmã é amarrada no senhor. Tem uma foto sua no espelho, ao lado do Luan Santana.
- Ah, mas quanta honra.
- A foto que ela tem é uma sem camisa. Tomando chimarrão.
- Ah, sei... mas eu expliquei... era um dia muito quente, por isto estava sem camisa... mas galera eu tenho que ir embora, sabem né, compromissos.
- Mas o senhor acabou de entrar na água. Fica mais um pouquinho. Não quer jogar bola?
- Não, não dá, fica prá outra vez. Tem um pessoal me esperando na piscina.
- Piscina? O senhor tem piscina?
-Sim, claro, quase todo mundo tem.
- Nós não temos. Nunca entramos numa piscina.
-Ah, não?
-Como faz para poder entrar numa?
-Ah, bem, acho que é preciso associar-se num clube. Mas nem esquentem. Isso aqui é uma piscina. Natural e não precisa pagar nada! (riso) Além disso limpa pois eu mandei limpar!
- Nós ficamos agradecidos.
- Não precisa. Só não esqueçam de dizer aos pais e amigos para votarem em mim (riso).
- Minha irmã vota.
- Já sei, que bom. É uma menina inteligente. Bem, tchau, nos vemos por aí.

Depois dessa aparição o que ninguém esperava é que o prefeito aparecesse de novo tomando banho, dessa vez em plena rua , em águas nem tão limpas, nas proximidades do estádio do Xavante.
Não se soube exatamente, pois a assessoria de comunicação não divulgou nada, o exato motivo da presença do prefeito nesse local. Poderia ser para anunciar a criação de piscinas públicas, espalhadas por inúmeros pontos da cidade, acessível a todos os pelotenses?
Vamos aguardar pela explicação.

P.R.Baptista


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Prefeitura destina apoio financeiro aos clubes profissionais de futebol

foto Andressa Machado  
O  Prefeito Eduardo Leite anunciou em 30/01/2015,  apoio financeiro da Administração Municipal aos clubes profissionais de futebol da cidade.
Serão investidos R$ 85 mil de verba publicitária para os três clubes: Grêmio Esportivo Brasil, Esporte Clube Pelotas e Grêmio Atlético Farroupilha.

Os clubes haviam solicitado apoio por meio da Câmara dos Vereadores e a maneira que a prefeitura encontrou de contribuir com recursos foi por meio da publicidade, adquirindo espaços para propaganda institucional e campanhas educacionais nos campos de futebol.

         Eduardo explicou que assim como a prefeitura compra espaços de publicidade em rádios, tvs, jornais e sites, pode aproveitar o público dos estádios para comunicar as campanhas institucionais do Município. O valor repassado a cada clube tem relação ao número de competições programadas para este ano.

         O Grêmio Esportivo Brasil receberá R$ 45 mil. De acordo com o vice-presidente administrativo Jorge Meneses, o recurso será utilizado em melhorias da iluminação do Clube, que contribuirá também para as transmissões de jogos pela tv. “Dia 25 de fevereiro será transmitido em rede nacional em canal aberto o jogo Brasil de Pelotas e Flamengo do Rio de Janeiro, que contamos que tenha grande público expectador.”

       O investimento no Esporte Clube Pelotas será de R$ 30 mil. O 1° vice-presidente do Pelotas Flávio Gastaud declarou que o recurso será aplicado em obras da infraestrutura do Clube, como a requalificação do gramado.

         Para o Grêmio Atlético Farroupilha serão destinados R$ 10 mil, que serão aplicados, de acordo com o presidente Renaldo Acunha, na recuperação das arquibancadas, que estão interditadas. “Com este recurso poderemos reabrir o estádio, que se encontra interditado devido a problemas em duas arquibancadas.”

          O prefeito declarou que o incentivo ao esporte é uma das prioridades da Administração. “Além deste apoio aos clubes profissionais, estamos trabalhando para o incentivo ao esporte amador, por meio da criação do Pró- Esporte, que se baseia em um fundo de financiamento aos atletas de todas as modalidades. O projeto foi encaminhado à apreciação da Câmara e deverá funcionar ao estilo do Procultura, que apoia projetos culturais locais”, explicou.

         O anúncio ocorreu na sala de reuniões do Paço Municipal com a presença de representantes dos clubes, da Câmara dos Vereadores e imprensa.

FALTA CRITÉRIO
O vereador Marcus Cunha (PDT) abordou durante a comunicação de líderes na manhã de 04/02, essa questão da verba que a administração municipal destinará aos clubes de futebol profissionais de Pelotas.
Segundo Marcus, trata-se de uma de uma absurda falta critério investir 85 mil reais no patrocínio de clubes profissionais, enquanto as filas do Pronto Socorro crescem a cada dia e as Unidades Básicas de Saúde não tem nem mesmo equipamentos básicos como autoclaves.
"Uma autoclave custa em média 1 mil e 600 reais. Com esse dinheiro seria possível colocar um equipamento em cada UBS de Pelotas", enfatizou Marcus.
"Falta critério, como em quase tudo nesse governo", finalizou.

Não será estranho, por outro lado, se o prefeito Eduardo Leite for processado pelo Ministério Público, por improbidade administrativa, pelo fato de ter decidido apoiar com verba pública os três clubes de futebol profissional de Pelotas. A possibilidade vem sendo analisada pelo MP local e há precedentes, como ocorreu em Santa Maria.

Em dezembro de 2011, o Ministério Público ajuizou ação de improbidade administrativa contra o prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, e o ex-prefeito Valdeci Oliveira, em processo que inclui dois clubes de futebol do município – o Inter-SM e o Riograndense.

De acordo com a investigação do MP, os prefeitos firmaram convênios com os clubes, em 2008 e 2009, que envolviam valores superfaturados com o objetivo de beneficiar os clubes com dinheiro público. Segundo a ação, os clubes estavam precisando de recursos para pagar os salários de seus jogadores, e o governo municipal concordou em usar os convênios como forma de dar uma aparência de legalidade à transferência ilegal de recursos públicos.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Alpino, humor e crítica com qualidade brasileira


Humor inteligente, sem se valer, como Charlie Hebdo, de formas duvidosas, ferindo crenças religiosas, de fazer crítica.

É o caso do cartunista brasileiro Alberto Correia de Alpino Filho, morador de Vitória-ES.

Mais conhecido por Alpino Cartunista, um cartunista genial.
Alpino ilustrou cartilhas, trabalhou com publicidade e depois de muita batalha e de correr atrás estreou no jornal A Gazeta com a tira “Luzia”

Depois criou “Samanta” a tira que fez seu trabalho decolar,
Alpino começou a publicar a tira em cinco grandes jornais de circulação nacional.

Em 2010 foi convidado para desenhar a charge diária no Yahoo! Brasil e no ano de 2010 foi o primeiro colocado no concurso de ilustração da Folha de São Paulo, onde continua publicando até hoje e também publica na revista Playboy .

Brasileiros na Disney

  Tirando selfies  (Foto: Reprodução/Youtube/TheFloridaMen)
Os brasileiros atualmente inundam os Estados Unidos como turistas e um destino que é muito procurado é a Flórida, especialmente Miami e a Disney.
Pois em vídeo que gerou polêmica, os humoristas americanos do grupo 'The Florida Men' ironizam turistas brasileiros na Disney.
Eles tiram selfies e falam mal o inglês.
Será que é assim que os turistas brasileiros que se jactam de ter viajado aos Estados Unidos são realmente vistos pelos americanos?
A dupla diz que já trabalhou no parque e que não quis generalizar.
O vídeo em que a dupla  faz graça com o comportamento de brasileiros nos parques da Disney está gerando uma discussão entre os internautas.
Com o título “If american tourists acted like Brazilians” (Se turistas americanos agissem como os brasileiros), o vídeo mostra os dois rapazes que fingem ser brasileiros no Magic Kingdom, parque da Disney em Orlando.
VEJA A MATÉRIA E O VIDEO >>>