domingo, 30 de agosto de 2015

Dança Húngara n. 5 de Brahms


SOUND......
True Sound.......:) Love
Posted by Memnon Uzan on Sexta, 21 de agosto de 2015
Dança Húngara n. 5 de Brahms, mas o intérpretes não são arianos mas jovens negros. Belo exemplo de que a música é patrimônio universal da humanidade.

Espetáculos maniqueístas - Nei Alberto Pies

"Sei que em todas as multidões há quem sequer saiba por que esta lá e que o direito à manifestação é algo necessário e sagrado". (Sueli Ghelen Frosi)

Vivemos espetáculos e somos midiáticos. Sem escrúpulos e sem vergonha, exibimos, instintivamente, o melhor do que carregamos, do que somos ou do que temos. Vimos, assistimos e acessamos - pelas mídias e redes sociais - conteúdos que não agregam os brasileiros no combate à corrupção como um dever cívico, permanente e sóbrio, respeitando os poderes constituídos e os regramentos da nossa Constituição Federal.  Nas mais recentes manifestações de rua pelo Brasil afora, em agosto de 2015, novamente assistimos alguns excessos e radicalismos dos que pretendem apontar mudanças para o país.
Ódio, raiva, estupidez, violência, despudor, arrogância e superioridade marcaram muitas manifestações públicas e midiáticas por este Brasil afora, mas sempre demarcando serem de "pessoas do Bem". "Que triste espetáculo proporcionamos para o mundo! Quero pelo menos alguns metros de distância das pessoas "de bem" que formam a massa crítica atual. Sei que em todas as multidões há quem sequer sabe porque esta lá e que o direito à manifestação é algo necessário e sagrado. Mas é preocupante convivermos com a maldade explicitada nas ruas, na medida em que se pede sangue, se legitima chacinas e enforcamentos. Estou muito mais assustada do que envergonhada. Você não?" (Sueli Ghelen Frosi)
Acredito que o bem e o mal não estão personificados em determinados grupos ou pessoas. Por isso, preciso indagar: a) Quem não quis, não concorda ou não se manifestou é uma pessoa do Mal? b) Pode o Bem estar "encarnado" em alguém ou num grupo de pessoas? c) Combater a corrupção passa, necessariamente, por afirmar um coletivo do Bem? d) Os brasileiros já decidiram que a corrupção é um problema suficientemente sério para ser levado a sério, até as últimas conseqüências e em todas as instâncias e instituições?
Estou lendo a obra "O Maniqueísmo em nossas vidas: a bondade dos maus e a maldade dos bons", do autor Jorge A. Salton, Editora Movimento, lançada no dia 15 de agosto de 2015, em Porto Alegre. O autor joga luzes ao momento histórico que vivemos no Brasil. Em sua introdução, o autor afirma: "o pensar maniqueísta, a divisão entre nós, os bons e eles os maus, é sinal patognomônico do surgimento da maldade – no sentido de sinal ou sintoma que por si só afirma a presença de algo. Ao dissecar o fenômeno, encontraremos, em sua base, o reducionismo, a generalização, a dogmatização, uma forma de pensar que, a partir de uma suspeita qualquer, já salta para a conclusão, a ausência de autocrítica, a inexistência de empatia e a necessidade de inimigos".
O livro sobre o maniqueísmo invoca em mim a revisão de conceitos, atitudes e pensamentos. Está mexendo nos meus modos de ser, pensar e agir no mundo. Estou convencido de que deverei eliminar as tentações maniqueístas de enquadrar, julgar ou condenar os outros, até alcançar um pensar empático e pluralista, para perceber a realidade e construir vivências positivas. Por outro lado, teimo no meu direito de dizer o que penso dos recentes fenômenos públicos que insistem em aplicar um golpe na democracia brasileira, através de um impedimento (impeachment). Pelo respeito à democracia e ao sagrado voto, deixemos a presidenta Dilma governar e respeitemos os princípios democráticos e de direito que a todos são estendidos pela Constituição.
Governar não é tarefa de anjos, é tarefa de pessoas que erram e acertam; que não são inteiramente boas nem inteiramente más. Estes que se denominam "Exército do Bem" e que afirmam carregar consigo os mais nobres desejos de mudança no Brasil valem-se de ideias maniqueístas. Estas ideias não colaboram com o pluralismo e o respeito, essências da democracia.

Nei Alberto Pies, professor, escritor e ativista de direitos humanos.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

PORQUE A DIREITA SAIU DO ARMÁRIO - Emir Sader

Quando se usa essa expressão, não se está querendo dizer que ela estivesse escondida até recentemente. A direita, na era neoliberal, no Brasil, é representada pelos tucanos e seus aliados e sempre esteve ocupando o campo político como alternativa aos governos do PT.
O que há de novo é a consolidação de um setor de extrema direita na classe média, que teria colocado recentemente as manguinhas pra fora, constituindo-se no fator novo no cenário politico nacional. E que parece que veio para ficar.
Sem discutir a tese da Marilena Chauí – que esse setor insiste em confirmar – de que a classe média seria fascista, é inegável que pelo menos um setor dela assume teses fascistas e o faz da maneira mais escancarada, quase como um clichê, pelos slogans que exibe, pela atitude agressiva e discriminatória, pelo racismo, pelo antiesquerdismo, pelo anticomunismo.
Mas por que agora, há 12 anos do começo dos governos do PT, essa ultra direita sai do armário? Onde estava ela? Por que resolveu sair agora do armário?

Essas manifestações são a prova mais eloquente que os governos do PT não amaciaram a luta de classes, mas a acirraram. Caso os governos do PT fossem apenas uma variante do neoliberalismo – como algumas atitudes sectárias, que não conhecem o país e não sabem das profundas transformações operadas no Brasil desde 2003 – a direita só poderia estar satisfeita, teria que estar comemorando a cooptação de um PT tão expressivo do campo popular – o mais importante de toda a trajetória da esquerda brasileira -, para o seu campo. Menos ainda teria por que se empenhar com todas suas forças para tirar o PT do governo e tentar desqualificar o Lula, para inviabilizar seu retorno à presidência.
Só mesmo porque sentiram que seus interesses estavam sendo afetados, que já não dispunham do governo a seu bel prazer e correm o risco de ver este período se estender muito mais, com uma eventual volta do Lula à presidência, é que a direita saiu do armário e passou a exibir sua cara de ultra direita.

De que forma esses interesses foram afetados? Em primeiro lugar, na prioridade das políticas sociais e na extensão do mercado interno de consumo de massas, com a distribuição de renda que acompanhou a retomada do desenvolvimento econômico. Se interrompeu a política econômica implantada por Collor e continuada por FHC. Seu fracasso abriu os espaços para governos que romperam com eixos fundamentais do neoliberalismo, em primeiro lugar, a prioridade dos ajustes fiscais e a centralidade do mercado.

Em segundo lugar, pela ruptura com o projeto da Área de Livre Comércio das Américas – ALCA -, levado a cabo pelos EUA, em complacência com o governo de FHC, que deu lugar ao fortalecimento dos processos de integração regional, do Mercosul à Celac, passando pela Unasul. Um processo que inclui os estratégicos projetos dos Brics, em que o Brasil tem papel chave, e que desenha um mundo multipolar na contramão dos projetos norteamericanos.

Em terceiro lugar, porque a centralidade do mercado deu lugar a espaços para a recuperação da capacidade de ação do Estado, tanto como indutor do crescimento econômico, como da afirmação dos direitos sociais e como ator nos processos de soberania externa.

A já clássica frase de que “os aeroportos estão virando rodoviárias” segue sendo a mais significativa da reação de setores da classe média à ascensão de amplos setores populares. Afora exacerbada, desde a Copa do Mundo, em que a vaia à Dilma foi como que a abertura da porteira da falta de qualquer respeito por parte de setores da direita.

A campanha eleitoral do ano passado foi um aquecimento em relação ao que se vive agora. Tanto Aécio quanto a mídia, exacerbaram sua linguagem e suas formas de atacar o governo, gerando a ideia de que tudo tinha se tornada insuportável, não apenas a situação das classes privilegiadas, mas o próprio país, pela corrupção e pela suposta incompetência do governo. Pela primeira vez na história do país um candidato a presidente triunfou nas eleições contra praticamente a totalidade do grande empresariado – confirmando como estes consideram que seus interesses fundamentais são afetados profundamente pelos govenos do PT.

Para os que nunca aceitaram que os governos do PT tenham sido qualitativamente diferentes dos governos neoliberais, tudo isso é incompreensível. Na sua incapacidade de apreender a realidade concreta, tem que culpar o PT por tudo. Até pela direita ter saído do armário, usado por alguns para atribuir também aí a culpa ao PT.

Por isso a ultra esquerda não conseguiu, ao longo destes 12 anos – nem no Brasil, nem nos países com governos posneoliberais na América Latina -, construir uma alternativa e esta está sempre situada à direita dos governos do PT. Porque acredita que o os governos do PT são neoliberais, a ultra esquerda não compreende a realidade do Brasil hoje e não consegue construir raízes no seio do povo.

O PT é responsável pela saída da direita – e da ultra direita – do armário, porque afetou profundamente os seus interesses.

Fonte: http://cartamaior.com.br/…

A Europa que não consta dos pacotes turísticos



Chaotic scenes as migrants clash with police on the Macedonia border.
Posted by The Telegraph on Sábado, 22 de agosto de 2015
These are the desperate scenes at Greece’s border with FYR Macedonia as overwhelmed security forces made sporadic attempts to stem the flow of migrants and refugees heading northwards.

Hundreds of migrants, many of them refugees from the war in Syria, succeeded in crossing the border.

Riot police set off stun grenades and hit migrants with batons but that did little to stop them passing into FYR Macedonia.

Skopje had declared a state of emergency on Thursday (August 20) and sealed its southern frontier to migrants pouring in at a rate of 2,000 per day en route to Serbia then Hungary and the Europe Union's borderless Schengen zone.

Outro video >>>https://www.youtube.com/watch?v=IfEtwpUxEDo

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Palmira e Dresden, Bárbarie e Civilização: onde está a fronteira?

Desden após o bombardeio
Visto de Samira antes do controle pelo Estado Islâmico
O Estado Islâmico, grupo insurgente que controla vasto território entre a Síria e o Iraque, continua sua guerra contra a História. Seguindo uma versão extremista do Islã que defende que o patrimônio arqueológico "leva à idolatria", os insurgentes já destruíram:

- O túmulo do profeta Jonas, de 700 anos;
- As ruínas da cidade de Hatra, de 2.300 anos;
- Relíquias da cidade de Nínive, de 2.700 anos;
- A cidade assíria de Nimrud, de 3 mil anos.

Nesta segunda-feira (24 de agosto), novas evidências mostraram a destruíção de mais um patrimônio arqueológico da humanidade: o templo de Baal-Shamin, na cidade antiga de Palmira.

Vista geral de Dresden após o bombardeio
O Estado Islâmico conquistou Palmira, conhecida localmente como Tadmur, em maio deste ano, em uma grande ofensiva tanto na Síria quanto no Iraque. Tadmur é um ponto estratégico na guerra porque é o local de vários campos de produção de gás e geração de energia elétrica. Ao mesmo tempo, abriga um dos mais importantes patrimonios históricos da região, a cidade antiga de Palmira, com ruínas de edificações e templos do período do Império Romano.

O temor de que o Estado Islâmico pudesse destruir as ruínas surgiu já com o cerco a Tadmur. Segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos, grupo com sede em Londres que faz oposição ao EI e ao regime de Bashar al-Assad, inicialmente os militantes estavam preocupados em encontrar tesouros arqueológicos para venda. Na semana passada, no entanto, a ONG divulgou que o EI executou o arqueólogo Khaled al-Asaad, que cuidava do patrimônio de Palmira, o que indicava que o grupo poderia começar a destruição os templos.

O diretor-geral de antiguidades da Síria, Maamoun Abdulkarim, confirmou que o Estado Islâmico destruiu o templo. Abdulkarim trabalha em Damasco, Síria, e não tem acesso a Palmira. Ele soube da explosão por meio de fontes que estão na região. Ainda há dúvidas sobre quando ocorreu a detonação. Segundo Abdulkarim, isso ocorreu no domingo (23). O Observatório Sírio indica que o templo pode ter sido destruído no mês passado, e as informações só vieram a público agora.

Cadáver em meio às ruínas de Dresden
Em nota, a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, classificou o ato do Estado Islâmico de "crime de guerra". "Essa destruição é um crime de guerra e uma imensa perda para o povo sírio e para a humanidade", disse. "Deash (uma das siglas do Estado Islâmico) está matando pessoas e destruindo construções, mas não poderá silenciar a história e fracassará em apagar a cultura da memória do nosso mundo".

Nesse momento da condenação justificada da qual esses atos são merecedores por parte do mundo que consideramos civilizado, cabe, no entanto, lembrar que a linha entre civilização e barbárie às vezes pode ser muito tênue ou, também, bastante contraditória.

Onde situaríamos, por exemplo, entre centenas de atos de igual barbárie, cometidos pelo mundo "civilizado", o bombardeio aéreo de Dresden? Ele foi efetuado durante a Segunda Guerra Mundial pelos aliados da Força Aérea Real (RAF) e a Força Aérea do Exército dos Estados Unidos entre 13 e 15 de fevereiro de 1945. Em quatro ataques-surpresa, 1 300 bombardeiros pesados lançaram mais de 3 900 toneladas de dispositivos incendiários e bombas altamente explosivas na cidade, a capital barroca do estado alemão de Saxônia. A tempestade de fogo resultante destruiu 39 quilômetros quadrados do centro da cidade.
Corpos amontoados de vítimas do bombardeio
Um relatório da Força Aérea dos Estados Unidos escrito em 1953 por Joseph W. Angell defendeu a operação como o bombardeio justificado de um alvo militar, industrial e centro importante de transportes e comunicação, sediando 110 fábricas e 50 000 trabalhadores em apoio aos esforços nazistas. Em contrapartida, diversos pesquisadores argumentaram que nem toda a infraestrutura comunicacional, como pontes, foram de fato alvo do bombardeio, assim como extensas áreas industriais distantes do centro da cidade. Alega-se que Dresden era um marco cultural de pouca ou nenhuma significância militar, uma "Florença do Elba", como era conhecida, e que os ataques foram um bombardeio indiscriminado e desproporcional aos comensuráveis ganhos militares.

Nas primeiras décadas após a guerra, estimativas de mortos chegavam a 250 000, número atualmente considerado absurdo. Uma investigação independente encomendada pelo conselho municipal de Dresden em 2010 chegou a um total mínimo de 22 700 vítimas, com um número máximo de mortos em torno de 25 000 pessoas.

Em comparação direta com o bombardeio sobre a cidade alemã de Hamburgo em 1943, onde se registrou uma das maiores operações aéreas de bombardeio realizadas pela Força Aérea Real conjuntamente com a Força Aérea dos Estados Unidos, matando, aproximadamente, 50 000 civis e destruíndo praticamente toda a cidade, e ao bombardeio de Pforzheim em 1945, que matou aproximadamente 18 000 civis, os ataques aéreos em Dresden não podem ser considerados os mais graves da Segunda Guerra Mundial. No entanto, eles continuam conhecidos como um dos piores exemplos de sacrifício civil provocado por bombardeio estratégico, ocupando lugar de destaque entre as causas célebres morais da guerra. Discussões pós-guerra, lendas populares, revisionismo histórico e propagandismo da Guerra Fria levantaram debates entre comentaristas, oficiais e historiadores a respeito da fundamentação ou não do bombardeio, e se sua realização teria constituído um crime de guerra.
Apesar de nenhum dos envolvidos no bombardeio de Dresden jamais ter sido acusado de crime de guerra, muitos defendem que o bombardeio foi,sim, um crime de guerra.
Ou a guerra justifica atos como bombardeio de Dresden e outros tantos ocorridos?
Na Síria, há também uma guerra.


Fonte: pesquisa

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

HUMOR- Pêerre


terça-feira, 18 de agosto de 2015

A MARCHA DOS HIPÓCRITAS - Leandro Boavista Fortes


Primeiro, vamos combinar uma coisa: se você votou em Aécio Neves, nas eleições passadas, você não está preocupado com corrupção.

Você nem liga para isso, admita.

Aécio usou dinheiro público para construir um aeroporto nas terras da família dele e deu a chave do lugar, um patrimônio estadual, para um tio.

Aécio garantiu o repasse de dinheiro público do estado de Minas Gerais, cerca de 1,2 milhão reais, a três rádios e um jornal ligados à família dele.

Isso é corrupção.

Então, você que votou em Aécio, pare com essa hipocrisia de que foi às ruas se manifestar porque não aguenta mais corrupção.

É mentira.

Você foi à rua porque, derrotado nas eleições passadas, viu, outra vez, naufragar o modelo de país que 12 anos de governos do PT viraram de cabeça para baixo.

Você foi para a rua porque, classe média remediada, precisa absorver com volúpia o discurso das classes dominantes e, assim, ser aceito por elas.

Você foi para a rua porque você odeia cotas raciais, e não apenas porque elas modificaram a estrutura de entrada no ensino superior ou no serviço público.

Você odeia as cotas raciais porque elas expõem o seu racismo, esse que você só esconde porque tem medo de ser execrado em público ou nas redes sociais. Ou preso.

Você foi para a rua porque, apesar de viver e comer bem, é um analfabeto político nutrido à base de uma ração de ódio, intolerância e veneno editorial administrada por grupos de comunicação que contam com você para se perpetuar como oligopólios.

Foram eles, esses meios de comunicação, emprenhados de dinheiro público desde sempre, que encheram a sua alma de veneno, que tocaram você como gado para a rua, com direito a banda de música e selfies com atores e atrizes de corpo sarado e cabecinha miúda.

Não tem nada a ver com corrupção. Admita. Você nunca deu a mínima para corrupção.

Você votou em Fernando Collor, no PFL, no DEM, no PP, em Maluf, em deputados fisiológicos, em senadores vis, em governadores idem.

Você votou no PSDB a vida toda, mesmo sabendo que Fernando Henrique comprou a reeleição para, então, vender o patrimônio do país a preço de banana.

Ainda assim, você foi para a rua bradar contra a corrupção.

E, para isso, você nem ligou de estar, ombro a ombro, com dementes que defendem o golpe militar, a homofobia, o racismo, a violência contra crianças e animais.

Você foi para a rua com fascistas, nazistas e sociopatas das mais diversas cepas.

Você se lambuzou com eles porque quis, porque não suporta mais as cotas, as bolsas, a mistura social, os pobres nos aeroportos, os negros nas faculdades, as mulheres de cabeça erguida, os gays como pais naturais.

Você odeia esse mundo laico, plural, multigênero, democraticamente caótico, onde a gente invisível passou a ser vista – e vista como gente.

Você não foi para a rua pedir nada.

Você só foi fingir que odeia a corrupção para esconder o óbvio.

De que você foi para a rua porque, no fundo, você só sabe odiar.

Leandro Boavista Fortes é um jornalista, professor e escritor brasileiro.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Eliane Castanhede colunista do DIÁRIO POPULAR e a "massa cheirosa"

Surgiu uma discussão que estamos repercutindo em A METADE SUL  a  respeito do alinhamento político do jornal DIÁRIO POPULAR antigo meio de comunicação da cidade e região.
O perfil editorial de um jornal costuma estar frequentemente de algum modo identificado com os interesses que abriga.
Não são tantos os jornais que conseguem manter uma linha independente e talvez fosse exigir demais que o Diário Popular a mantivesse.
Mas para tudo há limite.
Para reforçar  a constante campanha anti-governista assinada por colunistas locais, o jornal contratou Eliane Castanhede que perdeu o emprego na Veja e conhecida por se comportar como cabo eleitoral do PSDB.
Entre suas intervenções frequentemente desprovidas de ética jornalística uma celebrizou-se, registrada no video a seguir, ao se manifestar sobre a convenção do partido.
Não surpreende, portanto, que muitos leitores do jornal estejam se dispondo, e vários já o fizeram, a cancelar suas assinaturas.


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HUMOR - Humor com sotaque inglês



Your Saturday afternoon smile. :) -Darryl-
Posted by 98.1 CHFI on Sábado, 8 de agosto de 2015

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Desaparecimentos em Pelotas

O desaparecimento de uma professora universitária em Pelotas tem ocupado com destaque o noticiário recente e provocado manifestações de protesto, passeatas,com cartazes e apitos.
Mas há um aspecto que não tem merecido atenção e nem mereceria se não tivesse ocorrido o caso mencionado envolvendo pessoa de condição social na cidade.
A cada um dia e meio uma pessoa desaparece em Pelotas, não temos a informação se também menores e crianças, estes últimos às vezes em razão de sequestros hediondos.
A conta é assustadora. O delegado local Félix Rafanhin disse que 83 pessoas desapareceram em Pelotas nos quatro primeiros meses deste ano - 120 dias. Isso dá um desaparecimento a cada um dia e meio.
Segundo a polícia a investigação é a mesma em todos os casos.
Protesto ao som de apitos em manifestação de rua

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Nisto age a Polícia da forma a mais correta possível.
Mas pelo volume de casos pendentes pode-se supor que faltam recursos para solucioná-los.
A METADE SUL

sábado, 8 de agosto de 2015

O JOGO MIDIÁTICO DA CRISE


O JOGO MIDIÁTICO DA CRISEA filósofa Viviane Mosé dá uma aula sobre o método da Grande Mídia em traçar um cenário isolado do Brasil na crise econômica mundial. Análise que merece aplausos pela didática em apontar com clareza a narrativa do "quanto pior, melhor" de nossa imprensa. Imperdível.
Posted by Jandira Feghali on Sábado, 8 de agosto de 2015

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Noites paulistanas por Luiz Gonzaga Belluzzo

Três garotos negros parados por policiais... E a surpresa dos PMs ao descobrir que um deles era poliglota e morava em Estocolmo
"A trombada policial só confirmou a sensação de não se adequar a uma sociedade hipócrita"
Noite paulistana na Vila Ré. Noite gelada, regada pela garoa. Os primos Ygor, de 16 anos, Cayré, 17, e Yago, 13, saem do fast-food. Entre comentários sobre as vitórias do Palmeiras e brincadeiras, os garotos voltam para casa, a casa da avó, a corintiana Márcia.
No caminho são abordados por uma viatura da Polícia Militar. Brecada brusca, roda direita junto à guia. Portas fechadas ruidosamente. Os coturnos triscando o asfalto. Mãos nos coldres.
Gritos e safanões. “Mãos na parede, pernas abertas!”, berram os policiais. Giram os cassetetes para intimidar os meninos. Em seguida, batem no fígado da rapaziada, enquanto fazem a revista. Não encontram coisa alguma além dos celulares e dos tostões que sobraram dos burgers e batatas fritas.
Começa o interrogatório. Primeiro Cayré, aluno da Fatec, curso profissionalizante de Comércio Exterior. “Aonde vai, moleque?” “Pra casa da minha avó, logo ali, dois quarteirões pra frente.”
“E você, menino?” Yago responde que está na 7ª série.
“Também mora na casa da vovó, hein?” Yago responde com um meneio de cabeça. A voz quase não sai. O meganha insiste. Yago consegue emitir um quase inaudível sim.
Os policiais ainda rodam o cassetete. Chegam nos 16 anos de Ygor. O garoto observa os fardados da altura de 1,90 metro. “E você, grandão, também vai pra casa da vovó?” Ygor responde que sim, em um sotaque de erres e esses carregados. O meganha tem um esgar de estranhamento. Os três “investigados” sintonizaram a sensação de perplexidade da patrulha: um negro com sotaque. Os olhares e os sestros faciais dos policiais denunciavam febris imaginações. Tratar-se-ia de um haitiano, um desses negros imigrantes que roubam os empregos dos brasileiros, ou talvez um africano trapaceiro? Ainda, pior, um crioulo venezuelano empenhado em preparar a revolução bolivariana?
Ygor percebe os desencontros que atormentavam o cérebro do fardado, moreno escuro. Rapidamente, completa: “Eu ‘morro’ em Estocolmo”.
A desconfiança se converte à surpresa. “Estocolmo?”, pergunta o mais fortinho e mais simpático dos policiais.
“Estocolmo, na Suécia”, explica Ygor.
“Você fala inglês?” , atalha o outro, o mais carrancudo. Ygor confessa: “Falo sueco, inglês e espanhol, ‘esjtou’ aprendendo alemão. Quero ‘esjtudarr engenharria e trabalharr’ numa empresa alemã”.
Knock down. Abalroado pelo complexo de vira-lata, o policial apoia a retaguarda na viatura e, num murmúrio, anuncia: “Ah, então, bem, estão liberados”.
Yago, Cayré e Ygor chegam em casa. Contam a história. A avó pergunta a Yago, o menino de 13 anos: Você ficou assustado? “Não, vó. Meu pai já disse que isso sempre acontece com os negros.”
Ygor foi morar na Suécia aos 6 anos. A mãe, Viviane, passista da Nenê de Vila Matilde, trabalhava em um call center em São Paulo. Casou-se com um sueco, médico psiquiatra, hoje funcionário de um hospital em Estocolmo. Há dez anos na Suécia, o menino usufruiu todas as benesses do Estado de Bem-Estar. Saúde, educação, treinamento esportivo, atendimento psicológico. Adquiriu cidadania sueca. Só vem ao Brasil para visitar a avó e matar as saudades do Verdão, paixões que não abandonou e que não o abandonam.
Não quer voltar. A trombada policial só confirmou a sensação de não se adequar a uma sociedade hipócrita, violenta e racista. Os policiais que abordaram os meninos dificilmente seriam aceitos como brancos em uma inspeção ariana ou anglo-saxã. Nos anos de chumbo da ditadura, a professora exilada, tez mediterrânea, fazia inscrição em Oxford. A funcionária da universidade inglesa perguntou: “Cor?” A professora respondeu “branca”. Depois de registrar as respostas, a inglesa perguntou: “A senhora se considera realmente branca?”
Os policiais morenos assumem a “branquice” da alma. O “negro de alma branca”, expressão que trai a síndrome de Estocolmo. O submetido entrega-se às simpatias pelo opressor. A intimidação e o espezinhamento seculares escancaram sua verdade.
Os bem-intencionados, cultos e provavelmente brancos, os de cima, lamentam intelectualmente a exclusão como fenômeno socioeconômico. Mas suas boas intenções não alcançam compreender a dor profunda infligida aos negros brasileiros de carne e osso maltratados no calvário cotidiano da exclusão e da discriminação.

Jornais e comunidades - Nei Alberto Pies

O jornal impresso sempre cumpriu muitas funções, sobretudo nas pequenas comunidades gaúchas. Os imigrantes alemães e italianos sempre valorizaram os jornais que eram impressos nos idiomas deles. Os alemães assinavam o jornal St. Paulus-Blattt, impresso em alemão, lido e discutido entre – os letrados e interessados –, os quais, geralmente, eram lideranças das comunidades. Também assinavam o calendário, na forma de livro, denominado Ignatiuskalender. O mesmo era impresso em Porto Alegre e sob responsabilidade dos Padres Jesuítas Os imigrantes italianos, por sua vez, recebiam em suas comunidades o Jornal Correio Rio-grandense, editado a partir de 1909. Depois das celebrações dominicais, os principais títulos eram lidos para todos. Havia também havia assinaturas que eram feitas pelas famílias, diríamos mais abastadas, ou interessadas.
Tais jornais eram uma das poucas fontes de informação que eram geradas de fora dos contextos das comunidades do interior. Quando apareceu o rádio, o veículo praticamente tomou o lugar das informações, antes restrita aos jornais e aos relatos dos viajantes. O fato é que todo o jornal que era entregue na forma de assinatura, ou distribuído gratuitamente pelas prefeituras, sindicatos ou outras organizações, sempre despertava uma grande curiosidade na comunidade, principalmente por ser uma informação palpável (ilustrada com fotos, charges, pinturas a nanquim e noutras linguagens, com informações gerais e locais, que vinham ao encontro dos desafios comunitários, da organização e da produção escrita das próprias comunidades). Tudo o que vinha escrito era aceito como verdadeiro, a exemplo de outros impressos como a Bíblia, dos folhetos da celebração dominical e do livro de cantos, geralmente folclóricos e religiosos.
O jornal também cumpria funções práticas como embrulhar produtos alimentícios e frágeis, sobretudos nos bolichos, casas de comércio ou supermercados. Ao chegar nas famílias, na forma de embrulhos, os jornais cumpriam a função de informar seus leitores. Particularmente, eu era obstinado por jornais, justamente porque continham informações novas e diferentes, nem sempre muito compreensíveis ao meu entendimento. Justamente por isso, eu fui assíduo leitor dos jornais amassados, antes dos mesmos cumprirem sua última missão: acender o fogo do fogão à lenha.
Até hoje, nas comunidades do interior, o destino final do jornal, após a leitura, vai à caixa de lenha. Nas cidades, destinam-se à reciclagem, ou para cães, gatos e aves preservarem a higiene da casa. Nos centros urbanos, entopem bueiros ou servem para proteger do frio quem mora na rua. Mas mesmo antes de seu destino derradeiro, o jornal impresso ainda está disponível para cumprir função de informar e instigar curiosidades pelo mundo desconhecido.
Avalio como mágico, poderoso e instigante o poder e a influência dos jornais impressos nas pequenas comunidades. Acreditando neste poder, dez anos atrás, ajudei a construir um jornal impresso de uma rede municipal de ensino de um município do norte gaúcho com predominância de comunidades no interior. Chamava-se "Criando para encantar". Era uma publicação da Secretaria Municipal de Educação. O objetivo era contar as práticas educativas de cada escola. Em pouco tempo, tornou-se o Jornal de toda comunidade, distribuído a todas as famílias daquele município, tornando-se logo referência de informação à comunidade. Deixou de ser impresso porque dava muito trabalho.
Hoje, associo-me a jornais e revistas, impressos e virtuais, que têm como missão integrar as comunidades pelo caminho da informação. Produzir informação e jornalismo com responsabilidade social é uma das características que justificam a existência de jornais impressos, contanto que as informações neles contidos não sejam instrumentos de dominação, mas que sirvam para democratizar o conhecimento nas comunidades.  

Nei Alberto Pies, professor, escritor e ativista de direitos humanos

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O Picasso do INSS



Vídeo MAGNÍFICO!Esta história parece incrível, parece ficção, mas, para nosso desespero não é. Compartilho este pequeno trecho do (MARAVILHOSO, ASSISTAM!) documentário de 2014, dirigido pelo Jorge Furtado, chamado "Mercado de Notícias", para que vocês tenham uma pequena ideia de como nem tudo o que se publica, mesmo em grandes redações, é necessariamente verdade. E fica a reflexão: você faz sua crítica pessoal sobre a visão que tem do que lhe cerca? Consegue transcender a simples exposição de uma enxurrada de "notícias" que lhe é empurrada cotidiana e insistentemente? Ou por pressa e/ou preguiça de pensar aceita todo copo d'água que lhe é oferecido de bom grado?Cuidado: a realidade, somos nós quem inventamos.
Posted by Alexandre Valadão on Domingo, 2 de agosto de 2015

Os botos de Laguna

Borrachinha
 Os botos de Laguna (Santa Catarina,Brasil) que costumam acompanhar os pescadores no Canal do Molhes servindo-lhes literalmente de coadjuvantes na pesca são todos conhecidos pelo nome como se fizessem parte da comunidade.
Borrachinha é um deles.

sábado, 1 de agosto de 2015

Muitos ideais, uma imagem - Nei A.Pies

As dependências da Câmara de Vereadores de Passo Fundo ficaram pequenas para acolher a diversidade de ideais, numa noite chuvosa deste inverno: dia 08 de julho de 2015. Acontecia mais uma audiência pública, desta vez para ouvir a comunidade, através de suas organizações, sobre a Proposta do Plano Municipal de Educação de Passo Fundo, enviada pelo Executivo Municipal e que ...