segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

ADEUS PELOTAS QUE RESPEITA SEUS VALORES - P.R.Baptista

Pelotas, ao findar o ano, foi surpreendida por um ato de devastação.
Um ato autorizado oficialmente pela Prefeitura Municipal.
Isto em nome de um desconhecido pela população "projeto urbanístico" dito de "requalificação".
Qual o custo deste projeto? Quem se responsabiliza? Quem executa?
Ao se revelaram alguns pontos do projeto é averiguado que as árvores~, na maioria conforme ficou constatado saudáveis ou recuperáveis, são apontadas como "exóticas".
"Exótico", isto sim, é o projeto que não respeita, talvez até por desconhecer, o quanto aquele recanto da Saldanha Marinho está presente na vida e no imaginário da cidade.
Para Oscar Clasen, arquiteto e responsável como secretário durante o governo de Anselmo Duarte por iniciativas renovadoras, " Pelotas têm conjuntos emblemáticos como a Saldanha Marinho e a Duque de Caxias que são grandes exemplos"
A foto de 1928 mostra o aspecto do local, há quase um século, podendo-se ver as árvores, ainda bem jovens.
Mal se podia sequer imaginar que , passado um século, pudessem ser cortadas na raiz como lenha e carimbadas como "exóticas".
Pelo menos a população, conforme está demonstrado nas manifestações, está revoltada, entristecida, até sem entender muito bem o que acaba de acontecer.
Para os que costumavam fazer o trajeto, é quase como perder um ente querido.
Um detalhe, finalmente, a marcar a crueldade do ato é ter sido perpetado, ao som das motosserras,
nos dias mais quentes do ano com temperaturas da ordem de quarenta graus.
Pois matou-se, entre tantas coisas, a sombra que as árvores, frondosas, ofereciam e criou-se no lugar um deserto
Triste registro para encerrar um ano, por tantos acontecimentos, tão difícil.

domingo, 29 de dezembro de 2019

E ASSIM VAMOS PERDENDO... Supressão de árvores na Av. Sald. Marinho - Prof. MARCELO DUTRA


Pelotas insiste em andar para trás. A cada intervenção que se anuncia, um novo golpe nas árvores do caminho. Mas, o que poucos não percebem e quase ninguém se dá por conta, é que árvores bem estabelecidas e com porte compõe a qualidade de vida e as boas condições do nosso conforto urbano.
Arvores oferecem serviços ambientais diversos (sombra, filtro, proteção, redução de ruídos, controle térmico...). Precisam ser mantidas, substituídas e sua área de cobertura ampliada. Reduzidas nunca!
A supressão de árvores adultas por razões estéticas ou pela beleza de um projeto não se justifica. O motivo precisa ser mais nobre e o replantio garantido. Até quando vamos tolerar essa prática sem fiscalização? Onde está o planejamento desta cidade?
Sabe-se que a quantidade mínima preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 12 m² de área verde por habitante, e a ideal de 36 m², ou seja, cerca de três árvores por morador. No mundo, a referência é Estocolmo: são 86 metros quadrados de área verde por habitante. E já que estamos tão distantes, perto de 4 m², por que a Prefeitura insiste em exterminar o verde? Que coisa!
Estive no local no início desta tarde, conversei com os técnico e fiz o registro de algumas imagens. Justificaram a necessidade da supressão, defenderam que serão colocadas 600 mudas de arbustos e qua a cobertura arbórea da cidade está aumentando, pois árvores estão sendo plantaras em outras avenidas. O problema é que eu não vejo isso.
Na prática, enquanto a supressão de árvores adultas avança e novas mudas são plantadas o vandalismo ataca e o poder público nãos as repõe, tampouco se esforça para coibir e não investe na educação ambiental.
Segundo o Secretário Roberto Ramalho (Seplag) as intervenções nas árvores são realizadas por empresa especializada, contratada pela Construtora Pelotense, que executa as obras. Que todo o trabalho está fundamentado em laudos e conta com acompanhamento de biólogos e assistentes sociais (?). Que as árvores suprimidas (21) foram condenadas por decisão técnica, por estarem doentes e podres. No entanto, olhando de perto, o tronco cortado de algumas parecem saudáveis, mas como não sou especialista...
Enfim, acho que muita coisa falta nesta Administração, mas nada falta mais do que atenção e respeito ao coletivo. Seria bom que os nossos vereadores, fiéis representantes da comunidade, fiscais do Executivo, buscassem tomar conhecimento prévio das intervenções da Prefeitura, pois a cidade está ficando menos verde. E isso não é bom!

MP 914/2019, C0NSIDERAÇÕES - Lúcio de Almeida Hecktheuer


Com a publicação da MP 914/2019 que trata do processo de escolha dos dirigentes das universidades e dos institutos federais, o discurso de oposição a mesma vem se repetindo sem que aparecem novas alternativas.
Para as universidades pouco mudou no processo de escolha dos reitores. Um ponto que avançou foi a obrigatoriedade de realização de consulta a comunidade acadêmica para a formação da lista tríplice, prevista no Art. 2º da MP. Anteriormente não era obrigatória essa consulta podendo o conselho superior da universidade, por conta própria, organizar uma lista tríplice a ser enviada ao Presidente desde que esse fosse constituído por, no mínimo, 70% de docentes.
Agora, no que se refere aos institutos, as mudanças foram radicais. Acabaram as eleições para diretores dos campus, instituiu-se a lista tríplice para reitores e o peso dos votos dos docentes passou para 70%. Com essas colocações, fica claro que nos institutos estamos retrocedendo democraticamente na escolha dos seus reitores e diretores de campus.
Considerando que as universidades e institutos são instituições federais que têm como público alvo todos os brasileiros e o avanço da informática, inovo com a proposta de que a escolha de seus reitores se de através do voto universal e que todos os brasileiros possam, de forma facultativa, votar. Votar como? Voto pela internet por um período não superior a uma semana, com identificação pessoal e visual para que cada pessoa somente possa votar uma vez e que seja ela própria que esteja votando. Entendo também que seja salutar para a democracia e transparência das gestões públicas a rotatividade nos cargos sendo assim contrário a reeleição dos reitores e diretores gerais de campus.
Está lançado o desafio para uma maior democratização nas instituições de ensino. Como implementar essa ideia é uma questão a ser pensada e planejada!!! Lembrando, nada é impossível se tivermos vontade política para implementá-las.

(*) Professor do IFSul

TRAÇÃO HUMANA - P.R.Baptista

Com a crise econômica e o desemprego cresceu assustadoramente o número de pessoas que buscam sua sobrevivência na atividade de recolher material reciclável para vender.
É uma atividade inteiramente precária que não pode ser interrompida nunca, com frio, com calor, com chuva, com debilidade física.
Dela depende não só a sua própria sobrevivência mas, frequentemente, da família.
Hoje, por exemplo, a sensação térmica é de 42° sem qualquer previsão de condições de tempo mais favoráveis.
O noticiário privilegia informes e reportagens sobre as condições nas praias e os questões correlatas como as condições das estradas, etc..
O catador, puxando com dificuldade seu carrinho ( tem um décimo da força de um cavalo), leva um dia tendo que percorrer grande distância,  para recolher material que lhe permita, ao menos, ter alguma coisa para comer.
Nós, lulistas ou bolsonaristas, neste momento nos irmanamos preocupados com o preço da gasolina, do chopp e a espessura do fio dental.

sábado, 28 de dezembro de 2019

PODA NA SALDANHA MARINHO DEVASTA UM CARTÃO POSTAL DE PELOTAS - P.R.Baptista

 Cena inacreditável da devastação ( foto Marcelo Dutra)

A lembrança que não pode ser esquecida

A Prefeitura de Pelotas, não sabe bem o motivo ( o apresentado, do risco, não se sustenta) ou em nome de algum projeto não discutido, determina a EXTINÇÃO de um admirável renque de árvores remanescentes em Pelotas localizadas na Saldanha Marinho.
O risco apresentado por árvores antigas só justifica uma ação desta monta após um exame documentado comprobatório de suas condições.
Segundo informa a Prefeitura está à frente do projeto de revitalização da via, por meio da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag). O secretário Roberto Ramalho declara que as intervenções nas árvores são realizadas por empresa especializada, contratada pela Construtora Pelotense, que executa as obras.
Das 96 árvores, 72 serão mantidas e, nelas, são realizadas intervenções de tratamento fitossanitário, que incluem poda e limpeza, e valorizam o espaço.
Das demais indicadas para supressão, 21 estão condenadas por doenças e apodrecimento. Para lembrar, parte de uma delas caiu por si só há poucas semanas.

Chama a atenção o número de árvores abatidas, 24 ao todo!
Ou seja, isto leva a supor que as árvores nunca tiveram o cuidado que mereciam.
Tivessem tido este recanto integrante da paisagem natural e cultural da cidade certamente não daria motivos para uma ação tão drástica.

NOTA: A Ouvidoria, desde maio, também recebe as solicitações de supressões e podas. O atendimento antes era restrito à sede da SQA, na avenida Domingos de Almeida, 1490. Como forma de desburocratizar e facilitar o acesso à população, o cidadão pode dirigir-se diretamente ao saguão da Prefeitura para protocolar o pedido, ou pelo telefone 156.
É necessário apenas informar o endereço do imóvel. Na Secretaria, a aprovação ou não do pedido leva em conta o tipo de árvore, já que existem espécies protegidas por lei, além de condições fitossanitárias específicas e análise de risco de queda.


sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

CARGA VIVA - Tiago Ribas

:
Duas palavras que são um soco no meu estômago.
Na estrada, paro ao lado de um caminhão cheio de porquinhos, e me dou conta de que estão indo para festas nas quais não gostariam de comparecer. Todos reunidos assim, lavados sob os jatos de água que os aliviam do calor fatal da estrada, eles me lembram a que espécie bárbara eu pertenço.

No início, você come simplesmente... carne. Saboreia o bacon, a gordura assada... Que delícia. O prazer, o esquecimento... O acordo tácito com si mesmo para não lembrar.
Um dia então você começa a comer gritos, pânico, medo pavoroso de uma morte matada num corredor em fila, diante do assassino a revolta de quem não quer morrer, a perplexidade, a impotência. Você passa a comer as horas e os dias de viagem amontoados numa carreta, focinho de um no traseiro de outro, no calor insuportável... E aí então, quando você percebe o que você está comendo realmente, começa a ficar difícil digerir...

RAMILONGA - Vitor Ramil

QUERENCIA - Vitor Ramil

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Bolsonaro acaba com voto paritário para Reitor das Instituições Federais


O presidente Bolsonaro editou uma Medida Provisória na véspera de Natal mudando as regras para a escolha de dirigentes das instituições federais de ensino.

A principal mudança é o fim da paridade na comunidade acadêmica. A partir de agora, os votos dos professores tem peso muito maior, de 70% do total. Os estudantes representarão 15% e os técnicos administrativos, representarão os outros 15%.

Além disso a Lista Tríplice não será mais enviada pelo Conselho Universitário (composto por representantes da comunidade acadêmica), mas será diretamente formado pelos três primeiros votados dessa consulta.

Na prática, o presidente passará a decidir quem será o Reitor ou Diretor da Instituição. O escolhido poderá ser o segundo ou o terceiro colocado na disputa das eleições.

O Presidente da UNE, Iago Montalvão, comentou a MP pelo Twitter:

Bolsonaro não dá um segundo de paz. Esperou o povo estar nas festas de Natal para na surdina editar uma Medida Provisória que reduz a democracia nas universidades.

Alterou a forma de consulta para reitores nas UFs e IFs, reduzindo peso do voto de estudantes e técnicos.

É mais um caso de uso abusivo do instrumento da Medida Provisória, só em 2019 foram mais de 30 MPs, a maioria nem sequer chegou a ser votada.

A íntegra da MP está neste link .http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv914.htm

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

O FIM DO SERVIÇO PÚBLICO? -Bolsonaro assina decreto que extingue cargos efetivos e veda abertura de concursos


Jair Bolsonaro assinou o decreto que extingue cargos efetivos vagos e que vierem a vagar; Além disso, vedou abertura de novos concursos públicos em diversos cargos do governo federal
Por Saulo Moreira ultima atualização 22/12/2019 às 10:49

O presidente da República, Jair Bolsonaro, assinou o decreto que extingue cargos efetivos vagos e que vierem a vagar dos quadros de pessoal da administração pública federal. Além disso, a medida veda a abertura de concurso público e o provimento de vagas adicionais para determinados cargos do governo federal.

De acordo com o decreto, publicado no Diário Oficial da União do dia 20 de dezembro, ficarão vedados concursos para cargos técnicos-administrativos em educação nas funções de Assistente de Direção e Produção, Confeccionador de Instrumentos Musicais, Editor de Imagens, Instrumentador Cirúrgico, Mestre de Edificações e Infraestrutura, Operador de Câmera de Cinema e TV, Revisor de Textos Braille, Técnico em Agrimensura, Técnico em Alimentos e Laticínios, Técnico em Artes Gráficas, Taxidermista, Técnico em Anatomia e Necropsia, Técnico em Audiovisual, Técnico em Cinematografia, Técnico em Edificações, Técnico em Eletrotécnica, Técnico em Eletromecânica, Técnico Equip – Médico Odontológico, Técnico em Geologia, Técnico em Herbáreo, Técnico em Higiene Dental, Técnico em Hidrologia, Técnico em Instrumentação, Técnico em Mecânica e Técnico em Metalurgia.

Além disso, ficarão vedados de abertura de concurso público os cargos de Técnico em Meteorologia, Técnico em Mineração, Técnico em Móveis e Esquadrias, Técnico em Música, Técnico em Nutrição e Dietética, Técnico em Ótica, Técnico em Prótese Dentária, Técnico em Química, Técnico em Restauração, Técnico em Segurança do Trabalho, Técnico em Som, Técnico em Telecomunicação, Técnico em Telefonia, Tradutor Intérprete de Linguagem de Sinais, Transcritor de Sistema Braille, Desenhista Técnico Especializado, Técnico em Eletricidade, Técnico em Estatística, Técnico em Manutenção de Áudio Vídeo,  Administrador de Edifícios, Assistente de Tecnologia da Informação, Auxiliar de Enfermagem, Cenotécnico, Locutor, Operador de Luz, Operador de Rádio-Telecomunicações, Programador de Rádio e Televisão, Técnico em Eletrônica, Assistente Técnico de Embarcações, Coreógrafo, Diretor de Artes Cênicas, Diretor de Fotografia, Diretor de Produção, Editor de Publicações, Jornalista, Músico-Terapeuta, Programador Visual, Publicitário, Redator, Regente, Relações Públicas, Roteirista e Sanitarista.

O decreto informa, ainda, que 27.611 vagas em cargos efetivos serão extintos, no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional.
Confira

sábado, 21 de dezembro de 2019

PROFESSOR DO IFSUL DESENVOLVE PESQUISA DE MATEMÁTICA


Objetivo é conectar a matemática e a física com situações reais, facilitando o aprendizado

Buscando auxiliar no desenvolvimento de conceitos básicos da geometria, o professor Gilmar de Oliveira Gomes desenvolveu ferramentas de ensino inovadoras, facilitando o aprendizado dos alunos. Empregados na disciplina de geometria analítica, ofertada aos cursos de engenharia química e elétrica, os protótipos ainda estão sendo testados em situações pontuais dentro da sala de aula e tem como principal finalidade conectar a matemática e a física com situações reais.

A motivação para a iniciativa veio das dificuldades percebidas pelo professor durante a disciplina, como a insuficiência de conhecimentos básicos, a transição entre o ensino médio e superior e a necessidade de estabelecer uma escolha profissional. Além disso, Gilmar destaca a situação de desistência, evasão e reprovação divulgada em artigos científicos, que analisam o ensino de engenharia em todo o país, retratando a assimetria entre o ensino da matemática e outras disciplinas.

Assim, em 2018 iniciou um projeto de ensino com o intuito de construir equipamentos didáticos para o recém criado Laboratório de Estatística, além de organizar um Laboratório de Ensino de Matemática. Buscando a viabilização desse espaço físico, em 2019 conseguiu a liberação de uma sala e iniciou os primeiros passos concretos do projeto.

“Atualmente estou empenhado em estudar as potencialidades educativas dos equipamentos construídos até aqui, em sua maioria protótipos, para posteriormente buscar financiamento e replicá-los, a fim de proporcionar acesso ao maior número possível de alunos”, destaca.

A criação e desenvolvimento dos equipamentos contou com a contribuição da equipe do Departamento de Manutenção e Estrutura (Deme) e suas instalações. Mas o processo foi difícil e esbarrou em limitações financeiras para aquisição de suplementos, necessários para a construção dos protótipos e compra de equipamentos já existentes. Além disso, também foram necessários recursos para a elaboração de réplicas, a fim de possibilitar pequenos grupos de alunos a desfrutar das oportunidades de aprender fazendo, desenvolvendo a criatividade e o espírito científico e desmistificando o medo de errar.

Recentemente, o professor criou também um projeto de ensino, que pretende produzir sequências didáticas para serem testadas em turma piloto. O trabalho será baseado na teoria da Matemática no Contexto das Ciências (MCC), desenvolvida por Patrícia Camarena a partir de 1982, no Instituto politécnico do México. Com o objetivo de refletir a respeito do ensino de Matemática em cursos de Engenharia, a teoria se fundamenta em três paradigmas: a matemática é uma ferramenta de apoio e disciplina formativa; a matemática tem uma função específica no nível universitário; e os conhecimentos nascem integrados.

“O intuito é que os professores interessados em utilizar esses equipamentos em suas aulas disponham das sequências didáticas associadas às ferramentas, estabelecendo em quais situações seria mais adequada a sua utilização”, finaliza Gilmar.

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

PROJETO DE PROIBIÇÃO DAS CHARRETES AMEAÇA TRABALHADORES E FAMILIAS - P.R.Baptista

foto P.R.Baptista
Em projeto a dar entrada para votação na Câmara de Vereadores, a vereadora Cristina Oliveira, vereadora do PDT e vice-presidente do partido,  submete à aprovação medidas relativas ao emprego de tração animal, charretes em especial, em nossa cidade.
Já na abertura estabelece

Art.1 Fica proibida nos limites do Municipio de Pelotas a utilização de veículos movidos a tração animal e a exploração animal para este fim.

O restante do projeto limita-se a estabelecer regras gerais relativas ao cumprimento da proibição.
Cabe esclarecer que já existe legislação precedente sobre a questão, em especial a Lei nº 4 604 de 18 de dezembro de 2000, assinada pelo prefeito Anselmo Rodrigues, que dá garantia aos trabalhadores
que dependem da utilização de tração animal trafegarem e a Lei n° 5678 de 8 de abril de 2010 que estabelece regras,inclusive apontando infrações e prevendo penalidades, para o exercício desta atividade.
Ou seja, sob este aspecto, a única novidade do projeto é a introdução do artigo primeiro citado acima.

O projeto, em nenhum momento , considera o fato, de suma importância , de ser a atividade neste momento o meio de sustento de um número considerável de trabalhadores ( 800 famílias segundo estimativa) que não dispõem de outro meio de manterem a si e aos familiares.
Este fato é agravado pelo momento econômico em que o desemprego alcança patamares alarmantes.

 Um projeto desta natureza voltado a eliminar de forma sumária uma atividade econômica tão estabelecida deve ser precedido de um estudo sério, aprofundado, de todo o contexto que está envolvido e, frequentemente, desconhecido totalmente pela maioria da sociedade.

E não há como desconsiderar, como ponto de partida, que os charreteiros são, antes de mais nada, trabalhadores, e que fazem da charrete, além da atividade de sustento, um veículo para uso geral, inclusive de transporte doméstico e de lazer, do mesmo modo que as famílias que possuem automóveis.

O caso dos que são também catadores, pois recolhem o material que vendem do lixo, o papel que desempenham tem uma dimensão toda especial pois contribuem de forma decisiva para o processo de reciclagem e tem dado, ao longo do tempo, uma contribuição fundamental para a sociedade..
Cabe lembrar que, neste particular, já estão direta e fortemente ameaçados pela presença de uma empresa que, a um custo altíssimo pago pela Prefeitura , custo este subvencionado pela taxa do lixo cobrada dos contribuintes, e que faz do lixo uma atividade lucrativa.

Antes que as charretes sejam proibidas uma empresa privada já as terá excluído ( foto P.R.Baptista)

Quanto aos maus tratos que tem sido colocados como o argumento mais reiterado para o encerramento da atividade, ignora-se que :
1) já existe uma legislação para coibir, cabe portanto fiscalizar para que seja cumprida;
2)  restringem-se a casos isolados, nem de longe correspondem à prática da maioria;
3) conforme constatamos , in loco, não coincide com os cuidados e, inclusive, carinho, que os charreteiros tem pelos seus animais
O cavalo como parceiro de trabalho


Acaba-se, no entanto, da forma como estes ataques são feitos, ao promoverem uma campanha que joga os charreteiros contra a comunidade e que avança, nas redes sociais, por criar um clima de ódio a estes trabalhadores, incitando manifestações muito próximas ao linchamento..
Comentários de que são seres desprezíveis  e que deveriam ser postos, eles próprios, a puxar as charretes são frequentes.
Esquece-se, neste aspecto,  um dado elementar. Como um cavalo tem a capacidade de tração de 10 homens seria necessário um exército de homens para dar conta do mesmo volume de carga
Aliás, cabe mencionar que este exército já existe constituído por homens que de forma desumana puxam com as próprias forças reboques atravessando a cidade de ponta a ponta.

O "cavalo" invisível ( foto P.R.Baptista)

É o momento, a partir das considerações feitas, de analisar em profundidade a questão. 

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

PSB EM PELOTAS : COMO SE SUSTENTA?


A legenda partidária do PSB de Pelotas está em xeque
A partir de notícias surgidas na imprensa e rapidamente difundidas pelo meio político e às vésperas das eleições municipais, momento de agitação nos bastidores da política, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) passa por um momento crítico e de incertezas na sua condução. O atual Presidente do Partido, Tony Sechi, acaba de ter sua prestação de contas relativa à candidatura para deputado federal em 2018 desaprovada, por unanimidade, pela Procuradoria Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul e acatada pelo Procurador Regional Eleitoral Luiz Carlos Weber. Além da desaprovação, houve a determinação da devolução ao Tesouro Nacional do total dos recursos públicos recebidos. Tony recebeu através dos fundos partidário e eleitoral do PSB R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para obter 6.849 votos (R$73,00 por voto) não atingindo sequer os 10% do quociente eleitoral que o habilitaria a pleitear uma vaga na cota de deputados do PSB.
A Procuradoria Regional Eleitoral emitiu Parecer Conclusivo apontando irregularidades na prestação de contas visto que Tony não apresentou documentos fiscais idôneos.
As inconsistências observadas correspondem a 94,5% da receita auferida por Tony (R$472.500,00 dos R$500.000,00 recebidos).
Por fim a Procuradoria Regional Eleitoral conclui que “Identificado indício de apropriação, pelo candidato, de bens, recursos ou valores destinados ao financiamento eleitoral, em proveito próprio ou alheio, cópia dos autos deve ser encaminhada ao Ministério Público Eleitoral para apuração do ilícito criminal previsto em Lei.” Simultaneamente a desaprovação da sua prestação de contas eleitoral, Tony Sechi sofre processo administrativo interno no PSB Estadual o qual aponta uma série de irregularidades na sua condução partidária do PSB em Pelotas. Dentre as principais irregularidades da sua gestão tem-se a inaptidão do CNPJ do Partido, a não prestação de contas anual à Justiça Eleitoral e uma dívida, já em cobrança cartorial, de mais de R$ 21.000,00 relativa ao aluguel da sede do Partido. Esse processo encontra-se na Executiva Estadual do PSB desde 01 de julho de 2019 mas esta ainda não se pronunciou a respeito.
A atual situação em que se encontra o PSB de Pelotas, segundo avaliações, o fragiliza para a composição da sua nominata de candidatos a vereadores para 2020 e possíveis coligações para a eleição majoritária à prefeitura de Pelotas.
Uma situação a exigir das instâncias superiores do PSB medidas que afastem a sombra que passa a pairar sobre a credibilidade do partido .

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Radiografia da Câmara aponta paralisia e ineficiência em programas do MEC

Levantamento indica baixo investimento e grande rotatividade de funcionários; comissão menciona diagnóstico ‘assolador’
Uma radiografia realizada no Ministério da Educação por uma comissão da Câmara dos Deputados indicou paralisia tanto no planejamento quanto na execução de políticas públicas por parte da pasta comandada pelo ministro Abraham Weintraub.

Na lista dos problemas identificados estão desde a falta de ações concretas para o fomento da alfabetização até a alta rotatividade de funcionários comissionados. O MEC alega que programas serão lançados em breve e o descontingenciamento de recursos é recente.

É a primeira vez que um grupo assim é formado no Legislativo para averiguar o trabalho de um ministério. “O diagnóstico é assolador e mostra que a fragilidade do planejamento e da gestão do MEC afetou diretamente a formulação e a implementação das políticas educacionais”, diz o relatório da comissão, com 265 páginas, obtido pelo jornal O Estado de São Paulo.

O grupo foi criado em abril pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a partir do requerimento de 50 deputados de 12 partidos diferentes – a maioria da oposição e do Centrão. O relator do trabalho é o deputado Felipe Rigoni (PSB-ES) e a coordenação está nas mãos da deputada Tabata Amaral (PDT-SP).

A comissão foi criada logo após Tabata protagonizar um áspero bate-boca com o professor Ricardo Vélez, o primeiro escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para comandar a pasta. Na ocasião, a deputada cobrou duramente o ministro. Dez dias depois, Vélez foi demitido e Weintraub assumiu o seu lugar.

Tabata e Rigoni são os mesmos escalados por Maia para elaborar o pacote de projetos na área social, antecipado pelo Estadão no mês passado. O presidente da Câmara busca protagonismo na agenda social justamente no momento em que o governo Bolsonaro se prepara para enviar ao Congresso medidas  amargas, desta vez com os pacotes fiscal e administrativo.

Na prática, o trabalho dos parlamentares mostrou que a Política Nacional de Alfabetização – única meta específica do MEC nos primeiros cem dias de governo – não resultou, até o momento, na apresentação de um plano de ação detalhado. Desta forma, municípios e Estados ainda não sabem  nem quando a iniciativa chegará às escolas e quais projetos e atividades terão prioridade.

Em um ano marcado pelo contingenciamento de recursos da Educação, mesmo os valores que não sofreram bloqueio tiveram baixo índice de execução. Entre elas estão ações citadas como “apoio ao desenvolvimento da educação básica”, com repasse próximo a zero até julho. No mesmo intervalo, apenas 4,4% da verba reservada para investimentos do MEC foi executada – o relatório assinala que o montante gasto acabou sendo de “menos da metade no mesmo período de 2018 (11,7%)”. Em números absolutos foram R$ 184,06 milhões investidos em 2019, ante R$ 457,62 milhões em 2018.

“A baixa execução orçamentária em diversos programas denota a baixa capacidade de gerenciamento dos gestores responsáveis”, aponta o relatório.

Uma das razões para a lentidão no trabalho do MEC, segundo o relatório, é a alta rotatividade nos cargos comissionados. Nos nove primeiros meses, o tempo médio de permanência no mesmo setor foi de 112 dias. Em igual período  da gestão Temer, por exemplo, a média foi de 150 dias.

Para fazer o diagnóstico, o grupo afirma ter usado informações do MEC, além de ter feito visitas técnicas e obtido dados no Portal da Transparência. A comissão diz ter pedido audiência com Weintraub para discutir a avaliação, mas o ministro teria ignorado.

Procurado pelo Estadão na segunda-feira (25), o MEC informou que “lançará em breve programas e materiais sobre a Política Nacional de Alfabetização”.

EDUARDO LEITE DEFENDE PRIVATIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO.


O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (RS-PSDB), defendeu hoje que a contratualização de serviços na educação, transferindo para o setor privado essa responsabilidade na educação primária. Segundo ele, uma reforma no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) deveria ser endereçada para que os recursos pudesse ser utilizados para esse fim.

Em evento do Centro de Liderança Pública (CLP), ele afirmou que, com a universalização de acesso à escola e creches, fixada no Plano Nacional de Educação, os municípios fazem novos concursos públicos mesmo diante do caixa apertado.

“Municípios fazem concursos públicos para um público que só vai reduzir nos próximos anos, pela queda da natalidade. E você vai ficar com o custo de professores e suas futuras aposentadorias. Você está contratando 100 anos de gasto”, disse.

Para Leite, o estado deve se ater a apenas algumas áreas, como na segurança pública. E, nas demais, atuar apenas na fiscalização e regulação. Segundo ele, o Estado tem que sair, por exemplo, dos setores de infraestrutura, como no saneamento e na operação de rodovias. E emendou: “Vamos conceder todas as rodovias para a iniciativa privada”, disse.

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

O NOME DISSO É BURRICE! - Árvores são retiradas do Largo de Portugal -PROF. MARCELO DUTRA


Que triste! Pelotas está andando para trás e nada parece ser tão ruim, em matéria de meio ambiente, quanto saneamento, cobertura arbórea e conforto urbano. A cada novidade um golpe na nossa qualidade de vida. Até quando vamos tolerar isso? Sabe-se que a quantidade mínima preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 12 m² de área verde por habitante, e a ideal de 36 m², ou seja, cerca de três árvores por morador. No mundo, a referência é Estocolmo: são 86 metros quadrados de área verde por habitante. E já que estamos tão distantes, perto de 4 m² ... Porque a Prefeitura insiste em exterminar o verde? O que ganhamos em eliminar árvores estabelecidas, que não atrapalham? Lembrando que, na medida que árvores saem de cena, por onde é asfalto ou pedra, fica mais quente e todos nós sofremos com o calor. Que burrice!
A Seplag explica que a medida faz parte das obras de revitalização do espaço e garante que outras 20 serão replantadas na cidade.
Fonte: Diário Popular
Acesse https://mla.bs/0bd9c6bb
Foto: Carlos Queiroz - DP

Cloudy day in Gotham City! - ADRIANA CUNHA


ACADEMIA CORPO & DANÇA - Apresentação


sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Rodrigo Maia. alternativa para ser vice de Lula?

“Ele é um ex-presidente da República e eu não recusaria o encontro. Mas agora é hora

de cuidar do meu projeto” declarou o presidente da Câmara


Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Ainda de acordo com Faria, o deputado José Guimarães, autor da proposta de encontro
 entre Lula e Maia, não esconde que gostaria de ver o atual presidente da Câmara como
 vice do ex-presidente.

II SEMANA CULTURAL DA CATEDRAL


quarta-feira, 20 de novembro de 2019

A NEGRITUDE EM PELOTAS, POR QUE SE OCULTA? - César Brisolara

Pelotas é uma cidade com 328.275 habitantes segundo o último Censo de 2010 e tem cerca de 342.873 habitantes segundo a estimativa do próprio Instituto para 2015. Desta população se auto declararam negros e pardos no Censo um total de cerca de 25.000 pessoas, menos de 10% da população.
Podemos questionar os dados até por amostragem visual, mas é preferível identificarmos na própria proporção de negros que se auto declaram como tal a necessidade de entendermos os motivos que cercam esse reconhecimento da própria identidade.
Uma cidade que no censo de 2000 possuía cerca de 15% de sua população se auto declarando negra, cerca de 16% da população na época, perdeu população negra ou a própria auto imagem da cidade influencia o reconhecimento da própria etnia por parte da população?
A dúvida é pertinente se observarmos a própria composição étnica dos cargos da administração municipal, onde não há um negro sequer.
O que mudou na cidade que em 1814 possuía cerca de 25 mil negros, entre escravizados e livres, para 32 mil brancos; Em 2000 possuía cerca de 16% de sua população se reconhecendo negra e em 2010 esse percentual caiu para menos de 10% de reconhecimento entre negros e pardos?
Será que a população negra de Pelotas diminuiu, na contramão da população brasileira, ou será que a pressão da imagem da cidade, branca e cosmopolita, propagandeada nos cartazes, nas festas e eventos oficiais, na ideia da “Princesa do Sul” das charqueadas, onde fica o museu da Baronesa Branca e não o Fica Ahí Prá Ir Dizendo, impõe também uma ideia de que a cor negra não é exatamente algo que seja interessante adotar como identidade?
Pelotas, da torcida Xavante, a reconhecidamente mais negra do estado, é uma cidade onde a cor negra representa menos de 10% de sua população? No que a Pelotas do Centro Ethiópico, da Frente Negra Pelotense, do Depois da Chuva; Chove Não Molha; Fica Ahí Prá Ir Dizendo; Está Tudo Certo; Quem Ri de Nós Tem Paixão e do jornal A Alvorada se transformou? Sua identidade negra se diluiu, tornou-se branca, empalideceu, embranqueceu ou foi embranquecida a ponto de tornar-se invisibilizada?
As razões para que uma cidade com uma enorme população negra, reconhecida como a mais negra do Rio Grande do Sul, e com um associativismo negro reconhecido historicamente, amplamente estudado pela Universidade Federal de Pelotas, e demais universidades do Rio Grande do Sul, é algo a ser investigado, porém é inegável que uma cultura hegemônica que se entende como majoritariamente branca tem larga influência na própria percepção de identidade afrodescendente de Pelotas.
Passado o dia 14, 171 anos do vergonhoso Massacre de Porongos da Guerra civil farroupilha e as vésperas do dia 20 de Novembro é fundamental discutirmos porque a Pelotas negra se oculta, ou é escondida, de si mesmo e por quem culturalmente opta historicamente por preferir ser visto como parte da elite senhora de escravos a ver-se como uma sociedade multiétnica, poderosa e profundamente influenciada por uma africanidade orgulhosa. Africanidade essa que está ai nas ruas, todo dia construindo uma Princesa do Sul, uma princesa negra corajosa e não uma imagem de senhora pálida esposa do Barão.
Que Pelotas é a Pelotas de Verdade? A Pelotas Afrobrasileira ou a Pelotas cuja imagem branca influencia até o cotidiano de uma sociedade visualmente negra? Quem puder responder Fica Ahí Prá Ir Dizendo, porque nós, orgulhosos, vamos procurar A Alvorada, saindo desse Chove Não e honrando nossa identidade, a mesma do centro ethiopico e da Frente Negra Pelotense

A NEGRITUDE EM PELOTAS, POR QUE SE OCULTA? - César Brisolara


Pelotas é uma cidade com 328.275 habitantes segundo o último Censo de 2010 e tem cerca de
342.873 habitantes segundo a estimativa do próprio Instituto para 2015. Desta população se auto
declararam negros e pardos no Censo um total de cerca de 25.000 pessoas, menos de 10% da
população.
Podemos questionar os dados até por amostragem visual, mas é preferível identificarmos na própria
proporção de negros que se auto declaram como tal a necessidade de entendermos os motivos que
cercam esse reconhecimento da própria identidade.
Uma cidade que no censo de 2000 possuía cerca de 15% de sua população se auto declarando negra,
cerca de 16% da população na época, perdeu população negra ou a própria auto imagem da cidade
influencia o reconhecimento da própria etnia por parte da população?
A dúvida é pertinente se observarmos a própria composição étnica dos cargos da administração
municipal, onde não há um negro sequer.
O que mudou na cidade que em 1814 possuía cerca de 25 mil negros, entre escravizados e livres,
para 32 mil brancos; Em 2000 possuía cerca de 16% de sua população se reconhecendo negra e em
2010 esse percentual caiu para menos de 10% de reconhecimento entre negros e pardos?
Será que a população negra de Pelotas diminuiu, na contramão da população brasileira, ou será que
a pressão da imagem da cidade, branca e cosmopolita, propagandeada nos cartazes, nas festas e
eventos oficiais, na ideia da “Princesa do Sul” das charqueadas, onde fica o museu da Baronesa
Branca e não o Fica Ahí Prá Ir Dizendo, impõe também uma ideia de que a cor negra não é
exatamente algo que seja interessante adotar como identidade?
Pelotas, da torcida Xavante, a reconhecidamente mais negra do estado, é uma cidade onde a cor
negra representa menos de 10% de sua população? No que a Pelotas do Centro Ethiópico, da Frente
Negra Pelotense, do Depois da Chuva; Chove Não Molha; Fica Ahí Prá Ir Dizendo; Está Tudo
Certo; Quem Ri de Nós Tem Paixão e do jornal A Alvorada se transformou? Sua identidade negra
se diluiu, tornou-se branca, empalideceu, embranqueceu ou foi embranquecida a ponto de tornar-se
invisibilizada?
As razões para que uma cidade com uma enorme população negra, reconhecida como a mais negra
do Rio Grande do Sul, e com um associativismo negro reconhecido historicamente, amplamente
estudado pela Universidade Federal de Pelotas, e demais universidades do Rio Grande do Sul, é
algo a ser investigado, porém é inegável que uma cultura hegemônica que se entende como
majoritariamente branca tem larga influência na própria percepção de identidade afrodescendente
de Pelotas.
Passado o dia 14, 171 anos do vergonhoso Massacre de Porongos da Guerra civil farroupilha e as
vésperas do dia 20 de Novembro é fundamental discutirmos porque a Pelotas negra se oculta, ou é
escondida, de si mesmo e por quem culturalmente opta historicamente por preferir ser visto como
parte da elite senhora de escravos a ver-se como uma sociedade multiétnica, poderosa e
profundamente influenciada por uma africanidade orgulhosa. Africanidade essa que está ai nas ruas,
todo dia construindo uma Princesa do Sul, uma princesa negra corajosa e não uma imagem de
senhora pálida esposa do Barão.
Que Pelotas é a Pelotas de Verdade? A Pelotas Afrobrasileira ou a Pelotas cuja imagem branca
influencia até o cotidiano de uma sociedade visualmente negra? Quem puder responder Fica Ahí
Prá Ir Dizendo, porque nós, orgulhosos, vamos procurar A Alvorada, saindo desse Chove Não e horando nossa identidade, a mesma do centro ethiopico e da Frente Negra Pelotense

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

PDT FECHA QUESTÃO CONTRA TAXA DE ILUMINAÇÃO

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Em reunião realizada na sede o Diretório Municipal do PDT fechou questão contra a aprovação do projeto enviado à Câmara de Vereador pela Prefeitura de criação de taxa de iluminação.
A bancada do PDT, vale lembrar, tem 3 vereadores.
Resta saber a posição dos outros partidos de oposição e dos vereadores em geral.

FEIRA DO LIVRO - "ENEIDA TROPICAL" - Demetrius Ricco Ávila

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ESCOLA ESTADUAL COM 1,2 MIL ALUNOS É INTERDITADA - SUL21

Sem forro em sala, alunos de escola de Gravataí usam guarda-chuva durante aula
Publicado em: novembro 5, 2019
SUL 21

Luís Eduardo Gomes

Viralizou nas redes sociais nos últimos dias uma imagem que mostra alunos segurando um guarda-chuva enquanto fazem anotações no caderno durante aula na escola estadual Tuiuti, em Gravataí (RS). A imagem foi feita em um dos dias chuvosos da semana que passou, mas não são uma exceção na escola, que, sem forro, precisa de urgentes reformas estruturais para conter as goteiras, nos dias de chuva, e o forte calor em dias de sol.

Diretora da escola, Geovana Affeldt diz que a direção pediu uma reforma estrutural em 2016, quando a Tuiuti foi uma das escolas designadas para receber uma parte da verba do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) destinada para reformas em escolas como parte do acordo firmado pelo governo do Estado para encerrar o movimento de ocupações estudantis daquele ano. No entanto, por falta de engenheiro para analisar a situação da escola, nenhuma reforma foi feita na ocasião.


Alunos precisam usar guarda-chuvas para se proteger de chuva dentro de sala de aula na escola Tuiuti, em Gravataí | Foto: Arquivo Pessoal
Em novembro de 2018, o forro de uma das salas do pavilhão 4, que abriga as séries iniciais, caiu. “Só não machucou as crianças, não matou ninguém, porque eu interditei a sala um dia antes porque uma professora me avisou que estava abaulado o forro. No outro dia, o forro caiu inteiro”, diz Geovana.

Depois da queda do forro, o pavilhão inteiro foi interditado e a Secretaria de Educação autorizou a realização de uma obra emergencial, sem a necessidade de licitação. “Essa obra até hoje não foi finalizada. Está fazendo aniversário agora em novembro”, diz a diretora. “Ela iniciou, parou, recomeçou, parou, e assim foi. Agora, ela está na finaleira já, só que o rapaz que está fazendo a obra faz 20 dias que não vem à escola. Ele justifica para nós que o Estado não pagou”, complementa.

A diretora diz que nesta segunda (4), em reunião na Coordenadoria Regional de Educação (CRE), recebeu a informação de que uma primeira parcela do pagamento do responsável pela obra atual será liberada entre hoje e amanhã. “A princípio, ele tem até o dia 21 de novembro para entregar a obra pronta, se não ele paga multa”, diz.

No entanto, Geovana destaca que o pavilhão 4 é apenas um dos problemas enfrentados pela escola. Em julho deste ano, pais e alunos ocuparam as dependências do colégio Tuiuti por seis dias para protestar contra a demora na realização de obras. “Uma das reivindicações deles era de que um engenheiro viesse avaliar os outros forros, porque a escola foi construída toda na mesma época, então, se um forro caiu, eles pensaram que os outros poderiam cair também. E os engenheiros avaliaram que poderiam cair também, que oferecia risco”, diz.

Como resposta, foram retirados os forros de todas as salas de aula da escola. “O que acontece, é uma telha de zinco. Eu já tapei um monte de buracos, só que ela amassa, e entra água por debaixo da telha. Quando está calor, faz 50º dentro da sala, porque é direto do zinco na cabeça dos alunos. Quando chove, eu tapo uma goteira, surge outra e a gente não dá conta de tapar as goteiras”, diz.

Além disso, sem o forro, não há mais isolamento acústico entre as salas de aula, o que faz com que o barulho de uma acabe invadindo a outra, prejudicando a didática dos professores e dificultando o aprendizado dos alunos.

A escola tem atualmente cerca de 1,2 mil alunos, divididos em 14 turmas no turno da manhã, 14 turmas pela tarde e nove turmas à noite, das séries iniciais do Ensino Fundamental até o Ensino Técnico Pós-Ensino Médio em Logística. Desde o ano passado, a sala de informática, a biblioteca e a sala de multimídia estão sendo utilizadas como salas de aula para substituir os espaços interditados no pavilhão 4. Geovana afirma que será preciso trocar o forro de todas as salas de aula, porque não há mais conserto. “Já foi feito todo o projeto e isso está lá na Seduc”, diz.

Por meio de nota, a Seduc diz que as reformas dos pavilhões 1, 2 e 3, o que incluirá serviços no telhado, no forro e na parte elétrica, já estão em fase de licitação, com previsão de investimento de R$ 525 mil. O prazo para entrega da obra, após assinada a ordem de início, é de 120 dias, segundo a secretaria. A pasta reconhece que a obra do pavilhão 4, com previsão de investimento de R$ 110 mil, está paralisada, mas informa que já notificou a empresa contratada para recomeçar os serviços imediatamente. “A previsão é que os trabalhos estejam concluídos até o final do mês de novembro”, diz a Seduc em nota.

No entanto, Geovana afirma que a obra maior ainda não foi autorizada pela Secretaria da Fazenda e que ainda não há um número de empenho permitindo a liberação do recurso. “Pelo menos até ontem à noite ainda não tinha saído, e só depois disso pode abrir a licitação”, afirma.

FONTE SUL 21 - 

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

2° Passeio Bicicletas Antigas Pelotas

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2° Passeio Bicicletas Antigas Pelotas com roupas de época dia 17/11/19 saindo do Mercado Publico de Pelotas neste domingo 9:00 hs. da manhã passando por pontos turísticos de Pelotas como Mercado Publico ,Centro Histórico,Porto, Museu da Baronesa.Chegada na Don Joaquim onde estará acontecendo Encontro anual de Don Joaquim de Carros, Motos e Bicicletas Antigas 
Venham participar, compartilhem, divulguem.
Faça sua inscrição gratuita antecipada pelo fone 53-99901355 e concorra a brindes.

Análise Tarso Genro :" PT Ficando Isolado por não Apoiar Ciro Gomes

terça-feira, 12 de novembro de 2019

PAULO PAIM : APOIAR CIRO EM 2018 “TERIA SIDO MELHOR PARA TODOS” (O CAFEZINHO)

PAULO PAIM DEFENDE AUTOCRÍTICA DO PT E QUE APOIAR CIRO EM 2018 “TERIA SIDO MELHOR PARA TODOS”
Por Redação O CAFEZINHO

Trecho da entrevista de Paulo Paim ao Congresso em Foco, publicada hoje.

O PT teria alguma parcela de culpa nesse estado de coisas? 
O partido precisa fazer alguma
Eu acho que autocrítica ninguém tem que ter vergonha de fazer. O PT cumpriu um papel importante na história do país. Desde o início no combate à ditadura até sua chegada ao poder. Mas acho que o PT deveria ter feito, no meu entendimento, uma política muito mais abrangente, naquilo que eu chamo numa visão de frente ampla, pelo Brasil e pelos conceitos que norteiam uma proposta de Nação comprometida com a nossa gente. Não dá para se achar que só é bom uma composição ampla quando se é candidato a presidente. Os dois mandatos do presidente Lula foram coisas que marcaram o pais perante o mundo. A gente se recorda de cenas como Barack Obama dizendo que Lula era “o cara”. Isso marcou e para nós é motivo de orgulho. Houve um segundo momento que foi a eleição da presidenta Dilma. Mas houve um terceiro momento em que nós devíamos ter avaliado que era necessário ampliar mais. Nós tínhamos Eduardo Campos. Era um nome a ser lembrado nessa composição mais ampla. Da mesma forma, Ciro Gomes. Ciro tinha que ser lembrado naquele momento da história.

O PT deveria ter apoiado Ciro em 2018?

Poderia ter sido. Quando digo que poderia ter sido, quero dizer que talvez fosse melhor para todos. Não estaríamos na situação em que nos encontramos. Digo mais: Lula está preso e hoje é consenso que foi uma prisão mais política que qualquer outra coisa. É claro que o Fernando Haddad (candidato do PT em 2018) foi um herói, um lutador. Mas se o Ciro tivesse sido eleito, as possibilidades da liberdade do Lula para ajudar o Brasil seriam outras. Então, acho que nós cometemos alguns erros. Não dá para pensar em frente ampla somente se eu for o candidato máximo no processo eleitoral. Se nós tivéssemos olhado mais com essa visão, acho que estaríamos em outro momento, bem melhor para toda a nossa gente.

domingo, 10 de novembro de 2019

OFICINA DE FOTOGRAFIA - Camila Hein


Oficina de experimentação de mundo a partir da fotografia:�Sensibilize seu olhar, perceba e crie outros mundos
Esta oficina sobre COR na Fotografia, surge com a ideia de possibilitar as pessoas terem um conhecimento maior a partir de algo que nos toma todos os dias. É uma oficina teórica e pratica, onde os conteúdos serão abordados a partir de exercícios. Teremos uma saída de campo no entorno do espaço. As cores nos cercam e temos uma relação fisiológica e energética com a mesma. Porque então não compreender, a partir da fotografia, as relações que nós estabelecemos com estas, como nos afetam e aprender a utilizar isto a nosso favor quando vamos realizar nossas fotografias. De quebra ainda vamos aprender como podemos estender este conhecimento para o nosso dia a dia. Não por nada dizemos que damos cor a vida, quando algo que nos anima acontece! Relacionar-se melhor cor é relacionar-se melhor com a vida.

o Conteúdo:Mas o que é a cor? A cor no nosso dia-a-dia Como olhamos a cor e como ela nos interfere Cor Luz e cor pigmento Cores primárias, secundárias e terciárias Cores complementares Cores Análogas Temperaturas de Cores O uso das cores nas composições A quem esta oficina se destina: a qualquer pessoa que se interesse em fotografia e cor. Não é necessário equipamento especifico, pode-se usar celular. Quem está propondo: Camila Hein Artista visual formada em formada em Bacharelado e Licenciatura em Artes visuais, cuidadora do mundo e interessada em dar a ver a partir da fotografia e outros meios. Pesquisa na área da fotografia desde 2010 e realiza oficinas de percepção visual desde 2004, nos últimos 4 anos também realiza oficinas de fotografia. Busca um olhar voltado pra natureza, à arte contemporânea. Interessa-se pela potencia da fotografia em dar a ver ao mundo...

MINISTRANTE Camila Hein
RUA ANCHIETA, 4480
Data: 11/11/19
Horário: das 13:30 às 18:30 horas.
Inscrições: Diretamente com o Espaço de Arte Ágape:Rua Anchieta, 4480. Pelotas. m.me/agapeespacodearte.
Ligar (53) 3028-4480
Investimento: 150,00 reais individual ou 250,00 para duplas
(não é necessário equipamento
especifico)

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

FRANCIS SILVA & MARIA CLARA LEIRIA EXPÕEM NO ÁGAPE

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 "De Ateliês Inquietos aos Espaços Viajantes", exposição das artistas Francis Silva e Maria Clara Leiria
A mostra é aberta para visitação na Galeria de Arte JM. Moraes, dentro do Ágape -Espaço de Arte.

HORÁRIO - segunda a sexta das 10h às 12h e das 14h às 19h, aos sábados das 13h às 17h

PERIODO - até 23 de novembro
ENDEREÇO  Rua Anchieta, 4480

terça-feira, 5 de novembro de 2019

FOTOGRAFIA - Marina Rodrigues


Omito-me de escrever a respeito desta foto.
Noutro momento creio que vou me propor a isto mas, agora, deixo-me, a mim e aos apreciadores, levar pela surpresa, pela criatividade, de uma artista (pois se trata a julgar por este trabalho) , que consegue fazer da Fotografia arte da melhor qualidade e, não só isto, também instrumento de ação e crítica.
Por enquanto digo apenas, Marina parabéns e obrigado.

P.R.Baptista

terça-feira, 15 de outubro de 2019

A FORÇA DOS PARTIDOS É A VITÓRIA DA DEMOCRACIA::O CASO TABATA AMARAL - Gabriel Cassiano


Fui bolsista do RenovaBR em 2018. Foi ali que conheci a hoje deputada federal Tabata Amaral e a convidei para vir ao PDT. Naquela data, pela força da narrativa de sua história, com o seu visível potencial eleitoral e com partidos antenados para garantir a própria sobrevivência (após a aprovação das novas cláusulas eleitorais), muitas siglas a sondavam para que ela pudesse se filiar e ser candidata.

A decisão de sua filiação em determinado partido estava praticamente tomada. Lideranças da agremiação em que ela possivelmente se filiaria (não vou nominar) já davam como certa a assinatura de sua ficha.

Os desafios da construção do PDT em São Paulo eram enormes. Sem ter presenciado as condições de nossa estrutura partidária, tanto no estado quanto na capital, ninguém pode ter ideia da dimensão das lacunas que nos separavam das mínimas condições para difundir um “Projeto Nacional de Desenvolvimento”. Trata-se de um extenso e habitado território que é chave para compreender a desindustrialização tanto na sua percepção teórica quanto na vivência prática de suas consequências mais graves, como o desemprego por exemplo.

As causas que explicam esse angustiante cenário são as mais variadas possíveis. Do antagonismo histórico ao trabalhismo e a construção do Brasil Moderno, representados pela velha república capitaneada por São Paulo, até as frustrações pelos erros de apostas em lideranças que se revelaram verdadeiros descompromissados com o futuro da nação e do povo.

Mas há de imperar o ditado popular: “Quem não arrisca não petisca” e infelizmente para nós trabalhistas a vida será sempre mais dura e a proporcionalidade do estrago do “prêmio de risco” muito mais intensa.

O paradoxo intrínseco na lógica desta sabedoria beira a imensurabilidade, ou seja, o ápice da imprevisibilidade. No entanto, como sou operador da política e não um estudioso dessa maravilhosa arte, preciso agir e fazer, e o tempo, bem como a variação quase diária dos cenários, são inimigos.

Mas voltemos à cronologia dos fatos.

Marquei um café com a famosa Tabata na lanchonete da ALESP após conhecê-la durante as formações do RenovaBR. Algo muito informal e despretensioso. Já sabia um pouco sobre sua história por artigos e matérias de televisão. Queria conhecê-la melhor. O que pensava sobre os diversos assuntos. Ela também iria me apresentar e me falar um pouco mais sobre o movimento “Acredito”, que confesso, desde aquela época já via com maus olhos, muito por endossar o discurso da nova política e por enxergar existir uma contradição colossal na gênese de sua concepção.

Interessante ressaltar que não tinha conhecimento do que era o tal de RenovaBR. Foi um amigo de infância que estagiava na instituição que me mandou o link de inscrição e explicou os detalhes em uma conversa por telefone.

Algo me chamou muita atenção: a bolsa que seria paga durante o período de realização do curso. Para mim, que queria tirar aquele ano para a construção do partido, para auxiliar a campanha presidencial de Ciro Gomes e, quem sabe, lançar uma candidatura para representar nossa juventude, seria perfeito. Precisava de dinheiro para me manter e pagar minha faculdade e se tivesse que trabalhar fora e estudar ao mesmo tempo não teria a menor condição de fazer nenhuma das três coisas.

Até então era um militante pedetista desde 2016, com 20 anos de idade, estudante de economia e que tinha se convencido a entrar no partido após a palestra do Ciro na PUC-SP que organizei junto com o movimento que tocava na FEA. O projeto que Ciro expôs naquela ocasião, bem como sua nítida paixão pelo Brasil, foram pontos cruciais para minha decisão.

Após essa digressão para o interlocutor conhecer um pouco mais sobre minha história, voltemos ao café na ALESP.

Fui ouvindo o que Tabata falava e gostando bastante, apesar de notar que ela não era propriamente trabalhista. A trajetória de vida e a força da bandeira pela educação pública eram latentes e grandes chamarizes. Havia muita verdade naquilo que ela falava. O fato de o PDT ser também o partido da educação pública e integral, ter Brizola e Darcy como referências históricas e o modelo de educação básica do Ceará e Sobral como trunfo presente, começaram naquele instante a evidenciar para Tabata a ligação entre Ciro, o PDT e a sua principal bandeira política, a Educação.

Naquele momento percebi que chegara ao ápice da conversa e que Tabata redobrou a atenção. A partir daí, abriu-se caminho para que, de forma audaciosa e até mesmo um pouco precipitada, eu fizesse uma pergunta que mudaria a minha história, a dela, a do PDT, a de Ciro e, de certo modo, a da política nacional.

Considerei precipitada porque no mesmo instante carregava em minha mente a enorme vontade de auxiliar no crescimento do PDT em São Paulo e como sou político e portanto antenado principalmente nos movimentos da sociedade e suas demandas, minha intuição previa que a “renovação política” teria boa aceitação por parte do eleitorado. Mas também sou jovem e por isso inexperiente, o que me levou a crer que as incompatibilidades de Tabata com o trabalhismo poderiam se desdobrar em consequências que não conseguiria dimensionar.

Perguntei se após tudo o que tínhamos conversado, ela não achava que o PDT seria sua melhor casa, tanto para desenvolver sua candidatura quanto para construir um ambicioso plano de educação para São Paulo com respaldo dos melhores técnicos do Ceará e a chancela de Ciro.

Seu semblante foi único e inesquecível. Era nítido que ela ficara maravilhada com o horizonte político que poderia ser moldado. A famigerada “Experiência de Sobral” estava assentada como um oásis no nordeste setentrional (Ceará) e consequentemente, na vitrine do PDT. Mas era preciso de um, ou melhor dizendo, de uma representante em São Paulo.

Nesse aspecto a vinda de Tabata para o PDT “faria todo sentido”.

As contradições aparentes entre nosso norte ideológico e sua nítida formação social-liberal teriam condições de serem fustigadas à medida que ela fosse envolvida com a estrutura partidária, o “PND”, nossas principais lideranças, a base da militância e também pela futura justa cobrança dos eleitores que definiram a opção de voto por sua vinda para o PDT.

Uma possível vitória de Ciro e uma acolhida solidária, franca e genuína também seriam fatores preponderantes para pesar na balança ideológica de disputa e aposta do “quadro Tabata”.

Estava latente que caso fosse eleita em um futuro não muito distante chegaria o momento de fazer uma escolha.

A imponderável e singular ocasião mostraria quem teve mais força na batalha, mas de longe seria capaz de alcunhar aos responsáveis as insígnias de ingenuidade ou equívoco.

O caminho da disputa é o mais árduo e conflitante, mas se tratando de jovens sempre será imperativo!

Voltemos…

Ela não decidiu pela filiação imediatamente. Daquela conversa até a data de sua filiação transcorreriam mais de 30 dias. Muitos encontros e reuniões.

Nesse intervalo, corri para apresentar Tabata à direção do PDT de São Paulo. Também fiz a ponte entre ela e o nosso companheiro de JS, Túlio Gadelha. Consegui um breve diálogo entre ela e nosso presidente Nacional, Carlos Lupi, e também, pasmem, coloquei ela e o Ciro para se falarem novamente.

A última vez que isso ocorrera havia sido na famosa palestra de Ciro em Harvard, em que Tabata se apresenta como estudante de astrofisíca e ciências políticas e faz uma pergunta sobre o mundo político para ele. Com muito bom humor, Ciro disse: “Astrofisíca e Política? Oh Inveja!”

E foi no meu celular que em março de 2018 Ciro me ligou após pousar no aeroporto de Londres para uma palestra em Oxford, para falar com Tabata e convencê-la a se filiar no PDT. Lembro até hoje desse dia. Estávamos no diretório estadual do partido, na Brigadeiro, e Tabata ficou muito feliz e entusiasmada com o aceno de Ciro. Isso foi decisivo.

Dias antes de ir ao diretório do PDT para entregar definitivamente a ficha de filiação assinada, Tabata nos encaminhou uma carta compromisso do Acredito para ser assinada por ela em conjunto com a direção do PDT.

O Secretário Geral do PDT-SP assinou a “polêmica” carta. E digo mais. O PDT cumpriu exatamente tudo o que foi assinado. Todos os tópicos.

No segundo item, o PDT foi além. O acordo preconizava que os “Representantes cívicos do Acredito terão a chancela do partido para concorrerem aos cargos eletivos, com igualdade de condições em relação aos demais filiados ao partido.”, mas Tabata teve uma condição privilegiada no repasse de recursos pelo Diretório Nacional, no tempo de televisão de suas propagandas eleitorais e, acima de tudo, na dedicação de Ciro para divulgar sua imagem.

Ciro fez campanha para Tabata como para nenhum outro candidato. Veio até no lançamento de sua candidatura.

Agora, não há nenhum parágrafo neste acordo que apregoa que Tabata teria independência para votar como quisesse ou para votar de acordo com as orientações e fechamentos de questões do Movimento Acredito.

Por isso, utilizar o conteúdo dessa carta para justificar qualquer tipo de conduta ou votação da deputada que desrespeite as decisões internas, soberanas e democráticas do PDT é absolutamente irrelevante e inócuo, tanto do ponto de vista moral como legal.

De antemão, toda essa contextualização foi muito importante para de imediato afastar duas ilações de quem não vive no mundo político: a suposta “conspiração/ infiltração” de Tabata por Lehman para desestabilizar e neutralizar o único partido que resguardava a última trincheira de luta nacionalista no país e a de que o PDT estaria trazendo ela para ganhar votos e aumentar a sua bancada na câmara federal.

O primeiro absurdo foi difundido por uma respeitosa blogosfera de nacionalistas, mas não faz o menor sentido tendo como base a verídica sequência de fatos que narrei até aqui. A não ser que também achem que sou algum tipo de infiltrado do Leahman, por ter participado do RenovaBR. Acredito, contudo, que o conteúdo deste texto e minha trajetória de militância afastam essa hipótese.

O que pode ser válido questionar é a intensidade com que determinadas lideranças do PDT, me incluo aqui, defenderam e recrutaram Tabata na linha da tentativa de disputa. Mas uma sofisticada engenharia de penetração, pelo menos no momento de sua filiação, reitero, jamais ocorreu.

Inclusive, muita gente dos movimentos de renovação e que orbitavam a futura parlamentar foram contra sua vinda para o PDT e tentaram convencê-la até o último instante a rever a decisão. Não vou citar nomes.

Outra questão foi o boato espalhado pelos defensores de Tabata e membros dos movimentos paralelos com o objetivo de desmoralizar o PDT e dizer que nos aproveitamos eleitoralmente de Tabata e a usamos para benefício próprio.

Esse é um boato que pode ser desmentido pela própria deputada. Ela mais do que ninguém sabe das dificuldades encontradas para convencer a direção do PDT de que sua candidatura teria muito sucesso. Apesar de eu ser um entusiasta e ter convicção disso.

Na primeira reunião da executiva estadual, após o término do período da janela de filiações partidárias, em abril, alguns membros estimaram que ela teria no máximo 30 mil votos. Outros a chamaram de “blogueira”.

Se fizermos um comparativo entre os recursos do fundo eleitoral ou partidário recebidos por ela e alguns outros candidatos de São Paulo, veremos que ela não foi a maior beneficiada, apesar de estar muito acima da média. (Ainda mais se levarmos em conta a proporção do recurso sendo que já estava em vigência a legislação que garantia a cota de no mínimo 30% dos recursos do fundo para campanhas femininas).

Mas enfim. Toda essa introdução para que eu pudesse elucidar meus argumentos e finalmente me posicionar publicamente sobre o tema.

Vamos lá!

Partidos fortes e coesos são os responsáveis em primeiro grau pela vitória das democracias e o êxito de suas instituições.

Os partidos não podem servir de enfeites e devem possuir mecanismos internos que garantam a manutenção de suas ideologias bem como a retidão de seus quadros.

Não há melhor meio para se combater a corrupção dos agentes públicos, a malversação, a negociata, as chantagens, os lobbies indevidos e a roubalheira generalizada do que estimular que os partidos estejam ancorados e guiados pela fortaleza de seus ideais.

A democracia no Brasil, queira-se ou não, é representativa. Os partidos políticos representam partes e não o inteiro da sociedade.

Candidaturas independentes caracterizam os mais altos níveis de egoísmo e truísmo existentes. Significam criar uma casta de déspotas esclarecidos que julgam saber o melhor e único caminho para a nação. Todo e qualquer contraditório “faz parte de um conjunto de mentiras proliferado por agrupamentos obsoletos e que são escravos das suas amarras ideológicas ultrapassadas”.

Cria-se um discurso pseudo-técnico para justificar a implementação de uma agenda política e econômica que não tem nada de independente. Em doses cavalares isso pode beirar o fascismo.

O discurso da nova política dá origem a verdadeiras armadilhas ao estado de direito. Ele é vazio e superficial. Cria monstros onde não existem. De forma perniciosa, surfa na caricatura da ineficiência para travestir Lobos em Cordeiros e perpetuar as profundas desigualdades em nosso país.

E o mais deletério é que a nova política acaba se tornando um grande monstro indomável que se vira contra as figuras que a pariram num piscar de olhos. Basta ter deixado um pequeno rastro de incoerência, por mais digno e legalmente respaldado que seja, mas que colide diretamente com a caricatura forjada de um purismo messiânico.

Infelizmente, Tabata não só fez uma escolha equivocada como acabou sendo porta-voz direta ou indiretamente de todos os tópicos que acabei de citar acima.

Afirmou e reiterou em vídeo postado em suas redes sociais e artigo de opinião publicado no jornal “Folha de S. Paulo” que votou a favor da reforma da previdência por convicções pessoais e não eleitorais e que sua postura estaria motivando perseguições políticas oriundas de “partidos que já não representam a sociedade, mas somente alguns de seus nichos.”

Foi além e disse ainda: “as siglas ainda ostentam estruturas antigas de comando, e na maioria faz falta mais democracia interna. Muitas vezes, consensos sobre pautas complexas não são construídos de baixo para cima, e cartilhas antigas se sobrepõem aos estudos e evidências.”

Essas palavras vão justamente na contramão das ações e práticas do PDT.

Em convenção nacional do partido realizada no início do ano com a presença de Tabata colocamos em votação a proposta para fechamento de questão contra a reforma da previdência. Ninguém se manifestou de modo contrário. O encaminhamento foi aprovado por unanimidade. Isso é sinônimo de democracia.

Fomos o único partido na Câmara a apresentar um substitutivo ao projeto encaminhado pelo governo. Não somos irresponsáveis e fazemos uma oposição propositiva. Nosso projeto de reforma é fundamentado em muitas evidências e dados estatísticos, pra além de ser socialmente justo e sintonizado com nossos princípios.

Não queremos ver o circo pegar fogo e o povo morrer queimado. O PDT lutou nas comissões Especial e de Constituição e Justiça para melhorar o texto. Isso não significa que a PEC ainda não estava repleta de perversidades. Por isso, o PDT votou contra o texto base que foi aprovado e posteriormente apresentou destaques para redução de danos. Uma oposição mais propositiva que essa eu não vejo. Isso é democracia.

Com muita dor no coração, admito que todos esses elementos me levam a ter certeza de que Tabata não tem mais lugar no PDT. Ao assumir essa postura, Tabata se colocou avessa a valores elementares do trabalhismo e da subordinação partidária. Colocou sua opinião pessoal como mais inteligente e racional do que toda uma estratégia democraticamente postulada por um coletivo e, também, mentiu ao classificar o PDT de modo pejorativo.

Assumiu uma espécie de “dupla militância” e provou que quando a situação apertar, não estará junto conosco.

Me dói escrever cada palavra. Gosto muito da Tabata. Uma menina que aprendi a admirar e respeitar por sua grandiosa história. Jamais seria capaz de dizer uma vírgula sobre sua pessoa.

Eu errei. Se tem um culpado por tudo isso sou eu. Não queria colocar Tabata nessa situação. Sei que está sendo muito difícil pra ela. Talvez se não tivéssemos tomado aquele café na ALESP, nada disso estaria acontecendo agora. Nossos destinos seriam bem diferentes.

Mas como voltar no tempo é impossível, sigo o imperativo da coerência por mais duro que seja. Dou razão aos meus valores ideológicos e nada mais tenho a declarar.
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Gabriel Cassiano, estudante de economia da PUC-SP, membro do diretório nacional do PDT, membro da executiva estadual do PDT, presidente da JS-PDT da cidade de São Paulo e deputado estadual suplente.