segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

ADEUS PELOTAS QUE RESPEITA SEUS VALORES - P.R.Baptista

Pelotas, ao findar o ano, foi surpreendida por um ato de devastação.
Um ato autorizado oficialmente pela Prefeitura Municipal.
Isto em nome de um desconhecido pela população "projeto urbanístico" dito de "requalificação".
Qual o custo deste projeto? Quem se responsabiliza? Quem executa?
Ao se revelaram alguns pontos do projeto é averiguado que as árvores~, na maioria conforme ficou constatado saudáveis ou recuperáveis, são apontadas como "exóticas".
"Exótico", isto sim, é o projeto que não respeita, talvez até por desconhecer, o quanto aquele recanto da Saldanha Marinho está presente na vida e no imaginário da cidade.
Para Oscar Clasen, arquiteto e responsável como secretário durante o governo de Anselmo Duarte por iniciativas renovadoras, " Pelotas têm conjuntos emblemáticos como a Saldanha Marinho e a Duque de Caxias que são grandes exemplos"
A foto de 1928 mostra o aspecto do local, há quase um século, podendo-se ver as árvores, ainda bem jovens.
Mal se podia sequer imaginar que , passado um século, pudessem ser cortadas na raiz como lenha e carimbadas como "exóticas".
Pelo menos a população, conforme está demonstrado nas manifestações, está revoltada, entristecida, até sem entender muito bem o que acaba de acontecer.
Para os que costumavam fazer o trajeto, é quase como perder um ente querido.
Um detalhe, finalmente, a marcar a crueldade do ato é ter sido perpetado, ao som das motosserras,
nos dias mais quentes do ano com temperaturas da ordem de quarenta graus.
Pois matou-se, entre tantas coisas, a sombra que as árvores, frondosas, ofereciam e criou-se no lugar um deserto
Triste registro para encerrar um ano, por tantos acontecimentos, tão difícil.

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