sexta-feira, 13 de março de 2015

Que tal mudar a fita?

Clóvis Veronez

Existe um aspecto pouco relevado pela grande imprensa e até mesmo pela blogsfera, com relação ao que realmente pauta o momento político nacional. Refiro-me a questão, de amplo domínio pelos participantes do jogo político e, que agora, felizmente começa a romper com as fronteiras da arena onde ele é disputado.

Tal aspecto não faz parte da ampla e enviesada cobertura da mídia sobre a operação "lava jato", suas repercussões políticas no congresso e que, até mesmo, as manifestações marcadas para os dias 13 e 15 de março relegam a um plano secundário, sendo que a do dia 15 sequer a cita.

Refiro-me questão do financiamento privado das campanhas políticas, tema nevrálgico do debate sobre a reforma do sistema eleitoral que, inevitavelmente, ocupará a pauta na seqüência dos acontecimentos.

O fim da modalidade é o remédio, procedimento com status de prioridade, para a moléstia que infecta a moribunda cultura política brasileira e a sua aprovação vai determinar e nomear os verdadeiros interessados na cura ou aqueles que se valeram de forma oportuna desse momento, mas que na prática, atuam pela continuidade da histórica, infecta e promiscua relação, entre as esferas pública e privada.

Posicionar-se contra ou a favor de tal remédio irá sinalizar a sociedade brasileira quem tem interesse real na superação do quadro de corrupção ostentado na sala de visita das oligarquias culturais, econômicas e políticas que sangram a nação brasileira desde o período colonial.

Como acredito que toda a expectativa golpista seja sepultada nesse fim de semana, de um março histórico, que desfeita a cortina de fumaça, produzida e conduzida ao fracasso, muito especialmente, pelos grupos e pessoas por detrás do protesto do dia 15, meu desejo é de que a apuração da rede de corrupção que envergonha o país deixe de ser tema negativo e sensacionalista que envergonha a sociedade brasileira e a paralisa para transformar-se em objeto de investigação profunda que a orgulhe e aponte um novo paradigma para a nossa democracia. Passemos, pois a discutir o que realmente interessa.

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