sábado, 3 de janeiro de 2015

A placa da discórdia


Um leitor chama a atenção para a placa do carro Rolls-Royce (1952)  que conduziu Dilma Roussef na sua posse e vê, no fato do emprego do termo "presidenta", uma espécie de abuso e agressão á língua portuguesa.
Entre as discussões e polêmicas surgidas ultimamente essa tem ocupado bastante o tempo de muitos, nesse momento já exaustivamente.
Confesso que, num primeiro momento, como alguém que dá atenção ao emprego correto da língua, estava concordando com a incorreção do feminino.
Mas pouco a pouco, lendo aqui e ali, passei a entender que a expressão não é indevida.
Esse entendimento, contudo, só surge a partir de uma leitura mais ampla da questão que envolve não só aspectos linguísticos mas até outros, correlatos, como históricos e culturais.
Por outro lado o que mais justo e, dir-se-ia, correto, até porque parece não haver uma regra indiscutível sobre a questão,  do que nos referirmos à primeira mulher a ocupar o cargo da presidência, eleita por duas vezes, como "presidenta"?
Há argumentos razoáveis, embora haja contrários, a justificar o emprego e remeto logo abaixo a um deles.
Não se pode, por outro lado, deixar de perceber que a discussão saiu do plano linguístico e se tornou política.
E, nesse caso, ela perde seu foco e, certamente, nunca se chegará a um acordo.

P.R.Baptista

Presidente ou presidenta?
Lei, tradição do idioma e visão de mundo entram em conflito na definição do termo a ser usado para referir-se a Dilma Rousseff
Luiz Costa Pereira Junior
http://revistalingua.uol.com.br/textos/62/presidente-ou-presidenta-248988-1.asp

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Um comentário:

Mariiii disse...

Na verdade , o que entra em jogo quanto ao uso, é nossa visão de mundo. Se somos fechados a mudanças e não admitimos quebra de regras, no caso em questão normativas, claro que não amos admitir a palavra PRESIDENTA. Em contrapartida, se admitirmos é porque entendemos que as coisas se transformam com o tempo, nada é estanque. A opinião em questão deve sempre ser dada por linguistas,ou pessoas que conheçam linguística, que são os que entendem do assunto.
E salve a língua falada que muda com as gerações , que é dinâmica vindo a quebrar com regras tão sem sentido como as da nossa Língua Portuguesa - porque não Brasileira?????