quinta-feira, 28 de abril de 2016

Temer e Cunha, parceiros de fé



"AS TAREFAS DIFÍCEIS EU ENTREGO À FÉ DE EDUARDO CUNHA" declara Temer num "tocante" depoimento sobre seu parceiro de golpe, conspiração e negócios!
Temer e Cunha são irmãos siameses!

domingo, 24 de abril de 2016

Elogio às coisa inúteis - Manoel Magalhães


Gostaria de fazer um elogio à inutilidade. Em desafio a esta época que evoca o pragmatismo, a eficiência sobre todas as coisas. Parece-me que parar e adorar as coisas inúteis tornou-se contraproducente, atentado a ordem que nos escraviza desde o primeiro vagido ao derradeiro suspiro. 


Houve época em que obedeci a este absolutismo escravizador, cujo intento é arrancar nossa alma e pendurá-la num varal a cotejar sangue. Com o passar dos anos, em processo de autoconhecimento, fui percebendo o valor das coisas inúteis. Não tem dinheiro que pague o ócio criativo. 


Perambular de quando em quando entregue à abstração, dando à alma a liberdade que ela precisa (e merece!) para poder atingir paragens inconcebíveis para quem se entregou ao pragmatismo castrador. 


Nesta segunda-feira pela manhã, ao abrir a janela da casa e me deparar com a luz do dia, fui tomado pelo impulso das coisas inúteis. Lembrei-me do poeta Manoel de Barros e de suas palavras: “Passava os dias ali, quieto, no meio das coisas miúdas. E me encantei”. As coisas miúdas se referem às inutilidades... 


Coisas que na acepção dos eficientes é perda de tempo. Na minha concepção, diante da grandeza do nada fazer, conquista-se ainda mais tempo. Os segundos, os minutos, as horas, os dias se alargam, e diante desta liberdade toda a alma agradece. 


Depois de fazer um elogio à inutilidade, paro à frente do cavalete e o mundo que eu imaginei quando estava entregue à preguiça, irrompe cheio de luz e colorido. E constato nesta prática de algo que sempre desconfiei. O artista é um inútil por vocação. Por isso cria.

A legitimidade do impeachment construída pela grande mídia -

Por Mônica Mourão e Helena Martins* 

A aprovação do impedimento de Dilma foi alvo de uma construção de sentidos junto à “opinião pública” e se mostrou elemento essencial deste jogo


A ausência de discussões profundas sobre a situação do país e o excesso de discursos reacionários que vimos no domingo 17 não se restringiram às falas de parlamentares na Câmara dos Deputados. Nos últimos meses, foram recorrentes também nos meios de comunicação brasileiros.

Desde o ano passado, toda uma construção de sentidos veio legitimando a aprovação da admissibilidade do pedido de impedimento da Presidenta Dilma Rousseff. Assim, a “opinião pública” - em essência, a “opinião publicada” pelos órgãos de comunicação hegemônicos –, um elemento essencial deste processo, se mostrou garantida neste jogo.

Não era preciso, portanto, ir muito além neste domingo. Assim, a cobertura do dia da votação foi permeada por uma maior sutileza em relação à exposição dos posicionamentos dos grandes conglomerados midiáticos – seguindo a tendência dos últimos dias, como já tínhamos mostrado neste blog.

Exceções em tom mais agressivo ficaram a cargo de emissoras de rádio como a Jovem Pan, que transmite em cadeia nacional e manifestou sistematicamente, num discurso grosseiro e conservador, seu apoio à queda do governo.

A TV Globo anunciou que acompanharia as movimentações no Congresso Nacional a partir das 9h da manhã. Poucos minutos depois, começou a entrar com flashes do jornalismo em meio à programação de esportes e entretenimento.

A partir das 14h, com o início da sessão na Câmara, deu exclusividade à cobertura política. Durante todo o dia, o equilíbrio da reportagem foi bem maior do que no início da crise, quando a Globo atuou como agente político importante, conclamando a população a ir às ruas contra o governo.

Contudo, o equilíbrio pretendido foi apenas aparente. Uma análise atenta permite perceber as artimanhas do discurso. Até o início da votação, ele se baseou principalmente em dois pilares complementares: a defesa da legitimidade do processo de impeachment e das manifestações de rua a favor da derrubada da Presidenta.

Logo em sua primeira participação, Alexandre Garcia tratou da derrubada de Fernando Collor, comparando os dois processos. Segundo o jornalista, desta vez, houve bem mais tempo entre o pedido de saída da Presidenta e sua análise pela Câmara do que ocorreu com Collor, em 1992.

Garcia também afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF) legitimou o processo, ignorando as opiniões contrárias de dezenas de juristas que defendem não haver motivos legais para o impedimento de Dilma e o fato de o Supremo ter se debruçado sobre o rito e não sobre o mérito da questão.

Mais tarde, destacou os atos pró-impeachment, dizendo que “a cidadania está nas ruas, mostrando que não fica em casa pra ver a banda passar”. As “ruas” foram identificadas com uma parte dos manifestantes apenas, constituindo mais um argumento a favor da legitimidade da mudança no comando do país.

Ao longo das entradas ao vivo dos atos, os milhares de manifestantes que saíram às ruas em todo o país contra a medida foram caracterizados como ligados a partidos políticos, à base aliada do governo, a centrais sindicais e ao PT (representado pela cor vermelha, ignorando que o simbolismo político dela é mais amplo e anterior à existência deste partido).

Na manhã da segunda 18, a manchete na capa do portal d'O Globo era nítida: “Manifestantes contra Dilma comemoram; petistas choram”. Dessa forma, a legitimidade das “ruas” foi construída de acordo com a agenda política da emissora, que optou inclusive por invisibilizar setores críticos ao governo, mas que protestaram em defesa da democracia.

Cobertura rasa

A estratégia do Grupo Globo, seguida por boa parte da mídia brasileira, também se manifestou na cobertura rasa dos fatos e na ausência de jornalismo de fato. Registros dos atos e de declarações de deputados foram abundantes. Não se viu, contudo, apuração, investigação, contextualização e problematização do processo em curso.

Os argumentos que embasam o pedido de impeachment não foram apresentados, muito menos os de sua defesa. Nenhum convidado externo – nem mesmo um "especialista" alinhado ao posicionamento da Globo – foi convidado a discutir a situação do país.

Ao longo de toda a manhã, a GloboNews, principal canal jornalístico do país, se limitou a acompanhar atos favoráveis e contrários ao impeachment em diversas cidades, na cobertura comandada por Leilane Neubarth e Raquel Novaes. Uma vez mais, a escolha dos ângulos das imagens, em geral, favoreceu o primeiro grupo. Imagens muito abertas ou muito fechadas do ato em Copacabana contra o impeachment deram a entender que a quantidade de presentes era menor do que a realidade.

No Salão Verde da Câmara, após uma das entrevistas de Cristiana Lôbo com deputados, ao falarem dos parlamentares indecisos, Novaes chegou a questionar se a indecisão era porque eles não teriam chegado a uma conclusão jurídica ou se, de fato, o processo estava completamente "politizado". A pergunta ficou sem resposta.

Apesar da crise profunda que vivemos, a política foi reduzida pelos meios de comunicação a artimanhas de bastidores e o processo do impeachment, a uma troca de ocupantes da cadeira. Assim, a suposta imparcialidade escondeu, na verdade, a escolha de não aprofundar a análise do fato e de suas implicações para o presente e o futuro do país.

A mesma abordagem tem marcado a cobertura do dia seguinte à votação. Os principais canais de TV insistem apenas em recuperar os números e movimentações que ocorreram no domingo e a descrever as próximas etapas do afastamento, agora no Senado. As críticas, uma vez mais, ficam a cargo da imprensa internacional.

O conservador La Nación, da Argentina, falou em “vergonhosa tentativa de golpe”. O Página 12 tamém destaca, na capa desta segunda, a ocorrência de um golpe, anunciado em letras garrafais na edição. A votação de domingo é definida assim: “em um virtual golpe institucional, a Câmara dos Deputados do Brasil, presidida pelo político mais denunciado por corrupção, aprovou o impeachment contra a Presidenta Dilma Rousseff”.

Cunha protegido

Se lá fora a ficha corrida de Eduardo Cunha é considerada um elemento central deste processo, por aqui ela está longe de ganhar destaque. A TV Globo, antes da votação, cuidou de contextualizar seletivamente as figuras políticas envolvidas no jogo. Enquanto o líder do governo José Guimarães (PT) mereceu uma associação ao irmão José Genoíno, condenado no processo do mensalão, o presidente da Câmara não teve sua reputação posta em xeque.

William Bonner chegou a lembrar que ele é alvo de processos, mas sem explicar quais ou informar que já há provas contundentes de corrupção praticada por Cunha, réu no Supremo Tribunal Federal e investigado pela Comissão de Ética da Câmara. Afinal, colocar dúvidas sobre quem conduz o processo de impeachment seria questionar a própria legitimidade da ação contra Dilma.

A imprensa escrita também aliviou para Cunha. Em matéria da Folha de S. Paulo que detalha biografias de participantes dos processos de Collor e de Dilma, Cunha é descrito como “presidente da Câmara dos Deputados, acolheu pedido de impeachment contra Dilma após ter perdido apoio do PT contra sua cassação”.

Já Dilma é a “acusada de ter praticado as pedaladas fiscais, entre outros” e Lindberg Farias é “senador (PT-RJ) investigado pela Operação Lava Jato, é um dos defensores de Dilma; afirma que o impeachment é ‘golpe’”.

Ao olharmos para a imprensa internacional, a diferença de abordagem fica clara. Nos últimos dias, The New York Times, The Wall Street Journal e The Washington Post, os três principais jornais americanos, destacaram as acusações que pesam contra aqueles que conduzem o processo de impeachment, especialmente Eduardo Cunha.

Nesta segunda, o britânico The Guardian, ao comentar a derrota do governo, não apenas citou corruptos como Cunha, Paulo Maluf e vários outros deputados que votaram contra Dilma quanto destacou o teor reacionário de suas falas.

“Numa noite escura, o ponto mais baixo foi quando Jair Bolsonaro, um deputado de extrema direita, dedicou o seu voto ‘sim’ à Carlos Brilhante Ustra, um coronel que chefiou a unidade de tortura do Doi-Codi contra a ditadura. Rousseff, uma ex-guerrilheira, estava entre os torturados”, escreveu o correspondente, fazendo críticas a diferentes partidos políticos brasileiros.

Depois das falas ouvidas neste domingo na Câmara, está claro que os desafios colocados são enormes. Um deles, até hoje não efetivado, embora reivindicado historicamente, é uma mudança estrutural no sistema de comunicação do país. Ou enfrentamos esse debate, mesmo em meio à crise, ou não garantiremos qualquer diversidade de vozes e opiniões na mídia, e o poder da liberdade de expressão seguirá nas mãos de poucos.

Outras vezes veremos a democracia ser atropelada pela articulação de instituições que se valem de seu poder político, econômico e simbólico para definir os rumos da vida coletiva do país. O Brasil acordou hoje mais cinza. E isso se deve também à ausência de reformas e à atuação dos meios de comunicação no jogo político.

* Helena Martins e Mônica Mourão são jornalistas e integram o Intervozes. Colaborou Iara Moura.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Bela, recatada e do lar - perfeita para o modelo - P.R.Baptista


Durante a posse de Dilma em 2015, Marcela Temer foi quem mais chamou a atenção e ganhou uma hashtag só para ela na rede social.
Entre os comentários, os internautas postaram mensagens no estilo "como é gata essa Marcela", "por favor, esqueçam Dilma, filmem só a Marcela", "a Marcela vestida de Cinderela é a coisa mais linda que eu já vi... em 2015" ou "votei na Dilma só para rever a Marcela na cerimônia de posse".

Alguns mais eufóricos já faziam campanha para Michel Temer sair como candidato em 2018, com direito a um debate só entre primeiras-damas na corrida eleitoral. Consideravam audiência garantida.
Portanto dentro do quadro que veio se desenhando na política e na sociedade brasileiras, Marcela cai como uma luva para ajudar Temer a criar um estilo que cative o eleitorado que apóia o impedimento de Dilma e consolide o golpe.
Já se diz até que ela seria uma Grace Kelly do reinado.
E se além de bela for recatada e do lar, a receita está completa e sua figura está perfeita para o modelo.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Homem feminista VS omi feministo - Joanna Burigo (CARTA CAPITAL)


Fernando Frazão/Agência Brasil/Fotos Publicas


O argumento que está prestes a ser feito não surge de uma suposta hostilidade feminista em relação aos homens, mas sim da experiência de quem já gastou latim demais em uma discussão que tende a ocorrer de forma exaustivamente cíclica, e que seria desnecessária se o pensamento feminista fosse mais facilmente assimilado por quem reluta em prestar atenção nele por uma teimosa aversão à mera menção do termo.  

O feminismo é um movimento de inclusão social e, como tal, parte do pressuposto de uma exclusão social pré-existente. Visto que o projeto feminista visa resolver desigualdades pautadas em gênero que pesam mais negativamente sobre as mulheres do que sobre os homens, é falacioso declarar que o feminismo os exclui.

Os pareceres dos homens sobre o feminismo importam para as feministas? Depende. Gênero é relacional, então aliados oriundos do campo opositor podem ter valor utilitário, especialmente quando aplicam a luta nos espaços adequados. Mas, francamente, as sugestões dos homens para o feminismo não importam tanto quanto eles acreditam. A sociedade é machista, e o feminismo se propõe a solucionar esta opressão, o que inclui não ser oprimida dentro do próprio movimento.

Apesar de vivermos numa sociedade machista, nem tudo é sobre ou feito para os homens. Menos ainda o feminismo. O protagonismo aqui é, incontestavelmente, das mulheres.

A experiência social dos homens não é igual a das mulheres. Homens não navegam a sociedade como mulheres. É realmente muito simples compreender isso. Quando uma feminista fala sobre suas experiências de opressão, os homens deveriam ouvir, assimilar e refletir antes de emitir opiniões. Isso pura e simplesmente porque as mulheres falam sobre experiências que os homens não têm.

Sexualidade, autonomia corporal, representatividade política, representação na mídia, poder institucional, violência específica de gênero e tarefas domésticas são pautas feministas porque as experiências das mulheres em relação a elas são assombrosamente diferentes das dos homens, e para pior.

Se uma pessoa não passa por uma experiência qualquer, é menos provável que ela saiba o que esta experiência significa para aqueles que passam por ela. Quando se trata de debater experiências relacionadas às vivências das mulheres, não é tão difícil de entender que as mulheres certamente sabem melhor sobre elas do que os homens.

As mulheres as vivem; os homens não. E a melhor maneira de aprender sobre experiências que não temos é ouvir atentamente o que aqueles que passam por essas experiências têm a dizer sobre elas.

Andrea Dworkin, notória e polêmica feminista radical estadunidense, quando interpelada por homens dispostos a provar que nem todos os homens são inimigos, pedia que a poupassem de defensivas individuais e usassem a energia para questionar o trabalho de pornógrafos, cafetões, apologistas de estupro e autores que banalizam a violência sexual contra as mulheres.

Ela acreditava que não há porque um homem se defender para uma feminista, e que melhor uso desta energia seria educando outros homens a respeito dos danos que a opressão masculina causa às mulheres.

Os homens que se dizem feministas deveriam saber disso. Algumas feministas não aceitam sequer a ideia de que homens possam se declarar feministas, e entendo esta salvaguarda, pois muitos homens que se declaram feministas, quando pressionados a mudar um comportamento misógino, passam a agir como “omis feministos”.

O “omi feministo” é uma forma bastante jocosa de denominar aqueles que gostam de bradar lealdade ao movimento, mas que ao primeiro sinal de discrepância entre seu discurso e sua prática, fazem birra. A expressão se popularizou de tão frequente que é esta conduta.

Os homens feministas deveriam saber que seu lugar no feminismo não é se defendendo, tampouco interpelando a fala das mulheres, e muito menos ensinando as mulheres sobre o que o feminismo deveria ser ou não. Os homens feministas deveriam usar seu lugar de privilégios para falar sobre feminismo para outros homens.

Se um homem é realmente feminista, ele sabe que as mulheres podem organizar sua própria luta, e confia nelas para fazê-lo. O feminismo é a ideia radical de que mulheres são seres humanos, portanto homens verdadeiramente feministas sabem que somos perfeitamente capazes de traçar nossas próprias metas e atingir nossos próprios objetivos.

Esperar solidariedade e empatia das mulheres não é o mesmo que inviabilizar conversas importantes pela necessidade pueril de ser incluído nelas. Muitas feministas são didáticas e gentis com os homens, mas não se pode confundir generosidade com subserviência a um sistema que insiste em nos colocar em posições de sujeição.

Poderíamos substituir o tempo que dedicamos para explicar feminismo para homens pelo empoderamento de outras mulheres, por exemplo. Os homens precisam entender que, ainda que gênero seja relacional e que eles sejam parte da mudança, o feminismo não é sobre eles. Querem ajudar? Não atrapalhem as mulheres; ouçam-nos, e apliquem o que aprenderam onde puderem, com outros homens.

Exigir ser ouvido em qualquer esfera é um reflexo da constituição patriarcal que privilegia a fala dos homens acima de todas as outras. E não é que o que os homens têm a dizer não seja valioso, mas em espaços feministas homens não são nem nunca serão os protagonistas.

Podem vir a achar que o que vou dizer é arrogante, mas minha suposta audácia ao dizer isso não passa de mera asserção da equidade que almejamos: queridos homens, desapeguem da necessidade de serem ouvidos no feminismo, e passem a nos ouvir mais.

Se isso servir de consolo, lembrem-se: vocês não são os únicos que devem ouvir mais do que falam. Pessoas brancas, com nosso privilégio branco, mais atrapalham do que ajudam quando insistem em interpelar a luta das pessoas negras contra o racismo. Deixar de lado a necessidade de falar, além de ser um exercício de humildade, é libertador, e quem o faz não perde nada. Ao contrário, é incrível o que se aprende.

Questões sistêmicas exigem que saibamos, constantemente, qual é nosso lugar dentro desse sistema. Algumas vozes são menos relevantes que outras por não virem das protagonistas da luta a respeito da qual elas opinam. Declarar isso em relação à voz dos homens não constitui hostilidade, mas sim feminismo bem feito.

Militância do PSB se revolta contra o apoio do partido ao golpe

Roberto Amaral e Luiza Erundina
O PSB em 2013 saiu do Governo Dilma “ pela porta da frente”, como bem disse Eduardo Campos. Saiu pois não queria continuar compactuando com as diversas concessões a direita brasileira, não concordava com a presença do PMDB e demais partidos de direita no Governo Dilma. Passado o tempo, diversas lideranças de esquerda do PSB se viram coagidas a se retirarem do partido por não mais encontrarem respaldo para as bandeiras dentro do PSB – aqui lamentamos profundamente a saída do Companheiro Glauber, da Companheira Erundina e do Companheiro e ex-Presidente do PSB, Roberto Amaral –. Esses eram quadros socialistas, sonhadores e ícones da esquerda brasileira e para nós, independentemente de suas atuais legendas, serão sempre companheiros, pois nosso campo de batalha é nas trincheiras da resistência da esquerda brasileira
A Militância aguerrida, resistente e lutadora do PSB vem a público manifestar-se contraria à decisão da Executiva do Partido de apoiar um GOLPE de estado transvestido de impeachment. Sim, um golpe, pois atualmente não existe nada provado que leve a Presidenta da República a ser impedida de exercer seu mandato constitucional e legalmente investido. O crime de responsabilidade não está provado neste pedido. Por não estar provado e não existir fato concreto sobre absolutamente nada que comprove o crime de responsabilidade, o impedimento do atual mandato é golpe. Um golpe é caracterizado quando a ruptura da normalidade democrática é realizada. Por isso, nós da militância do PSB, não deixaremos de afirmar que o processo de impeachment tramitando no congresso é um cru e cruel golpe de estado.
Entendemos que o momento político atual é conturbado e confuso. A existência de escândalos de corrupção é inegável e diversas investigações apontam para todos os lados. Não sobram partidos. Todos, inclusive o nosso, receberam doações de empresas investigadas na Lava-Jato. Entretanto, devemos nos ater que o processo de impedimento aberto contra a Presidenta da República não é referente à operação em curso ou a qualquer escândalo de corrupção.
O que está posto hoje é um esquema generalizado de poderio econômico, lobby e todo tipo de interesses que só servem para uma pequena classe desse país, a classe política e empresarial. O dinheiro tomou conta dos partidos e as propinas correm solta nos corredores do nosso parlamento. Tudo isso está provado na Operação Lava-Jato. E temos de pontuar que esses esquemas surgiram desde Sarney – ou mesmo no período militar – e enraizaram-se na nossa República.
O escancaramento dessa corrupção sistêmica e endêmica nos leva a reflexão de que o nosso sistema representativo partidário está falido e que nossa jovem democracia está sendo sustentada pelo poderio econômico de grandes empresas e políticos corruptos. Recentemente tivemos uma grande vitória em relação a isto – o fim do financiamento privado de campanha –. Agora é o momento de a bandeira da reforma política ser levantada. Reforma essa que deve ser construída com a sociedade civil organizada, com as ruas e, principalmente, com os jovens.
Atualmente não vemos nossos representantes eleitos discutindo esse tema. O que está posto na cara da população brasileira é uma luta oca de poder pelo poder; cidadãos e partidos sem legitimidade e moral para levantar bandeiras anticorrupção; um fascismo crescendo exponencialmente; a grande mídia maculada com todos os interesses que prestam desserviços ao país.
É nesse somatório de forças avessas à democracia que o nosso PSB se alinhou nos últimos dias. Alinhamento esse contrariado por grande parte de sua militância orgânica; alinhamento esse que trai todo o seu projeto político partidário; alinhamento que coloca o pragmatismo à frente de qualquer ideologia.
A militância do Partido Socialista Brasileiro não concorda em ser peça desse golpe de estado perpetrado pelas forças mais conservadoras e esdrúxulas desse país. Não concordamos em trair o país. Não concordamos em ser uma massa de manobra nesse jogo odiento.
Nós temos um lado e ele com certeza não é o lado da mídia, não é o lado de Temer e Cunha, tampouco o lado de Bolsonaro e de viúvas da ditadura militar. Nosso lado é o lado do povo, o lado da democracia, o lado dos artistas e intelectuais, o lado da luta e da resistência.
Por isso, Senhores e Senhoras Dirigentes do PSB, Senhores e Senhoras parlamentares, O PSB NÃO COMBINA COM O GOLPE! NÃO VAMOS DESISTIR DA DEMOCRACIA !

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Novidades do Nei A. Pies

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Paixões

Paixões

Categorias: Brasil, Crise, Protestos, Sueli Gehlen Frosi, Violência
A nossa paixão pelo Brasil pode ser calorosa. Podemos discutir ideias com liberdade, sem que precisemos nos servir de uma frase que conheci esta semana: “Nunca discuta com uma pessoa grosseira. Ela vai levar vantagem por ter experiência em ser estúpida”. As paixões que permeiam as nossas relações são reflexo do aviltamento do que queremos como sociedade. Não há meias …
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Tudo e nada com Petrobrás!

Tudo e nada com Petrobrás!

Categorias: Petrobras, Política
“É mudando o mundo que a gente se transforma” (Frei Betto, frade dominicano) Minha atividade social militante não me condena. Passei a vida, como muitos, defendendo bandeiras como a liberdade, o respeito aos direitos humanos fundamentais, a consolidação da democracia ativa, o acesso à cidadania através da geração de trabalho e renda, o respeito, a consideração e reverência às diferentes …
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Os desafios da educação em direitos  humanos no ensino superior

Os desafios da educação em direitos humanos no ensino superior

Categorias: direitos humanos, Educação, Ensino Superior, UPF
A disseminação de uma estética da morte que se traduz em todas as formas de violações de direito no dia a dia da sociedade brasileira tendo como alvo privilegiado as camadas sociais menos favorecidas e as chamadas minorias, somada a necessidade da construção de uma política pública de Educação em Direitos Humanos no Brasil, levou a Universidade de Passo Fundo …
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quarta-feira, 13 de abril de 2016

As mulheres que podem suceder Dilma - P.R.Baptista


Quem disse que numa eventual sucessão da presidente Dilma, por qualquer motivo, o Brasil não continuará a ser governado por uma mulher?
Analisando apenas por esse angulo mulheres continuariam no poder.
Mas a questão é saber , também, se os cofres da União podem custear os gastos com os quais estão acostumadas...

terça-feira, 12 de abril de 2016

Pelotas e Gotham City - P.R.Baptista

Poucos dias antes da ação movida pelo Ministério Público que interrompeu as ações de uma empresa de segurança em Pelotas, chamou-me a atenção um carro, com os adesivos da empresa, circulando bem no centro da cidade.
Pareceu-me um tanto surrealista ver aquele carro movimentando-se tão à vontade , exatamente como se fosse uma viatura policial.
Nesse meio tempo, percorrendo diversos pontos da cidade, pude verificar a presença da placa da empresa , em um número muito grande e crescente, nos mais diversos lugares, numa profusão impressionante pois era comum, em um mesmo ponto, serem afixadas várias placas.
Residências, comércios, alguns bem centrais e importantes, e ainda lugares menos esperados, como associações e igrejas.
Segundo comentou-se esses últimos sem pagar contribuição como uma forma da empresa manifestar sua parceria e até mesmo sua ação social junto à comunidade.
Enfim, uma epidemia a cobrir a cidade com a efígie de uma pantera rugindo enfurecida.
Logo a seguir ocorreu o fechamento da empresa numa ação policial com prisão de dirigentes e a descoberta de vínculos com autoridades policiais e até com militares das forças armadas.
Um dos pontos da investigação teriam sido registros de atos de violência e tortura, registradas em vídeo pelos próprios integrantes da empresa, contra suspeitos de roubos.
Mas, também,  denúncias,de pessoas que foram coagidas ou assaltadas por não aderirem à ação saneadora que lhes era oferecida.
O capítulo seguinte foi a manifestação de pessoas vinculadas à empresa mas, também, de usuários do serviço, contra a ação do Ministério Público, alegando que , sem a presença da ação da empresa, ficam sem segurança.
Diante desse quadro sombrio apresentado pela segurança na cidade, transformada numa espécie de Gotham City, sem saber a quem recorrer, talvez fosse o caso dos cidadãos honestos, que vivem de seu trabalho e querem apenas tranquilidade para exercer suas atividades, pedirem em manifestações a intervenção de super-heróis já que há tantos meio ociosos.
Batman, por exemplo, talvez pudesse se interessar...

A riqueza de Cuba - Isadora Clemente

Isadora Clemente
Às vezes me perguntam sobre o que vi de pobreza em Cuba.
E eu acho que essa é uma pergunta curiosa porque me fez pensar sobre o que é pobreza.
Ora, no nosso contexto brasileiro, riqueza é uma associação de bens materiais a uma situação de segurança e bem estar.
Pobreza envolve muito mais do que a falta de bens.
Pobreza envolve morar num local arriscado, conviver com deslizamento de morros, tiroteios,com o medo de ser desalojado. Envolve estar mais vulnerável a estupros, à violência, à exploração sexual. Envolve perder horas apertado em um transporte público caro e de má qualidade.
Muitas vezes envolve passar fome,envolve se desesperar por não ter acesso à medicamentos e cuidados médicos. Envolve não ter lugar adequado para deixar seu filho.
E principalmente, pobreza na sociedade de consumo está associada à baixa auto-estima.
Os ricos dizem que são ricos porque eles ou os pais deles trabalharam, fizeram esforço, logo se você é pobre é por que não trabalhou, não é inteligente, não é esforçado. Uma idéia tristemente enraizada.
E eu me lembro dessa foto numa comunidade rural de Havana,
As crianças dormindo na creche.
Crianças com mais de um ano, porque lá a licença materna ou paterna é de um ano.
Crianças que poderão praticar esportes, dançar ballet, independentemente dos pais terem dinheiro para pagar escolinha.
Lembro dos idosos nas casas de abuelos compartilhando tantas lembranças.
Lembro da tranquilidade com que a gente andava à noite na estrada.
Então quando me perguntam se em Cuba tem muita pobreza eu respondo que na verdade o que Cuba tem é outro tipo de riqueza.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Antonieta Barros, primeira mulher negra a se eleger deputada

Curta metragem feito pela cineasta Flávia Person conta a história da catarinense Antonieta de Barros; filha de uma ex-escrava, a professora e cronista foi eleita deputada estadual em 1935

Por Leonardo Fuhrmann - REVISTA FORUM

Filha de uma lavadeira que havia sido escrava, Antonieta de Barros é considerada a primeira mulher negra a se eleger deputada. Ela foi eleita em 1935, três anos depois das mulheres obterem o direito ao voto no Brasil, para ocupar uma vaga no legislativo estadual catarinense. Também foi professora e publicou crônicas nos principais jornais de Florianópolis entre 1929 e 1952, ano em que morreu na pobreza.

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domingo, 10 de abril de 2016

Carina Vitral e Kim Kataguiri : jovens debatendo a política brasileira



Kim Kataguiri membro do MBL (Movimento Brasil Livre) , tornado conhecido pelo papel desempenhado  durante as manifestações pelo impedimento da presidente Dilma e atualmente colunista da Folha de São Paulo, num debate com Carina Vitral, presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes).
Muito importante acompanhar a discussão e os argumentos apresentados pelas duas partes colocadas também, nesse momento, como representantes da juventude.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Impedimento é golpe?


Por que este impeachment é golpe?
VÍDEO - Por que este impeachment é golpe?Com narração de Juca Kfouri.Assista. Ele trás ótima reflexão sobre o assunto.Nota: “Juca Kfouri cedeu sua narração gratuitamente. Este vídeo não foi criado nem financiado por nenhum partido político, empresa offshore, federação de indústria ou organização vinculada”.Autoria: Audiovisual pela Democracia_SPBlog do Juca Kfouri
Publicado por Ivan Valente em Quinta, 31 de março de 2016

LARANJAL NO OUTONO


Foto de Lucio Hecktheuer

terça-feira, 5 de abril de 2016

Janaina Paschoal, uma enviada de Deus?

A professora Janaína Paschoal, que é autora do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff em conjunto com os advogados Hélio Bicudo e Miguel Reali, fez um discurso de fundo messiânico que assustou e constrangeu parte do público que foi ao ato em apoio ao impeachment no Largo São Francisco.
Alguns dos presentes, professores e alunos , a despeito do aplauso dos mais radicais, se entreolhavam e não acreditavam no que viam. Uns, inclusive, teriam ido embora reclamando da exposição constrangedora da professora. Um desses professores teria saído do ato dizendo, “infelizmente esse é o retrato do impeachment. Não dá pra ser a favor desse tipo de coisa”.


discurso da nova ídola reaça, janaina paschoal, AUTORA DO PEDIDO DE IMPEACHMENT DE DILMA, agora à noite na faculdade de...
Publicado por Socialista Morena em Segunda, 4 de abril de 2016

sexta-feira, 1 de abril de 2016

CHARGE - Pêerre