sexta-feira, 25 de novembro de 2016

JOHNNY ALF - O PAI DA BOSSA NOVA - P.R.Baptista



Johnny Alf (1929 - 2010 ) permanece até hoje à sombra de nomes, como João Gilbeto e Tom Jobim, apontados como os criadores da bossa nova.
No entanto os teria antecedido sem contudo, até por motivos sociais por não pertencer à elite carioca moradora da zona sul do Rio, ter conseguido superar essa condição a não ser, tardiamente, e ainda assim de forma muito eventual.
“Eu e a Brisa” é uma música composta por Johnny Alf , nome artístico de Alfredo José da Silva, lançada no disco homônimo do ano de 1967. A gravação mais famosa da canção é a da cantora Márcia. Esta gravação surgiu após a música de Johnny Alf ter participado do “III Festival de Música Brasileira”, em1967, da TV Record (canal 7 – São Paulo). A respeito dessa participação no Festival, Johnny conta que foi procurado pela cantora Márcia. Na época ele atuava como professor de música do “Conservatório Meireles” em São Paulo. Márcia queria se inscrever no Festival da Record e queria uma música. Alf tirou da gaveta, colocou título e letra em “Eu e a brisa”. A canção foi defendida brilhantemente por Márcia porém foi desclassificada. Esta desclassificação entrou para a história como a “mais clamorosa injustiça dos festivais”. Um mês após essa eliminação “Eu e a brisa” passou a tocar nas rádios de todo o Brasil e tornou-se um sucesso permanente. Alguns estudiosos consideram que Johnny Alf foi precursor da bossa-nova, antecipando-se em pelo menos três anos a suavidade sincopada que seria a marca registrada de João Gilberto. A canção esteve presente na trilha sonora das novelas “As Três Marias”(1980/1981 – Baby Consuelo), “Mulheres Apaixonadas (2003 – Márcia),
Na mostra sobre os 50 anos da bossa nova, Alf teve um encontro virtual com nomes como Tom Jobim, Frank Sinata, Ella Fitzgerald e Stan Getz. O artista tocava piano com as projeções dos colegas, já mortos, para um filme que foi exibido ao longo do evento. Segundo o curador da mostra, Marcello Dantas, Johnny Alf foi "o caso clássico do artista que não teve o reconhecimento a altura de seu talento. Alf foi um gênio e teve participação na história da nossa música".
Segundo o jornalista Ruy Castro, Johnny Alf foi o "verdadeiro pai da Bossa Nova".
Tom Jobim, outro dos primeiros artistas da Bossa Nova, admirava Johnny Alf a ponto de apelidá-lo de "Genial".
Reconhecimentos, contudo,  esparsos e tardios para um nome tão diretamente vinculado ao surgimento de um estilo musical, a bossa nova, que se tornou um dos fenômenos musicais mais universalizados da música popular.

Nenhum comentário: