terça-feira, 20 de outubro de 2015

No extremo Sul, os extremos no futebol... - Marcelo Bertholdi Oxley

Clássico Bra-Pel (foto Diogo Sallaberry)



















O time que me preenche é o Pelotas. Sou assim desde bem novo quando ainda pegava o ônibus do Areal para ver Xoxó, Paulo Ricardo, Suca, Bruno, Gaúcho, Eugênio, Juarez (arruda), Perivaldo, Beto, dentre outros que já me fizeram feliz. Sou do tempo que o Bedeu tinha o seu pequeno quarto onde hoje funciona um banheiro, em meio à arquibancada. Já presenciei belas vitórias e tristes derrotas e assim é o futebol. Assim denominamos essa paixão que não sabemos, exatamente, de onde vem. Vivo assim e sou assim. Não vejo chance de esse amor pelo Lobão morrer e quero que o meu filho siga essa sina.

Mas, eles conseguiram. O Brasil está na elite do futebol brasileiro de 2016. Sim, elite. Seus jogos serão transmitidos em diversos canais. Possivelmente jogarão contra Vasco da Gama, Criciúma, Paraná, Goiás e Coritiba. Mesmo na turbulência de ter, ou não, um estádio, o Xavante terá o direito de disputar a série B do tão sonhado Campeonato Brasileiro. O Brasil conseguiu quase tudo que almejou em menos de cinco anos. Hoje tem o seu calendário lotado e se dá ao luxo de não disputar mais as copinhas do segundo semestre dentro do seu Estado.

Uma equipe que não possui um craque ou uma prata da casa que possa se identificar com o seu torcedor, mas tem em seu treinador um contexto arrojado, visionário e único. Um profissional pouquíssimo questionado por sua direção ou por onde passa. Fazer futebol em times da elite sempre pareceu fácil, agora realizar um trabalho dessa magnitude num time teoricamente com uma expressão menor, é para poucos. Com certeza foi preciso conciliar organização, doação, tempo e honestidade.

Mesmo torcedor apaixonado do Pelotas e trancafiado em casa desde sábado à noite, após o resultado no Ceará do meu maior rival, preciso dar-lhes os parabéns, pois eles merecem! Olhando de fora, não admitiria, se torcedor fosse, um quadro de sócios menor do que 15 mil torcedores e em dia. Para um degrau mais acima é preciso ter coragem e investir. Se quiserem um elenco competitivo é necessário pagar por isso e nesse caso, além dos novos patrocinadores, os torcedores também precisam fazer a sua parte.

Nós, do Pelotas, queremos mais que apenas patrimônio. Queremos um time competitivo e capaz de subir para a elite do gauchão de 2017. Queremos o acesso à D no Brasileirão. Precisamos estar no nível deles para aguentar as brincadeiras e revidá-las na maior paz que pelo meu lado nunca esqueci. Precisamos movimentar essa rivalidade e temo em ficar sem Bra-Pel como ficamos por anos.

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