terça-feira, 19 de maio de 2020

O GOVERNO MILITAR DE BOLSONARO : UMA VERSÃO ATUALIZADA DE 64 ? - P.R.Baptista


O terno e gravata escondendo o hábito militar

Enquanto a oposição, fracionada em diferentes segmentos que vão do centro até à centro-esquerda e esquerda, e até mesmo centro-direita, procura de forma desordenada criar um enfrentamento ao governo Bolsonaro, enfrentamento que se espalha pelas redes sociais nas quais rotineiramente surgem manifestações de incredulidade e de desespero com gritos de Fora Bolsonaro , o governo do capitão  segue com determinação seu plano sinistro disparando à torto e à direito.
Para tanto cercou-se de um exército de militares que tem não só o General Mourão, vice-presidente, mas toda uma cúpula de generais e militares de todas as patentes
Entre os generais destacam-se o  ministro da Casa Civil, General Walter Braga Netto e os igualmente generais Ramos e Heleno.
O golpe de 64 promovido com os tanques na rua é coisa de principiantes diante deste quadro de poder militar que se  permitiu eleger com folgada maioria de votos.
O impeachment de Dilma, com elementos de golpe, deu-se de dentro para fora, só consumou-se pelo apoio dado pelos próprios integrantes do governo a começar pelo vice-presidente.
Enquanto isto a direita e a própria extrema-direita mostrou-se disciplinadas aproveitando as lacunas deixadas pelos liberais e pela esquerda.
As cores verde-amarelo que nunca estiveram presentes nas manifestações da esquerda foi encampada.
Os símbolos da bandeira e outras palavras de ordem apelando para o nacionalismo tornaram-se apanágio da extrema-direita.
Se não se pode tirar disto alguma lição, se nenhuma autocrítica é possível, se a simples menção da palavra autocrítica provoca ataques de nervos, então é mais do que lógico e justo que Bolsonaro tenha chegado onde chegou.
Os militares por força do ofício são disciplinados, adotam estratégias de guerra, mal ou bem isto permite que as divergências fiquem subordinadas aos objetivos que se pretende alcançar..
O que se pode dizer é que o golpe militar já está dado.
Cabe entender a profundidade que já alcançou e que pode ainda alcançar.
Contraditoriamente é o próprio Bolsonaro, por conta de seu destempero, deixando espaços fragilizados,  que retarda que este golpe já não esteja mais consolidado e tornado quase irreversível.
Mas se ele colocar em risco os avanços, grandes, que já foram obtido pelo militarismo, a solução já está pronta.
Mourão assume.

O ministro da Casa Civil, Gen.Walter Braga Netto ( ao centro) e os generais Ramos e Heleno

Enquanto isto mais um militar , ministro interino da Saúde, Gen. Eduardo Pazuello, se define como 'um executante' e admite que é 'leigo' em questões técnicas da área de saúde.

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