terça-feira, 4 de abril de 2017

TEATRO SETE DE ABRIL, CONSIDERAÇÕES - Clóvis Veronez



Penso que é oportuno lembrar, aos interessados, que existe um outro teatro fechado (entregue aos cupins) e gritando por socorro em Pelotas. É o teatro do COP, um equipamento importantíssimo para o desenvolvimento das artes cênicas no município, até pouco tempo. O custo do seus restauro (por enquanto) é insignificante. Já quanto ao Sete de Abril que passou, nem tão distante assim, por várias reformas de alto aporte financeiro, cumpre questionar o destino ou/e armazenamento de equipamentos e mobiliário. Mais ainda: sobre politicas para sua utilização futura, visto que acaba sempre, posterior às "reformas", voltando-se a uma produção "culta", seletiva, externa e cara. Quando muito, salvo exceções, ao deleite "estético" de uma "casta" midiotizada.
Que os movimentos na área da cultura façam essa discussão,. É importante que aconteça sem romantismo e espelhe a miserável e dura realidade da produção cênica local. Restaurar o Sete é importante. Mais importante, ainda, é questionar o verdadeiro motivo do seu fechamento (inicialmente goteiras). Esse trâmite, acabou por demandar uma soma de recursos fantástica, já aportados nas duas reformas anteriores. O Sete, em que pese sua importância, é um edifício cênico arcaico que não serve, por exemplo, a produção contemporânea do teatro brasileiro. Somado ao investimento anterior, mais o que hoje se anuncia, teríamos a chance de ter na cidade um espaço cênico moderno. A quem interessou e ainda interessa essa maratona de reformas, que no final servem ao deleite de gosto duvidoso e ao distanciado do fazer artístico local?
Complementando: é muito provável que o teatro, depois de reparado o seu telhado, estivesse em condições de ser "remontado". Por que não foi? Em que condições foram armazenados seus equipamentos? Suas poltronas, cadeiras etc. Estariam, agora, condenados? Passar a borracha sobre isso é romântico e irresponsável.

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