domingo, 26 de dezembro de 2021

TEATRO - PREMIAÇÃO DE VALTER SOBREIRO JUNIOR COM A MEDALHA SIMÕES LOPES NETO


Dia 17 de dezembro foi condecorado no Palácio Piratini com a a Medalha Simões Lopes Neto o dramaturgo, escritor e diretor de teatro Valter Sobreiro Junior honraria até hoje recebida em Pelotas apenas por  Glória Menezes. Valter é rio-grandino de nascimento, mas Cidadão Pelotense desde 2006.

Também dentro da programação da homenagem foi descerrada uma placa em sua homenagem no saguão do Sete de Abril. 

Na foto cena do ensaio da peça "Em Nome de Francisco" escrita e dirigida por Valter .
A foto integra a mostra "Evocação do Poeta, Cena e Bastidores" que tive a oportunidade única de montar composta por registros fotográficos de diversos momentos dos ensaios e apresentações da peça. Na foto além de Valter aparecem Simone Passos e Iria Barcellos. 

Estas fotos apresentavam uma dificuldade técnica pois sem o emprego de flash  era necessário "puxar" o filme, ou seja, empregá-lo como tendo uma sensibilidade acima da real com prejuízo da qualidade da imagem. Mas seria impensável empregar flash pois anularia o clima ambiente e todo o trabalho de iluminação projetado, segundo a ficha técnica, por Carlos Alberto Pinheiro.

P.R.Baptista

sábado, 25 de dezembro de 2021

sábado, 18 de dezembro de 2021

CONDENADOS NO JULGAMENTO DA BOATE KISS: CULPADOS OU BODES EXPIATÓRIOS ?

 

Fux, do STF, barra habeas corpus e impede eventual soltura dos 4 condenados no caso Kiss

 CRISTINA CAMARGO 

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luiz Fux, vetou a soltura dos quatro condenados pelas 242 mortes ocorridas no incêndio da boate Kiss, na cidade de Santa Maria, em 2013.

Ele aceitou pedido feito pelo Ministério Público Estadual para impedir os efeitos de eventual concessão de habeas corpus pelo TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul) em benefício aos quatro.

O habeas corpus solicitado pela defesa dos condenados foi concedido nesta sexta (17) pelo TJ-RS. Apesar da votação a favor da liberação, o tribunal informou que não foram expedidos alvarás de soltura em razão da existência de ordem do STF. O tribunal também afirmou que não foi comunicado oficialmente a respeito, apenas pela imprensa.

O juiz de primeira instância, Orlando Faccini Neto, que presidiu o júri e decretou as prisões, publicou um despacho após a decisão dos desembargadores confirmando que os quatro acusados não devem ser soltos. Faccini Neto afirma que a decisão de Fux susta os efeitos da concessão de habeas corpus.

Em sua decisão, publicada nesta quinta, Fux reitera a determinação de cumprimento imediato das penas atribuídas aos réus Elissandro Callegaro Spohr, sócio-proprietário da Kiss, Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Mauro Londero Hoffmann, sócio-proprietário da boate, e Luciano Bonilha Leão, assistente de palco da banda.

Após a condenação, Fux já havia determinado a prisão imediata dos quatro, ao derrubar liminar do TJ do Rio Grande do Sul que impedia a execução das penas. Agora o tribunal julga o mérito do pedido.

Os quatro se apresentaram entre terça-feira (14) e quarta-feira (15) e foram presos. Eles foram condenados pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio simples por dolo eventual, após dez dias de júri.

Spohr foi condenado a pena de 22 anos e 6 meses, Hoffmann a 19 anos e 6 meses e Santos e Bonilha a 18 anos.

Jader Marques, advogado que representa Spohr e é autor do pedido de habeas corpus, criticou nas redes sociais o recurso do Ministério Público junto ao STF, que seria, na avaliação dele, uma intervenção em uma votação em curso no Tribunal de Justiça.

"É uma verdadeira afronta à Justiça do Rio Grande do Sul. É uma aberração jurídica inaceitável", disse. "Essa leitura que eu faço, se ela estiver correta, talvez tenhamos que voltar aos bancos escolares, estudar processo penal, estudar o andamento de ações no STF, a legitimidade do Ministério Público, o que pode um ministro e o Ministério Público Estadual para barrarem o livre exercício da judicância".

Mais tarde, ele publicou a decisão de Fux e ironizou: "Parabéns aos envolvidos".

Outro advogado, Bruno Seligman de Menezes, defensor de Hoffmann, compartilhou frase de um internauta dizendo que está sendo criado o Código de Processo Penal da Boate Kiss. "Eu avisei, ainda dentro do plenário", disse o defensor.

A tragédia da madrugada de 27 de janeiro de 2013 deixou também mais de 600 pessoas feridas. A maioria das vítimas morreu por asfixia devido a gases tóxicos liberados pela queima da espuma que havia no palco, segundo a perícia.

O julgamento foi o mais longo da história do Judiciário gaúcho. O caso foi transferido de Santa Maria para Porto Alegre depois que as defesas questionaram a formação de júri na cidade onde grande parte da população foi afetada pela tragédia.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

O FIM DA PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES ? - Vladimir Nepomuceno*

 

Ao completar dois anos da Emenda Constitucional 103, de 12 de novembro de 2019, o governo federal encaminha um projeto de lei complementar, o PLP 189/2021, tratando da implantação da entidade gestora única do regime próprio de previdência da União, englobando os três Poderes, como determina o artigo 40 da Constituição.

Dois dias após, o INSS publicou a Portaria 1.365/21, estabelecendo o cronograma de centralização das atividades de concessão e manutenção de aposentadorias e pensões dos servidores das autarquias e fundações públicas federais no INSS, de acordo com o Decreto 10.620/21.

Alguns questionamentos:

Por que separar servidores de autarquias e fundações de servidores da Administração Direta no que se refere à concessão e manutenção de aposentadorias e pensões, uma vez que, sendo o mesmo regime, o ato é obviamente inconstitucional?

Por que, após 18 anos da determinação constitucional de criar uma unidade gestora, justamente o INSS é incumbido dessa responsabilidade, uma vez que não possui quadro especializado em regimes próprios, nem pessoal em quantidade para absorver essas atribuições, face a carência de 23 mil servidores para cumprir o papel original de operar o regime geral?

É óbvio que o objetivo não é a unificação dos regimes próprios de servidores, mantendo-os separados do regime geral, nem a criação de uma instituição que cuidaria exclusivamente dos regimes próprios dos servidores, mas a unificação dos regimes próprios com o regime geral de previdência social.

O objetivo está claro no inciso I, do parágrafo 22, do artigo 40 da Constituição, inserido pela Emenda 103, ao dizer que futura lei complementar (não o atual PLP 189/21), tratando dos regimes próprios, deverá dispor sobre “requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdência Social”.

A portaria 1.365/21, do INSS, ao estabelecer o calendário de centralização, cumpre a primeira fase do processo de unificação de regimes. Nessa fase, as autarquias e fundações federais transferem ao INSS as informações necessárias para a concessão de aposentadoria dos servidores ativos. Desde outubro deste ano já foram dados de 20 instituições, devendo as 140 restantes repassarem até o terceiro trimestre de 2022, sendo o Banco Central a última instituição, em setembro de 2022.

Durante a centralização de autarquias e fundações, tramitará o PLP 189/21, que, se aprovado, trará à gestão do INSS todos os servidores da União, incluindo os membros da magistratura, do Ministério Público, da Defensoria Pública e do Tribunal de Contas da União, de todos os Poderes, órgãos, autarquias e fundações da União, bem como os aposentados e pensionistas.

As atuais folhas de pagamento dos aposentados e pensionistas das autarquias e fundações federais já estão no INSS.

Durante a transição as unidades de gestão de pessoas nos órgãos de origem dos servidores apenas receberão e repassarão todas as solicitações referentes a aposentadorias e pensões ao INSS, que já está responsável pelos encaminhamentos sobre essas questões.

Algumas observações finais.

Com a conclusão da centralização em cada instituição, todo servidor, ao tratar da sua aposentadoria, deverá buscar o INSS, não mais a área de gestão de pessoas da sua entidade de origem.

Isso, porque, assim como no regime geral, o ato de aposentar de qualquer servidor resultará na sua desvinculação do órgão de origem, passando a ser considerado “segurado”, vinculado ao INSS. Entre outras consequências, haverá a perda de representação pela entidade sindical dos servidores da instituição de origem, uma vez que as entidades sindicais representam apenas as pessoas vinculadas aos órgãos e entidades públicas.

Salvo os servidores que adquiriram o direito à aposentadoria com paridade e integralidade, todos os demais, após aposentados, bem como os pensionistas, seguirão a política de reajustes do regime geral. Com a reforma administrativa (PEC 32 ou outra proposição), o ingresso de servidores, quando houver, se dará em novas condições e cargos, resultando no fim da paridade e, por consequência, da integralidade.

O resultado será: todos os servidores no RGPS, com seus limites e políticas de reajustes de aposentadorias. Os que desejarem complementação de proventos deverão buscar planos de previdência complementar no sistema financeiro privado, uma vez que as instituições públicas, como a Funpresp deverão ser privatizadas.

*Vladimir Nepomuceno é assessor parlamentar do Sinal de outras entidades sindicais. É sócio-diretor da Insight Soluções e Assessoria. Servidor público federal aposentado, foi dirigente sindical, diretor do DIEESE/DF e do DIAP. Foi Diretor de Relações do Trabalho no Ministério do Planejamento, onde compôs a equipe de negociação com entidades de servidores.


sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

POESIA -" Faxinação" -Jamila Saleh

"Way Out"(Saída)- foto @P.R.Baptista

Reunir: Cada beijo, cada toque Cada frase que provoque Ou silêncio que sufoque Tudo que vem de ti...

Cada verso que eu te dei E objetos que eu criei Para ordenar a terra-sem-lei De onde eu já parti...

E fazer uma fogueira Vomitar a noite inteira Exorcizar tanta sujeira Até poder sorrir!


segunda-feira, 29 de novembro de 2021

PENSAMENTOS - Jorge Luis Borges

 Jorge Luis Borges Acevedo (Buenos Aires, 24 de agosto de 1899 — Genebra, 14 de junho de 1986) foi um escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta argentino.

Suas obras abrangem o "caos que governa o mundo e o caráter de irrealidade em toda a literatura". Seus livros mais famosos, Ficciones (1944) e O Aleph (1949), são coletâneas de histórias curtas interligadas por temas comuns: sonhos, labirintos, bibliotecas, escritores fictícios, livros fictícios, religião e Deus. Seus trabalhos têm contribuído significativamente para o gênero da literatura fantástica. Estudiosos notaram que a progressiva cegueira de Borges ajudou-o a criar novos símbolos literários através da imaginação, já que "os poetas, como os cegos, podem ver no escuro". Os poemas do seu último período dialogam com vultos culturais como Spinoza, Luís de Camões e Virgílio.

Seu trabalho foi traduzido e publicado extensamente nos Estados Unidos e Europa. Sua fama internacional foi consolidada na década de 1960, ajudado pelo "Boom Latino-americano" e o sucesso de Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez. Para homenagear Borges, em seu romance O Nome da Rosa Umberto Eco criou o personagem "Jorge de Burgos", que além da semelhança no nome, é cego — assim como Borges foi ficando ao longo da vida. Além da personagem, a biblioteca que serve como plano de fundo do livro é inspirada no conto de Borges "A Biblioteca de Babel" (uma biblioteca universal e infinita que abrange todos os livros do mundo). O escritor e ensaísta J.M. Coetzee disse que "Borges, mais do que ninguém, renovou a linguagem de ficção e, assim, abriu o caminho para uma geração notável de romancistas hispano-americanos". Laureado com inúmeros prêmios,[11] também foi conhecido por suas posições políticas conservadoras, o que pode ter sido um obstáculo à conquista do Prêmio Nobel de Literatura, ao qual ele foi candidato por quase trinta anos.

Borges com Maria Kodama em Paris

A partir de um dado momento de sua vida foi acompanhado por Maria Kodama Schweizer, quase quarenta anos mais moça, com quem viveu até a morte e se tornou herdeira de
seus direitos autorais num testamento escrito em 1979, quando ela era a sua secretária literária, e legou a ela toda a sua propriedade em 1985. Casaram-se em 1986, pouco antes da morte de Borges. 





quarta-feira, 24 de novembro de 2021

ENTREVISTA DE LULA AO EL PAÍS DA ESPANHA

O MATADOR DE INSTANTES - Enio Andrade

foto P.R.Baptista

     Amorim era um funcionário público que vivia sempre em contradição, não sabia muito bem o que queria da vida.  Sua vida no trabalho era como todo o seu cotidiano, maçante e incipiente. Porém, ele gostava de pensar que tinha ali em algum lugar dentro de si uma certa dose de sensibilidade, difícil era isso se manifestar em meio a essa sua condição cultural. Durante o dia estava sempre em contato com essas pessoas comezinhas que só falavam sobre coisas vãs, conversavam também sobre coisas vis, se é que vocês me entendem, à noite ficava passeando pela cidade a procura não se sabe de que. Enfim estava cansado de tudo aquilo, nada acontecia. mesmo seus relacionamentos amorosos, que diga-se de passagem eram muitos, não faziam diferença nenhuma. Sua vida começou a mudar quando ele conheceu Rebeca, ao contrário de seus outros casos essa mulher era diferente, uma mulher refinada sem dúvida. Com ela ele experimentou uma vida bem próxima do que ele imaginou em seus devaneios. Ela o levou a outros ambientes, onde ele pode entender não só que outra vida era possível, mas que principalmente esta vida estava bem ali na sua frente só esperando que ele a agarra-se. A proposta era tentadora, nunca mais ele iria enfrentar o mais do mesmo, que era como chamava a sua vidinha.

          Começou a se interessar por outras coisas e como era de seu costume, gostava de ir a fundo em tudo o que fazia, mesmo autodidata, até que obtinha êxito em suas tentativas na busca de mais conhecimento. Foi assim que começou na fotografia, foi quase por acaso. foi Rebeca, sempre ela, que o apresentou a um fotografo profissional que na época estava trabalhando em uma revista. não se sabe por que, talvez nunca saibamos, o fato e que a fotografia tomou conta de sua vida. Parece que ele sempre esperara por aquilo, era um encantamento só. Ele não sabia como começou, mas pensava cada vez mais em eternizar o instantâneo, era assim que ele falava, parecia que aquilo não era só como a maioria das pessoas encara aquilo que faz, uma atividade que tem um fim em si mesma. Para ele não, era muito mais do que isso, é difícil explicar, mas, era como se sem a fotografia ele nunca tivesse respirado. Abandonou o serviço público e foi viver só da fotografia, foi aí que começou a ficar cada vez mais arredio.                  

          Rebeca logo notou e após algum tempo o deixou, fato que só fez piorar o seu distanciamento da realidade, começou a usar drogas e a ficar cada vez mais confuso, não sabia mais o que era ele ou o que era sua arte, era assim que ele chamava as suas fotos. às vezes mal amanhecia e ele já estava na rua, procurando não se sabe bem o quê? alguma nuance de luz, um olhar diferente, um rosto com significado, ou, a beleza da simplicidade das pessoas passando em um instante de suas vidas comuns e especiais ao mesmo tempo. Foi assim que desenvolveu o seu poder de observação para descobrir o que nem todos viam e ele escolheu entre o que via o desespero, começou a ter uma atração mórbida por esses flagrantes. 

          À noite, quando ele examinava o material do dia transcorrido, os momentos de desespero eram os que mais o excitavam, mexiam com ele e ele não sabia como aquilo acontecia. Passou então a sair e procurar só pelos desesperados.

           Num dia qualquer entrou em uma lojinha para comprar incenso, passara o dia atrás de uma novidade e próximo de casa, já cansado, tivera aquela ideia, após pagar o incenso quase na saída ao olhar para o lado notou que havia uma máquina fotográfica muito antiga em um canto da loja, parecia estar à venda. Resolveu perguntar ao dono quanto custava, quem sabe se fosse possível, talvez conseguisse restaurar e vender por um preço melhor. Após regatear um pouco o cara resolveu negociar e ele levou para casa aquela relíquia, ao chegar foi logo manuseá-la, até para saber se estava funcionando. 

          A única coisa viva que tinha em casa era uma um peixe dentro de um aquário, fora presente de Rebeca. Só não sabia como ele ainda sobrevivia naquele ambiente sem nenhum cuidado, às vezes, à noite, quando se lembrava de comer atirava alguma sobra para o pobre. Resolveu fotografar o bicho, claro que antes usou a sua dose habitual, ao começar a sequência teve um pensamento maravilhoso, e se ele conseguisse com aquela máquina capturar o instante supremo daquele peixe, como se depois daquele instante ele não conseguisse mais ser um peixe maravilhoso que era naquele instante que já havia passado, que maluquice. Ah, se isso pudesse ser verdade, era isso que o levara até a fotografia. Em seguida dormiu, já não se aguentava mais.

           No outro dia acordou cedo e saiu como sempre atrás de seus olhares desesperados. Levou a máquina consigo, conhecia um fotografo mais velho que manjava dessas coisas mais antigas. O lugar ficava no outro lado da cidade. No caminho até lá poderia aparecer alguma oportunidade, que nada, o tempo passava e nada. Um gato estava brincando com uma lata, usou a máquina antiga, logo em seguida encontrou dois mendigos numa esquina usou outra vez, após não encontrou mais nada. 

          Ao chegar à lojinha do fotografo deixou a máquina para ser avaliada e pediu para que ele ligasse à noite porque não pretendia vir para aqueles lados no outro dia. Pediu ainda, que se ele soubesse de algum interessado em negociar a máquina o avisasse logo, pois estava precisando muito de uma lente nova, desde que deixara o serviço público nunca mais pudera adquirir um material novo, vida dura a de artista. 

          O resto do dia transcorreu na normalidade, ao chegar em casa sem praticamente nenhum material foi direto para a sua dose cotidiana de relaxamento compulsório. Foi depois de a droga fazer efeito que notou o peixe boiando no aquário, ficou num misto de surpresa e algum medo, porque recordou aquele pensamento que havia tido na noite anterior, começou a se sentir muito mal e pensou que ia ter um ataque cardíaco de tão velozes eram as batidas de seu coração. 

          Acordou sem lembrar de como conseguira chegar até a cama, maldita droga, a Rebeca tinha razão quando disse que ela ainda iria acabar comigo, a droga não, a Rebeca. Saiu logo, muito assustado, porque lembrou que havia fotografado o gato e os mendigos com aquela máquina. Estava ficando louco, como isso podia ser possível. Deixa pra lá, no caminho telefonou para o fotografo velho e nada, só chamava. Que droga, quando a gente mais precisa as coisas nunca acontecem.

           Foi atrás do gato e dos mendigos, chegando naquela esquina não encontrou nada, após algum tempo encontrou um camelô que estava vendendo a sua mercadoria e perguntou pelos mendigos só para ficar mais tranquilo. A resposta dele gelou todo o seu sangue imediatamente, contou que alguém colocara fogo neles na madrugada passada e que não foi possível ajuda-los, pois não havia ninguém na rua àquela hora, agradeceu e ficou alguns momentos absorto. Após, deu alguns passos e se deparou com o gato, o mesmo gato do outro dia, estava em um canto do beco morto. Nem quis saber como acontecera, já sabia que ele de alguma maneira tinha sido o responsável, mas não queria pensar nisso agora, estava concentrado em chegar logo à loja do fotografo velho.

           Chegando lá estranhou a loja estar fechada, eram só três da tarde será que havia acontecido alguma coisa grave. Que piada, será que não bastava o seu desespero. Foi aí que uma mulher se aproximou e disse que o fotografo havia deixado um pacote para um rapaz que correspondia com a descrição de sua aparência, ele agradeceu a mulher e abriu logo a caixa, dentro estava a máquina e um bilhete breve, estava escrito: parabéns você conseguiu o que queria, agora você e um matador de instantes, após ele caiu e nunca mais se levantou, de maneira metafórica e claro.


terça-feira, 23 de novembro de 2021

CÂMARA DE VEREADORES APROVOU TAXA DO LIXO MAS NÃO CUIDA DO PRÓPRIO LIXO - Lúcio Almeida Heckteuer

 

No centro da cidade de Pelotas grande parte do lixo produzido é depositado em contêineres.  No entanto, na Rua Andrade Neves, somente foram colocados contêineres até a quadra do Hospital Beneficência Portuguesa. Em direção ao Porto a coleta do lixo se dá de forma mais tradicional: os moradores depositam seus lixos no meio fio das calçadas ou nas suas próprias lixeiras momentos antes do caminhão do lixo passar. Neste percurso da Rua Andrade Neves, entre as ruas Uruguai e João Manoel o caminhão passa por volta das 20 horas e 30 minutos e é de conhecimento de todos que o lixo que geram não pode ser colocado na rua com muita antecedência antes da passagem do caminhão.

No centro da cidade de Pelotas grande parte do lixo produzido é depositado em contêineres. No entanto, na Rua Andrade Neves, somente foram colocados contêineres até a quadra do Hospital Beneficência Portuguesa. Em direção ao Porto a coleta do lixo se dá de forma mais tradicional: os moradores depositam seus lixos no meio fio das calçadas ou nas suas próprias lixeiras momentos antes do caminhão do lixo passar. Neste percurso da Rua Andrade Neves, entre as ruas Uruguai e João Manoel o caminhão passa por volta das 20 horas e 30 minutos e é de conhecimento de todos que o lixo que geram não pode ser colocado na rua com muita antecedência antes da passagem do caminhão.


No entanto, se caminharmos pela Rua Andrade Neves, seremos impossibilitados de circular pela calçada dos fundos da  Câmara Municipal de Vereadores visto que ela fica tomada de lixo a partir do meio das tardes das segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras. Isso acontece porque o lixo produzido na Câmara de Vereadores é colocado diretamente na calçada muito cedo oportunizando que animais fiquem remexendo e espalhando pela calçada. A Câmara de Vereadores, em não consonância com o Código de Postura Municipal, também não teve o cuidado de instalar uma lixeira para colocar o lixo por ela produzido. Esse fato ocorre de longa data e, pelo que se pode concluir, parece que a Casa do Povo não está dando a devida importância ao tema dos Resíduos Sólidos Urbanos. Cabe aqui lembrar aquele velho ditado: “faça o que eu falo mas não faça o que eu faço”!




quinta-feira, 11 de novembro de 2021

A CIDADE INVISIVEL - SITUAÇÃO DE RISCO NA SUBESTAÇÃO DA CEEE - Lúcio de Almeida Hecktheuer

 

Os sistemas de potência de energia elétrica destinados ao abastecimento da população compreendem as etapas de geração, transmissão e distribuição. No Brasil, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), 65,2% da energia elétrica é gerada em hidroelétricas localizadas a grandes distâncias dos centros consumidores. Por exemplo, a hidrelétrica de Itaipu, a maior do Brasil, tem seus geradores elétricos gerando energia numa tensão de 18.000 Volts. Considerando a sua potência de 14.000 MW e a distância dos grandes centros consumidores, eleva-se esta tensão para valores na ordem de 500.000 Volts a fim de realizar a sua transmissão através de linhas de transmissão. Quando essas linhas de transmissão chegam nos grandes centros de consumo é necessário diminuir essa tensão. Essa diminuição de tensão se dá nas chamadas subestações.

No caso específico de Pelotas, temos várias subestações sendo que uma delas se encontra na Avenida Ferreira Viana, a chamada Subestação Pelotas 1. Nesta subestação temos a chegada de redes de transmissão com valores de tensão de 138.000 Volts que são reduzidas para 13.800 Volts.

Dito isso, quero registrar o descaso da empresa que administra a subestação que deixa parte da sua fachada sem nenhum muro de proteção visto que o mesmo caiu a longo tempo. Essa situação permite que qualquer pessoa ou animal adentre na área interna da subestação, área essa de grande risco.




quarta-feira, 10 de novembro de 2021

CIDADE INVISIVEL - SITUAÇÃO DE RISCO NA SUBESTAÇÃO DA CEEE - Lúcio de Almeida Hectheuer

 SITUAÇÃO DE RISCO NA SUBESTAÇÃO DA CEEE -  Lúcio de Almeida Hectheuer



Os sistemas de potência de energia elétrica destinados ao abastecimento da população compreendem as etapas de geração, transmissão e distribuição. No Brasil, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), 65,2% da energia elétrica é gerada em hidroelétricas localizadas a grandes distâncias dos centros consumidores. Por exemplo, a hidrelétrica de Itaipu, a maior do Brasil, tem seus geradores elétricos gerando energia numa tensão de 18.000 Volts. Considerando a sua potência de 14.000 MW e a distância dos grandes centros consumidores, eleva-se esta tensão para valores na ordem de 500.000 Volts a fim de realizar a sua transmissão através de linhas de transmissão. Quando essas linhas de transmissão chegam nos grandes centros de consumo é necessário diminuir essa tensão. Essa diminuição de tensão se dá nas chamadas subestações.

No caso específico de Pelotas, temos várias subestações sendo que uma delas se encontra na Avenida Ferreira Viana, a chamada Subestação Pelotas 1. Nesta subestação temos a chegada de redes de transmissão com valores de tensão de 138.000 Volts que são reduzidas para 13.800 Volts.

Dito isso, quero registrar o descaso da empresa que administra a subestação que deixa parte da sua fachada sem nenhum muro de proteção visto que o mesmo caiu a longo tempo. Essa situação permite que qualquer pessoa ou animal adentre na área interna da subestação, área essa de grande risco.



domingo, 7 de novembro de 2021

AS CONSEQUÊNCIAS DO CAPITAL NAS MÃOS DOS INÚTEIS - Sérgio Severo

 


       Quando um proprietário dos meios de produção (máquinas, trabalhadores, tecnologia etc...) nos vende um produto, não está nos entregando o produto do seu trabalho...ele entrega o produto do trabalho dos outros! Isso é um fato inquestionável. E ele conseguiu que outros trabalhassem para ele porque possuía capital e resolveu arriscá-lo. Outro fato inegável é que todo empreendedor é, de uma forma ou de outra, um capitalista. Mesmo que não possua um só centavo em moeda corrente, se detiver um acervo em conhecimento já é um capitalista. Claro que para transformar conhecimento em produto precisará que alguém se disponha a trabalhar para ele sem comer. E o risco de morrer de fome endividado se mantém. Todas essas situações: risco, conhecimento, fome, trabalho e dívidas são coisas difíceis e causam bastante sofrimento e frustrações.

      Vivemos (ou vivíamos?) em uma sociedade do conforto. Gastamos (ou gastávamos?) uma montanha de capital para nossos “mimos”. Uns pouco, outros um absurdo. Esse conforto ameniza o sofrimento mas não dá um objetivo para a vida. Uma criança mimada prejudica mais a si que aos outros. O problema é que, mimada, ela se vê inútil e dependente. E, no desespero de obter uma vida, começa a acreditar que pode conseguir uma tirando a vida dos outros. 

      E não se tira a vida dos outros só expondo eles a um vírus mortal. Tiramos a vida dos outros quando os submetemos a trabalhos infames e inúteis, quando maximizamos os lucros com mentira, sonegação, arreglos, “relações”, negociatas. E vai o mimado tentando preencher o seu vazio com a vida dos outros. Esse aspecto vampiresco do capitalismo moderno não mais tem servido ao acúmulo do capital. Ele serve hoje para o mais puro desperdício e ostentação. E, uma vez jogado fora, o acúmulo do capital não mais cumpre a função de minimização do risco de outrora. O capitalista clássico explorava para acumular e sobreviver a uma safra ruim. O capitalista mimado explora para minimizar seu sofrimento causando sofrimento!

     Sem reservas o que faz nossa criança na seca? Chicoteia os escravos! Mas isso é contra a lei. Então o negócio é eleger um feitor. Alguém que seja um psicopata capaz de matar velhos sem dó. E enquanto for ouvido o estalo do chicote no lombo de um mais fraco, a vida continua se alimentando da vida alheia.

      Mas ora, certamente que nem todos que elegeram o feitor são vampiros. Mas ocorre que, mesmo aquela doce senhora, aquele rapaz gentil, aquela moça carinhosa, todos eles possuem alguma sede de sangue. E, pior, alguns sofrem muito com a perspectiva antropofágica. Sabem que o preço do seu conforto é o sofrimento de um infeliz. E, na falta de coragem, também elegem o feitor. Uns não suportam o sofrimento do fracasso, da falência. Outros não suportam a própria existência parasitária e delegam. E o delegado vai lá e mata para eles.

      Obviamente tudo isso não serve ao desenvolvimento e nem mantém a vida dos que sustentam a civilização em um nível suportável. Quer você tenha eleito um psicopata para roubar a vida dos outros, na esperança de melhorar a sua, ou você não suporte o sofrimento que causa nos outros, dado que sua existência é inútil, você é responsável pela barbárie que nos domina. E você terá de sair de campo. Quieto, de cabeça baixa e envergonhado. Ou isso, ou você será retirado pela força da razão. E quem é expulso pela força da razão sai com dano mental irreversível. A civilização tem muito pouca tolerância com os loucos

Texto : Sérgio Severo, Prof. do IFSul 

Foto: "Isaías", P.R.Baptista

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

LULA REATA ANTIGO ROMANCE COM MDB

Esta foto, de uma fase mais antiga do romance, pode ser reeditada 

Com jantar oferecido pelo ex-senador Eunício de Oliveira (CE), quarta-feira (6/10), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveita para se aproximar de figuras do MDB que tendem a apoiar sua candidatura à Presidência da República em 2022.

Compareceram à casa de Eunício, no Lago Sul, em Brasília, os emedebistas Raul Henry (PE), Veneziano Vital do Rego (PB), Nilda Gondim (PB), Isnaldo Bulhões (AL), Marcelo Castro (PI), Walter Alves (RN), Edson Lobão (MA) e Lobão Filho (MA).

Do lado do PT, além de Lula, estiveram na reunião Paulo Rocha (PA), Paulo Teixeira (SP), José Guimarães (CE), a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro Luiz Dulci.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, chegou a ser convidado, mas não foi ao jantar.

Os senadores Renan Calheiros (AL) e Eduardo Braga (AM) avisaram que não iriam ao jantar e declinaram do convite alegando que, neste momento em que os trabalhos da CPI da Covid entram na reta final, o encontro não seria visto com bons olhos.

“Ia ser uma reunião do relatório, não um jantar”, explicou Eunício, em conversa com o Metrópoles.

O senador Veneziano chegou em um carro oficial – devido à viagem de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), ele responde como presidente do Senado.

“Respeita a Dilma”

Enquanto Lula procura assim encaminhar apoio para sua candidatura se  reaproximando do MDB de Temer que foi o coveiro do enterro de Dilma, do lado fora da casa de Eunício, um grupo de 8 pessoas protestou com faixas, condenando Lula por se reunir com emedebistas. “Está jantando com os caras que derrubaram a Dilma”, gritaram os manifestantes.

Eles deixaram na rua, em frente à casa, uma faixa com a seguinte questão: “Ué, Lula, não foram eles que deram o golpe na Dilma?”, referindo-se ao impeachment em 2016. “Respeita a Dilma”, bradaram.

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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

MÚSICA POPULAR BRASILEIRA - Alcione


Samba clássico, poético, romântico.
Permanece como um reduto inexpugnável de brasilidade

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

CHARGE - PêErre


segunda-feira, 20 de setembro de 2021

CIRO ANTECIPA E RENOVA SUA CAMPANHA ELEITORAL


Ciro Gomes anuncia que está tirando carteira de habilitação tipo C porque pretende
fazer um longo documentário dirigindo caminhões em estradas brasileiras.

O DESTINO DO VIDRO EM PELOTAS - Alceone Silveira dos Santos


Especificamente sobre a logística do vidro, faz-se necessário apontar algumas considerações acerca desse passivo em Pelotas.

A cidade possui 6 Cooperativas de reciclagem. Estão vinculadas ao poder público através de uma parceria insólita que destina R$15 mil para cada uma e R$400 para cada cooperado.

Atuam também na retirada dos resíduos recebidos nos ecopontos como forma de implemento e complemento financeiro.

Por fim, recebem o transbordo da coleta seletiva, que é operada sob contrato, por empresa privada.

Os impactos começam no tipo de veículo utilizado, caminhão prensa.

 A mistura e consequente quebra do vidro misturado a outros resíduos, contamina e inviabiliza um considerável percentual do material recebido da coleta seletiva.

Gera um processo de retriagem , acaba por muitas vezes, causando dano físico aos cooperados

 Cada Cooperativa recebe em média de 3 a 5 toneladas de vidro por semana oriundo da coleta seletiva.

Considerando a potencialidade de aproveitamento do vidro no processo de reciclagem ser de 100% urge um implemento e uma organização desse logística para fomento de ganho a catadores e profissionais de cooperativas.

Numa próxima intervenção nesse espaço, abordaremos questões técnicas, legislativas e tributárias que também precisam compor essa demanda.

domingo, 19 de setembro de 2021

CHICO BUARQUE SOBE AO ALTAR

Chico Buarque e Carol Proner

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O cantor Chico Buarque, 77, e a advogada Caroline Proner, 47, se casaram na manhã deste sábado (18) na presença de poucos amigos e parentes em um cartório de Petrópolis, no Rio. Os dois estão juntos há quatro anos, e tiveram os planos de casamento revelados em agosto.

"Para nós, celebrar casamentos é sempre uma emoção, mas hoje com o ícone da música brasileira a emoção foi ainda maior. Tivemos a honra de celebrar a união de Chico Buarque e Caroline Proner. Toda felicidade do mundo aos noivos", afirmou a página do cartório no Instagram.

Os nomes do cantor e compositor e da professora da UFRJ (Universidade Federal do Rio) apareceram no Diário Oficial da Justiça do Rio há dois meses com a intenção do casal de se casar. A oficial registradora, Patricia Baranda, afirmava que todos os documentos exigidos por lei foram apresentados.

Chico é pai de Helena, Sílvia e Luísa, as três do casamento com Marieta Severo, 74. Os dois ficaram juntos por 33 anos e se separaram em 1999. Antes de Carolina, o artista namorou a cantora Thais Gulin, 41, por cinco anos.

Já Proner é mãe de Francisco, 21, e Bárbara, 20, de relacionamentos anteriores. No ano passado, ela virou avó pela primeira vez.

O namoro dos dois começou durante os encontros realizados para a definição da candidatura de Lula nas eleições de 2018 para presidente.

Antes disto um dos últimos relacionamentos de Chico Buarque tinha sido com a cantora Taís Gulin 41, por cinco anos.

Chico e Taís Gulin


sexta-feira, 10 de setembro de 2021

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

RECICLAGEM DE VIDRO - UM EXEMPLO DE ECONOMIA SOLIDÁRIA - Conversa de Rogel Martins Barbosa com Alceone Silveira dos Santos


Rogel Martins Barbosa conversa neste Café& Resíduos com Alceone Silveira dos Santos, Técnico em Meio Ambiente, colaborador externo do NESol - Núcleo de Economia Solidaria do IF Sul - Campus Pelotas e idealizador parceiro no projeto Entreposto de Resíduos Sul.

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

NATAÇÃO EM PELOTAS - Raquel Nussbaum


Em tempos de pandemia a prática da natação em Pelotas, sujeita a restrições, segue no entanto muito viva nas piscinas térmicas que estão em funcionamento na cidade.

 Além das tradicionais do Brilhante e Diamantinos  fazem parte deste grupo as dos clubes Centro Português e Dunas, esta a mais recente.

Menciono as térmicas porque no nosso clima elas são indispensáveis quando se pensa numa prática a ser  mantida o ano todo. 

O Brilhante merece um destaque especial porque além de manter piscina em atividade há muitos anos tem conseguido manter ao longo do tempo uma tradição de formação de nadadores de nível de competição.

Neste momento em que a participação feminina ganha um grande destaque com a conquista  nas Olimpíadas da  medalha de ouro por Ana Marcela Cunha na prova de 10 mil metros é oportuno destacar duas nadadoras do clube que se mantêm competindo, Helena da Rocha e Raquel Nussbaum.

Neste momento destacamos Raquel Nussbaum com uma carreira que começou bem cedo, aos 6 anos, incentivada pelo pai que foi nadador pelo Clube Regatas Pelotense onde obteve grandes resultados estaduais .

Raquel ganhou campeonatos estaduais e participou de competições nacionais  e, depois de um longo

 período longe das competições voltou a nadar, já depois dos 30 anos, na equipe master, destacando-se  em provas de nado  borboleta ( recorde estadual da categoria em 3 provas, 50 e 100 m borboleta na piscina longa e 100 m borboleta na piscina curta ), títulos conquistados entre 2018 e 2019.

A nadadora em dois momentos de sua carreira



Atualmente, com a pandemia, Raquel declara que começou a encarar mais os treinos como aliados à saúde mental e decidiu começar a treinar para provas de fundo e águas abertas tendo como treinador o técnico e amigo João Paulo Brum Rodrigues  (Jotape, como é conhecido)

Vamos os aguardar os resultados dessa mais recente experiência da nadadora tão premiada. 

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sábado, 28 de agosto de 2021

CAMPANHA PRÓ ARMAMENTO

 





quinta-feira, 26 de agosto de 2021

APOIO COMUNITÁRIO- Coletivo Afeto e Resistência -

O Coletivo Afeto e Resistência é um grupo de pelotenses empenhado em enfrentar a fome. Com afeto resistimos a um sistema que nos desafia diariamente a seguir em frente. Neste momento, em que tudo está mais difícil, com o vírus que está no ar e governos ainda mais letais, nós resistimos à fome e tentamos segurar as mãos de quem precisa. Escolhemos a comunidade do Barro Duro, por ser um grupo mais afastado do centro da cidade e com pouco acesso a outras ações da sociedade civil.
Em julho e agosto entregamos sacolas de alimentos e material de higiene a 18 famílias e temos o objetivo de ampliar o quanto for possível, contando com o apoio de quem, como nós, acredita que isso não é favor ou caridade, mas um compromisso social com as pessoas e famílias mais vulneráveis.
Nossa seleção de alimentos é composta por produtos perecíveis e não perecíveis, com a opção pelos mais nutritivos e frescos, como frutas, legumes, verduras, e proteínas como ovos e sardinha.
Os cães e gatos das famílias atendidas e os que vivem nas ruas por onde passamos durante as entregas também são atendidos com porções de ração e arrecadamos doações para viabilizar castrações.
Fazemos tudo com muito cuidado, pois sabemos da importância de nos protegermos e de proteger a todas as pessoas com quem temos contato. Quer ajudar? Deixa a tua doação na Essência de Vida – Mercado Central banca 57, ou na Teia Ecológica – Praça Coronel Pedro Osório, 63.


terça-feira, 24 de agosto de 2021

© PêErre

 

sábado, 21 de agosto de 2021

VAMOS AJUDAR GAROTO VOLTAR PRÁ CASA


Garoto, um belo cavalo de 11 anos, é o parceiro do charreteiro Marco Aurélio Vieira muito conhecido no bairro Fátima onde mora e nas imediações da Tiradentes onde fica aguardando chamadas para serviço..

O que chama a atenção desde o primeiro momento ao ver o cavalo são os cuidados que recebe e o carinho que o dono tem por ele, o pelo chega a ser reluzente e os cuidados são tantos tantos que enquanto aguarda serviço se faz muito sol ele é deixado na sombra e se chove é coberto com uma capa.

Pois o Garoto, até por chamar a atenção pela sua aparência, foi roubado.

No dia 2 de agosto do campo junto ao Casarin no bairro Fátima.

Marco Aurélio passou , sem o cavalo, a não contar com seu companheiro e, tampouco, trabalhar.

Vamos ajudar Garoto a voltar prá casa. Seu pelo é rosilho ( gateado) e tem as quatro pretas pretas. 

Pode-se suspeitar também que, infelizmente, o cavalo tenha por destino o comércio ilegal de carne que dá sinais de estar aumentando constituindo-se num crime da maior gravidade que cabe fortemente combater.    

Quem tiver informações pode fazer contato com o próprio Marco pelo telefone 98459- 4636  



terça-feira, 17 de agosto de 2021

Vander Lee - Do Brasil (Ao vivo)


Vanderli Catarina (Belo Horizonte, 3 de março de 1966 — Belo Horizonte, 5 de agosto de 2016), mais conhecido como Vander Lee, foi um cantor e compositor brasileiro.

Nascido no estado de Minas Gerais, Vander Lee começou sua carreira em bares locais em meados da década de 1980. Gravou sua primeira fita demo (com 4 músicas) em 1986, e em 1987 já fazia shows com seu próprio repertório. Suas canções variam desde o romântico, passando pelo samba, até a balada e rock. Suas letras falam de acontecimentos da vida cotidiana, sempre com um lado romântico. Já gravou com grandes nomes da MPB, como Zeca Baleiro, Elza Soares, Rita Ribeiro, Emilinha Borba, Leila Pinheiro e Nando Reis. Compôs a música "Estrela" que foi gravada pela cantora Maria Bethânia. Teve ainda a canção "Onde Deus possa me ouvir" gravada por Gal Costa.[1] Foi autor de sucessos como "Românticos", "Iluminado" e "Esperando Aviões". O cantor tinha 3 filhos: Laura, Lucas e Clara, que herdaram dele o talento musical.

domingo, 15 de agosto de 2021

"DANDARA E A PRINCESA", ROMANCE DE ESTRÉIA DE ENIO ANDRADE


Conheci Enio Andrade um pouco por acaso. 

Aqui na frente de minha casa na parte da cidade que intitulei Entorno do Café Lamego, que tanto chamou a atenção pela proposta de preservar a pavimentação de pedra, quando soube que era escritor.

Descobrindo nosso interesse comum pela Literatura , nossa conversa foi tendo outras oportunidades, mais adiante me deixou um texto que publiquei em A METADE SUL e, por fim, sabedor que escrevia um romance,  acompanhei alguns desdobramentos de seu envolvimento com a conclusão.

Pois nesta sexta esteve aqui, entrou no espaço que estou preparando para abrir a GALERIA CAMARA CLARA,  e me deixou uma cópia, impressa em 150 páginas de papel o    ficio.

O romance , intitulado DANDA E A PRINCESA, tem sua ação desdobrada em Pelotas, como o título sugere, num relato bastante elaborado a demonstrar a capacidade do autor de explorar a trama. 

Tenho agora que ler com mais calma para escrever alguma coisa, vai me exigir bastante atenção.

Anteriormente já tínhamos publicado em A METADE SUL o conto de Ênio Andrade "SOLIDARIEDADE E MORTE "  

Já tinha, também,  se incorporado ao nosso grupo Silvia Regina King Jeck que escreve um romance tendo como pano de fundo a pavimentação de pedras das ruas de Pelotas, pavimentação esta que, infelizmente, está ameaçada.

CÃMARA CLARA começa assim, no seu processo de instalação, a abrir espaço para artistas, sejam escritores, fotógrafos, pintores, atores, etc.



sábado, 7 de agosto de 2021

LULA DECRETA QUE NÃO HAVERÁ TERCEIRA VIA - P.R.Baptista


 Em entrevista recente o ex-presidente Lula, procura desacreditar, num tom professoral,  a ideia que ganhou algum destaque no noticiário da possibilidade de surgir uma "terceira via" que adotaria o mote  "Nem Lula, Nem Bolsonaro".
Lula alega que em muitos países estaria consolidada uma tradição de duas candidaturas fortes que disputam as eleições e citando como exemplo os Estados Unidos, Inglaterra e França, sustenta que este é um processo natural e recomendado. Talvez pudesse ser de interesse lembrar que, nestes casos, a disputa tem mais a ver com a estrutura partidária que confronta, historicamente, dois partidos fortes, o que está longe, muito longe aliás, do caso brasileiro onde, neste momento, o presidente sequer tem partido. 
Lula complementa afirmando que nada impede que surjam outras candidaturas, tantas quantas se apresentem e lembra a  eleição que disputou com Collor em que havia muitas mas se refere a elas como "avulsas" sem forças, o que ocorreria em 2022,  de eventualmente chegar a um segundo turno.
Parece não se dar conta de que foi exatamente o que ocorreu com a sua própria candidatura, mesmo admitindo que não tinha favoritismo, quando acabou disputando o segundo turno com Collor.
Mas se vale de um momento em que a hipótese da terceira via é muito incipiente e sem ter, de momento,  o nome de um candidato que  representando esta frente pudesse demonstrar força para chegar ao segundo turno. De qualquer modo é bom não perder de vista que, a surgir este candidato, teria boas possibilidades de romper a polaridade que se faz presente. 
Enquanto isto sua tese parece lhe dar um grau de autossuficiência que o permite pairar acima das negociações que possam estar se apresentando.    
Mas o que Lula não consegue , no entanto, é deixar de transparecer que o avanço de uma  terceira via o perturba e, exatamente por isto, corre a impedir que cresça.
Dá a impressão, assim, de procurar convencer a que se aposte numa eleição entre duas candidaturas, de um lado a de Bolsonaro representando como diz o fascismo e, do outro, a dele próprio que se coloca como representante único da democracia.
Parece desconsiderar que até outubro de 2022 muita água pode rolar.
E que o Brasil não precisa ficar refém de candidaturas que já se anunciem como vencedoras em detrimento de todas as demais antes mesmo deste processo ter iniciado a ter  plenas condições de prever todos seus desdobramentos e todas suas tendências.
Aliás, considerando o declínio de Bolsonaro, Lula só falta dizer em sua análise política que nem precisa haver eleição pois ele, de antemão, já venceu.  

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

MUSEU DO PERCURSO NEGRO, UMA PROPOSTA QUE VEM PREENCHER UMA LACUNA NA HISTÓRIA DE PELOTAS

CASARÃO 6

A proposta de criação do Museu do Percurso Negro e do Centro de Referência da Cultura Negra de Pelotas é uma iniciativa da maior importância considerando a profunda relação da cidade na sua formação cultural e econômica com a escravatura fato frequentemente subestimado e até esquecido. 

Nas palavras de Luis Carlos Mattozo  proponente e Coordenador do Projeto o Museu do Percurso Negro será um roteiro mostrando a localização da presença negra na cidade de Pelotas. O Museu será integrado por um conjunto de áreas, logradouros, espaços públicos e monumentos que tenham relação com a comunidade negra na nossa cidade e tem como objetivo criar um roteiro histórico, turístico e cultural. 

Neste momento o local proposto para centralizar a atuação do Museu é um espaço no Casarão 6 o qual, segundo os relatos, abrigaria em seu porão o local destinado aos escravos. 

A rota do museu será composta pelos seguintes pontos históricos da cidade que comporão o Mapa de Territórios Negros de Pelotas.

● Quilombo de Manuel Padeiro

● Charqueadas

● Passo dos negros

● Rua Zumbi dos Palmares

● Rua Luciana de Araújo

● Rua Marcílio Dias

● Praça João Cândido 

● Mercado Público 

● Clube Cultural Chove e não Molha

● Clube Cultural Fica Aí Pra Ir Dizendo.

● Antigo Pelourinho na Praça Coronel Pedro Osório. 

● Prédio da antiga Secretaria de Finanças. 

Cada um dos espaços será identificado com um equipamento ou monumento que remonte a relação ali estabelecida pela população negra.

 O  centro de referência tem por finalidade integrar um patrimônio histórico da cidade com a comunidade, ser um espaço de para pesquisa, interação e troca de informações, além de se tornar referência nacional da cultura afro brasileira.

O projeto tem a proposta de criar uma interação entre a comunidade e a história negra da cidade através de uma linguagem atual através de manifestações culturais, exposições interativas, painéis, debates, seminários, sobre assuntos como:

● Samba

● Religiões de matriz africana 

● Clubes negros 

● Culinária

● Dança 

● Artes plásticas e visuais 

● Sopapo

● Tamborada 

● Literatura 

● Hip Hop 


sábado, 31 de julho de 2021

GRUPO THOLL - CAMPANHA DE ARRECADAÇÃO

 


.O Grupo Tholl estará amanhã fazendo uma campanha para arrecadar agasalhos, alimentos e rações. A arrecadação começará no Centro de Treinamento Tholl e irá em direção do Colégio Pelotense, então se você mora nesse trajeto poderá receber a visita do Grupo Tholl. Separe as tuas doações e venha fazer parte dessa corrente do bem! 

O trajeto será o seguinte:

Saída: Garibaldi 630, CT Grupo Tholl a partir das 15h

General Telles

Álvaro Chaves

Dr. Cassiano

XV de Novembro

Senador Mendonça

Marcílio Dias

Chegada: Col. Municipal Pelotense 

Se você não reside nesse trajeto, poderá fazer a sua doação diretamente no Grupo Tholl (entre 14h e 15h) ou no Colégio Pelotense.

terça-feira, 20 de julho de 2021

terça-feira, 13 de julho de 2021

COMO MONTEVIDÉU PROTEGE SEU PATRIMÔNIO COM ARTE

 

A cada cinco anos, coincidindo com as eleições municipais, artistas e profissionais ligados à arquitetura e ao design da cidade de Montevidéu participam de uma campanha artístico-política paralela às eleições. Partindo de uma perspectiva ancorada nas artes, o projeto conclama a participação da sociedade para reimaginar como pode ser a vida na cidade.

Inspirador é um projeto que está repensando cidades sustentáveis ao identificar e compartilhar iniciativas inspiradoras e políticas de mais de 32 cidades em todo o mundo. A pesquisa está sistematizando esses casos e essas ideias em categorias, representadas por hashtags.
 
#imaginação_política
Questões que já eram importantes na vida cotidiana agora se mostram urgentes, e algumas ideias desenvolvidas podem nos inspirar a lidar com o que se apresenta da melhor maneira possível. Campanhas criativas e políticas de emergência foram criadas para disputar o futuro do ponto de vista do desenvolvimento cultural. Nesta categoria, apresentamos laboratórios de design e sustentabilidade, cultura do cuidado, fóruns e plataformas de discussão filosófica sobre esperança, transformação e imaginação política.

O projeto Ghierra Intendente, que pode ser traduzido como “Ghierra Prefeito”, é uma performance-exposição que discute beleza, memória e patrimônio arquitetônico na cidade de Montevidéu. O grupo apresenta propostas que usualmente são deixadas de lado em campanhas tradicionais pela prefeitura, chamando a atenção para que entrem na agenda dos políticos. O coletivo traz uma outra visão sobre a cidade, ressaltando o papel dos habitantes de Montevidéu neste ambiente.

“O nosso projeto tem a ver com a recuperação do tempo e do espaço da cidade para os cidadãos, e da consciência de que a cidade somos nós.”

Alfredo Ghierra

PRESERVAR O PATRIMÔNIO HISTÓRICO CONTRIBUI PARA A QUALIDADE DO ESPAÇO PÚBLICO

Montevidéu não tem nem 300 anos, mas, no contexto da América Latina, parece ser uma cidade mais antiga do que outras por conta do seu incrível acervo de arquitetura. No entanto, nem a população nem os gestores políticos acabam dando atenção para esse tesouro, e a falta de políticas públicas nas cidades se torna uma ameaça à preservação da memória.
 
“Tudo começou há dez anos pela minha preocupação com a destruição sistemática do patrimônio arquitetônico da cidade”, conta Ghierra. De início, o projeto realizava denúncias, e foi então que Ghierra percebeu que os problemas com que estavam lidando eram muito mais complexos.
 
Essa problemática incide sobre a identidade urbana. A preservação do patrimônio cultural contribui para a qualidade do espaço público e para a coesão geral da sociedade, além de ser uma indústria criativa e cultural enorme que gera muitos empregos.
 
O projeto foi se desenvolvendo organicamente. No primeiro ano foi realizada uma mostra de ideias e olhares para a cidade de Montevidéu, e o sucesso foi muito grande. Mas foi só cinco anos depois, com o auge das redes, que o projeto realmente estourou. Para cada campanha, o grupo tem uma frase emblemática. Em 2015 foi “A cidade que a gente quer” e, em 2020, sob o lema “Somos a cidade”, a mostra foi dividida em três eixos: patrimônio, ecocidade e periferia.

“Quando você rompe esse elo com o que foi feito pelas gerações anteriores, você corre o risco de perder a noção histórica do que é a construção de uma cidade.”

Alfredo Ghierra


“Montevideo: las dos ciudades” (Montevidéu: as duas cidades) da BMR Productora Cultural para a exposição do Ghierra Intendente de 2020.“Montevideo: las dos ciudades” (Montevidéu: as duas cidades) da BMR Productora Cultural para a exposição do Ghierra Intendente de 2020. | © BMR Productora CulturalO Ghierra Intendente hoje reúne muitas pessoas. Uma de suas maiores preocupações ao convocar artistas, arquitetos e designers para o projeto foi criar espaço para que novas vozes e perspectivas fossem ouvidas. “Os governos dificilmente contam com o artista ou com o olhar das artes, e raramente você vê essas profissões fazerem parte dos quadros de governo”, conta Ghierra.

A BELEZA COMO FORMA DE AÇÃO

A principal questão com a qual o projeto trabalha é a imaginação, tanto no sentido da criação de outro mundo possível quanto como forma de encorajar a participação das pessoas na construção da cidade. Através das mostras e outras iniciativas, o grupo busca criar ideias que provocam as pessoas a agir.

Ghierra diz que para governar uma cidade ou um país é necessário lidar com a realidade do dia a dia e também programar o futuro. Esta é uma tarefa muito difícil, e que demonstra a complexidade envolvida no funcionamento público. “O que não consigo perdoar é a falta de imaginação. É nisso que queremos insistir: na imaginação e também em muito humor”.
 
A cidade, se abandonada às regras do mercado, fica privada de processos democráticos. No Uruguai há uma forte tradição democrática, mas parte da sociedade civil acha que é suficiente votar a cada eleição e, no meio tempo, só pagar os impostos. “Os governos não são capazes de abranger o espectro inteiro do que significa uma cidade”, afirma Ghierra, ressaltando que, para ele, a cidade é um esforço coletivo, no qual a sociedade civil, cidadãos e artistas desempenham um papel decisivo. Se a sociedade não participa, a cidade não funciona. O projeto Ghierra Intendente revela como os artistas podem usar seu olhar como uma ferramenta que pode mudar a realidade.
 

O PROJETO INSERE NA AGENDA DA CIDADE TEMÁTICAS QUE ERAM IGNORADAS

Em 2020, a performance aconteceu pela terceira vez. Ghierra nos conta que, surpreendentemente, as últimas eleições representaram a primeira vez em que todos os candidatos incluíram o reconhecimento, a preservação e a valorização do patrimônio histórico em suas agendas políticas. “Isso antes não existia, sabe? Todos incluem transporte, mobilidade, resíduos... mas dessa vez também incluíram patrimônio. Toda mudança cultural é muito lenta, não é imediata. É difícil dimensionar, mas vale a pena”.
 
Ao ocupar esse lugar que estava vago, o grupo se transformou em um interlocutor para as autoridades. Ghierra ressalta que demorou até que eles criassem esse vínculo de confiança com o poder político e que sua maneira de trabalhar fosse vista não como uma brincadeira, mas como uma voz importante.

“É realmente sério, mas seriedade não quer dizer falta de imaginação e muito menos falta de humor.”

Alfredo Ghierra

A mobilização nas redes também chamou a atenção do poder político. Uma publicação no Facebook feita pelo grupo sobre a demolição de uma casa foi apoiada por 150 mil pessoas. Para Montevidéu, que tem uma população de cerca de 1,3 milhão de habitantes, isso é muita gente: esse número de pessoas pode mudar uma eleição. “Eu acho que esse é o nosso poder: ter descoberto que esses temas que pareciam laterais, desimportantes, realmente importam para muita gente”, explica Ghierra.