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domingo, 4 de dezembro de 2022

CORSAN VAI A LEILÃO DENTRO DE POUCAS HORAS , CONSIDERAÇÕES - Lúcio de Almeida Hecktheuer

O Novo Marco Legal do Saneamento Básico(1), instituído em 15 de julho de 2020 através da Lei 14.026 começa a gerar efeitos práticos no setor. Aqui no Rio Grande do Sul, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) poderá ser a primeira estatal do ramo a ser privatizada no dia 20 de dezembro de 2022 através de leilão(2) a ser realizado na Bolsa de Valores de São Paulo. O valor do lance mínimo é de R$4.100.000.000,00 (quatro bilhões e cem milhões de Reais).

A Corsan, em 2020, atuava em 316(3) dos 497 municípios gaúchos realizando o serviço de abastecimento de água potável e em 56(4) municípios atuando no esgotamento sanitário.

A atuação da Corsan, nos últimos 10 anos, no que se refere aos seus serviços prestados para a população pode ser observada no gráfico abaixo(5).



Verifica-se que, em média, os percentuais da população atendida com abastecimento de água e coleta de esgoto sanitário são de, respectivamente, 81,13% e 12,16%. Um outro dado que chama a atenção são as perdas de água potável no sistema de distribuição que é da ordem de 40%, ou seja, se toda a água tratada, somente aproveitamos 60% dela, o restante jogamos fora.

Cabe neste momento lembrar que o Novo Marco Legal do Saneamento, em seu Art. 11-B estabelece que, até 31 de dezembro de 2033, tenhamos 99% da população atendida com água potável e 90% com coleta e tratamento de esgoto, sendo assim necessário, um incremento substancial na alocação de recursos financeiros nesta área, recursos esses que alavancarão a infraestrutura ambiental e geração de emprego em renda.

Um outro fato interessante de relatar, observando os balancetes(6) da Corsan, é que no ano de 2021 o seu património líquido foi de 3.222.315 (milhares de Reais). A Corsan aloca como provisão para riscos tributários, cíveis, ambientais e trabalhistas 718.801 (milhares de Reais) o que significa 22,3% do seu patrimônio líquido e para a provisão para benefício pós-emprego 760.099 (milhares de Reais) o que significa 23,6% do seu patrimônio líquido. Essas duas provisões, juntas, representam 45,9% do seu patrimônio líquido.

Numa análise preliminar a merecer mais considerações, propomos avaliações da venda da Corsan pelos prismas econômico e político. Pelo fator econômico, especialistas da área de saneamento são unanimes em relatar que a Corsan não tem o capital necessário para atingir as metas estabelecidas no Marco Legal quanto a expansão do sistema de água e esgoto que atende no Estado. Pelo prisma político, durante a campanha eleitoral de 2022 para o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, o candidato Eduardo Leite, ganhador do pleito, nunca escondeu a intensão de vender a Corsan.

Portanto, diante dos fatos de pouco investimento da Corsan no setor em que atua e, respeitando a vontade do processo eleitoral de 2022, não deveríamos estar surpresos com o desenrolar dos acontecimentos sobre a privatização da Corsan.


Fontes

(1) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14026.htm

(2) https://sema.rs.gov.br/privatizacoes

(3) (4) (5) https://www.gov.br/mdr/pt-br/assuntos/saneamento/snis

(6) https://www.corsan.com.br/demonstracoes-contabeis

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

A QUESTÃO DO SANEAMENTO BÁSICO EM PELOTAS - Lúcio Almeida Hecktheur (*)

 


O novo Marco Legal do Saneamento Básico, sancionado em 15 de julho de 2020 através da Lei 14.026, estabelece o atendimento de 99% da população brasileira com água potável e 90% com tratamento e coleta de esgoto até o dia 31 de dezembro de 2033 (prazo de 13 anos, 5 meses e 17 dias). O Brasil, na data do sancionamento do Marco, tinha 35 milhões de pessoas sem acesso à água tratada e mais de 100 milhões sem coleta de esgoto.

Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria, com a universalização dos serviços de água e esgoto, tem-se uma expectativa na redução dos custos anuais com saúde em até R$ 1,45 bilhão e, segundo a Organização Mundial da Saúde, para cada R$ 1,00 investido em saneamento, economiza-se R$ 4,00 na área da saúde.

Em Pelotas, segundo os últimos dados fornecidos pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, referentes ao ano de 2020, temos 99,99% da população atendida com água potável e 59,91% com redes de esgoto. Do volume total de esgoto coletado através das redes nada é tratado no município em função de que Pelotas não tem hoje nenhuma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) em funcionamento, ou seja, as ETE do Porto e do Laranjal estão inativas a bastante tempo e a do Novo Mundo ainda em construção. Cabe aqui uma pergunta: Desde quando Pelotas, o quarto município mais populoso do Rio Grande do Sul e o septuagésimo nono do Brasil (de 5.570 municípios) não tem nenhuma ETE em funcionamento?

Os gráficos abaixo mostram as séries históricas do percentual de perda de água potável em sua distribuição e a extensão de redes de esgoto em Pelotas.

 



Como pode-se observar, a eficiência na distribuição de água potável em Pelotas é muito baixa chegando-se a ter mais de 60% de perdas em 2020. Com uma média anual de perdas de 47,26% podemos afirmar que quase metade da água tratada em Pelotas no período de 2001 a 2020 foi jogada fora.

No que se refere ao sistema de redes de esgoto, de 1996 a 2020 (25 anos) tivemos um acréscimo de 47,29% em sua extensão com uma taxa média anual de crescimento de apenas 1,63%. Considerando que Pelotas ainda tem 40,09% da sua população sem acesso ao serviço de esgoto, pode-se concluir que os investimentos nesta área ao longo dos anos são inexpressíveis.

O Poder Público Municipal de Pelotas começou a tentar melhorar as condições do saneamento básico na Gestão Bernardo/Fetter quando começaram as obras da ETE Laranjal e consequentes construções de redes coletoras; aprovou-se projeto e recursos para a construção da Estação de Tratamento de Água (ETA) São Gonçalo e ETE Novo Mundo. A Gestão Municipal 2009-2012 finalizou e vieram os governos de Eduardo Leite e Paula Mascarenhas o qual perdura até hoje. Neste período de aproximadamente 09 anos de Governo Tucano, o que foi feito de obras de saneamento? Não conseguiram finalizar nenhuma das obras ou projetos que herdaram mesmo declarando em suas campanhas eleitorais municipais que tinham o meio ambiente e saneamento básico como prioridades.

As consequências da inoperância governamental com o saneamento básico acarreta problemas graves. Hoje, passamos novamente a correr o risco do desabastecimento de água potável em função da seca que incide no nosso Estado e temos uma praia, a do Laranjal, com muitos pontos impróprios para banho.

Em junho de 2020, mais precisamente no dia 11, o abastecimento de água potável em Pelotas quase chegou ao colapso. Nesta data o nível da barragem Santa Bárbara chegou a ficar 4,40 m abaixo da sua cota zero. Essa grande estiagem (2019-2020) começou a afetar a cota da barragem em 21 de novembro de 2019 (cota -2 cm) indo até 11 de junho de 2020 (cota -4,40 m) perfazendo um total de 203 dias de estiagem. Nesse período, a cota da barragem Santa Bárbara teve uma taxa de variação negativa de 2,16 cm por dia. Na atual estiagem que já perdura 77 dias, a taxa de variação negativa da cota da barragem é de 1,51 cm por dia.

Os gráficos abaixo mostram o avanço da seca, refletido nas cotas do nível da Barragem Santa Bárbara, para o período de 2019-2020 e para o período atual.

 



No tocante a balneabilidade das nossas praias do Laranjal, de acordo com o Boletim de Balneabilidade da Temporada 2021-2022, divulgado em 24 de dezembro de 2021 pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), dos 90 pontos monitorados, 06 apresentam condição imprópria. Destes 06 pontos impróprios em todo o Rio Grande do Sul, 03 deles encontram-se na praia do Laranjal. Confira em https://estado.rs.gov.br/relatorio-balneabilidade-divulga-pontos-proprios-para-banho-no-rs.

                Por fim fica o questionamento: saneamento básico é importante ou não? Se entendermos que é importante, por que a demora na conclusão de obras nesta área? Por que as obras da ETA São Gonçalo e ETE Novo Mundo se arrastam por tanto tempo?

(*)  Doutor em Energias Renováveis - UFRGS , Professor do IFSul, Campus Pelotas

sexta-feira, 9 de julho de 2021

DECLARAÇÃO DE PEDRO HALLAL A RESPEITO DA COVID, CONSIDERAÇÕES - Lúcio de Almeida Hecktheuer

 

Fazendo uma análise puramente técnica, sem meandros políticos, do número de mortes por covid que poderiam ter sido evitadas, queria fazer algumas observações a respeito de declaração divulgada pele Rede Globo feita pelo pesquisador e ex-reitor da UFPel Pedro Hallal .
Ele afirma na CPI da Covid (dia 24 de junho de 2021) que das 500.000 mortes por covid, 400.000 poderiam ter sido evitadas ou seja, 4 de cada 5 mortes.
Chega a esta conclusão comparando os números da população mundial e brasileira com os números de mortes por covid no mundo e no Brasil.
 E, aplicando uma proporcionalidade entre eles, chegou ao número de 400.000 mortes. 
Essa mesma metodologia de cálculo, se aplicada para os Estados Unidos onde tem vacinas e testes em abundância, resultaria em 453.914 mortes que poderiam ter sido evitas de um total de 619.343 mortes. Pedro Hallal fez uma análise contemplando apenas os números de mortes e população desconsiderando o comportamento das variantes dos vírus nos diferentes países e as suas situações econômicas, sociais e culturais. 
Somente para lembrar, a primeira variante do vírus, na China, tinha um poder de disseminação bem menor que as variantes da Índia e de Manaus.
 Entendo que o assunto em questão deve ser abordado com maior profundidade, considerando todos os fatores que estão presentes nesta pandemia. 
Parece que, na pressa de apresentar números, o pesquisador deixou de analisar todos os fatores envolvidos pela covid para estimar o número de mortes que poderiam ter sido evitadas. 

domingo, 4 de outubro de 2020

O SANEAMENTO BÁSICO NO MUNICÍPIO DE PELOTAS - Lúcio de Almeida Hecktheuer (*)


O texto a seguir tem por objetivo apresentar, de forma sucinta, a atual e histórica situação dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário do município de Pelotas, serviços estes prestados pela Autarquia Municipal “Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas” (SANEP). As informações e índices sobre saneamento aqui apresentados foram apresentadas pelo próprio SANEP à Secretaria Nacional de Saneamento, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional que os tornam públicos através do site http://www.snisb.gov.br/.

Após a apresentação e discussão dos índices e informações de desempenho do SANEP, faz-se necessária uma reflexão quanto ao futuro do SANEP nesta nova era onde recentemente passou a vigorar um novo Marco Legal Regulatório do Saneamento Básico no Brasil.

Cabe ainda lembrar que o saneamento básico envolve, além das ações de tratamento e distribuição de água potável e coleta e tratamento de esgoto, as ações de manuseio de resíduos sólidos (lixo) e drenagem de águas pluviais. Segundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que, para cada R$ 1 investido em saneamento, gera-se uma economia de R$ 4 em gastos com saúde.

Os dados do SANEP aqui analisados são referentes a um período de 18 anos (de 2001 a 2018). Os dados referentes ao ano de 2019 ainda não foram divulgados pela Secretaria Nacional de Saneamento pois estão ainda em processo organizacional para futura divulgação.

Considerando que os serviços referentes ao abastecimento de água potável e esgotamento sanitário são serviços de primeira necessidade, faz-se necessário, inicialmente, apresentar dados relativos à quantidade da população pelotense atendida com esses serviços comparando-os com os dados do país e de outras regiões. A Fig. 01 apresenta os percentuais de pelotenses abastecidos com água potável e serviço de esgoto no período de 2001 a 2018.


Nesses 18 anos (2001 a 2018) a média da população pelotense atendida com os serviços de água e esgoto é, respectivamente, 97,6% e 57,1%. Em 2018 esses valores são 99,42% e 59,44%, muito semelhantes aos de 18 anos atrás (em 2001). O atendimento à população com os serviços de esgotamento sanitário teve, neste mesmo período, um mísero aumento de 6,6%, aumento esse ocorrido somente no meio urbano visto que, até hoje, a população rural não é contemplada com os serviços de coleta e tratamento de esgoto.

Os indicadores de abastecimento de água potável e esgotamento sanitário do município de Pelotas são comparados na Tab. 01 com os indicadores nacional e da região sudeste onde o saneamento básico é o mais desenvolvido no país.


Tabela 1 – Abrangência do saneamento - ano 2018

Como pode-se perceber, no ano de 2018 o SANEP atendeu com serviços de abastecimento de água 99,42 % da população pelotense e com serviços de esgoto 59,44% da população, serviço este que pode ser melhorado quando comparado com o percentual da região sudeste.

O não crescimento do número de pessoas atendidas com serviço de esgoto, em parte, é resultado da falta de investimentos no setor e, por consequência, reflete na estagnação da expansão da rede de esgoto nos últimos 8 anos. Nossa rede de esgotos teve um pequeno aumento no ano de 2011 passando de 384 km para 405 km. De 2011 até 2018 a extensão de redes de esgoto praticamente manteve-se a mesma, passando dos 405 km para 420 km em 2018 (aumento insignificante de 15 km representando um aumento percentual de 3,7% ao longo desses 8 anos). Esse comportamento do acréscimo de extensão da rede de esgoto pelotense pode ser observado na Fig. 02-A.



Se não bastasse a falta de incentivo na construção de redes de esgoto, pouco do esgoto gerado no município de Pelotas é coletado e apenas uma pequena quantidade desse esgoto coletado é devidamente tratado. Do total de esgoto gerado no município, em média trata-se 17,8%. Até o ano de 2002 muito pouco era tratado (5,3%) sendo que, em 2003 tivemos um aumento significativo passando para 22,7%, percentual esse que se mantem praticamente o mesmo em 2018. Ou seja, neste período de 18 anos, o município de Pelotas pouco ou nada fez para melhor esse serviço de primeira necessidade conforme pode-se observar na Fig. 2-B onde são apresentados os índices de esgoto coletado e tratado desde o ano de 2001.


Essa situação de descaso com os serviços de esgoto acontece pois os sistemas de tratamento são escassos em Pelotas. O município tem uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) no bairro Porto que não está em funcionamento há muitos anos, a ETE do Laranjal a qual apresenta uma série de problemas operacionais que inviabilizam seu funcionamento por longos períodos durante todos anos e uma ETE em construção, de forma muito lenta, no bairro Novo Mundo localizada na zona norte de Pelotas (Fig. 3).

ETE Porto - desativada

ETE Laranjal – funcionando precariamente
ETE Novo Mundo – em construção


Um outro indicador a ser analisado é o índice de perdas de água potável no seu processo de distribuição. O SANEP apresenta uma baixa eficiência no seu sistema de distribuição tendo, na média dos últimos 18 anos, o índice de perdas na distribuição de água potável igual a 46,1%.

A quantidade de água tratada nas ETA de Pelotas totaliza 31.390.000 m3/ano, ou seja, 86.000 m3 por dia equivalentes a 34,4 piscinas olímpicas por dia. Considerando uma perda média na distribuição de 46,1% equivale dizer que jogamos fora 15,8 piscinas olímpicas de água tratada por dia, 5.788 piscinas por ano.

Entende-se que o SANEP deve investir na área de perdas com equipe e equipamentos adequados para diminuir essas perdas. Supondo que consigamos reduzir as perdas para 30%, considerando um custo médio de R$ 3,44 para a produção de 1 m3 de água potável, temos um potencial de economia mensal de R$1.043.822,00, recurso esse que pode ser investido em processos de pesquisa, compra de equipamentos entre outros procedimentos que minimizem essas perdas.

A Fig. 4 apresenta os percentuais de perdas de água potável durante a sua distribuiçao no período de 2001 a 2018.

Figura 4 --Índice de perdas de água na distribuição (%)Índice de perdas de água na distribuição (%)

Considerando que os índices nacional e da região sudeste de perdas na distribuição são, respectivamente, 38,5% 3 34,40%, o índice do SANEP de 44,21% em 2018 deve ser encarado com mais seriedade a fim de que os mesmo seja minimizado.

Apresentados os indicadores do SANEP cabem algumas perguntas: a) de que forma o SANEP deve vir a atuar a fim de adaptar-se ao novo Marco Legal do Saneamento Básico? b) quais providencias a serem tomadas para atingirmos as metas estabelecidas para 2033? c) qual o papel das PPP e terceirizações no saneamento básico? Essas e outras tantas perguntas referentes as ações futuras de saneamento devem ser exaustivamente debatidas.

Por fim, uma constatação: o SANEP, uma Autarquia de grande valor em função de seus servidores e da sua infraestrutura, está sendo mal administrada, culpa da Prefeitura que não prioriza o saneamento básico e dos gestores da autarquia que, por força da lei das estatais, não são qualificados para assumirem os cargos de direção da Autarquia.

Tabela 2 – Evolução dos indicadores de saneamento do SANEP

(*) Doutor em Energias Renováveis (UFRGS) e Professor do IFSul  

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terça-feira, 9 de junho de 2020

A LENTA NORMALIZAÇÃO DO NÍVEL DA BARRAGEM SANTA BÁRBARA - Lúcio Hecktheuer




Lembrando os textos publicados no blog "A METADE SUL" (https://ametadesul.blogspot.com) em 23 e 27 de maio de 2020 que trataram sobre o regime de secas no município de Pelotas e o quanto eles afetam no funcionamento da Estação de Tratamento de Água (ETA) Santa Bárbara, venho agora mostrar a situação atual da barragem. Com as chuvas ocorridas no fim do mês de maio e as do início deste mês de junho de 2020, pode-se verificar que o nível da barragem continua baixo mas começa a se recuperar, afastando assim o fantasma do regime de racionamento de água potável em Pelotas e levando ao esquecimento a situação atual da infraestrutura de tratamento de água do município.
Considerando os dados fornecidos pelo Laboratório de Agrometeorologia da Embrapa (http://agromet.cpact.embrapa.br/), já temos neste mês de junho 21,4 mm de precipitação, valor esse bem superior aos 6,76 mm de evapotranspiração registrado. No mês de maio de 2020 a quantidade de chuva, 86,4 mm, ainda ficou abaixo da média mensal (109,7 mm) mas as previsões para os próximos meses é de chuvas acima da médias históricas. Esses indicadores sinalizam para a, embora lenta, recuperação do nível da barragem.



Como foi mencionado anteriormente, os ciclos de secas em Pelotas se repetem de 5 em 5 anos sinalizando que a próxima seca prolongada capaz de afetar significativamente o nível da barragem Santa Bárbara ocorrerá somente em 2025. Esperamos que até lá (2025), já tenhamos ampliado nossa infraestrutura de tratamento de água através da finalização das obras e colocação em operação da ETA São Gonçalo que já deveria estar em funcionamento a bastante tempo.

(*) Prof. Lúcio Heckheuer (IFSul), Doutor em Engenharia ( UFRGS)