Está já incorporado ao discurso político do Rio Grande do Sul, a idéia de que o Estado está dividido em dois, em duas Metades. Mas pouco se fala em Metade Norte, o destaque recai sobre a Metade Sul considerada como a parte mais pobre, com menos recursos, menos renda, etc., quando comparada com a outra.Tal situação tem dado oportunidade à uma discussão que já contemplou, inclusive, como forma de superar esta desigualdade, uma proposta de divisão do estado
O tema “Metade Sul” tem sido, assim, de uns tempos para cá, muito presente em inúmeras instâncias de discussão e de decisão, especialmente nas esferas da política, da administração, da pesquisa e da mídia , acabando por se tornar de amplo conhecimento público e se incorporando ao vocabulários de estudiosos das relações sociais e econômicas do Rio Grande do Sul.O marco da discussão , como se adiantou, parte da constatação de crescentes disparidades sócio-econômicas entre, principalmente, a região Sul do estado e as regiões Metropolitana e da Serra.Como justamente a Região Sul , historicamente, até meados do século XX, tinha mantido um papel de relevância nesta relação, buscam-se explicações para o fenômeno e, a partir de um certo momento, surge o desenvolvimento de estudos e projetos que se propõem reverter esta tendênciaEmbora algumas destas propostas corram o risco de recair em diferentes formas de "discurso político" sem embasamento mais sério, nem por isto a questão deixa de ser fortemente pertinente, razão pela qual nos propomos, através deste espaço, a buscar contribuições de diferentes procedências as quais, esperamos, possam enriquecer a discussão e, até mesmo, balizar alguns encaminhamentos .
A Metade Sul , desta forma, com suas particularidades, sua história, suas características sócio-econômico-culturais, mas, também, com suas contradições, seus paradoxos e, inclusive, com suas manifestações insólitas e até circences é, neste espaço, o cenário para os textos apresentados, sobreposto ao pano de fundo da realidade brasileira e internacional.
Isto porque, cabe ainda destacar, embora o compromisso inicial seja geograficamente localizado, "A Metade Sul" é aberto a todas as manifestações que se proponham, seriamente, discutir aspectos da sociedade no seu todo. "A Metade Sul" é mais, portanto, um "pretexto" para abordar qualquer assunto que envolva superar as limitações e as injunções presentes no mundo em que vivemos onde quer que estejam estabelecidas relações de dependência
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