terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A IGREJA AUSENTE NO RIO GRANDE DO SUL - Eliézer Oliveira


  1. A morte-ressurreição de Dom Paulo Evaristo Arns faz com que eu me pergunte:
    Onde está a Igreja no RS?
    Está comprometida com quem?
    Os ataques do governo Sartori aos direitos fundamentais do povo gaúcho não tocam os corações dos bispos gaúchos?...
    Onde estão os teólogos da libertação em solo gaúcho?
    Por que não lemos nenhuma nota, cartilha, artigo de jornal que defenda os serviços públicos essenciais ao Povo de Deus e que estão sendo atacados por esse atual des-governo?
    Como pode a Mãe-Igreja abandonar os seus filhos na luta que atualiza o êxodo no chão da história presente?
    O profetismo, a Igreja servidora, samaritana, parceira dos oprimidos morreu?
    Jesus não ficou apenas rezando numa capela para que os problemas do mundo fossem solucionados. Ele tomou partido, comprou brigas, arranjou inimigos, deu esperança ao povo, por onde andam os seus seguidores?
    É claro que a Igreja não deve ser a protagonista da luta do povo, nem deve substituir a autonomia dos movimentos sociais - sindicais e estudantis, mas isso deve levá-la a abandoná-los ao ponto dela se furtar de ser sua companheira de cruz?
    Como pode a Igreja pregar o Evangelho, defender a vida, a família, o amor concreto, a justiça social, o valor do trabalho sobre o capital, a dignidade da pessoa humana sem se envolver na luta concreta?
    Estariam as lideranças religiosas desinformadas do grave momento? Que chamem as lideranças populares para lhes colocar a par da situação! Sejam humildes, permitam-se a aprender sobre a realidade. A Igreja é mãe, mestra e aprendiz da história.
    Se sabem o que se passa porque não agem a exemplo do Papa Francisco ou a exemplo do próprio Jesus de Nazareth?
    Que São Paulo Evaristo Arns, amigo do povo, opere esse primeiro milagre a favor da vida da própria Igreja, que se encontra ameaçada por tamanha omissão diante de seu munús (missão) histórico.

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