O país passa por um momento de acirramento da sua crise política. De um lado acentua-se a crise de legitimidade inaugurada com golpe contra a democracia, explicita na farsa midiática e jurídica que afastou a presidenta eleita. Do outro, agudizam-se os ataques aos direito dos trabalhadores e as políticas sociais com apoio do legislativo retrógrado e do judiciário legitimador de toda a pantomima.
Do ponto de vista da objetividade (a catástrofe da aliança pró golpe) , caem do pé, de maduras, as condições para que se alinhavem as lutas política e econômica.
Mas o que ocorre de fato?
Da parte do núcleo “duro” da direita a consolidação (não poderia deixar de ser), da aliança jurídico midiática, objetivando a permanência no imaginário da prerrogativa ideológica do combate a corrupção e a instalação de um Estado policial capaz de assegurar o aniquilamento seletivo da imagem de alguns políticos, a implementação das politicas de “ajuste” e a manutenção dos privilégios de casta. Prova disso é a ampla cobertura da chacota fascista do dia 4.
Essa tática teve sequencia ontem quando diante uma plateia de políticos tucanos e do presidente Michel Temer, o juiz Sergio Moro recebeu o prêmio “Brasileiro do Ano na Justiça”. É de todo importante, para o conluio, fixar nas massas, a figura do super herói em oposição a figura do político corrupto, nem que para isso, seja preciso sacrificar uma fração da aliança política no legislativo e, até mesmo, a “testa de ferro” golpista de Michel Temer. Isso resolverão a partir de janeiro.
Na esquerda (ah na esquerda), pairam confusões muito alem da conta.
A unidade, que a conjuntura impõe, não avança. Setores oportunistas, não perdem a chance de disputar quadros, quando a disputa é pelas massas. Outros desfocam, querendo voltar no tempo e aderir ao debate no campo do inimigo, qual seja, o terreno árido da corrupção, carimbado como pertinente aos “peles vermelhas”. Estes setores, incapazes de mobilizar pela esquerda, só fazem reforçar a ladainha da direita capitaneada pela Globo e colaboraram com a tática fascista de criar heróis e salvadores da pátria.
Cabe a esquerda, no momento atual, o esforço de quem compreende o momento histórico: uma aliança de campo que seja capaz de impulsionar um amplo movimento de massas, na direção da contestação do governo golpista, na denuncia dos massacres que representa e da aliança que o sustenta. Toda luta, deve focar na sua ilegitimidade e, ao cabo, na necessidade da sua substituição via participação popular numa eleição direta e constituinte.
FONTE : Observatório Pelotas
FONTE : Observatório Pelotas
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