Por economia de expressão, costumamos equivaler "conservador" a "direitista". Mas é uma impropriedade. Conservador, como o nome já diz, é aquele que quer conservar, que quer impedir mudanças. Nem todo direitista é conservador.
O governo Temer serve de exemplo. Tem muitos traços conservadores, decerto, mas sua característica principal é outra: é o ativismo reacionário. Não se trata de conservar, mas de reagir contra avanços que foram conquistados e que eram até considerados já... consolidados.
Se a gente volta para o pai do conservadorismo político, o inglês Edmund Burke, lê que qualquer mudança no mundo social deve ser feita com cuidado, lentamente e de maneira facilmente reversível. Desde o século XVIII, este é o credo do conservadorismo político, voltado a impedir ou retardar transformações sociais progressistas. Mas não é isso que o governo Temer está fazendo. Sua aposta é empurrar goela abaixo do país, com a maior celeridade possível e sem nenhum debate, mudanças de enorme impacto.
É o caso da PEC 55. Ela foi apresentada à Câmara dos Deputados, ainda como PEC 241, no dia 15 de junho. Tudo indica que será aprovada, em votação no final, no próximo dia 13. Menos de seis meses para destruir todo o sistema de investimento social projetado pela Constituição de 1988. Nenhum debate na sociedade, na mídia ou no próprio Congresso, só uma campanha de desinformação orquestrada pelo Poder Executivo.
E é o caso da reforma da Previdência. O relator da CCJ não precisou de 24 horas para preparar seu parecer favorável, o que mostra a rapidez desejada na tramitação. A ideia do governo é aprová-la também em uns seis meses, iniciando o desmonte da ideia de previdência pública no Brasil.
Nos dois casos, perde a classe trabalhadora e perdem também as mulheres - atingidas diretamente com a reforma da Previdência, que extingue o reconhecimento da realidade da dupla jornada que a aposentadoria antecipada significava, e em quem certamente recairá a maior parte do ônus que o desmonte dos serviços públicos, consequência inevitável da PEC 55, lançará sobre as famílias. O resultado do ativismo reacionário do governo não é a conservação da realidade atual, mas a produção de um mundo muito pior para a esmagadora maioria da população brasileira.
O governo Temer serve de exemplo. Tem muitos traços conservadores, decerto, mas sua característica principal é outra: é o ativismo reacionário. Não se trata de conservar, mas de reagir contra avanços que foram conquistados e que eram até considerados já... consolidados.
Se a gente volta para o pai do conservadorismo político, o inglês Edmund Burke, lê que qualquer mudança no mundo social deve ser feita com cuidado, lentamente e de maneira facilmente reversível. Desde o século XVIII, este é o credo do conservadorismo político, voltado a impedir ou retardar transformações sociais progressistas. Mas não é isso que o governo Temer está fazendo. Sua aposta é empurrar goela abaixo do país, com a maior celeridade possível e sem nenhum debate, mudanças de enorme impacto.
É o caso da PEC 55. Ela foi apresentada à Câmara dos Deputados, ainda como PEC 241, no dia 15 de junho. Tudo indica que será aprovada, em votação no final, no próximo dia 13. Menos de seis meses para destruir todo o sistema de investimento social projetado pela Constituição de 1988. Nenhum debate na sociedade, na mídia ou no próprio Congresso, só uma campanha de desinformação orquestrada pelo Poder Executivo.
E é o caso da reforma da Previdência. O relator da CCJ não precisou de 24 horas para preparar seu parecer favorável, o que mostra a rapidez desejada na tramitação. A ideia do governo é aprová-la também em uns seis meses, iniciando o desmonte da ideia de previdência pública no Brasil.
Nos dois casos, perde a classe trabalhadora e perdem também as mulheres - atingidas diretamente com a reforma da Previdência, que extingue o reconhecimento da realidade da dupla jornada que a aposentadoria antecipada significava, e em quem certamente recairá a maior parte do ônus que o desmonte dos serviços públicos, consequência inevitável da PEC 55, lançará sobre as famílias. O resultado do ativismo reacionário do governo não é a conservação da realidade atual, mas a produção de um mundo muito pior para a esmagadora maioria da população brasileira.
(*) Professor de Ciência Política na Universidade de Brasília
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