terça-feira, 16 de março de 2021

MANIFESTO PELA PRESERVAÇÃO DA PAVIMENTAÇÃO HISTÓRICA JUNTO AO ANTIGO CAFÉ LAMEGO - P.R.Baptista


Vimos assistindo há muitos anos o Patrimônio Histórico e Arquitetônico  de Pelotas ser, paulatinamente, ameaçado por circunstâncias diversas.
São inúmeras as situações nas quais este Patrimônio foi extinto ou se encontra em fase de extinção
É uma questão que tem muitos aspectos que podem exigir, conforme o caso, ações e providências em diferentes alçadas inclusive, em alguns momentos, de natureza judicial.

Em determinadas situações, no entanto, o entendimento e as soluções estão bem ao alcance exigindo apenas um pouco de bom senso e de sensibilidade.

Podemos incluir, nestes casos, a situação da preservação do calçamento histórico com pedras regulares( paralelepípedos) de muitas ruas de Pelotas, um tipo de pavimentação que nos causa admiração de ver intacta em extensões significativas em muitas cidades com riqueza cultural ao redor do mundo. 

Esta pavimentação, no entanto,  num ritmo que vem se acentuando a título de revitalização, passou a ser recoberta em Pelotas com revestimento asfáltico. sob o argumento de contribuir com escoamento do fluxo de veículos.

Não temos dados sobre a extensão deste asfaltamento mas, sem dúvida, já é considerável.

De qualquer forma o aspecto que queremos ressaltar é que esta política, embora justificável em determinadas situações , em outras se apresenta como difícil de entender, inócua para o propósito que se destina e agressiva ao patrimônio cultural de Pelotas. 

Um caso que até hoje não teve reparo é o asfaltamento de um trecho do entorno da Praça Coronel Osório em frente ao Teatro Sete de Abril sob a justificativa, na época,  de servir como passarela para o desfile de Carnaval , asfaltamento este que já deveria há muito tempo ter sido desfeito. 

Mais recentemente dois exemplos merecem ser especialmente mencionados, a saber o asfaltamento do trecho entre a Praça Coronel Pedro Osório, passando ao lado do Grande Hotel e a rua Tiradentes. São poucos metros, originalmente revestidos com uma pavimentação primorosa de paralelepípedos , num trecho de pouquíssima movimentação de veículos  necessariamente em velocidade muito baixa em razão de ser de diminuta extensão.

Outro exemplo é o trecho entre a  Avenida Bento Gonçalves e a Catedral no qual, novamente o argumento da mobilidade é irrelevante por se tratar de um trecho muito curto logo interrompido ao chegar na praça em frente à Catedral.

Do mesmo modo o trecho que pleiteamos seja preservado entre a rua Barroso e a Rua Gonçalves Chaves, no coração do Centro Histórico e no qual se encontram casas inventariadas destacando-se o prédio do antigo Café Lamego. Também neste caso é questionável se falar em favorecer o escoamento numa rua que é interrompida, ao longo de toda extensão  por inúmeras preferenciais, ou seja, exigindo a cada instante uma parada. E, de qualquer forma, não seriam duas quadras que iriam interferir neste propósito.

Entendemos assim preliminarmente , considerando os aspectos envolvidos., perfeitamente possível a preservação do trecho junto ao Café Lamego sem que isto implique em afetar o projeto nos propósitos que se propõe.

Pelotas se caracteriza justamente pela riqueza de seu Patrimônio que tem propiciado ser cenários de filmes e comerciais.com implicações econômicas e turísticas muito importantes

Jogar fora este potencial implica em responsabilidade de seus autores. uma responsabilidade que para sempre não se apaga enquanto uma camada de betume possa estar escondendo de nossa visão e de nossa lembrança um patrimônio tão raro .

Estamos, portanto, encaminhando para o apoio da comunidade este Manifesto que será encaminhado às autoridades que possam ser identificadas  com responsabilidade sobre a questão.

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