quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A Memória de Getúlio tristemente no esquecimento

P.R.Baptista
No ano em que o Brasil se encaminha para eleger seu presidente, completam-se 60 anos da morte de Getúlio Dornelles Vargas.
Conforme se sabe Getúlio Vargas, nascido em São Borja,  foi líder civil da Revolução de 1930, que pôs fim à República Velha, depondo seu 13º e último presidente Washington Luís e impedindo a posse do presidente eleito em 1 de março de 1930, Júlio Prestes.

Foi presidente do Brasil em dois períodos. O primeiro de 15 anos ininterruptos, de 1930 até 1945, e que dividiu-se em 3 fases: de 1930 a 1934, como chefe do "Governo Provisório"; de 1934 até 1937 como presidente da república do Governo Constitucional, tendo sido eleito presidente da república pela Assembleia Nacional Constituinte de 1934; e de 1937 a 1945, como presidente-ditador, enquanto durou o Estado Novo.

No segundo período, em que foi eleito por voto direto, Getúlio governou o Brasil como presidente da república, por 3 anos e meio: de 31 de janeiro de 1951 até 24 de agosto de 1954.
É considerado o mais importante político brasileiro tanto pelo tempo que governou quanto pelo alcance das medidas pelas quais foi responsável tanto em garantir direitos trabalhistas quanto em estabelecer uma política nacional de industrialização e de defesa dos recursos naturais brasileiros contrariando interesses internacionais.
Em 24 de agosto de 1954, após uma cerrada campanha de oposição comandada por Carlos Lacerda, político de orientação direitista, cometeu suicídio  com um tiro no coração, em seu quarto, no Palácio do Catete, na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal.  Sua influência se estende até hoje. A sua herança política é invocada por pelo menos dois partidos políticos atuais: o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
No entanto, observa-se que esta influência e sua importância, numa conjuntura em que os grandes temas nacionais encontram-se em segundo plano e a política passa a ser dominada pela ausência de debate e clareza ideológica, dão mostras de ir caindo no esquecimento.
A exemplo do Brasil inteiGro em Pelotas a data de 24 de agosto passou sem nenhum destaque.
O busto de Getúlio, talvez a única referência existente na cidade, permaneceu anônimo, sem uma manifestação junto a ele, sem uma coroa de flores.
A placa com o texto da Carta Testamento, um documento fundamental de nossa história, já não permite a leitura pelo desgaste e pelo vandalismo.
É como se Getúlio morresse duas vezes.
A primeira por suas próprias mãos com a intenção de deixar , com seu sacrifício, uma mensagem para o povo brasileiro.
A segunda pelo esquecimento deste mesmo povo.


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