sábado, 30 de janeiro de 2016

O PiG é a nova guilhotina - Nilo Batista

Imprensa e Justiça
Corte Europeia de Direitos Humanos já decidiu que a condenação de jornalistas por publicidade opressiva não viola a liberdade de comunicação

A centralidade que a questão criminal assumiu, visível nas altas taxas de encarceramento ou na criminalização do cotidiano privado e da vida pública, responde às transformações econômicas das últimas décadas. Interessa-nos um aspecto dessa centralidade: a espetacularização do processo penal e os sérios danos que causa a direitos fundamentais e ao estado de direito.

A espetacularização do processo penal não é novidade. Na Inquisição, a colheita de provas e o julgamento eram sigilosos. Falsas delações e torturas são eficientes na obscuridade; a festa era a execução da pena de morte. Com a adoção da pena de prisão, a execução numa cela tornou-se uma rotina sem apelo jornalístico. O espetáculo deslocou-se para a investigação e o julgamento.

Basta ligar a TV à tarde: deploráveis reality shows policiais, nos quais suspeitos são exibidos e achincalhados por âncoras “policizados”. Diz a Constituição inutilmente que “é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”, garantia repetida pelo Código Penal e pela Lei de Execução Penal. Mas é no noticiário “sério” sobre inquéritos e ações penais que reside um grave problema, opondo a liberdade de comunicação à presunção de inocência e ao direito ao julgamento justo. A liberdade de imprensa geralmente prevalece sobre o direito à privacidade. Contudo, quando o confronto se dá com a presunção de inocência e o direito ao julgamento justo, a solução é distinta, como se constata em países democráticos.

A Corte Suprema dos EUA manifestou desconforto por ter identificado “julgamento pela imprensa” e anulou condenações. Numa delas, registrou que “o julgamento não passou de uma cerimônia legal para averbar um veredicto já ditado pela imprensa e pela opinião pública que ela gerou”. Alertou que o noticiário intenso sobre um caso judicial pode tornar nula a sentença e que a publicidade dos julgamentos constitui uma garantia constitucional do acusado e não um direito do público.

Na Europa, o assunto preocupa legisladores e tribunais. França e Áustria criminalizaram a publicação de comentários sobre prováveis resultados do processo ou sobre o valor das provas. Em Portugal, a publicação de conversas interceptadas em investigação é criminalizada, salvo se, não havendo sigilo de Justiça, os intervenientes consentirem na divulgação: o sigilo de Justiça vincula todos aqueles que o acessarem a qualquer título. A Corte Europeia de Direitos Humanos já decidiu que a condenação de jornalistas por publicidade opressiva não viola a liberdade de comunicação.

Não será por meio da criminalização da publicidade opressiva que se poderá reverter o lastimável quadro que vivemos, onde relações entre agentes do sistema penal e alguns jornalistas produzem vazamentos escandalosos, editados e descontextualizados, com capacidade de criar opiniões tão arraigadas que substituem a garantia constitucional por autêntica “presunção de culpa” e tornam impossível um julgamento justo.

Entre nós, existem casos em que todo o processo se desenvolve na mídia. Nesse cenário, pelo menos deveria ser exigido dos meios de comunicação aquilo que é exigido dos tribunais e das repartições públicas: obedecer ao contraditório. Hoje, após a longa veiculação da versão acusatória, segue-se breve menção a um comentário do acusado ou de seu defensor, que frequentemente desconhece a prova já divulgada para milhões de telespectadores. Se vamos persistir neste caminho perigoso — afinal, o sistema penal é historicamente um lugar de expansão do fascismo — pelo menos o contraditório obedecido pelos tribunais deveria ocorrer na mídia. Se a autoridade policial ou o Ministério Público divulgar sua acusação por três minutos, o acusado ou seu defensor deveria desfrutar do mesmo tempo para falar o que quisesse em sua defesa. Já que o processo se desenrola na mídia, que haja pelo menos paridade de armas. A prática atual é abertamente antidemocrática.

Nilo Batista é professor de Direito Penal da UFRJ e da Uerj

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

De nossa esperança ativa - Nei Alberto Pies


"É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não sairmos de nós". (José Saramago, 1922-2010)

Desesperança é a palavra da hora. Editoriais de muitos jornais e revistas, artigos em sites e blogs, diferentes manifestações e compartilhamentos nas redes sociais disseminam desesperança como virtude, como imposição de uma realidade vivida em nosso país, como sintoma da atual situação política, econômica e social. No sagrado direito de perguntar, minhas indagações: a) quem está disseminando estas ideias?; b) a quem interessa a desesperança?; c) com que propósitos pregar desesperança?; d) a esperança é mesmo danosa às pessoas, às coletividades?
Nunca vi esperança como um mal do povo, ou uma ilusão pessoal ou coletiva. Muito antes pelo contrário, acredito que esperança é que nos move, é o que move a história coletiva e individual de nossa gente. Para formular considerações sobre o assunto, fui pesquisar e ler sobre esperança. Descobri que ela carrega duplo sentido. O sentido da palavra que vem do latim spes, cujo significado é "confiança em algo positivo", um dos sentidos que a palavra carrega em português. Este sentido mais genuíno, mais original, perpetuado ao longo da história e das civilizações. Na cultura patrimonialista do Brasil, também adquiriu o sentido de expectativa, de espera. Muitas vezes, esta última concepção deturpa o que é uma virtude (confiar em algo positivo), tornando-a uma inércia, uma simples espera passiva.
Minha formação humanística e cristã sempre apontou a esperança como sentido da existência. Não consigo conceber pessoas ou grupos desprovidos de esperança. Para mim, esperança é possibilidade, é projeção, é ação para concretizar o que ainda não existe. Esperança é horizonte das lutas e das conquistas humanas. Esperança é sair de si, é sair da ilha, como propõe Saramago, justamente para melhor compreender a si mesmo e o mundo.
No caso do Brasil das últimas décadas, a esperança foi alicerçando avanços e conquistas sociais, traduzidos por mais liberdade, mais acesso à terra, saúde, cultura e educação, maiores condições de vida e dignidade, mais oportunidades de viver e experimentar cidadania, mais direitos. A esperança da maioria dos brasileiros não é passiva; é ativa porque projeta mudanças e organiza as lutas individuais e coletivas para concretizá-las. A esperança não é um slogan, mas é possibilidade concreta de mudanças projetadas na luta cotidiana, na organização, nas manifestações públicas da fé, das crenças e da cidadania.
A disseminação da desesperança, no atual momento histórico, explica-se porque há no Brasil um grupo de pessoas que nunca precisou alicerçar sua vida na "esperança ativa" que se traduz em lutas, em conquistas e em organização coletiva por melhores condições de vida e dignidade. Para estes, o Brasil sempre ofereceu "abundância" e privilégios. Na medida em que se descortinam os entendimentos e a compreensão sobre o funcionamento do próprio país, ficam mais claros os mecanismos de exploração, exclusão e alienação a que são submetidos a maioria dos brasileiros. Aí, a esperança (da mudança) da maioria passa a ser um problema.
                A esperança, no seu sentido mais genuíno, provoca mudanças a partir da organização, das lutas e das conquistas sociais. A esperança não é, para a maioria, um otimismo vazio e sem sentido. Concordo com Saramago: "não sou pessimista. O mundo é que é péssimo".  Com esperança, somo-me a outros tantos para que continuemos mudando o mundo, para mudar-nos a nós mesmos. Com esperança, combato desesperança!


Nei Alberto Pies, professor, escritor e ativista de direitos humanos.























Fugindo da bomba



Поржал от души)))!!!
Publicado por Михаил Глинчиков em Sexta, 15 de janeiro de 2016

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

6º Festival Internacional Sesc de Música de Pelotas


Concerto da Orquestra Sinfônica de
Carazinho (Osinca) realizada na Catedral de Pelotas no dia 21-01-16 , com os músicos convidados, Fernando Cordella e solista Emmanuele Baldini.


Fotos oficiais divulgadas pela organização do evento.


segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

GEORGE ORWELL LIVED HERE


GEORGE ORWELL - 1903-1950 , novelist & political essayist lived here

SOVACO DE COBRA: Chorinho, Avendano Jr. e Jaguarão

domingo, 24 de janeiro de 2016

domingo, 17 de janeiro de 2016

Canions entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina - Paulo Afonso Rheingantz




Canions Malacara, Indios Coroados e Itaimbezinho; Gralha Azul.
Paisagem deslumbrante na fronteira entre RS e SC.
Dica de hospedagem: Refúgio Ecológico Pedra Afiada (tradução de Itaimbé), em Praia Grande, cidade que não tem praia nem é grande ... mas a paisagem é linda.

sábado, 16 de janeiro de 2016

Deputado Marcel van Hatten, a voz da direita política



Marcel van Hatten, é filiado ao Partido Progressista (PP).
Foi vereador do município de Dois Irmãos aos 18 anos, eleito em 2004.
Começou a peregrinação para ser deputado estadual em 2006, pleito no qual não se elegeu.
Em 2010 uma nova tentativa, também sem êxito.
Enfim, nas eleições de 2014, em 5 de outubro, recebeu 35.345 votos para deputado estadual à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul na 54ª legislatura (2015 — 2019), ficando como suplente.
Assumiu o cargo em 10 de fevereiro de 2015[4] ocupando a cadeira vaga do secretário estadual de Transportes e Mobilidade, Pedro Westphalen.

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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Argentino esquece da mulher num posto de gasolina ... mas não foi de propósito

Posto de combustíveis onde argentina foi esquecida em Passo Fundo (Foto: Patricia Oliveira/Divulgação)

Posto de combustíveis onde argentina foi esquecida em Passo Fundo (Foto: Patricia Oliveira/Divulgação)
                                                                                             
 Daniel Favero
G1 RS

      Uma mulher de nacionalidade argentina foi esquecida pelo marido em um Posto de combustíveis na BR-285, em Passo Fundo, no Norte do Rio Grande do Sul. O caso ocorreu quando a família retornava de férias no Brasil, na quarta-feira (13).
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a mulher dormia no banco traseiro do veículo no momento em que a família chegou ao posto de combustíveis. Durante o abastecimento, ela desceu para ir até a loja de conveniência, sem que o marido percebesse que ela não estava mais no carro.
“Fui eu que abasteci o carro deles, ela desceu e foi na loja de conveniência, e ele foi no banheiro e não viu que ela tinha descido. A criança, que estava no banco da frente também não viu, e eles foram embora”, conta o gerente do posto, Edgar Marques.
Ele afirma que a mulher ficou desesperada ao descobrir que o marido tinha ido embora. Os funcionários tentaram contato telefônico com o homem, mas não sabiam como completar a ligação.
“Foi quando me deu o estalo de ligar para o pessoal da PRF”, relatou Edgar.
Os funcionários do posto entraram em contato com o posto policial da PRF em Passo Fundo, que acionaram as equipes de Ijuí. O marido já havia rodado aproximadamente 160 quilômetros sem perceber que tinha esquecido a mulher.
Ele voltou para buscar a esposa. A família, a partir de então completa, seguiu viagem de volta para a Argentina.

Fonte G1

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Muhammad Ali, quando um campeão foi proibido de comer um cachorro quente nos EUA



QUANDO UM CAMPEÃO OLÍMPICO FOI PROIBIDO DE COMER UM CACHORRO-QUENTE NOS EUA Entenda o caso: Muhammad Ali, legendário boxeador fala sobre o racismo.Assista e compartilhe
Publicado por Nossa Época em Quinta, 7 de janeiro de 2016

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Partido da Mulher Brasileira não corresponde às expectativas de sua criação

JESSICA MOTA, publicado sob o título "Partido da Mulher Brasileira não levanta a bandeira feminista"

Para presidente do PMB, Suêd Haidar, missão do partido é aumentar a participação da mulher na política; dirigente é contra o aborto e condena debate sobre a violência contra a mulher nas escolas
Apesar de o momento político ter levado diversas mulheres a se manifestarem pela garantia dos seus direitos nas ruas e nas redes sociais – com as campanhas #primeiroassédio e #meuamigosecreto –, o recém-criado Partido da Mulher Brasileira (PMB) não é feminista. “Ele é um partido feminino”, explica Suêd Haidar, presidente da legenda que surgiu há quase três meses, em 29 de setembro, em entrevista à Agência Pública.

(....)
O PMB é um partido feminista?
Não… Ele é um partido feminino. Hoje é outro momento da política, um pouco mais moderno, a mulher está participando mais. Tivemos essa grande oportunidade na nossa vida de todos os movimentos feministas, de todos os segmentos feministas, que abriram todas essas portas para que hoje nós tenhamos essa oportunidade de falar aqui de política partidária e da inserção da mulher dentro das instituições partidárias até de uma forma um pouco diferenciada.
Como a senhora se posiciona em relação ao PL 5069/2013, do deputado Eduardo Cunha, que altera a forma de atendimento da mulher que sofre violência ou abuso sexual? [O projeto criminaliza, por exemplo, o profissional da saúde que indicar processos abortivos à mulher que sofreu estupro]
Em relação ao presidente da Câmara estar encaminhando hoje esse projeto em relação ao aborto… Eu sou contra o aborto. A diretriz do partido sempre será essa, contra o aborto. Nós não podemos sair afirmando que a mulher tem qualquer encaminhamento ou esteja matando vidas. Não é isso que nós queremos para nossas mulheres. O que nós queremos é um projeto afirmativo que venha dar o preventivo para a mulher. A mulher tem que estar preparada para se prevenir para que não chegue a necessidade dela matar vidas, que é chegando a fazer o aborto.

(...)
A presidente explica que usará o Fundo Partidário do PMB para a criação de escolas políticas e formação de militância. Haidar esclarece que a legalização do aborto e a inclusão das discussões de gênero nos planos educacionais não são pautas do PMB. “Essa questão da violência contra mulher não pode ser, nesse momento, e em nenhum momento, discutida numa sala de aula com crianças de 10 anos de idade”, declara Haidar. “Isso não existe.”

LEIA A MATÉRIA COMPLETA >>>>>


quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Abaixo o tabu redutor que confina os mais pobres à música brega - Tárik de Souza

Especial para o UOL
06/01/2016

"O povo sabe o que quer

Mas o povo também quer o que não sabe"

Infelizmente, as sagazes palavras de nosso ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil, em "Rep" (composição gravada no disco "Sol de Oslo", de 1998) andam esquecidas pela mídia principal do país. Quase só se transmite e propaga o já sabido, mastigado, clonado, copiado e colado. Andamos "mascando clichê", como cantaria o grupo paulistano Premeditando o Breque –o Premê–, em "Quase lindo", de 1983.

Desde o BRock –e lá se vão mais de três décadas– não surge um movimento de baixo para cima, revelando artistas (Cazuza, Renato Russo, Lobão, Leo Jaime), grupos (Blitz, Titãs, Paralamas, Legião, Barão, Kid Abelha, Engenheiros, Capital Inicial, Ira!, Ultraje) e tendências ou linguagens com tão ampla repercussão popular. O movimento mangue beat e suas consequências (Chico Science & Nação Zumbi, Mundo Livre s/a, Mestre Ambrósio, Siba, Otto, Cordel do Fogo Encantado e Lira) já bateu no guichê do mercadão fechado a inovações, tal como acontecera um pouco antes com a chamada vanguarda paulista, do próprio Premê, Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, Grupo Rumo, Língua de Trapo, Eliete Negreiros, entre outros.

O reconhecimento desses artistas deu-se –quando aconteceu– a conta-gotas. As exceções nessa transversal do tempo se confirmam, como tal: Skank, Sepultura, Cássia Eller, Los Hermanos, Marisa Monte, Lenine, Mônica Salmaso, Chico César, Zeca Baleiro, Vanessa da Mata, Seu Jorge, Planet Hemp, Zélia Duncan, Racionais MC's, Moska, O Rappa, Ana Carolina, Carlinhos Brown. Todas à custa de muita ralação -e, em alguns casos, a concessões ao banal.

Vedar o acesso do experimentalismo à mídia principal equivale a fechar os laboratórios que impulsionam o avanço das descobertas científicas e tecnológicas. O grande público precisa entrar em contato com propostas diferentes, aptas a abrir horizontes estéticos. Abaixo o tabu redutor que confina as classes menos favorecidas economicamente ao brega acachapante!

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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Novidades do Nei A. Pies

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Universidade e Comunidade: Parceiras na Promoção do  Gosto Pela Leitura

Universidade e Comunidade: Parceiras na Promoção do Gosto Pela Leitura

Categorias: Bandinho de Letras, Bando de Letras, Literatura, Universidade de Passo Fundo, UPF

Eládio Vilmar Weschenfelde Professor de Literatura na Universidade de Passo Fundo. Cristiane Barelli Professora nos cursos de Medicina e Farmácia da Universidade de Passo Fundo. No início do século XIX, o filósofo e linguista alemão Walter Benjamin (1995, p. 199) denunciou o fim dos narradores orais, os quais classificou em dois grupos: o camponês sedentário e o marinheiro comerciante. Segundo …

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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Prefeito Leite, populismo e elitismo - Reginaldo Bacci

RESPOSTA QUE ENVIEI AO SITE AMIGOS DE PELOTAS PARA CONTRAPOR A MATÉRIA PUBLICADA SOB O TÍTULO: “Corajoso, Leite Evita Populismo ao Cortar Fogos e Verba do Carnaval”.
Reginaldo Bacci

O Prefeito Eduardo Leite pode não ser um populista, mas é, com certeza, um elitista. Joga para a torcida como se todos fossem ingênuos e não percebessem em seus movimentos e onde quer chegar. Ao mesmo tempo que retira 1,8 milhões do carnaval e 100 ou 200 mil da festa de reveillon, sob a alegação que as alocará na saúde, mantém a verba de publiciadade em mais de 2 milhões em ano de eleição e aumenta de 4,8 milhões para cerca de 18 milhões as de projetos (vide orçamento 2016 de Pelotas), ou seja, economiza de um lado, sob alegação que aplicará na saúde, e gasta em outros para defender seu projeto eleitoral (precisará garantir sue projeto com muita publicidade e dezenas de novos projetos, já que o que fez até agora foi asfaltar, como todos que o antecederam) Esta atitude pode não ser populista, mas certamente é elitista e oportunista. Afinal, onde passaram as festas de final de ano a elite de Pelotas? E o povo pelotense pode ir a Punta del Este, Florianópolis ou Rio de Janeiro??? E o carnaval de 2016, onde passará a elite de Pelotas? Em Pelotas? Bem, o povo que se vire, afinal de contas quem não tem grana para ir a Porto Alegre, Rio, Punta, ou seja lá onde for, que fique em Pelotas, sem festa. Eduardo Leite é um elitista e não compreende o povo. Sua gestão é mais do mesmo. E ainda tem gente, certamente, da elite que aplaude suas decisões. O mesmo prefeito que acaba com o carnaval é o que dá isenção de tributos ao CDL (Centro de Eventos) e à Associação Rural de Pelotas, núcleos das elites pelotenses. Por que não cobrar tributos das elites e alocar na saúde? Lamentável, meu caro e querido amigo Rubens Amador, que a análise que fazes das atitudes do Sr. Prefeito seja superficial e rasteira, torpe e interesseira. Por isto, nem acredito que este comentário vá para o site, como o outro que já fiz e também não foi, mas não posso deixar passar mais esta apologia falsa e enganadora, sem me manifestar. O governo de Eduardo Leite é elitista e da pior forma possível, é um governo medíocre que não consegue buscar soluções que atendam, acima de tudo, os reais interesses das pessoas. Go vernar é mais do que jogar para a torcida, é um ato de amor, de compreensão da alma humana, é um ato de coragem a favor daqueles que menos têm e mais precisam, governar é acima de tudo cuidar das pessoas em todas as suas dimensões e necessidades físicas e culturais. Aliás, Martin Luther King já o sabia e assim vaticinou: “Eu tenho a audácia de acreditar que todas as pessoas de todos os lugares têm o direito a três refeições diárias para os seus corpos, EDUCAÇÃO E CULTURA PARA SUAS MENTES, dignidade, igualdade e liberdade para seus espíritos.” Lamento somente pela pobreza de espírito do Sr. Prefeito e sua equipe, incapazes de apresentar uma solução, onde a cultura popular pudesse ser preservada e festejada. Nada pode ser pior a um gestor público que sua incapacidade de compreensão da alma humana e sua inépcia na construção de soluções que atendam a todos. Leite, consegue apenas atender a elite, que se regozija na desgraça dos menos favorecidos.
Somente aos gestores medíocres é dado pensar que o carnaval e o reveillon somente possam ser realizados com verbas públicas.

REFORMA AGRÁRIA NO FANTÁSTICO - Eduardo Londero

O Fantástico faz uma matéria sobre fraudes no Incra e na Reforma Agrária.
Como investigação não é com eles, todo o trabalho se baseia em relatório da CGU, sobre o qual apõem imagens e entrevistas. 
Em 1850 foi criada a Lei de Terras que engessou o assunto, definiu que os posseiros de então viravam proprietários, e para o futuro só se adquiriria terra por meio de compra.
A lei de 1850 foi um arranjo que agradou a todos na época, ferrou o imigrante que veio depois, e diferiu o conflito para nossa época. Típico. 
Em 1937 foi criada possibilidade de desapropriar terras mediante indenização e inicia uma Reforma Agrária conduzida no mesmo espírito da elite brasileira: burocratas da alta e políticos de direita se servem dela para dar terra a quem não precisa, comprar caro terras que não prestam dos amigos, e desmoralizar a própria ideia da necessidade de construir uma classe média rural instruída e poderosa para o bem do próprio capitalismo. Lentamente a matéria do Fantástico vai se afastando da origem dos fatos, do mérito da investigação do CGU e da importância das suas conclusões. E vai se encaminhado para reafirmar a desmoralização da Reforma Agrária, ao invés de recuperar a necessidade de ser bem conduzida. 
A fruta não vai longe da árvore.