segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Partido da Mulher Brasileira não corresponde às expectativas de sua criação

JESSICA MOTA, publicado sob o título "Partido da Mulher Brasileira não levanta a bandeira feminista"

Para presidente do PMB, Suêd Haidar, missão do partido é aumentar a participação da mulher na política; dirigente é contra o aborto e condena debate sobre a violência contra a mulher nas escolas
Apesar de o momento político ter levado diversas mulheres a se manifestarem pela garantia dos seus direitos nas ruas e nas redes sociais – com as campanhas #primeiroassédio e #meuamigosecreto –, o recém-criado Partido da Mulher Brasileira (PMB) não é feminista. “Ele é um partido feminino”, explica Suêd Haidar, presidente da legenda que surgiu há quase três meses, em 29 de setembro, em entrevista à Agência Pública.

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O PMB é um partido feminista?
Não… Ele é um partido feminino. Hoje é outro momento da política, um pouco mais moderno, a mulher está participando mais. Tivemos essa grande oportunidade na nossa vida de todos os movimentos feministas, de todos os segmentos feministas, que abriram todas essas portas para que hoje nós tenhamos essa oportunidade de falar aqui de política partidária e da inserção da mulher dentro das instituições partidárias até de uma forma um pouco diferenciada.
Como a senhora se posiciona em relação ao PL 5069/2013, do deputado Eduardo Cunha, que altera a forma de atendimento da mulher que sofre violência ou abuso sexual? [O projeto criminaliza, por exemplo, o profissional da saúde que indicar processos abortivos à mulher que sofreu estupro]
Em relação ao presidente da Câmara estar encaminhando hoje esse projeto em relação ao aborto… Eu sou contra o aborto. A diretriz do partido sempre será essa, contra o aborto. Nós não podemos sair afirmando que a mulher tem qualquer encaminhamento ou esteja matando vidas. Não é isso que nós queremos para nossas mulheres. O que nós queremos é um projeto afirmativo que venha dar o preventivo para a mulher. A mulher tem que estar preparada para se prevenir para que não chegue a necessidade dela matar vidas, que é chegando a fazer o aborto.

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A presidente explica que usará o Fundo Partidário do PMB para a criação de escolas políticas e formação de militância. Haidar esclarece que a legalização do aborto e a inclusão das discussões de gênero nos planos educacionais não são pautas do PMB. “Essa questão da violência contra mulher não pode ser, nesse momento, e em nenhum momento, discutida numa sala de aula com crianças de 10 anos de idade”, declara Haidar. “Isso não existe.”

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