sábado, 7 de março de 2015

Não sei se elas sabem. Mas eu sei.

















Enilton Grill

Não sei, às vezes me pego pensando sobre aquelas pessoas que norteiam nosso jeito de ser de pensar e de viver.
Eu tenho algumas. Não mais que algumas.
Delas sei quase tudo.
Sobretudo o que me é preciso saber para que elas para mim sejam o que são.
Não sei quantas você tem.
Mas imagino que uma pelo menos você deva ter.
Acho que não exagero dizendo que o mundo hoje se curva à figura de José Pepe Mujica.
Eu também. Nada mais justo.
Até aí, tudo bem.
Porém, quando vejo um reacionário se derramando em odes e loas ao Mujica, me pergunto:
Será que essas pessoas sabem que o Mujica, entre otras cositas más, é contra a pena de morte e a favor do aborto, dos direitos humanos e da reforma agrária, sendo um profundo admirador do MST. Será que elas sabem que ele é ateu?
Não sei se elas sabem.
Mas eu sei.
Será que essas pessoas sabem que o Mujica participou de assaltos e sequestros e passou 14 anos na prisão, de onde só saiu no final da ditadura.
Será que essas pessoas sabem que o Mujica foi um líder tupamaro?
Será que essas pessoas sabem o que é um tupamaro?
Não sei se elas sabem. Mas eu sei.
Como também sei que quem diz que "bandido bom é bandido morto" e diz que o Mujica o representa (e o quer aqui neste país) ou não sabe o que quer ou não sabe o que diz.


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