sábado, 31 de janeiro de 2015

De quem aceitar críticas

Nei Alberto Pies


"A coisa mais difícil do mundo é conhecermo-nos a nós mesmos e o mais fácil é falar mal dos outros" (Tales de Mileto)

Ao acessar o Facebook deparei-me com um destes pensamentos que faz a gente reagir rápido e impulsivamente. Sem pensar, compartilhei frase que diz: "não aceite críticas de quem não conhece suas lutas". Desde então, fiquei preocupado com o impacto que esta suposta verdade pudesse provocar em mim e nos outros. Por conta disso, proponho esta reflexão.
Minha história, como as histórias de tantos outros lutadores e lutadoras, é permanentemente perseguida, difamada e mal interpretada. Quem se coloca na defesa dos mais pobres e excluídos desta terra sabe o preço que paga por suas posturas e convicções. Por isso mesmo parece verdadeiro que só pode criticar quem conhece as minhas lutas. Que quem não conhece as lutas da gente não tem mesmo como nos criticar. Que as críticas aceitáveis podem partir somente de quem faz parte de nossos círculos, grupos ou lutas.
Após um período de ponderação, dei conta que nem todos aqueles com os quais me relaciono conhecem a minha história. Pensei que, talvez, aqueles que não conhecem minhas lutas seriam capazes de uma crítica que me ajudasse a crescer ou reavaliar minhas convicções ou posicionamentos. Pensei e concluí que a crítica pode ser importante, dependendo da intencionalidade de quem a comunica e da interpretação de quem a recebe.
Não é fácil aceitar críticas, venham elas de quem vierem. Vivemos numa sociedade avessa aos verdadeiros elogios, onde as críticas são poderosas ferramentas que usamos para destruir a reputação ou a história dos outros, sem escrúpulos. Por isso mesmo, temos dificuldades para entender a perspectiva construtiva de uma crítica. As críticas, no entanto, quando dirigidas com a intenção de ajudar e melhorar a vida da gente podem ser importantes para nos compreendermos sujeitos aprendentes, inacabados e incompletos.
Dos que nos são próximos, esperamos mais "bajulação" do que críticas. Dos estranhos, temos pouca ou quase nenhuma disposição de ouvir qualquer crítica ou opinião. Conclusão: não temos a cultura de ajudar e colaborar com os outros, oferecendo-lhes sinceras ponderações e pensamentos. Não somos ensinados a ouvir o que os outros nos dizem.  Preferimos, então, viver sem a pressão e o incômodo de nos avaliar. Preferimos pensar que não precisamos mudar a partir dos outros. No máximo, mudamos com as aprendizagens duras da vida.
As críticas construtivas são aquelas que ajudam a crescer. Aperfeiçoar-se e humanizar-se são desafios humanos grandes e permanentes.

Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos.

Podemos !

 La dirección de Podemos ha convertido este sábado la llamada marcha del cambio, una movilización abierta a todos y convocada en Madrid para escenificar la ruptura con “la vieja política”, en el arranque de su campaña electoral. Pablo Iglesias y su núcleo de confianza han intentado afianzar sus principales mensajes y estrategia ante decenas de miles de personas congregadas en la Puerta del Sol, después de un recorrido de menos de un kilómetro entre Cibeles y la plaza que simboliza los entusiasmos del 15-M. Según los cálculos de este diario, a la una de la tarde había unos 153.000 manifestantes —100.000 para la policía y 300.000 según la estimación de los organizadores—.
Iglesias saluda al início de su intervención /PACO CAMPOS(EFE)

La dirección de Podemos ha convertido este sábado la llamada marcha del cambio, una movilización abierta a todos y convocada en Madrid para escenificar la ruptura con “la vieja política”, en el arranque de su campaña electoral. Pablo Iglesias y su núcleo de confianza han intentado afianzar sus principales mensajes y estrategia ante decenas de miles de personas congregadas en la Puerta del Sol, después de un recorrido de menos de un kilómetro entre Cibeles y la plaza que simboliza los entusiasmos del 15-M. Según los cálculos de este diario, a la una de la tarde había unos 153.000 manifestantes —100.000 para la policía y 300.000 según la estimación de los organizadores.

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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Tempestade de neve em New York: vai encarar?

IV Festival Internacional de Música de Pelotas




Pouco tempo após a realização exitosa do Festival de Jazz, Pelotas volta a ter uma promoção de nível internacional dedicada à música, desta vez, música erudita.
Trata-se do IV Festival Internacional de Música de Pelotas do SESC

Festival do Sesc leva repertório erudito e popular à periferia de Pelotas
Quarteto de Cordas se apresentou para um pequeno público no Centro de Convivência da vila Castilho

Por: Cíntia Piegas (Diário Popular)

A rotina no Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, na vila Castilhos, em Pelotas, foi quebrada no final da manhã desta segunda-feira (26).
De repente, pequenos frequentadores são convidados a embarcar durante 20 minutos em um cenário musical um pouco distante da realidade de cada um.
As peças apresentadas pelo quarteto de cordas invadiram a imaginação do seleto público.

A uma temperatura de quase 30ºC, em uma garagem de 12 metros quadrados, o espetáculo teve Aria de Bach, Primavera de Vivaldi e Let It Be, dos Beatles, ao som de instrumentistas que participam do 5º Festival Internacional Sesc de Música, que ocorre até dia 30 deste mês na cidade.
Para a apresentação ficar mais familiar, os músico explicaram seus instrumentos: violino, viola e violão celo.

De acordo com uma das coordenadoras do Sesc, Iná Eloísa Gabin, a ideia é fazer com que as pessoas das comunidades saibam que não precisa de salto alto para apreciar a música clássica.
À tarde, o quarto de corda estará no Hospital Espírita.

Acesso
Anael Dias, de 11 anos, assistia atento à apresentação. Não muito familiarizado com as primeiras melodias, reconheceu logo Let It Be e comemorou. Ele diz acreditar que não ser capaz de aprender a tocar um instrumento como violino. Mas a instrumentista porto-alegrense Gabriela Bock garante que sim. Confira o vídeo feito por Michel Farias:


  

E daí? Aí, acabou.

Captando água como no deserto
São Paulo prestes a decretar racionamento de 5 dias sem água na semana.
Não é o momento, gravíssimo para São Paulo, de politizar mas segundo os analistas, entre as causas que concorreram para esse desastre de repercussões dantescas, aponta-se entre as principais o descaso de sucessivas administrações e das empresas privadas responsáveis em investir no setor e, de forma muito séria, mais recentemente o procedimento de Geraldo Alckmin negando até o último momento a gravidade da situação.
Nisto foi acompanhado, de certa forma, pela população, especialmente paulistana, mais preocupada em se concentrar na avenida Paulista a promover passeatas por impeachment ou em combater o sistema de ciclovias implantado pelo prefeito Haddad do que se preparar para o pior.

A METADE SUL

 Já se esperam protestos. Em Itu, vizinho de São Paulo, até donas de casa colocaram fogo nas ruas. Aqui em São Paulo, vai haver um escalonamento de manifestações e de violência porque a água mexe com a questão da dignidade. Quantos dias nós aguentamos sem poder dar descarga?

O que aconteceu na prática foi uma negação da crise hídrica por parte do governo do Estado até dezembro de 2014 —uma negação que vai levar para outras instâncias de responsabilização.

A falta d’água afeta a dignidade humana, tem implicações de saúde pública, desespera, paralisa a atividade econômica. Pois prepare-se: 2015 começou sob a sombra da crise hídrica. O cenário que se está montando é gravíssimo.

Já quase terminado janeiro, constata-se que choveu muito menos do que era esperado.
No Sistema Cantareira, choveu 35% da média histórica.
No Sistema Alto Tietê, meros 26% da média histórica.
 E o quadro não encontra alívio nos demais mananciais, também deficitários.

A própria Sabesp admite que o que existe de água em todos os sistemas, considerando o padrão de consumo atual, vai dar pra 50 dias, ou seja, março.
E daí? 
Aí, acabou. 
Não é que vai faltar um pouco de água. 
É que não tem água; não tem para onde correr.

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Em jogo a soberania do País

"Nos anos 1990s perpetraram-se as privatizações, nas quais se entregaram e desnacionalizaram, em troca de títulos podres de desprezível valor, estatais dotadas de patrimônios materiais de trilhões dólares e de patrimônios tecnológicos de valor incalculável.
A Petrobrás, sob a denominação Petrobrax, seria o ataque final .
Hoje  permanece como  último reduto de estatal produtiva com formidável acervo tecnológico − bem como as grandes empreiteiras, último reduto do setor privado, de capital nacional, capaz de competir mundialmente".




segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Meio ambiente: ética ou etiqueta















Nei Alberto Pies 

"... a crise é terminal porque todos nós, mas particularmente o capitalismo, encostamos nos limites da Terra. Ocupamos depredando todo o planeta, desfazendo seu sutil equilíbrio e exaurindo excessivamente seus bens e serviços a ponto de ele não conseguir, sozinho, repor o que lhe foi sequestrado". (Leonardo Boff)

Estamos diante de uma crise ambiental real. 
O mundo inteiro se conscientiza e se mobiliza em defesa da sobrevivência planetária.
 A diferença está entre os que pregam a ética e os que pregam a etiqueta como formas de colaborar com a sobrevida do planeta, entre quem se dispõe a promover mudanças na organização econômica e social e entre aqueles que buscam compensar o planeta com "atitudes politicamente corretas". 
O que muda é se assumimos compromissos a partir das nossas ações humanas no planeta ou se estamos preocupados somente com o status social que recomenda "dosar" e qualificar nosso consumo como mais sustentável.
O fundamento das diferenças acima descritas está alicerçado em conceitos bem distintos, historicamente construídos pelo ser humano a partir de suas relações com a natureza e com o mundo: o conceito de sustentabilidade e o conceito de interdependência. "Sustentável" provém do latim sustentare (sustentar; defender; favorecer, apoiar; conservar, cuidar). 
Já interdependência " é um conceito que rege as relações entre os indivíduos onde um único indivíduo é capaz de, através de seus atos, causar efeitos positivos e/ou negativos em toda a sociedade. 
Ao mesmo tempo, esse mesmo indivíduo, por sua vez, é influenciado pelo todo. 
Com isso, é possível dizer que todas as pessoas e coisas que rodeiam a vida dos seres humanos estão interligadas e afetam a vida de todos de forma significativa".(Wikipedia)
Arriscamos afirmar que o conceito de sustentabilidade está mais ligado ao Ocidente, enquanto o conceito de interdependência ao mundo oriental. 
Que o conceito sustentabilidade está associado à necessidade de compensar o já destruído; que o conceito interdependência está associado a um modo de vida e de relação entre os indivíduos e os seres vivos. 
Que a tentativa de transformar ética em etiqueta nada mais é do que apequenar a responsabilidade que o ser humano tem diante do "clamor" e do sofrimento do planeta.
A ética diante da vida e do planeta inscreve-se no compromisso com a vida no seu conjunto, seja ela a própria vida da gente e a vida dos demais seres vivos. 
A ética do cuidado, proposta por Boff, está embasada em quatro princípios fundamentais: o amor universal e incondicional, o cuidado, a solidariedade universal e a capacidade e a vontade de perdoar. Estes princípios ensejam mudança de posturas e comportamentos do ser humano com relação à natureza e o mundo, tornando o mundo mais do que sustentável: interdependente; onde os seres vivos possam ser considerados na relação de um para com o outro sem juízos de valor ou de importância.
A mudança que devemos fazer implica em re-significar a relação conosco mesmos, com a natureza e com o mundo. 
O exercício de reciclar algo que descartamos é pedagógico, uma vez que nos faz repensar a nossa existência diante dos demais seres vivos. 
Como escreveu Leonardo Boff, ao falar de ethos, palavra que dá origem à ética: "Na casa cada coisa tem seu lugar e os que nela habitam devem ordenar seus comportamentos para que todos possam se sentir bem. 
Hoje a casa não é apenas a casa individual de cada pessoa, é também a cidade, o estado e o planeta Terra como casa comum. 
Sejamos, pois, responsáveis pela vida que compartilhamos juntos. 
Se não há compromisso concreto com a vida, só há etiqueta.

Nei Alberto Pires - Professor e ativista de direitos humanos.



domingo, 25 de janeiro de 2015

Yriza ganha as eleições na Grécia

Yriza ganha as eleições na Grécia e promete acabar com a austeridade

Alexis Tsipras chegando a sede do seu partido. / VÍDEO: ATLAS / AFP



O partido de esquerda Syriza ganhou as eleições na Grécia e se situa às portas da maioria absoluta, com 63% dos votos apurados.
 De acordo com os resultados parciais, o partido de Alexis Tsipras teria 36,09% dos votos e 149 cadeiras no Parlamento, faltando apenas duas para a maioria absoluta.
Em segundo lugar, a conservadora Nova Democracia do primeiro-ministro Andonis Samarás, chegaria aos 28,1% dos votos (77 cadeiras).
O partido de extrema direita Aurora Dourada se situa em terceiro lugar, com 6,3% dos votos, e em quarto, o centrista To Patami, com 5,9%.

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Após eleição, grupo de Marina se dissolve

Por: Folha de S. Paulo
25/01/2015
Bernardo Mello Franco

Três meses após a eleição presidencial, a ex-senadora Marina Silva, que chegou a liderar as pesquisas de intenção de voto, submergiu e viu o núcleo político de sua candidatura se esfacelar.

Os dois coordenadores da campanha de Marina, Walter Feldman e Luiza Erundina, afastaram-se da candidata e do esforço de criação de seu futuro partido, a Rede Sustentabilidade.

A equipe que organiza a fundação da Rede também sofreu baixas. Um grupo de militantes rompeu com Marina e agora tenta criar outro partido, o Avante, inspirado no Podemos espanhol.

A ex-presidenciável não é vista em público há mais de um mês. Sua última aparição foi no lançamento de um conjunto de propostas do Instituto Democracia e Sustentabilidade, em 12 de dezembro.
   

Parte do isolamento de Marina deve-se à decisão de apoiar o tucano Aécio Neves no segundo turno da eleição presidencial, caminho que dividiu os marineiros. Para Erundina, a opção foi "equivocada" e "incoerente".

"Marina criticava a polarização entre PT e PSDB, mas decidiu aderir a um dos polos. Foi uma contradição com o discurso que ela fez na campanha", afirma a deputada, que se aproximou dos dissidentes da Rede engajados na organização do Avante.

Erundina também critica o sumiço de Marina, que não compareceu nem às posses de aliados, como a do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB).

Para a deputada e ex-prefeita de São Paulo, quem recebeu 22 milhões de votos em outubro não deveria se omitir no momento em que o governo anuncia medidas impopulares, como o aumento de impostos e o corte de benefícios sociais.

"A Marina está muito silenciosa, muito calada. A conjuntura é grave, mas não ouço ela se manifestar", critica. "Ela criou a expectativa de que enfrentaria as questões nacionais, mas lamentavelmente a sociedade está sem resposta", completa.

Feldman, que foi o principal escudeiro de Marina em 2014, afastou-se dela após o segundo turno.

Ele se desfiliou do PSB e diz ter abandonado a política para virar cartola de futebol. Em abril, assumirá o cargo de secretário-geral da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), a convite do presidente eleito Marco Polo Del Nero.

O ex-deputado não quis opinar sobre o futuro de Marina. Questionado sobre o sumiço da ex-aliada, desconversou: "Não tenho falado com ela. A Marina tem uma lógica temporal muito própria".

A ex-senadora, que não dá entrevistas desde a primeira metade de dezembro, não quis falar com a Folha. Segundo sua assessoria, ela passou os últimos 45 dias em férias, junto à família.

Marina deve reaparecer em público nesta segunda-feira (26), no Rio de Janeiro, em ato pela criação da Rede.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) negou a primeira tentativa de registro do partido, em outubro de 2013.

A ex-presidenciável havia apresentado o pedido sem atingir as cerca de 500 mil assinaturas exigidas em lei.

A decisão levou Marina a se filiar ao PSB, então comandado pelo governador de Pernambuco Eduardo Campos.

Charges, Política e Honestidade Intelectual

Recentemente no dia 7 de janeiro a sede do jornal satírico francês Charlie Hebdo foi atacado por terroristas resultando na morte, no local, de 11 integrantes da equipe.
O motivo: as charges produzidas pelo jornal satirizando a figura de Maomé.
Abriu-se desde então uma acirrada discussão a respeito da liberdade de expressão e os limites que ela pudesse ter.
Em outra oportunidade pretendo retomar essa questão.
Nesse momento queria, apenas, mencionar a existência , no campo da crítica política, além da caricatura, do emprego de imagens com mensagens de propaganda.
Exemplificando:


As duas primeiras imagens, que na realidade não constituem charges, são maus exemplos, infelizmente produzidos e reproduzidos na internet, de se pretender fazer crítica e humor com política.
Em muitos casos essa forma de "fazer piada" é de muito mau gosto traduzindo a pouca qualificação intelectual e desonestidade, tanto de quem a produz quanto, talvez ainda mais acentuadamente, de quem a divulga.
A última (8)  também com o emprego de imagem tem, pelo menos, um senso de ironia que , sem agressividade, concede-lhe um sentido.
As demais imagens (3,4,5,6 e 7) nas quais se faz presente o emprego do desenho, é que poderiam ser melhor caracterizadas como charges ou cartoons.
A qualidade sempre vai depender do desenho do cartunista e de seu senso crítico e humor.
Seja como for a charge é parte integrante da cultura política e cultural podendo, contudo, tanto se apresentar como manifestações de talento e criatividade quanto, infelizmente, de mau gosto e desonestidade.

P.R.Baptista


sábado, 17 de janeiro de 2015

Soldados italianos em retirada


Retirada das tropas italianas do front oriental ( União Soviética) em 10 de janeiro de 1943.
Em 10 dias 120 km percorridos sobre a neve em condições climáticas extremas.
Cem mil soldados perecem nesse esforço.
Ao retornarem muitos dos soldados sobreviventes se incorporam à resistência italiana.
Apenas um episódio dramático que a Europa, que apontamos como possuindo uma civilização superior, nos dá de sua irracionalidade.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Política, PSB e corrida eleitoral para prefeito

Câmara de Vereadores
Notícias divulgadas pela imprensa local de Pelotas na coluna Espeto dão margem a algumas considerações.
Uma delas, a da saída do vereador Vitor Paladini do PSB, tem várias interpretações.
Como a saída se deu por processo de expulsão, após incidente de repercussão com registro policial, e acabou em acordo, permitindo ao vereador manter o mandato, perde parte do teor político que poderia ter.
Na verdade o PSB , após eleger o vice-prefeito de Marroni (Mário Filho) e desde a derrota do mesmo Marroni na eleição seguinte com vice novamente do PSB ( Otávio Soares), vem num processo cheio de incidentes que foram, progressivamente, enfraquecendo a estrutura partidária.
Foi durante esse período, ainda em seu início, que o partido se dividiu em facções e se afastou do partido Marcus Cunha.
Nem a eleição de Catarina Paladini como deputado estadual mudou esse quadro como tampouco a eleição de dois vereadores.
Ou seja, resultados eleitorais que poderiam ter servido para fortalecer a estrutura partidária ao contrário, não tiveram, na prática, este efeito.
Com a saída de Vitor Paladini, ao custo de se perder um vereador, pois migraria para o PMDB, o partido volta a ter no entanto, espera-se, condições de retomar sua trajetória.
Incidentalmente cabe lembrar que o vereador Vitor Paladini foi autor de uma proposta de alteração do nome do plenário da Câmara deVereadores, apoiada pelo outro vereador do PSB, retirando o de Bernardo de Souza.
Na ocasião nos manifestamos publicamente contrários a esse propósito que consideramos inoportuno.
A retomada de trajetória  não se dará, contudo, sem que estabeleçam linhas mais claras de atuação de suas lideranças e participação de filiados e simpatizantes.
Em particular coloca-se já, como um assunto a ser pautado, a postura política que, como partido, pretende adotar em todas as instâncias nas quais vem se mantendo omisso.
Na instância local, quando já surgem cogitações relativas à próxima eleição municipal, é fundamental que isto seja estabelecido.
Na votação de aumento do IPTU os dois vereadores, Vitor Paladini e Toninho Peres, agindo à revelia de qualquer discussão partidária, votaram favoravelmente ao projeto numa decisão, portanto, que só pode ser interpretada como individual.
Estes procedimentos mereceriam uma análise partidária.
No tocante às eleições, por outro lado, algumas cogitações iniciam a serem feitas.
Entre elas de que Marcus Cunha poderia vir como candidato pelo PDT.
Trata-se de uma liderança importante que ajuda a resgatar o papel da Câmara de Vereadores mas, nesse momento, deve explicações mais claras quanto ao seu voto favorável ao aumento do IPTU.
A justificativa que tem apresentado, de que votou "de acordo com sua consciência" deixa em aberto muitas questões que até agora não vimos ser abordadas.
Outros nomes cogitados seriam , além do próprio Eduardo Leite para a reeleição, Jurandir Silva e Fetter Júnior.
O candidato do PT não sai da alternativa Fernando e Miriam Marroni.
Resta saber se o PMDB, mais uma vez, deixa de apresentar candidato próprio e quais outros candidatos surgiriam de outros siglas entre elas o PSB.
Nem bem, portanto, sentou a poeira do recente processo eleitoral e os partidos e os candidatos já se perfilam para uma nova corrida.
Sendo que nessa corrida interesses partidários e individuais nem sempre coincidem.

P.R.Baptista

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Aumento do IPTU : os partidos se posicionaram?

Vereadores de Pelotas
Um ponto que merece atenção na discussão sobre o aumento do IPTU é o papel dos partidos.
Não pretendemos entrar no mérito da proposta embora entendendo que foi muito pouco discutida e seria mais adequado promover o aumento, possivelmente necessário em alguns casos, de forma gradativa. 
O que queremos evidenciar é a participação dos vereadores até porque o Prefeito não aprovou o aumento, apenas propôs.
Conforme foi divulgado o voto dos vereadores foi o seguinte
Votaram a favor

Anderson Garcia (PTB), Antonio Peres (PSB), Edmar Campos - Gaúcho (DEM), Idemar Barz (PTB), Luis Henrique Viana (PSDB), Marcus Cunha (PDT), Professor Adinho (PPS), Rafael Amaral (PP), Roger Ney (PP), Salvador Ribeiro (PMDB), Vicente Amaral (PSDB), Vitor Paladini (PSB) e Waldomiro Lima (PRB).

Votaram contra 

Ademar Ornel (DEM), Anselmo Rodrigues (PDT), Beto Z3 (PT), Conceição Monsahm (PT), Ivan Duarte (PT), José Sizenando (PPS), Marcos Ferreira – Marcola (PT) e Ricardo Santos (PDT).

Observando essa relação vemos que votaram a favor os vereadores de partidos que estão aliados com o governo e contra os que fazem oposição. Essa é a lógica.
Mas há casos que chamam a atenção. 
José Sizenando , do mesmo partido que a vice-prefeita, vota contra. 
Marcus Cunha (PDT), enquanto seus companheiros de bancada Alselmo Rodrigues e Ricardo Santos votam contra, vota a favor.
Segundo suas palavras seu voto foi de "consciência".
Mas chama ainda mais a atenção os votos dos vereadores Vitor Paladini e Antonio Peres ambos do PSB. 
A unidade de votação dá a idéia de uma posição de partido.
Isto, no entanto, não procede pois o partido não teve nenhuma participação ou influência em seus votos.
Pelo contrário, o PSB em fase de reestruturação, pretende manifestar seu posicionamento de oposição ao atual governo municipal.

Esta situação, portanto, chama a atenção para a fragilidade da composição, em termos partidários, existente na Câmara de Vereadores.
Os mandatos, frequentemente, acabam por ser como propriedade individual de seus detentores sem referência partidária. 
Sem levar em conta esses aspectos tem-se dificuldade de entender os fatores que fazem com que  um processo como o do aumento do IPTU , cercado de polêmica, possa ser aprovado ou não.
Os vereadores Marcus Cunha, Vitor Paladini e Antonio Peres, em especial, deveriam deixar melhor explicitados os motivos que os levaram a votar pelo aumento.
O mesmo poderia valer para o vereador Sizenando.
Se não foram partidários, quais foram?
De consciência, como sustenta o vereador Marcus Cunha?
No caso de Vitor Paladini e Antonio Peres, fique claro, não foram partidários.
Ou seja a sigla do PSB precisa publicamente manifestar-se a respeito. 
E esses vereadores explicarem tanto à população quanto ao próprio partido, em que se basearam para tomar seus posicionamentos. 

Aumento do IPTU: Censura?

Acabamos de averiguar que uma postagem feita por A METADE SUL no mural do vereador Marcus Cunha do PDT poderia ter sido deletada.
A postagem refere-se aos comentários feitos nessa página com relação ao aumento do IPTU que, conforme sabemos, teve seu voto favorável .
Por termos entendido que o mural é aberto a manifestações da comunidade tomamos a iniciativa.  
Como conhecemos o vereador e sabemos de sua prática democrática queremos também supor que possa se tratar de algum problema qualquer ou, até mesmo, de precipitação de algum assessor em não sendo o próprio vereador o responsável por acompanhar as postagens. 
Acesse o link para acompanhar os pontos que foram apresentados.

A charge e os chargistas


A discussão sobre as "reais" intenções de Charlie vai longe.
O fato é que a questão tomou dimensões inesperadas até imprevisíveis para um episódio gerado a partir de publicações de um jornal de pequena circulação que, num desfecho trágico, ganha projeção mundial. 
Mas pelo menos serve para provocar reações as mais diversas e expor e explicitar pontos de vista e ideológicos subjacentes.
Alguns talvez esperados, outros surpreendentes enquanto outros ainda inquietantes e até assustadores.
A charge acima, fugindo de um certo estereótipo, que os próprios cartunistas correram a reproduzir, de adesão ao "Je suis Charlie", talvez um pouco até como consequência de um "espírito de corpo"  ( difícil não condenar o massacre de companheiros de profissão) mostra uma interpretação mais crítica e se apresenta, de certa forma, como uma charge dentro da charge.
Isto, ocorre-me, poderia eventualmente se aplicar a Charlie na medida em que entre as coisas que se possa refletir talvez caiba incluir não só as charges, mas também os chargistas.
Afinal duas dezenas de mortos e uma convulsão nacional.de implicações humanas e políticas ainda imprevisíveisnão é exatamente o que se espera como resultado da produção de humor que um cartunista de espírito crítico e traço inspirado é capaz de produzir em segundos.

P.R.Baptista

domingo, 11 de janeiro de 2015

Marta faz duras críticas a Dilma e ao PT


A senadora Marta Suplicy (PT-SP) voltou a fazer duras críticas ao governo de Dilma Rousseff e ao seu próprio partido que afirma só se importar em se manter no poder. Adotando o tom que usou ao pedir demissão do Ministério da Cultura, ela concedeu entrevista ao jornal Estado de S. Paulo e citou até o ex-presidente Lula, que segundo a ex-ministra atacou o atual governo em jantar que ela promoveu com os 30 empresários mais ricos de São Paulo.

“Eles [empresários] fizeram muitas críticas à política econômica e ao jeito de Dilma. E ele [Lula] não se fez de rogado, entrou nas criticas, disse que era isso mesmo. Naquele jeito do Lula, né? Quando o jantar acabou, todos estavam satisfeitíssimos com ele”, afirmou Marta, que também afirmou ter articulado a candidatura de Lula à presidência em 2014, o que segundo ela era um desejo do ex-presidente.

Claramente incomodada com Dilma, Marta afirmou que sempre se colocou à disposição para ajudar. Mas, ao mesmo tempo, diz sempre ter tido consciência de que ficaria de fora das decisões “talvez por sua origem, talvez por ser loura de olhos azuis”.

Além das críticas ao governo Dilma, Marta fez duras afirmações sobre o partido e alguns de seus integrantes. Por exemplo, chamou Rui Falcão, presidente nacional do PT, de traidor e afirmou que o ministro Aloizio Mercadante é arrogante e mente quando diz que Lula será candidato em 2018 — segundo ela, o próprio ministro traça seu caminho para concorrer ele mesmo ao cargo nas próximas eleições.

“Hoje [o PT] é um partido que não tem mais nada a ver com suas estruturas. É um partido que luta apenas para se manter no poder e no qual estou há muito impossibilitada de concorrer aos cargos para os quais estou habilitada”, completou Marta.

Mesmo adotando o tom ríspido e de despedida, a senadora não confirmou que deixará o PT. Ela, no entanto, afirma ter recebido propostas para integrar vários partidos, com excessão do PSDB e do DEM.

Redação Yahoo Notícia

Manifestação na França ( transmissão direta)

Imagens diretas da França da manifestação em nome dos ataques terroristas

http://www.dailymotion.com/video/xigbvx_en-direct-toute-l-actu-france-24-en-francais_news

JE SUIS CHARLIE


sábado, 3 de janeiro de 2015

A placa da discórdia


Um leitor chama a atenção para a placa do carro Rolls-Royce (1952)  que conduziu Dilma Roussef na sua posse e vê, no fato do emprego do termo "presidenta", uma espécie de abuso e agressão á língua portuguesa.
Entre as discussões e polêmicas surgidas ultimamente essa tem ocupado bastante o tempo de muitos, nesse momento já exaustivamente.
Confesso que, num primeiro momento, como alguém que dá atenção ao emprego correto da língua, estava concordando com a incorreção do feminino.
Mas pouco a pouco, lendo aqui e ali, passei a entender que a expressão não é indevida.
Esse entendimento, contudo, só surge a partir de uma leitura mais ampla da questão que envolve não só aspectos linguísticos mas até outros, correlatos, como históricos e culturais.
Por outro lado o que mais justo e, dir-se-ia, correto, até porque parece não haver uma regra indiscutível sobre a questão,  do que nos referirmos à primeira mulher a ocupar o cargo da presidência, eleita por duas vezes, como "presidenta"?
Há argumentos razoáveis, embora haja contrários, a justificar o emprego e remeto logo abaixo a um deles.
Não se pode, por outro lado, deixar de perceber que a discussão saiu do plano linguístico e se tornou política.
E, nesse caso, ela perde seu foco e, certamente, nunca se chegará a um acordo.

P.R.Baptista

Presidente ou presidenta?
Lei, tradição do idioma e visão de mundo entram em conflito na definição do termo a ser usado para referir-se a Dilma Rousseff
Luiz Costa Pereira Junior
http://revistalingua.uol.com.br/textos/62/presidente-ou-presidenta-248988-1.asp

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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

IPTU, política e políticos....


O aumento do IPTU, aprovado nesse final de ano, mostrou-se um fato capaz de tornar amargo o Natal e o Ano Novo da grande maioria dos pelotenses.
Embora reconhecendo a necessidade de atualizar em muitos casos o valor do imposto, a forma da proposta e a sua aprovação,acabou sendo agressiva, tecnicamente falha e valendo-se de barganha política.
No terreno político a votação mostrou-se, a grosso modo, dividida entre a bancada situacionista, que apóia o prefeito Leite, e a de oposição.
Mas chama a atenção, contrariando essa lógica, os votos de Vitor Paladini, Antonio Peres e Marcus Cunha.
Os dois primeiros pertencentes ao PSB e que se posicionaram favoráveis ao aumento independentemente de qualquer decisão partidária, 
A informação é que esses vereadores estariam passando a apoiar o governo Leite a partir da contemplação, já ocorrida ou vir a ocorrer, com cargos na Administração Municipal.
Por sua vez Marcus Cunha, ex-PSB, que justifica seu voto como sendo um "voto de consciência" contraria a posição de seus colegas de bancada e de partido PDT, Alselmo Rodrigues e Ricardo Santos.
Sem entrar, nesse momento, no mérito da forma como se posicionaram, observa-se, nesses casos, que as siglas partidárias pouco valor tem.
Lamentável que sob a pressão imposta pela Prefeitura de aprovar o aumento nesse final de ano, pouco se tenha discutido e amadurecido a proposta de modo a evitar os conflitos e os resultados negativos que vemos ocorrer. 
Quanto ao aspecto do aumento em si, reproduzo, como elemento de referência para essa discussão, argumento do Prof. Antonio Ernani Pinto Silva Filho que tem se mostrado um atento crítico do processo. 

"A Administração Municipal optou por buscar no bolso do contribuinte uma solução para a falta de recursos. No ano de 2013, a receita arrecadada da Prefeitura foi R$ 480.160.389,60. Agora, em 2014, faltando um mês para o fim do ano, a receita arrecadada está em R$ 484.671.391,04. Desse total, R$ 387.158.443,31 são transferências de outros poderes, constituídas por verbas destinadas, em geral, com exceção ao FPM (R$ 48.500.680,00). A solução dada pela Administração é injusta. Somos uma cidade pobre. O contribuinte é pobre. A grande maioria é de assalariados, que tiveram apenas correção monetária no salário. Corrigir a planta de valores dos imóveis pelo valor venal, numa região em que impera a especulação imobiliária provocada pelos poucos ricos, no auge dessa especulação, e dessa forma socar no rabo do contribuinte pobre essa correção que só beneficia os ricos, que possuem mais de um imóvel destinado à especulação, é muito injusto. Disso, eu não tenho dúvida! A lógica da Administração na questão do IPTU é a seguinte: se você morava numa casa cujo o valor venal era R$ 100,00 e passou para R$ 1000,00, você tem que pagar o IPTU sobre este valor atualizado. Nessa lógica, o Administrador tem que ser como uma máquina de calcular: coloca os números e ela dá a resposta aritmética. O problema é que em lugar de números há pessoas, com maior ou menor capacidade contributiva. Se o sujeito possui um único imóvel, onde reside, e este imóvel se valoriza 10 vezes, não significa que sua capacidade contributiva aumentou na mesma proporção. Ora, vir com o raciocínio de que, se não pode pagar o IPTU, então tem que vender o imóvel é de uma insensibilidade atroz, próprio de uma máquina de calcular. O momento próprio para a Administração cobrar o seu tributo sobre o real valor venal do imóvel é quando da venda deste, isto é, na cobrança do ITBI. Aí, a conta é matemática. No IPTU, que é um imposto anual, o raciocínio deve ser diferente, pois a capacidade contributiva não aumenta na mesma proporção do aumento do valor venal do imóvel, que oscila, posto que é dependente, em muito, da especulação imobiliária provocada pelos ricos proprietários e não pelos proprietários de um único imóvel residencial. Além disso, os inquilinos é que acabam pagando pelo IPTU nos imóveis alugados dos ricos proprietários. É! O raciocínio de máquina de calcular do Senhor Prefeito não lhe permite avaliar estes aspectos. Lamentável para um político! "
E acrescenta noutro momento:
"Quando o Prefeito Municipal diz que quem não pode pagar o IPTU, que incide sobre o seu imóvel em razão da valorização que teve, deve vendê-lo, ele justifica a existência de guetos sociais destinados a pobres distantes daqueles destinados aos ricos. Como o meritocrata é um sujeito insensível! "

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