Captando água como no deserto |
Não é o momento, gravíssimo para São Paulo, de politizar mas segundo os analistas, entre as causas que concorreram para esse desastre de repercussões dantescas, aponta-se entre as principais o descaso de sucessivas administrações e das empresas privadas responsáveis em investir no setor e, de forma muito séria, mais recentemente o procedimento de Geraldo Alckmin negando até o último momento a gravidade da situação.
Nisto foi acompanhado, de certa forma, pela população, especialmente paulistana, mais preocupada em se concentrar na avenida Paulista a promover passeatas por impeachment ou em combater o sistema de ciclovias implantado pelo prefeito Haddad do que se preparar para o pior.
A METADE SUL
Já se esperam protestos. Em Itu, vizinho de São Paulo, até donas de casa colocaram fogo nas ruas. Aqui em São Paulo, vai haver um escalonamento de manifestações e de violência porque a água mexe com a questão da dignidade. Quantos dias nós aguentamos sem poder dar descarga?
O que aconteceu na prática foi uma negação da crise hídrica por parte do governo do Estado até dezembro de 2014 —uma negação que vai levar para outras instâncias de responsabilização.
A falta d’água afeta a dignidade humana, tem implicações de saúde pública, desespera, paralisa a atividade econômica. Pois prepare-se: 2015 começou sob a sombra da crise hídrica. O cenário que se está montando é gravíssimo.
Já quase terminado janeiro, constata-se que choveu muito menos do que era esperado.
No Sistema Cantareira, choveu 35% da média histórica.
No Sistema Alto Tietê, meros 26% da média histórica.
E o quadro não encontra alívio nos demais mananciais, também deficitários.
A própria Sabesp admite que o que existe de água em todos os sistemas, considerando o padrão de consumo atual, vai dar pra 50 dias, ou seja, março.
E daí?
Aí, acabou.
Não é que vai faltar um pouco de água.
É que não tem água; não tem para onde correr.
SEGUE >>>
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