Por: Folha de S. Paulo
25/01/2015
Três meses após a eleição presidencial, a ex-senadora Marina Silva, que chegou a liderar as pesquisas de intenção de voto, submergiu e viu o núcleo político de sua candidatura se esfacelar.
Os dois coordenadores da campanha de Marina, Walter Feldman e Luiza Erundina, afastaram-se da candidata e do esforço de criação de seu futuro partido, a Rede Sustentabilidade.
A equipe que organiza a fundação da Rede também sofreu baixas. Um grupo de militantes rompeu com Marina e agora tenta criar outro partido, o Avante, inspirado no Podemos espanhol.
A ex-presidenciável não é vista em público há mais de um mês. Sua última aparição foi no lançamento de um conjunto de propostas do Instituto Democracia e Sustentabilidade, em 12 de dezembro.
Parte do isolamento de Marina deve-se à decisão de apoiar o tucano Aécio Neves no segundo turno da eleição presidencial, caminho que dividiu os marineiros. Para Erundina, a opção foi "equivocada" e "incoerente".
"Marina criticava a polarização entre PT e PSDB, mas decidiu aderir a um dos polos. Foi uma contradição com o discurso que ela fez na campanha", afirma a deputada, que se aproximou dos dissidentes da Rede engajados na organização do Avante.
Erundina também critica o sumiço de Marina, que não compareceu nem às posses de aliados, como a do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB).
Para a deputada e ex-prefeita de São Paulo, quem recebeu 22 milhões de votos em outubro não deveria se omitir no momento em que o governo anuncia medidas impopulares, como o aumento de impostos e o corte de benefícios sociais.
"A Marina está muito silenciosa, muito calada. A conjuntura é grave, mas não ouço ela se manifestar", critica. "Ela criou a expectativa de que enfrentaria as questões nacionais, mas lamentavelmente a sociedade está sem resposta", completa.
Feldman, que foi o principal escudeiro de Marina em 2014, afastou-se dela após o segundo turno.
Ele se desfiliou do PSB e diz ter abandonado a política para virar cartola de futebol. Em abril, assumirá o cargo de secretário-geral da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), a convite do presidente eleito Marco Polo Del Nero.
O ex-deputado não quis opinar sobre o futuro de Marina. Questionado sobre o sumiço da ex-aliada, desconversou: "Não tenho falado com ela. A Marina tem uma lógica temporal muito própria".
A ex-senadora, que não dá entrevistas desde a primeira metade de dezembro, não quis falar com a Folha. Segundo sua assessoria, ela passou os últimos 45 dias em férias, junto à família.
Marina deve reaparecer em público nesta segunda-feira (26), no Rio de Janeiro, em ato pela criação da Rede.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) negou a primeira tentativa de registro do partido, em outubro de 2013.
A ex-presidenciável havia apresentado o pedido sem atingir as cerca de 500 mil assinaturas exigidas em lei.
A decisão levou Marina a se filiar ao PSB, então comandado pelo governador de Pernambuco Eduardo Campos.
25/01/2015
Bernardo Mello Franco
Três meses após a eleição presidencial, a ex-senadora Marina Silva, que chegou a liderar as pesquisas de intenção de voto, submergiu e viu o núcleo político de sua candidatura se esfacelar.
Os dois coordenadores da campanha de Marina, Walter Feldman e Luiza Erundina, afastaram-se da candidata e do esforço de criação de seu futuro partido, a Rede Sustentabilidade.
A equipe que organiza a fundação da Rede também sofreu baixas. Um grupo de militantes rompeu com Marina e agora tenta criar outro partido, o Avante, inspirado no Podemos espanhol.
A ex-presidenciável não é vista em público há mais de um mês. Sua última aparição foi no lançamento de um conjunto de propostas do Instituto Democracia e Sustentabilidade, em 12 de dezembro.
Parte do isolamento de Marina deve-se à decisão de apoiar o tucano Aécio Neves no segundo turno da eleição presidencial, caminho que dividiu os marineiros. Para Erundina, a opção foi "equivocada" e "incoerente".
"Marina criticava a polarização entre PT e PSDB, mas decidiu aderir a um dos polos. Foi uma contradição com o discurso que ela fez na campanha", afirma a deputada, que se aproximou dos dissidentes da Rede engajados na organização do Avante.
Erundina também critica o sumiço de Marina, que não compareceu nem às posses de aliados, como a do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB).
Para a deputada e ex-prefeita de São Paulo, quem recebeu 22 milhões de votos em outubro não deveria se omitir no momento em que o governo anuncia medidas impopulares, como o aumento de impostos e o corte de benefícios sociais.
"A Marina está muito silenciosa, muito calada. A conjuntura é grave, mas não ouço ela se manifestar", critica. "Ela criou a expectativa de que enfrentaria as questões nacionais, mas lamentavelmente a sociedade está sem resposta", completa.
Feldman, que foi o principal escudeiro de Marina em 2014, afastou-se dela após o segundo turno.
Ele se desfiliou do PSB e diz ter abandonado a política para virar cartola de futebol. Em abril, assumirá o cargo de secretário-geral da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), a convite do presidente eleito Marco Polo Del Nero.
O ex-deputado não quis opinar sobre o futuro de Marina. Questionado sobre o sumiço da ex-aliada, desconversou: "Não tenho falado com ela. A Marina tem uma lógica temporal muito própria".
A ex-senadora, que não dá entrevistas desde a primeira metade de dezembro, não quis falar com a Folha. Segundo sua assessoria, ela passou os últimos 45 dias em férias, junto à família.
Marina deve reaparecer em público nesta segunda-feira (26), no Rio de Janeiro, em ato pela criação da Rede.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) negou a primeira tentativa de registro do partido, em outubro de 2013.
A ex-presidenciável havia apresentado o pedido sem atingir as cerca de 500 mil assinaturas exigidas em lei.
A decisão levou Marina a se filiar ao PSB, então comandado pelo governador de Pernambuco Eduardo Campos.
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