Democracia não é brincadeira. Democracia não é de conveniência. Democracia não se negocia. Democracia é coisa séria. Pessoas morreram para garantir que vivêssemos num estado democrático. Escrevo esse preâmbulo para declarar publicamente que os movimentos contra o plebiscito proposto pela administração da UFPel e aprovado no CONSUN são antidemocráticos e tem como único objetivo antecipar as eleições da UFPel no ano que vem.
Notem que no dia 08 de agosto as três entidades (ADUFPel, ASUFPel e DCE) publicaram nota conjunta em que dizem textualmente não serem contrárias ao plebiscito, mas sim que entendiam que o momento para aprovar ou não sua realização não era aquele. Agora a ASUFPel e a ADUFPel mudaram de ideia? Resolveram agora ser contra o plebiscito, querem até VAR da decisão do CONSUN (virada no tapetão, para usar o jargão do futebol).
Não é novidade, pois algumas das pessoas que defendem isso são as mesmas que tentaram anular o segundo turno das eleições de 2016, usando a mesma técnica. Oportunistas, VAR é para corrigir decisões equivocadas, e não para fazer oposição moleque contra a reitoria.
A representante da ADUFPel na assembleia realizada pelo DCE conclamou os/as estudantes a ocuparem o gabinete do reitor até que o CONSUN mude de ideia sobre o plebiscito. Com todo o respeito a trajetória linda construída pela ADUFPel, é lamentável que uma de suas diretoras tenha publicamente tentado manipular alunos/as e dizer o que eles/as devem ou não fazer! Respeite a autonomia dos estudantes, professora!
Sorte que os/as estudantes da UFPel não são massa de manobra de meia dúzia de maus perdedores que não sabem aceitar o resultado das urnas, mesmo três anos depois. Na época da adesão ou não à EBSERH, as entidades ASUFPel e ADUFPel eram favoráveis ao plebiscito exatamente porque entendiam que ele era uma forma de privatizar as universidades públicas. Naquela época a opinião da comunidade importava. Por que mudou agora?
Numa democracia de alta intensidade, as decisões não são tomadas por um iluminado. Pasmem, mas existem universidades nas quais a adesão ou não ao FUTURE-SE será decisão ad-referendum do reitor ou reitora. Aqui na UFPel não será assim.
Numa democracia de alta intensidade, as decisões não são tomadas por alguns iluminados. Pasmem, mas existem universidades nas quais a adesão ou não ao FUTURE-SE será decisão exclusiva do conselho universitário, muitas vezes recheado de pró-reitores que sequer foram eleitos para lá estarem. Aqui na UFPel não será assim.
Numa democracia de alta intensidade, as decisões são tomadas por toda a comunidade. Na UFPel atual, felizmente, hoje é assim.
(*) Reitor da UFPel
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