O que venho repetindo há tempos: nosso Theatro Sete de Abril, criado por iniciativa da comunidade, não existe mais há um bom tempo. A única possibilidade de permanecer vivo e atuante, de não perder sua alma e sua identidade, seria ter suas atividades transferidas para um local alternativo, temporário, até a conclusão do restauro, tal como é feito no resto do mundo civilizado. Mas não houve ninguém que abraçasse essa causa, por ignorância, teimosia ou má vontade, e o mal está feito: a morte do Sete está consumada. Lição que se tira disso: o poder público é inepto para gerir uma casa de espetáculos. Desde a sua restauração, na década de 1980, o destino do Theatro tem sido errático, à mercê das boas e péssimas decisões do governo municipal de plantão. É fácil verificar, em retrospecto, que a melhor época do Sete foi durante a existência da Fundação, que administrava a casa com invulgar competência. Mas ela foi extinta e o Theatro atirado às traças, dilapidado (o Prefeito dessa época, aliás, foi ao Sete uma única vez, para assistir a um show de dançarinas de uma conhecida casa noturna da cidade). Não vou me reportar aqui a outros episódios deprimentes (foram tantos!). Mas as políticas públicas não são, via de regra, voltadas para o incentivo da arte enquanto aprendizado, criação e consolidação do trabalho dos artistas. Via de regra, tais políticas são voltadas para eventos pontuais, que, a meu ver, deveriam ser a culminância de um processo contínuo, permanente, de apoio aos diversos grupos artísticos e à formação dos respectivos públicos. Como, a cada governo têm surgidos novos riscos de instabilidade do fazer artístico, não digo por má-fé, mas por despreparo mesmo, SOU TOTALMENTE FAVORÁVEL À PRIVATIZAÇÃO do teatro. Uma casa de espetáculos como o Sete de Abril não pode. nem deve ser exposta ao risco das ações de gestores ineptos. Nosso Theatro não é para amadores.
quinta-feira, 28 de março de 2019
NOSSO THEATRO NÃO É PARA AMADORES - Valter Sobreiro Junior.
O que venho repetindo há tempos: nosso Theatro Sete de Abril, criado por iniciativa da comunidade, não existe mais há um bom tempo. A única possibilidade de permanecer vivo e atuante, de não perder sua alma e sua identidade, seria ter suas atividades transferidas para um local alternativo, temporário, até a conclusão do restauro, tal como é feito no resto do mundo civilizado. Mas não houve ninguém que abraçasse essa causa, por ignorância, teimosia ou má vontade, e o mal está feito: a morte do Sete está consumada. Lição que se tira disso: o poder público é inepto para gerir uma casa de espetáculos. Desde a sua restauração, na década de 1980, o destino do Theatro tem sido errático, à mercê das boas e péssimas decisões do governo municipal de plantão. É fácil verificar, em retrospecto, que a melhor época do Sete foi durante a existência da Fundação, que administrava a casa com invulgar competência. Mas ela foi extinta e o Theatro atirado às traças, dilapidado (o Prefeito dessa época, aliás, foi ao Sete uma única vez, para assistir a um show de dançarinas de uma conhecida casa noturna da cidade). Não vou me reportar aqui a outros episódios deprimentes (foram tantos!). Mas as políticas públicas não são, via de regra, voltadas para o incentivo da arte enquanto aprendizado, criação e consolidação do trabalho dos artistas. Via de regra, tais políticas são voltadas para eventos pontuais, que, a meu ver, deveriam ser a culminância de um processo contínuo, permanente, de apoio aos diversos grupos artísticos e à formação dos respectivos públicos. Como, a cada governo têm surgidos novos riscos de instabilidade do fazer artístico, não digo por má-fé, mas por despreparo mesmo, SOU TOTALMENTE FAVORÁVEL À PRIVATIZAÇÃO do teatro. Uma casa de espetáculos como o Sete de Abril não pode. nem deve ser exposta ao risco das ações de gestores ineptos. Nosso Theatro não é para amadores.
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