domingo, 20 de janeiro de 2008

O Intérprete II

Chama ainda a atenção, no encontro, a ausência da figura eternamente presente ao lado de Lula, de D.Marisa. Teria encontrado algo melhor para fazer? Shopping não deve ser pois ao que parece ainda não existem em Cuba. Ou teria sido o próprio Fidel a vetar a presença de D.Marisa num encontro tão íntimo, tão afetuoso, com Lula, seu fâ desde a adolescência política quando começara a militar no sindicalismo. De positivo, da visita de Lula a Cuba, tirando de lado este tête-a-tête emocionado entre um líder, Fidel, que é apontado pelos opositores como defensor de um socialismo ultrapassado e Lula que se diz uma "metamorfose ambulante", fica o apoio do governo brasileiro sob a forma de acordos econômicos e outras parcerias, ao projeto cubano que ficou no caminho com o fim da União Soviética e o persistente, empedernido bloqueio promovido pelos Estados Unidos que não encontraram, em cinquenta anos de regime castrista, a forma de trazer Cuba de volta à antiga condição de colônia de férias americana.

O Intérprete

No encontro entre Lula e Fidel Castro, cercado de um certo suspense sobre se seria realizado ou não, chama a atenção a figura do intérprete sentado entre os dois. Será Lula que não entende espanhol ou a dificuldade será de Fidel com o português? Esta última hipótese é mais provável . Ou seria algo protocolar? Parece-me que não pois o intérprete, em cenas de vídeo que foram divulgadas, dirige-se a ambos. Seja como for, não deixa de parecer um pouco insólito, dois líderes de tanta projeção mundial, numa reunião quase íntima, terem entre eles alguém com a missão de viabilizar o entendimento. O fato me faz lembrar as entrevistas em que Jô Soares recebia convidados de língua espanhola. Não sei se ainda procede assim mas, durante um tempo, o próprio Jô tomava a si a iniciativa de tradutor. Podiam acontecer, então, situações em que o convidado dizia, por exemplo: " estoy muy contento de estar en Brasil" e o Jô corria a traduzir:

"ele está dizendo que está muito contente de estar no Brasil".

Cruzada

No Diário Popular de 20 de janeiro, o colunista José Ricardo Castro, faz um desabafo e uma convocação. A convocação apela para todos os santos, inclusive para o ex-prefeito Marroni que, no momento, exerce tranquilamente sua função de servidor público na Universidade. Mas lhe atribui poder para influir no processo e pede "que se acione" a sua participação. Afirma também, também, que o gabinete de Dilma , "deve ser invadido - termo bem conhecido pelos petistas para assegurar, nem que seja na marra, a execução da obra"


Afirma que " para alguns pode surpreender o escrito nos tópicos anteriores, mas, literalmente, chega. Chega de sermos enganados com promessas de campanhas eleitorais, onde, na Metade Sul, somos os coitadinhos, que precisam de esmolas. Chega de levarem nossos votos e nos virarem a cara quando precisamos. Chega de pagarmos um preço muito alto - com nossas vidas em permanentes acidentes - por decisões políticas tomadas ao bel prazer".

A convocação preenche 15 ítens, todos intitulados "Perigo 1, Perigo 2, etc. , e no último, o de número 15, afirma: "Desculpem o desabafo. Mas, como dito anteriormente, chega. Somos responsáveis pelo que acontece hoje e as gerações futuras nos cobrarão a omissão. A região mostra curva ascente de investimentos. O Governo Federal se gaba do Pólo Naval, de incentivos, etc. E, sem maiores explicações, corta uma estrada que é vital não só para a Zona Sul como para todo o Estado. Chega".

Em seu chamamento o colunista afirma também ( "com o máximo respeito") que "nossas lideranças precisam levantar o bumbum da cadeira e se mandar para Brasília" e se pergunta se "não teremos um 'louco', no bom sentido, que entre na Casa Civil e faça uma greve de fome, que proteste, sendo retirado por seguranças, aparecendo em todo o país, ao defender a duplicação da BR-392?"

Bem, enquanto o louco não aparece, nenhum grupo se encoraja "à moda petista" para invadir o gabinete da Casa Civil ou do Ministério dos Transportes, será que o atual Deputado Federal Érico Ribeiro, único representante de Pelotas na Câmara de Deputadores e em nenhum momento citado nem convodado para esta cruzada, não poderia dar uma ajudazinha?

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Torcedores pelo mundo

Um espaço que a coluna Espeto Corrido, que mistura notícias políticas com futebol e anúncios de formaturas e batizados, consagrou, é a de torcedores do Brasil e do Pelotas fotografados em lugares pelo mundo. Não me lembro de ter visto algum torcedor do Farroupilha mas, a qualquer hora, imagino que vai aparecer. Ou os torcedores do Farroupilha não viajam? Ou não existem mais? Consta que no desembarque de aeroportos internacionais pelo mundo, especialmente Paris, Londres, Roma, Madri e Nova York, os atendentes ao examinarem a bagagem já conhecem as camisetas dos dois times. Há quem diga até ( mas acjho que é um exagero ) que há quem viaje apenas para sair na coluna

Ópio

Carlos Behrensdorf, que envia sua coluna desde Roma, comentando a ofensiva talibâ no Afeganistão, faz um "lembrete" afirmando que "os talibãs dominam o crescente negócio do ópio, sua principal fonte de abastecimento" mas reconhece haver "pessoas próximas ao chamado 'círculo governamental' com notórias ligações ao lucrativo negócio do narcotráfico".
Bem, segundo a informação que tinha, o comércio de ópio caíra de forma drástica justamente sob o regime talibã , graças aos rígidos príncipios religiosos que seguem. Com a queda do regime, promovida pelos Estados Unidos ( que anteriormente tinha sido aliado dos resistentes à ocupação soviética), este comércio renasceu justamente, entre outras coisas, em razão de que no atual regime são influentes notórios barões do tráfico de ópio.
Pelo que, mais uma vez, verifica-se que os Estados Unidos não tem muita moral para pregá-la aos outros. Moral de calça curta.