Fonte das Nereidas, as quatro musas instaladas no chafariz |
Dois aspectos, entre outros, chamaram-me a atenção.
O primeiro sua fidelidade ao figurativismo desenvolvido predominantemente com a técnica da pintura a óleo ou acrílica
O outro é a predisposição em levar suas concepções estéticas ao plano, nem sempre muito frequente entre os artistas, da discussão.
Estas concepções estão em parte concentradas num blog que desenvolve a partir de 2006, permitindo, a par do acompanhamento visual de seu trabalho, o entendimento de suas ideias, não só no plano estético, mas também filosófico e político
A mostra atual, intitulada Estratificação, alusão às várias camadas de tinta que se sobrepõem na pintura , reúne trabalhos com diferentes temas e produzidas em diferentes momentos
Parece, desta forma, uma espécie de retrospectiva de sua obra
Mas nada mais oportuno e adequado para esclarecer o seu trabalho do que resgatar trechos de seu pensamento que expõe durante vários anos neste blog.
Em agosto de 2006 escreve : O que eu faço é Pintura!
Executo uma pintura figurativa e realista, atenta a regras de composição e de luz e sombra que reproduz tonalidades próximas as cores reais, com pinceladas estudadas e vigiadas, nem sempre obedientes, mas mais comportadas que descontroladas, que se inclina mais para o hiper-realismo que para o resultado de obras feitas com pinceladas gestuais, enérgicas e soltas como as do expressionismo. Alem do simbolismo do corpo desejo a simulação da realidade visível executada com minha "caligrafia".
Mais adiante, em 2008, por ocasião da exposição "Porque pintura" com seis artistas , conta que suas obras são representações de fotografias, utilizadas como referente, de onde a imagem principal é "recortada". "Procuro dar personalidade ao resultado pictórico em busca de uma marca pessoal", comenta. Em alguns dos trabalhos, o artista utiliza a justaposição de objetos à tela, procurando reforçar a mensagem visual.
Carreiras Elétricas, 2005
acrílico sobre tela, 97 X146 cm
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Ao fim de nossa entrevista, que se transformou num bate-papo agradável , retornamos a pé, já noite, da galeria até o centro. Durante o trajeto, que é um pouco longo, damos continuidade aos aspectos discutidos até então. Na conversa vão-se entremeando comentários relativos tanto à experiencia de Porto Alegre onde Fossati tinha se radicado e onde morei durante 6 anos, quanto às lembranças de Pelotas.
E se estende até uma parada para um chopp no Mercado.
Ao final descobrimos que somos vizinhos.nas imediações da Católica.
Talvez esta zona esteja se tornando um reduto de artistas.
LOCAL Galeria JMMoraes , Espaço Ágape , Rua Anchieta, 4480 Pelotas
PERÍODO: até 11 de outubro de 2019
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