terça-feira, 10 de setembro de 2019

ALERTA, DESPERTA - Ricardo Almeida


A derrota do movimento Diretas Já, em 1984, e o "movimento por direitos", de 2019, possuem algumas semelhanças para quem tem memória. Lá o movimento das ruas foi, aos poucos, canalizado para o parlamento e resultou no Colégio Eleitoral que elegeu Tancredo Neves, como presidente, e Sarney, como vice. Este movimento "por direitos" (abstratos, pois não diz quais são os direitos defendidos) teve a participação de diversos golpistas e de alguns representantes da esquerda (Flávio Dino) e centro-esquerda (Ciro Gomes).

Como o PT e o PSOL não enviaram representantes, o Luís Nassif, o The Intercept Brasil e algumas pessoas estão questionando a ausência "só do PT" e acusando o partido de querer manter a hegemonia dos movimentos. Em primeiro lugar é preciso deixar claro que ainda não se tratava de um movimento, mas de uma reunião de cúpula sem uma proposta clara e com a participação de vários golpistas. Em segundo, é fundamental destacar que no dia seguinte foi realizada uma ampla reunião com todos os partidos de esquerda, centro-esquerda e movimentos sociais (MST, MTST, UNE, UBES, ABI, Movimentos Negros etc.) que lançou um Manifesto e uma agenda de lutas nos estados EM DEFESA DA SOBERANIA NACIONAL.

Não dá para ignorar que no encontro por "direitos abstratos" foi proibido falar em Lula Livre e que somente o Flávio Dino acabou fazendo uma rápida referência ao prisioneiro político.

Em suma, enquanto as pessoas e as forças de esquerda e de centro-esquerda não se unirem em torno de um programa mínimo (soberania nacional é um dos eixos principais) não haverá unidade verdadeira e continuaremos depositando a nossa esperança nos velhos e conhecidos traidores.

Alerta, desperta, ainda cabe sonhar!

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