sábado, 28 de setembro de 2019
WEINTRAUB E A "ZEBRA GORDA"
Weintraub ataca professores com salários mais altos: “Vou atrás da zebra gorda”
Ministro da Educação criticou, ainda, a quantidade de servidores do MEC: “Eu tenho que enfrentar este exército. Dentre outras coisas, doutrinação, metodologia de alfabetização totalmente errada”
Abraham Weintraub, ministro da Educação do governo de Jair Bolsonaro, voltou a atacar professores. Ele declarou, durante o 21º Fórum Nacional de Educação Superior Particular, nesta quinta-feira (26), que precisa “atacar a zebra mais gorda”: o salário de professor universitário federal.
Ele fez a afirmação ao defender que cobrar mensalidade dos alunos das universidades públicas não resolveria o problema do ensino superior no Brasil, que, segundo ele, é o gasto de “uma fortuna de dinheiro com uma pequena quantidade de pessoas”.
“Cobrar mensalidade de quem pode pagar não vai resolver nada. Eu tenho que ir atrás de onde está a zebra mais gorda, que é o professor de uma federal, com dedicação exclusiva, que dá oito horas de aulas por semana e ganha de R$ 15 mil a R$ 20 mil por mês”, disse.
Weintraub criticou, ainda, a quantidade de servidores do Ministério da Educação (MEC). Segundo o ministro, são cerca de 300 mil.
“Mais de 80% do ensino superior está na iniciativa privada e o MEC tem uma folha de pagamento com professores federais que cresce 8% ao ano sem eu fazer nada. Metade dos 600 mil servidores da República está no MEC, 300 mil. Eu tenho que enfrentar este exército. Dentre outras coisas, doutrinação, metodologia de alfabetização totalmente errada, gasta-se fortunas em universidades enquanto o filho do pobre não vai para a pré-escola”, declarou.
Ele também defendeu um sistema de autorregulação das universidades privadas. “O que o governo vai fazer por vocês? Nada. Vocês têm que se virar. Vou começar por essa provocação: façam autorregulação. Mercado financeiro tem. Vocês têm que se reunir e buscar soluções”.
terça-feira, 24 de setembro de 2019
RONALDO FOSSATI : CONVERSA COM O ARTISTA - P.R.Baptista
Fonte das Nereidas, as quatro musas instaladas no chafariz |
Dois aspectos, entre outros, chamaram-me a atenção.
O primeiro sua fidelidade ao figurativismo desenvolvido predominantemente com a técnica da pintura a óleo ou acrílica
O outro é a predisposição em levar suas concepções estéticas ao plano, nem sempre muito frequente entre os artistas, da discussão.
Estas concepções estão em parte concentradas num blog que desenvolve a partir de 2006, permitindo, a par do acompanhamento visual de seu trabalho, o entendimento de suas ideias, não só no plano estético, mas também filosófico e político
A mostra atual, intitulada Estratificação, alusão às várias camadas de tinta que se sobrepõem na pintura , reúne trabalhos com diferentes temas e produzidas em diferentes momentos
Parece, desta forma, uma espécie de retrospectiva de sua obra
Mas nada mais oportuno e adequado para esclarecer o seu trabalho do que resgatar trechos de seu pensamento que expõe durante vários anos neste blog.
Em agosto de 2006 escreve : O que eu faço é Pintura!
Executo uma pintura figurativa e realista, atenta a regras de composição e de luz e sombra que reproduz tonalidades próximas as cores reais, com pinceladas estudadas e vigiadas, nem sempre obedientes, mas mais comportadas que descontroladas, que se inclina mais para o hiper-realismo que para o resultado de obras feitas com pinceladas gestuais, enérgicas e soltas como as do expressionismo. Alem do simbolismo do corpo desejo a simulação da realidade visível executada com minha "caligrafia".
Mais adiante, em 2008, por ocasião da exposição "Porque pintura" com seis artistas , conta que suas obras são representações de fotografias, utilizadas como referente, de onde a imagem principal é "recortada". "Procuro dar personalidade ao resultado pictórico em busca de uma marca pessoal", comenta. Em alguns dos trabalhos, o artista utiliza a justaposição de objetos à tela, procurando reforçar a mensagem visual.
Carreiras Elétricas, 2005
acrílico sobre tela, 97 X146 cm
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Ao fim de nossa entrevista, que se transformou num bate-papo agradável , retornamos a pé, já noite, da galeria até o centro. Durante o trajeto, que é um pouco longo, damos continuidade aos aspectos discutidos até então. Na conversa vão-se entremeando comentários relativos tanto à experiencia de Porto Alegre onde Fossati tinha se radicado e onde morei durante 6 anos, quanto às lembranças de Pelotas.
E se estende até uma parada para um chopp no Mercado.
Ao final descobrimos que somos vizinhos.nas imediações da Católica.
Talvez esta zona esteja se tornando um reduto de artistas.
LOCAL Galeria JMMoraes , Espaço Ágape , Rua Anchieta, 4480 Pelotas
PERÍODO: até 11 de outubro de 2019
quarta-feira, 18 de setembro de 2019
APROVAÇÃO DA LEI DAS PPPs - O VOTO DOS VEREADORES - Lúcio Hecktheuer
A Lei das Parcerias Público Privadas (PPP) foi votada no dia de hoje (17/9) na Câmara de Vereadores tendo como resultado 14 votos favoráveis e 5 não favoráveis.
O vereador Marcola, do PT, não compareceu à Sessão e Fabrício Tavares, do PSD, por ser o Presidente da Mesa, não votou.
Com a votação de hoje, algumas leituras a respeito da conjuntura política municipal podem ser feitas, entre elas:
a) O Governo Municipal detém ampla maioria dos votos na Câmara;
b) Partidos como o PDT e PSB, o primeiro de oposição e o segundo aliado ao Governo Municipal, não consideram o tema das PPPs como sendo de importância para a cidade visto que não discutiram o assunto internamente.
Ou seja, não tiram posição fechada para a votação. PDT e PSB, ambos com 3 vereadores, tiveram votos diferenciados.
c) Vereador Marcola, do PT, subestima a inteligência da sociedade não indo votar temas importantes para a cidade.
d) Partidos considerados de direta (PSDB, DEM, PP, PRB, PTB, MDB) fecharam questão na votação sendo favoráveis às PPP.
e) Partidos considerados de esquerda (PDT e PSB) não conseguem se posicionar a respeito de assunto de extrema importância para a cidade votando cada vereador por si próprio sem definição partidária. No PT como se mencionou um dos dois vereadores não compareceu.
f) o PSol que tem uma cadeira votou contra
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quarta-feira, 11 de setembro de 2019
OPINIÃO - "FAKE NEWS" - Alexandre Pauli Bandeira
Acho impróprio denominar notícias falsas ou mentiras de "fake news".
A principio, pode parecer bobagem minha.
Mas me parece um modo de suavizar o significado, simplificando-o, destituindo-o de sua compreensão. ..É quase que inventar-lhe uma outra significação, mais amena ou mesmo diferente de mentira!
Fico pensando nas capacidades cognitivas das grandes maiorias dos brasileiros e também nas relações entre linguagem e entendimento e cultura. ...
Como certos termos tem sido incorporados ao cotidiano dos brasileiros e em que contextos. ...fake news é expressão idiomática da língua e cultura inglesa....entro no vocabulário brasileiro num contexto determinado de extrema polarização, mas e seu significado no âmbito dos pólos?
E no âmbito das diferenças culturais e de alcance cognitivo e cultural distribuídos em diversos níveis da população?
Dá pra pensar...
LITERATURA - "Mássimo" - Valtencir Moraes (*)
Mássimo se considerava um escritor. Herdara da mãe, que nunca conheceu, a predileção por poetas russos, o alcoolismo e a tragédia literária. Aquela que lhe dava o amargo privilégio de nunca conseguir publicar nada do que escrevia.
Não que não tentasse, mas diante de tanto sucesso em ser ignorado, resignou-se à sua condição de serviçal na Prefeitura, que lhe garantia o aluguel de uma água-furtada numa viela pouco iluminada numa rua antiga no centro da cidade, e o que comer, mesmo modestamente.
Ele tinha uma companheira, que ninguém jamais viu, que só aparecia à noite depois das 22 horas. Era rotineiro e infalível: Todas as noites, exatamente às 22 horas, ele diminuía a luz do abajur e fechava qualquer livro que estivesse lendo. Ao cabo de alguns segundos, sua atenção era atraída para um roçar de chave na fechadura da porta de entrada, o girar do mecanismo da fechadura, o girar da maçaneta e o ranger das dobradiças antigas da porta de madeira pesada.
Sem cerimônia, ela entrava, sorria para ele e, sem dizer nada, jogava o casaco e a bolsa na cadeira vitoriana ao lado do cabideiro e entrava na cozinha. Após algum bater de panela, um ou outro riscar de fósforo na cartela e o cheiro agradável, o café estava passado. Ela levava uma caneca para ele, que gostava forte e sem açúcar. Ficava bebericando.
Para Mássimo, ela era Maddie. Ele também a chamava secretamente e para si, quando conversava em monólogo, de Maddiemá.
Ela mudava constantemente. Alguns dias aparecia relaxada, suja e descuidada, falando palavras desbocadas e impacientes. Outras vezes, como dessa vez, aparecia alinhada, elegante e com gestos contidos. Ele desistiu de descobrir o porquê disso. Talvez ela avaliasse o ambiente, quem sabe?
Ele não se importava, porque a presença dela sempre o transportava a uma melancolia onde residia a sua arte. Com Maddiemá, a mente de Mássimo se abria e mundos eram criados. As palavras dançavam formando frases, às quais ele transpunha magnificamente para um papel.
Uma vez um professor de literatura que Mássimo conheceu no banheiro de um bar, vomitando a vodka que havia passado da cota, disse-lhe a verdade sobre o mercado de publicações e o sucesso literário. “Máximo, meu caro… o que você escreve é tragicamente belo. Mas isso não vende. As pessoas não gostam de comprar tristeza. Já são tristes por conta própria. Veja o que vende: livros de autoajuda cheios de clichês e romances adolescentes. Uma coisa ou outra de mundos mágicos. E só.”
Voltando de seu devaneio, Mássimo viu que Maddiemá estava sentada ao lado da cama dele e sorvendo seu café, esperando que ele adormecesse. Ela nunca permitiria que ele a tocasse se ele tentasse, mas ele nunca tentou. Mássimo limitava-se a sentir a presença dela, em meio a fumaça que saía de sua caneca de louça com café quente. Via a silhueta da mulher um pouco acima do peso, mas para ele incrivelmente sedutora.
Às vezes, ela ficava com ele até amanhecer e o acompanhava ao trabalho. Outras vezes, ao abrir os olhos assustados ao som do velho despertador movido a corda, sentia a sua solidão palpável. Então, nesses momentos, sob a embriaguez do perfume de Maddiemá, ele escrevia.
Ela o fazia sentir uma melancolia desavergonhada, um entrar dentro de si mesmo até as entranhas, onde morava seu amor próprio e seu espírito. Tomava conta de tudo que havia nele, desde os minutos do café, até os anos do seu meio século. Ele não lembra exatamente quando ela apareceu pela primeira vez. Sabe apenas que, até onde alcança sua memória, ela está lá. Às vezes desafiadora demais, às vezes crítica demais, jamais carinhosa, exceto pelo café que ela compartilhava com ele.
Ele tentou mandá-la embora, mas sempre acabava chamando-a de volta. Ela não era uma ressentida, ele pode descobrir, pois ela sempre voltava como se nada tivesse acontecido. Mássimo não sabia se ela tinha outros homens e nem queria saber. Achava-se dono dela por direito de antiguidade, só para massagear seu ego, porque no fundo ele sabia que Maddiemá não era mulher de ter donos.
Pois bem.
Consta que ultimamente, Mássimo tem faltado ao trabalho, ao ponto de obrigar seu superior a ir procurá-lo. O homem não o encontrou em nenhum lugar. Na porta do pequeno apartamento havia correspondência entulhada, na maioria contas a pagar e só. Dado ao insucesso da busca e expirado o prazo legal, Mássimo foi demitido por justa causa por abandono de emprego. As verbas rescisórias foram depositadas em juízo, pois não havia a quem as atribuir.
O tempo passou e toda a marca da passagem de Mássimo pela terra foi apagada. Ninguém mais se recordava dele. O que não se sabe e, a título de curiosidade, eu relato, é que no dia seguinte à noite em que o escritor frustrado desapareceu, dois garotos que caçavam passarinhos encontraram sob a ponte do rio que circunda a cidade, roupas de homem, perfeitamente dobradas em cima dos sapatos de verniz gastos, ao lado de uma pilha de papéis queimados, e que, no outro lado da cidade, um homem solitário esperaria, às 22 horas, o som de uma fechadura sendo aberta.
(*) Social Democrata, fotógrafo,escritor, judoca e aikidoca, mas pago minhas contas consertando carros.
terça-feira, 10 de setembro de 2019
"GURI", UM CAVALO TRATADO COM CARINHO
.
"Guri" é o cavalo do charreteiro Vilmar.
Os cuidados que recebe são exemplares.
O local em que dorme, a baia ou cocheira, é um luxo.
Um local fechado, sempre limpo e forrado no piso com uma grossa camada de serragem.
Vilmar é charreteiro há muitos anos e é graças à sua atividade que tem mantido a família.
Preocupado com as notícias de que os charreteiros possam ser proibidos de exercer sua atividade tem saído menos e ainda não se decidiu a comprar arreios novos.
Guri está impaciente para ganhar.
Vilmar é um dos mais antigos charreteiros e sua charrete está emplacada com o número 1 !!!.
"Guri" é o cavalo do charreteiro Vilmar.
Os cuidados que recebe são exemplares.
O local em que dorme, a baia ou cocheira, é um luxo.
Um local fechado, sempre limpo e forrado no piso com uma grossa camada de serragem.
Vilmar é charreteiro há muitos anos e é graças à sua atividade que tem mantido a família.
Preocupado com as notícias de que os charreteiros possam ser proibidos de exercer sua atividade tem saído menos e ainda não se decidiu a comprar arreios novos.
Guri está impaciente para ganhar.
Vilmar é um dos mais antigos charreteiros e sua charrete está emplacada com o número 1 !!!.
Uma vida!
"GURI", UM CAVALO TRATADO COM CARINHO
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"Guri" é o cavalo do charreteiro Vilmar.
Os cuidados que recebe são exemplares.
O local em que dorme, a baia ou cocheira, é um luxo.
Um local fechado, sempre limpo e forrado no piso com uma grossa camada de serragem.
Vilmar é charreteiro há muitos anos e é graças à sua atividade que tem mantido a família.
Preocupado com as notícias de que os charreteiros possam ser proibidos de exercer sua atividade tem saído menos e ainda não se decidiu a comprar arreios novos.
Guri está impaciente para ganhar.
Vilmar é um dos mais antigos charreteiros e sua charrete está emplacada com o número 1 !!!.
"Guri" é o cavalo do charreteiro Vilmar.
Os cuidados que recebe são exemplares.
O local em que dorme, a baia ou cocheira, é um luxo.
Um local fechado, sempre limpo e forrado no piso com uma grossa camada de serragem.
Vilmar é charreteiro há muitos anos e é graças à sua atividade que tem mantido a família.
Preocupado com as notícias de que os charreteiros possam ser proibidos de exercer sua atividade tem saído menos e ainda não se decidiu a comprar arreios novos.
Guri está impaciente para ganhar.
Vilmar é um dos mais antigos charreteiros e sua charrete está emplacada com o número 1 !!!.
Uma vida!
ALERTA, DESPERTA - Ricardo Almeida
A derrota do movimento Diretas Já, em 1984, e o "movimento por direitos", de 2019, possuem algumas semelhanças para quem tem memória. Lá o movimento das ruas foi, aos poucos, canalizado para o parlamento e resultou no Colégio Eleitoral que elegeu Tancredo Neves, como presidente, e Sarney, como vice. Este movimento "por direitos" (abstratos, pois não diz quais são os direitos defendidos) teve a participação de diversos golpistas e de alguns representantes da esquerda (Flávio Dino) e centro-esquerda (Ciro Gomes).
Como o PT e o PSOL não enviaram representantes, o Luís Nassif, o The Intercept Brasil e algumas pessoas estão questionando a ausência "só do PT" e acusando o partido de querer manter a hegemonia dos movimentos. Em primeiro lugar é preciso deixar claro que ainda não se tratava de um movimento, mas de uma reunião de cúpula sem uma proposta clara e com a participação de vários golpistas. Em segundo, é fundamental destacar que no dia seguinte foi realizada uma ampla reunião com todos os partidos de esquerda, centro-esquerda e movimentos sociais (MST, MTST, UNE, UBES, ABI, Movimentos Negros etc.) que lançou um Manifesto e uma agenda de lutas nos estados EM DEFESA DA SOBERANIA NACIONAL.
Não dá para ignorar que no encontro por "direitos abstratos" foi proibido falar em Lula Livre e que somente o Flávio Dino acabou fazendo uma rápida referência ao prisioneiro político.
Em suma, enquanto as pessoas e as forças de esquerda e de centro-esquerda não se unirem em torno de um programa mínimo (soberania nacional é um dos eixos principais) não haverá unidade verdadeira e continuaremos depositando a nossa esperança nos velhos e conhecidos traidores.
Alerta, desperta, ainda cabe sonhar!
sábado, 7 de setembro de 2019
DEPENDÊNCIA DO PT LEVOU OPOSIÇÃO Â APATIA , AFIRMA NOAM CHOMSKY
O linguista americano Noam Chomsky, durante lançamento de frente partidária de centro-esquerda, em São Paulo Foto: JF Diorio/Estadão |
Ricardo Galhardo, O Estado de S.Paulo
04 de setembro de 2019
Em entrevista ao Estado concedida na noite de segunda-feira, 2, quando participou do ato de lançamento de um movimento de oposição ao governo Jair Bolsonaro, em São Paulo, o linguista norte-americano Noam Chomsky, de 90 anos, disse que a dependência excessiva do PT, hoje desgastado, levou a oposição a uma situação de apatia diante das políticas “perigosas” do governo.
Chomsky, que é considerado uma das principais referências acadêmicas da esquerda mundial, disse que o ex-ministro e candidato derrotado à Presidência pelo PDT em 2018, Ciro Gomes, é um “líder dinâmico” com boas condições de encabeçar uma frente de centro-esquerda capaz de se contrapor a Bolsonaro.
Segundo o linguista, a falta de eficácia da oposição em relação às pautas do governo é uma consequência da centralidade que o PT ocupou nos últimos anos.
“Infelizmente, o componente central da esquerda é o PT e o partido ficou desacreditado, parte por motivos certos, parte por má propaganda e campanhas ultrajantes nas redes sociais das quais não se recuperou”, disse Chomsky.
O partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato, tem a maior bancada entre os partidos de oposição na Câmara, com 54 deputados, além de quatro governadores e o segundo colocado na eleição presidencial do ano passado, Fernando Haddad, que teve 47 milhões de votos, mas tem colecionado derrotas nas votações de medidas importantes como a reforma da Previdência e se isolado em relação a setores da oposição que rejeitam a pauta do ‘Lula Livre’.
Para Chomsky, o foco da oposição deve ser o combate às políticas de Bolsonaro, mas a esquerda não pode deixar de lado a defesa da liberdade de Lula que, segundo ele, é hoje o “mais importante preso político do mundo”.
“O papel da oposição é combater políticas muito perigosas, como a destruição da Previdência. O PT não teve uma posição forte e unitária e faltou explicar isso à população. Isso deveria ser complementar ao esforço de libertar Lula, que é o prisioneiro político mais importante do mundo”, disse o norte-americano.
Perguntado sobre quem estaria em condições hoje de liderar uma oposição mais eficaz, Chomsky disse que Ciro reúne as condições necessárias para compor uma frente de centro-esquerda.
“Um líder dinâmico como Ciro Gomes poderia muito bem organizar, liderar e desenvolver uma coalizão de centro-esquerda para fazer uma oposição poderosa às políticas perigosas do governo Bolsonaro”, disse.
Na semana passada, Chomsky visitou Lula na cadeia, em Curitiba. Na segunda-feira, no entanto, ele chegou ao ato de lançamento do movimento Direitos Já, que reuniu dezenas de lideranças de 16 partidos num arco que ia do PCdoB ao PL. O evento teve como mote a defesa da democracia e contra “ameaças de retrocesso” do governo Jair Bolsonaro. O PT não enviou suas principais lideranças.
No ato, o linguista fez um discurso voltado para as turbulências pelas quais passam várias democracias ao redor do mundo lembrando que duas das mais fortes e antigas delas, os EUA e o Reino Unido, estão sob controle de líderes populistas de direita, Donald Trump e Boris Johnson. “O fato de que duas das democracias mais antigas e estáveis do mundo estão sob ameaça não é nada trivial. Há muito a se dizer sobre a se dizer sobre ameaças à democracia ao redor do mundo, inclusive o Brasil, que fazem com que aquele relógio que marca a sobrevivência das espécies esteja marcando hoje, dois minutos para a meia-noite”, disse Chomsky.
FONTE >>>>
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