quinta-feira, 29 de setembro de 2016

FOTOGRAFIA - A Última Foto do Titanic

This photograph is the last known picture of RMS Titanic on the surface of the ocean.
It was taken during her maiden voyage at Crosshaven, Ireland, just after the vessel departed Queenstown where it had stopped before heading westwards towards New York.
Photo taken on April 12th, 1912.
Three days after this photo was taken 1,514 people would be dead and the Titanic would be on the bottom of the North Atlantic after colliding with an iceberg in one of the deadliest peacetime maritime disasters in history.

BRASIL DAS FRALDAS - Fernandes da Costa

O Brasil das fraldas Johnson cresceu lendo Zé Carioca e se recicla estudando Caras Viegas
Fernandes da Costa

O brasileiro tem complexo de Geni, aquela que é boa de se bater, boa de se cuspir. Reconhecimento no exterior, só se for montado em chuteiras ou sob a sombra de bananas. Chuteiras e bananas a gente aplaude, ovaciona, apulpa. Mas prestígio político, prestígio intelectual? Não pode, não dá!
Ainda que na Alemanha estudem Machado de Assis como uma referência da literatura internacional, para a maior parte dos brasileiros Machado não passa de um autor chato e criador de um tal de Bentinho, cujo maior interesse da academia é saber se foi ou não foi benzido pelos cornos.
Já Paulo Freire, coitado, sob a sombra da mangueira e nas páginas amarelas da revista cega é desancado a torto e a direito! Esquerdóide embusteiro que se meteu em África para ensinar a pobralhada, assim o pintam os analfabetos funcionais de plantão. Afinal, poderia um brasileiro de origem pobre e nordestino inventar um método de ensino capaz de alfabetizar pessoas pelo mundo inteiro e pelo mundo repartido também? Por certo que não! Educador bom chega balançando no bico da águia e cai do céu. Do chão tupiniquim só brota saúva e aipim (esta raiz típica da culinária germânica e açoriana, mesmo que por aquelas quebradas frias e ilhas atlânticas não brotasse aipim). Do chão tupiniquim só brota toco, jamais educador de renome. É assim que pensam aqueles que formam opinião a partir de Viena e Manhatan e se acham globais. Se aceitam Dumont como o pai da aviação, é porque este era chique, brasileiro com cidadania francesa, cão com pedigree, parido no barro que abrigava a semente de café tipo exportação.
Carregamos a sina de Pelé, se negros e pobres; de Carmen, se mulheres, como espelho fosco amarrado nas nossas fuças. Somos Zé Carioca, este uma homenagem do velho Walt. Preguiçoso, devedor, mentiroso, trapaceiro! Puta homenagem! Ziriguidum, dum, dum!
Não é diferente com o Inácio. Inácio não dá! Filho de bêbado, migrante boia-fria, arrastava os pés no chão de fábrica, mão mutilada, sem anel de bacharel no dedo. Inácio, o pária, o fodido, o arruaceiro, o egresso de curso técnico, o vagabundo do sindicato! Pobre fodido só pode ficar rico e famoso se for jogando futebol ou cantando sertanejo. História de cantor sertanejo, a gente sabe, é digna de cinema. Mas de político?
O Brasil das fraldas Johnson nunca aceitou Inácio na presidência. O Brasil das fraldas Johnson cresceu lendo Zé Carioca e se recicla estudando Caras. Como aceitar na Caras desta galera que vive em ilhas um nordestino boia-fria que ao invés de sobrenome, orgulha-se do apelido? Lula, porra! Não importa que tenha recebido Doutorado Honoris Causa no Brasil e fora do Brasil, Lula é visto sob as lentes de quem se alfabetizou lendo Zé Carioca. É uma questão de fé, bananas e chuteiras. Sem dedo para o anel, nordestino, macaxeira, caixinha de fósforo. Lula é ladrão, bêbado (afinal, filho de peixe, peixinho é), vagabundo, mentiroso e trapaceiro. Tão trapaceiro que o fato de não ser dono de algo prova que ele é dono deste algo, segundo rebuscada e rocambolesca tese jurídico-carnavalesca criada na sereníssima República de Curitiba. Lula tem cara de brasileiro, tem pinta de estereótipo. Se ao menos assumisse o Inácio, dava para engolir. Mas apelido a gente derruba até com pedalinho. É isso!
Os brasileiros somos mesmo uns miseráveis, bons de se bater, bons de se cuspir.

Postagem original do blog ALPHARRABIO

domingo, 25 de setembro de 2016

Carta de Eugênio Aragão a Rodrigo Janot sobre Ministério Público, Mensalão e Lava Jato

TRECHOS DA CARTA
Investigados e réus não são troféus a serem expostos e não são “meliantes” a serem conduzidos pelas ruas da vila “de baraço e pregão” (apud Livro V das Ordenações Filipinas). São cidadãos, com defeitos e qualidades, que erraram ao ultrapassar os limites do permissivo legal. E nem por isso deixo de respeitá-los.
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Na crítica à Lava Jato, entretanto, tenho sido franco e assumido, com risco pessoal de rejeição interna e externa, posições públicas claras contra métodos de extração de informação utilizados, contra vazamentos ilegais de informações e gravações, principalmente em momentos extremamente sensíveis para a sobrevida do governo do qual eu fazia parte, contra o abuso da coerção processual pelo juiz Sérgio Moro, contra o uso da mídia para exposição de pessoas e contra o populismo da campanha pelas 10 medidas, muitas à margem da constituição, propostas por um grupo de procuradores midiáticos que as transformaram, sem qualquer necessidade de forma, em “iniciativa popular”.
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Procuro viver com honra e, por isto, honestamente, educando seis filhos a comer em pratos Duralex, usando talheres Tramontina e bebendo em copo de requeijão, para serem brasileiros honrados, dando valor à vida simples.
Diferentemente do Senhor, não fiquei calado diante das diatribes políticas do Senhor Eduardo Cunha e de seus ex-asseclas, que assaltaram a democracia, expropriando o voto de 54 milhões de brasileiros, pisoteando-os com seus sapatinhos de couro alemão importado. Não fui eu que assisti uma Presidenta inocente ser enxovalhada publicamente como criminosa, não porque cometeu qualquer crime, mas pelo que representa de avanço social e, também, por ser mulher.

>>> LEIA NA ÍNTEGRA

sábado, 24 de setembro de 2016

Entrevista com o sociólogo Aldo Fornazieri que analisa os procedimentos de Moro



O Juiz Sérgio Moro julga e conduz o processo penal de acordo com suas convicções ideológicas e não por mero estrito cumprimento penal e processual penal. Diversas nuances durante este processo foram suscitadas e levantadas no que tange as nulidades processuais. Ora, se o princípio da justiça e da magistratura é se afastar ao máximo da parcialidade, e sendo que este processo está sendo acompanhado por toda classe jurídica, e 95% desta classe jurídica ( doutrinadores, magistrados, advogados, defensores públicos e promotores) repudia a condução deste juiz no referido processo. O que esperar para que o próprio juiz reconheça a suspeição para julgar com isonomia e imparcialidade??? Ou o CNJ e o STF façam alguma coisa, ou essa classe jurídica irá se rebelar!!!
Thiago Delgado

domingo, 18 de setembro de 2016

DENÚNCIA DO MPF CONTRA LULA,Marisa Letícia e outras seis pessoas ( Documento na íntegra)

DENÚNCIA DO MPF CONTRA LULA,Marisa Letícia e outras seis pessoas ( Documento na íntegra)
TEXTO
http://s.conjur.com.br/dl/denuncia-lula-apartamento.pdf 

VIDEO
https://www.youtube.com/watch?v=z9epHji4syE

BRICS : A Luta é questão de vida ou morte


Pode ser apenas um ponto de vista, talvez até seja, mas pode explicar muita coisa... até o golpe...

QUESTÕES AOS CANDIDATOS À PREFEITURA DE PELOTAS

Em Pelotas há quatro candidatos com potencial de voto capaz de influir e decidir as eleições municipais desse ano.
Muitas são as questões formuladas pelas quais se procura , dentro de um processo eleitoral limitado como o atualmente adotado, obter respostas, o eleitor em especial.
A METADE SUL contribui com as seguintes.

JURANDIR SILVA
O PSOL tem procurado manter, de modo geral, a linha política de não fazer coligações. Dizemos de modo geral porque já existem várias situações nas quais essa conduta não foi adotada. No Rio Grande do Sul, por exemplo, já fez coligação com o PV quando esse já estava identificado com uma postura bastante reacionária. Mas, em Pelotas, talvez se possa dizer que tem sido a conduta adotada. Se não passar para o segundo turno o PSOL poderia tirar de suas bases uma definição de apoiar alguma outra candidatura? Ou, se passar, buscará apoio de outros partidos?


PAULA MASCARENHAS
Do ponto de vista ideológico é uma candidatura que não demonstra clareza. A candidata ingressa na política pelas mãos de Bernardo de Souza dentro do PSB, posteriormente segue-o para o PPS. É nessa sigla que compõe no governo Leite (PSDB) ocupando a vice-prefeitura. Ao final do governo busca aproximação com o PMDB e, a seguir , com o PSB. Em ambos os casos se depara com divergências internas dos partidos e recua. Finalmente, quando Leite decide não concorrer, filia-se ao PSDB. Publicamente, inclusive em entrevista, já se declarou socialista adepta do pensamento de Norberto Bobbio. Será que entende que socialismo identifica-se com o pensamento de esquerda ou discorda? Ou se considera de esquerda? Filia-se, contudo, ao PSDB que nada representa de socialismo, pelo contrário.  Não se pode ver, portanto, com clareza exatamente onde se situa ideologicamente. Isto talvez pudesse se fazer mais claro se, em algum momento, manifestasse sua opinião a respeito, o que não consta que tenha feito, do momento político brasileiro e externasse, por exemplo, qual o entendimento que tem do impedimento da presidenta. Entende que foi um golpe ou um procedimento, como defende o PSDB até por ter sido influente nesse processo, que correu dentro da normalidade institucional?


MIRIAM MARRONI
É acusada pelo prefeito Leite de ser meramente  sucessora de um tipo de dinastia "dos Marroni" considerando que seu marido, Fernando Marroni, já foi candidato e prefeito de Pelotas. Como se defende dessa acusação? Como justifica, também, candidatar-se considerando que vencendo a eleição teria que deixar o cargo que atualmente ocupa de deputada estadual e a cidade e a região tem uma representação reduzidíssima na Assembléia.



ANSELMO DUARTE
Qual a versão que apresenta para a cessão, em seu governo, por comodato ao SESI, por 99 anos, da área de 16 hectares do Parque do Trabalho. Como contrapartida, a Prefeitura teria garantido o direito de usar o espaço para a realização de programas sociais, educacionais, culturais, da área da saúde e eventos de interesse da comunidade. Esta área é privilegiada e, inclusive, foi cedida já com instalações entre as quais arquibancada junto a um campo de futebol. Pelotas vive, há anos, o dilema de não dispor de um local adequado para a realização de eventos como o Carnaval. Se a Prefeitura não tivesse cedido esta área, por 99 anos conforme o contrato, não poderia atender inclusive a esta finalidade assim como muitas outras ?

sábado, 17 de setembro de 2016

ENCONTRO CARTOLA E LECI BRANDÃO



Gravado em 1974, o programa traz Cartola e Leci Brandão cantando e contando fatos de suas vidas. Cartola conta do começo da carreira, da parceria com Dona Zica e da Mangueira. Canta "Alvorada no Morro", "Ao Amanhecer", "Disfarça e Chora" e "Acontece", entre outras.
Leci Brandão fala do preconceito que enfrentou por ser mulher e conta outras histórias.
Ela canta várias músicas. Entre elas "Pensando em Donga"

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

O INSÓLITO ÔNIBUS DE SOM DA CHAPA 45



Temos insistido em criticar a propaganda eleitoral sonora ainda hoje vista por muitos candidatos como eficiente para chamar a atenção.
Não se deram conta ainda, esses candidatos, que ela frequentemente, em vez de lhes ser favorável . causa, isto sim, irritação.
Até agora, no entanto, estava acostumado a ver automóveis, camionetas ou até bicicletas a fazer essa propaganda.
Surpreendeu-me, portanto, encontrar num dia de semana, na praia vazia do Laranjal, durante uma tarde extremamente ventosa, um ônibus a transitar lentamente fazendo propaganda da candidata Paula.
Primeiro pelo fato de ser um ônibus, um ônibus vazio.
E, depois, por não ter audiência, a não ser a dos cães sem dono que eternamente vagam pela praia.
Mas deve haver uma explicação ainda que, por enquanto, ela me fuja ao entendimento.
Até agora a impressão que me ficou é tratar-se de um ônibus fantasma.




segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Novidades do Nei A. Pies

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O menino e o sapinho

O menino e o sapinho

Categorias: Poema, Rosangela Trajano
Era uma vez um menino Amigo de um sapinho Que ninguém entendia O seu meigo jeitinho. Como ser amigo De um bichinho Que nada diz Nem faz carinho. Mas o menino sabia Que aquele sapinho Era o seu bom amigo O mais queridinho. Pois numa certa noite O sapinho desapareceu O menino procurou Nem adormeceu. Viu o dia raiar Nada …
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A utilidade da internet para os sábios

A utilidade da internet para os sábios

Categorias: Internet, Israel Kujawa, Meios de Comunicação, Utilidade
Por meio da internet podemos informar que a humanização da sociedade se dará com políticas de distribuição justa e sustentável dos bens naturais, materiais e culturais, produzidos por nossa civilização. Podemos entender que a crise política vivida no Brasil tem relações com o período de 1964-1985. Existem muitas coisas que poderiam ser feitas, mas deixam de ser realizadas por que …
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FAÇAMOS OS NOSSO MILAGRES - Ricardo Almeida

“Os únicos derrotados são os que deixam de lutar”.
José Pepe Mujica

Durante este período de crise econômica, moral e política que estamos atravessando no Brasil e no mundo é comum a gente analisar e interpretar o “discurso” que está sendo dito e publicado pelos jornais e também pelos parentes, amigos e amigas. Confesso que somente o da Rede Globo – pelo seu alcance territorial – está me tirando do sério. O meu desafio tem sido o de encarar essa adversidade com paciência, por mais confusa e dura que ela seja, pois entendo que existem vários elementos de análise e que nenhum deles pode ser considerado como definitivo. Também entendo que esse processo e as adversidades que estamos vivendo ensinam mais do que os velhos discursos eloquentes que estávamos acostumados a ouvir. O que vai sair daí? Nem Deus sabe.
Por maiores que tenham sido os nossos acertos, os nossos erros estão nos ensinando muito mais. Apesar disso, algumas pessoas seguem adotando explicações baseadas apenas no direito, na psicanálise e na psicologia, e querem nos enquadrar nas “normas jurídicas” e nas “doenças mentais”. Outras ainda adotam aquele viés economicista e, junto com os grandes meios de comunicação, fazem suas previsões catastróficas e bombásticas. Mas também existem aquelas idealistas que querem que o mundo pare, e não fazem nada para colaborar na busca de uma saída digna e coletiva. O problema delas, em sua imensa maioria, é que muitas preferem prever o futuro para depois morrer com a razão. Nenhuma delas reconhece a velha luta de classes e algumas, mesmo críticas do sistema, preferem acompanha-la à distância, na teoria e não na vida real.
São poucas as pessoas que adotam uma visão prática-humana-histórica e sensível da realidade. Talvez seja porque para adquirir uma compreensão sensível da nossa história e dos interesses que estão em jogo, seria necessário se valer de questões complexas, culturais, objetivas e subjetivas… E isso, além de paciência, exigiria muitas reflexões individuais e coletivas. Seria necessário responder algumas questões, como: quais foram as circunstâncias, os fenômenos e as “políticas” que nos trouxeram a viver até este momento atual? O que as pessoas que hoje criticam pensavam e debatiam até cinco anos atrás? O que essas pessoas fizeram até aqui para mudar as “coisas” e essas circunstâncias que elas tanto criticam? Qual é o canal de televisão e/ou emissora de rádio que essas pessoas costumam se informar? Entendo que somente ao refletir sobre estas questões será possível diferenciar uma opinião idealista de outra realista e comprometida com as mudanças. O resto é ficar discutindo sobre a razão, pela razão.
A razão não é tudo, já disse alguém. Mas além dela existem os simbolismos e as espiritualidades que se confrontam com o pensamento maniqueísta e preconceituoso dos colonizadores europeus, disse outra pessoa. Isso pode e deve ser utilizado como arma poderosa, capazes de enfrentar e desconstruir as narrativas idealistas e excludentes, disse uma terceira. Somente se essas reflexões forem consideradas parciais e as nossas decisões forem tomadas de forma coletiva, com serenidade, sabedoria e determinação, diremos nós.
Por quê? Porque ao debater sobre essas questões coletivamente não existirão mais surpresas se identificarmos as contradições entre a prática e o discurso, ao diferenciarmos as pessoas que se sentem representadas pela violência das polícias nas ruas e as que lutam por melhores dias. Saberemos, por exemplo, que muitas delas possuem interesses em manter a corrupção e a exploração, por que isso lhes trás alguma vantagem individual e egoísta. Mas outras são frutos de décadas e até de séculos da exploração que existe no nosso país, e foram embrutecidas pela tv, com suas lutas de UFC, filmes de Stallones e questões afins. Portanto, estas não são as mantenedoras da exploração e da desigualdade. Enquanto umas querem a volta de um passado sombrio ou deixar tudo com está, as outras apenas estão repetindo o que aprenderam por meio dos programas de televisão e de outros meios de comunicação.
É preciso assumir que o desafio é mais nosso do que delas, pois somos nós que queremos construir uma sociedade democrática, ética e humana, no sentido mais amplo dessas palavras. A maioria delas ainda não! E que, para isso acontecer, a nossa mínima ação, junto com uma boa comunicação, precisa funcionar. A boa novidade é que embora os recentes golpes tenham sido violentos contra os nossos direitos e a nossa dignidade, a reação nas ruas e nas redes sociais já está superando aquela primeira fase de disputas verbais, lamentações e perplexidades.
A primeira inovação foi a de reunir diferentes fóruns para refletir sobre os direitos ameaçados, como: a volta do arrocho salarial e o aumento de idade para as aposentadorias, o corte drástico de investimentos nas áreas da educação e da saúde, o fim das políticas de moradias populares e de mobilidade urbana, o reinício da guerra pela ocupação e uso do solo, às mudanças na legislação de demarcação das terras indígenas, a volta da violência do Estado sobre os cidadãos, a volta da desnutrição infantil e da pobreza extrema, o aparelhamento das TVs públicas e o desmantelamento das políticas culturais etc.. No entanto, hoje já podemos dizer que o nosso Propósito maior (#EmDefesaDosDireitosEDasNossasRiquezas) e os nossos Princípios (valores democráticos e universais) estão muito claros para a maioria da população e que estamos realizando um combate sem trégua aos diferentes tipos de discriminação política, religiosa, de gênero, étnica, cultural etc.
Nesse processo reconhecemos que houve um imenso massacre midiático, que a maioria dos atuais deputados e senadores não está do nosso lado, que o Poder Judiciário é seletivo e que também as polícias estaduais já estão mostrando as suas caras. Mas também nos ensinou que esse golpe nos pegou dispersos e pouco organizados, que essas duras contradições da vida fizeram com que milhares de pessoas começassem a dialogar com mais objetividade, criando e inovando suas próprias redes sociais (não só virtuais) e não se restringindo às disputas partidárias.
Esse reconhecimento e as atitudes de reunir representam, por si só, grandes avanços! Mas ainda temos um grande desafio pela frente: alinhar o máximo possível essas pautas diversificadas por meio de um processo democrático e cooperativo de organizações livres e plurais. Será que seremos capazes de construir e pactuar uma agenda comum e reconquistar a confiança de outras organizações existentes, além de incorporar a cidadania como protagonista dessas mudanças e conquistas?
É sempre bom lembrar que em tempos de mares agitados acontecem fatos que parecem milagres. Principalmente, se na outra margem do oceano que nos separa estão pessoas que não tem moral e nem apoio popular para levar em frente as suas tramóias. Portanto, façamos os nossos milagres! Não podemos ficar em silêncio, paralisados, apenas aguardando uma intervenção divina. Há momentos para refletir, mas este é um daqueles momentos em que precisamos raciocinar e também agir.

SOBRE A FINALIDADE E A LEGITIMIDADE DA ATUAÇÃO DO CONPLAD/PELOTAS - Paulo Afonso Rheingantz


por Paulo Afonso Rheingantz 

Instituído pela Lei 5001/2003 o CONPLAD deveria ser o órgão colegiado fiscalizador e normativo e a principal instância de consulta do Poder Público para a gestão da política urbanística do Município. Suas atribuições englobam o controle e proteção da qualidade do espaço municipal, deliberar sobre a aplicação de diretrizes da política urbanística executada pelo Poder Público Municipal, assegurar a proteção, preservação e melhorias da qualidade de vida no Município, opinar sobre a realização de Estudo de Impacto de Vizinhança para obras e atividades, incentivar atividades que proporcionem a sustentabilidade do uso e ocupação do espaço municipal e, sempre que necessário, organizar plenárias e audiências públicas para a discussão de projetos e diretrizes do poder público.
Por natureza, órgãos colegiados por representação deveriam operar em um processo recursivo e recorrente de reflexão, discussão e proposição de políticas e ações relacionadas com a qualidade de vida e com a gestão da política urbanística do Município.
Por princípio, os membros representantes deveriam apresentar e discutir com seus pares as proposições e decisões de seus representados cuidando para não sobrepor ou privilegiar os interesses setoriais aos que são públicos. Por sua composição é natural e compreensível que suas reuniões, que são públicas, sejam permeadas por discussões e até mesmo embates em torno dos interesses setoriais.
Por dever de ofício, deliberações que impactam a sustentabilidade do uso e a ocupação do espaço municipal, deveriam ser precedidas de plenárias e audiências públicas organizadas para sua mais ampla discussão. Toda comunidade pelotense deveria ser informada sobre os impactos ambientais e na vida urbana que serão produzidos a partir das mudanças propostas.
Mas esta não tem sido a prática corrente no processo de revisão do texto da lei 5502/2008 – III Plano Diretor de Pelotas (III PDP), com vistas a corrigir erros de digitação e a eliminar ambiguidades que dificultam sua operacionalização por parte das instâncias técnicas do Poder Municipal.
Diferentemente do que fora acordado – as entidades representadas deveriam analisar e discutir documento-base reparado pela Secretaria Municipal de Gestão da Cidade e Mobilidade de modo a instruir seus representantes no CONPLAD nos encaminhamentos e votações – estão sendo aprovadas alterações oportunistas e desprovidas dos necessários estudos de impactos de vizinhança. A ponto das duas universidades representadas, a UFPel e a UCPel retirarem suas representações, entendendo que o CONPLAD estaria descumprindo acordo previamente estabelecido, aprovando alterações sem discutir, em audiências públicas, os reflexos na paisagem e na qualidade de vida de toda a comunidade pelotense; alterações que não estavam contempladas no documento-base de discussão e que não se "limitam às adequações à Norma de Desempenho NBR 15.575" como afirma a matéria "Conplad: Sinduscon defende legitimidade do Conselho" publicada neste jornal na edição de 7 de setembro de 2016. Diferentemente do que sugere o item 3 da mesma matéria – "as alterações do Plano Diretor votadas até o momento não aumentam, sob nenhum aspecto, o Potencial Construtivo da cidade" – até mesmo os paralelepípedos das ruas e os ladrilhos hidráulicos das calçadas de Pelotas sabem que a proposta aprovada, ao duplicar a altura dos edifícios da Avenida Domingos de Almeida, impacta diretamente a sustentabilidade, a qualidade da paisagem, a mobilidade urbana e as redes de infraestrutura.
O que está em jogo são interesses setoriais que se sobrepõe aos públicos, em flagrante desvirtuamento das funções técnicas e, principalmente, éticas, de um Conselho que, acima de tudo, deveria aconselhar o Poder Público e zelar pela qualidade de vida do Município.
Curiosamente a naturalização dos discursos desenvolvimentista e empreendedorista não considera nem relaciona questões importantes como a drástica redução do crescimento populacional, ou a generosa – e, para alguns, irresponsável – extensão dos limites da área urbana de Pelotas com o excedente de oferta de lotes urbanos e de habitações para as classes média e alta – estudos do Núcleo de Arquitetura e Urbanismo da UFPel indicam que o déficit habitacional de Pelotas é restrito às famílias com renda entre 1 a 3 salários mínimos, que não são atendidas pelo mercado.
Caso as modificações que possibilitam a verticalização e a densificação urbana venham a ser transformadas em projeto de lei pelo Poder Executivo a ser votado pela Câmara de Vereadores, estaremos diante de um paradoxo: a quem interessa verticalizar uma cidade sem avaliar e ponderar sobre seus impactos na malha viária e na infraestrutura urbana nem apresentar argumentos que fundamentam as alterações que estão sendo aprovadas com surpreendente velocidade e discutível legitimidade por um grupo de conselheiros que confunde o bem comum com interesses setoriais?
Se aprovadas essas mudanças, a gestão urbana de Pelotas corre sérios riscos de seguir na contramão das políticas e práticas de mobilidade, vitalidade e gestão democrática da cidade. Previsivelmente a paisagem urbana da avenida Domingos de Almeida será desfigurada com a construção de meia dúzia de edifícios altos que devem ser ocupados por famílias que devem desocupar imóveis existentes, ampliando de forma preocupante a quantidade de edifícios abandonados ou parcialmente ocupados. No andar da carruagem, é provável que em breve estas alterações sejam estendidas a outras artérias da cidade, como as Avenidas Duque de Caxias e Fernando Osório.
A quem interessam as decisões que estão sendo aprovadas pelo CONPLAD?
A quem interessa essa herança?