segunda-feira, 6 de junho de 2016

Controntos de rua nos protestos na França contra reforma



Protestos contra reforma trabalhista de Hollande têm confrontos na França
Nas cidades de Nantes e Rennes (oeste), dois dos principais focos de contestação, assim como no encerramento da marcha em Paris, foram registrados confrontos neste sábado entre manifestantes e policiais. Em Rennes, ao menos quatro pessoas, incluindo três policiais, ficaram feridas. Em Nantes, os manifestantes ergueram barricadas, vitrines foram destruídas, e jornalistas foram atacados violentamente. Em Paris, três policiais ficaram feridos, segundo a prefeitura. No total, 26 pessoas foram detidas, indicou o Ministério do Interior. Esta é a sexta vez em que sindicatos de trabalhadores e estudantes convocam os franceses a saírem às ruas para exigir que a reforma seja retirada. O governo socialista defende esta reforma em nome da luta contra o desemprego que afeta 10% da população economicamente ativa. Seus opositores alegam, porém, que é muito favorável aos empregadores, criticando especialmente a revisão dos critérios que permitem a demissão econômica. Em Paris, milhares de pessoas marcharam com cartazes que carregavam slogans como "Game Over, o povo acorda", ou simplesmente "Não". "Estamos fartos da exploração capitalista que é cada vez pior", explicou em Lille, no norte do país, o professor aposentado Gérard. Durante a noite, estão planejados encontros cidadãos do movimento "Nuit Debout" (Noite de Pé) em cerca de 60 cidades francesas. Desde 31 de março, este movimento ocupa a Praça da República em Paris e se estendeu a outras cidades francesas, chegando, inclusive, a Bruxelas. Estes manifestantes, que lembram o movimento dos "indignados" na Espanha e que receberam o apoio do Partido Podemos, têm aspirações que vão além da rejeição da lei trabalhista. Entre os temas na agenda estão os refugiados, os problemas de habitação, a corrupção, ou a exigência de mais democracia. "Não confiamos mais em nossos representantes. O sistema está se esgotando, as pessoas devem voltar a ter seu destino nas mãos", estimou Thierry, que participou da primeira "Noite de Pé" organizada em Nice, no sudeste da França, na noite de sexta-feira.

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