domingo, 8 de maio de 2016

PORTA ARROMBADA - P.R.Baptista

Após 13 anos de governo ( 8 anos de mandato Lula e, até agora, 5 de Dilma, um número bem simbólico) o PT parece voltar a dar-se conta da importância do debate político interno.
Esse entendimento e a correspondente prática, muito vivo antes de assumir o governo e durante os primeiros anos, sempre foi uma marca a distinguir o PT de outros partidos.
Mas, pouco a pouco, foi tendo desvios, alguns dos quais, pelo que se pode observar, acabaram tendo efeitos bem desastrosos.
Ainda entendo que a reunião entre Lula, José Dirceu e Roberto Jefferson, na qual este teria brindado os convidados com seus dotes líricos, é um pouco o marco simbólico, deste desvio.
Este encontro é relatado, como quem relata uma cena de ópera, por Fernando Gabeira que vai se afastar como tantos outros nos quais o ideário de esquerda talvez não estivesse talvez plenamente solidificado.
Ou seria o contrário?
A deserção mais recente foi Marta Suplicy, obviamente num momento inteiramente inoportuno e de forma oportunista.
Teria sido o caso de refundar o PT como já pretendia, naquela época, Tarso Genro?
Como não foi resta retomar os princípios do caminho que iniciou trilhando para que não corra o risco , após a enorme influência que alcançou na vida política brasileira, de não ser mais porta-voz da esquerda brasileira ou, até mesmo, se tornar um partido de menor expressão.
Mas há tempo para retomar as antigas bandeiras embora com as dificuldades que estão presentes.
Só corrigindo o que escrevi no título: não sei se cabe falar em porta arrombada, a porta talvez tenha, isto sim, ficado apenas encostada, permitindo o acesso fácil de quem queria entrar apenas com o interesse de se aproximar do poder.

2 comentários:

Ed.Londero disse...

O partido nunca pode fazer analise publica de conjuntura enquanto no poder porque vazaria o pensamento do governo e porque estar dentro do governo nao permite distanciamento critico.

Unknown disse...

Prezados, como militante da corrente que propõe a atividade, cabe dizer o que segue:

1- a Articulação de Esquerda, enquanto corrente interna do PT, nunca (repito: NUNCA) se furtou a debater conjuntura política, dentro ou fora de governos.

2- muitas das críticas apontadas no texto, foram e são feitas pela corrente internamente no PT e externamente, através dos movimentos sociais que participamos e dos mandatos da corrente, dentre os quais destacamos o deputado federal Marcon.

3- não concordamos com a ideia de refundação do PT, apresentada pelo ex-governador Tarso Genro em outros momentos do partido. Sobre isso, recomendamos ler os documentos da corrente relativos ao III Congresso do PT, disponíveis no site www.pagina13.org.br

3- caso haja identificação com o projeto político que representamos e compromisso ideológico, estendemos o convite para a atividade a quem quiser se somar a esta reflexão.

Abraços,

Júlio Araújo
Articulação de Esquerda - Pelotas