O Hospital ( Auras do Sul)
Eis -- mar alto -- a galera... vai sumida
No bojo azul do pélago profundo ;
Nos infectos porões leva a maruja,
Filhos de Deus -- que fogem deste mundo
Os furacões estalam nas enxarcias,
Dobra-se o cabo às iras da tormenta;
Já sem mastros adeja o escuro bojo,
No turbilhão da vaga que rebenta.
Entre a balburdia, a grita da procela,
Fecham-se uns olhos, sente-se chorar;
E depois ... e depois, um baque apenas ...
É mais um corpo que se atira ao mar !
Consolo, meus irmãos! nesta galera
Quanta esperança vai ao mar profundo!...
Ruja a tormenta embora ... Deus bondoso,
Há de salvar-nos dos parcéis do mundo!
Lobo da Costa - Jornalista, poeta e escritor brasileiro. Nasceu a 12 de julho de 1853, em Pelotas, Rio Grande do Sul. Morreu a 19 de junho de 1888, na mesma cidade.
Eis -- mar alto -- a galera... vai sumida
No bojo azul do pélago profundo ;
Nos infectos porões leva a maruja,
Filhos de Deus -- que fogem deste mundo
Os furacões estalam nas enxarcias,
Dobra-se o cabo às iras da tormenta;
Já sem mastros adeja o escuro bojo,
No turbilhão da vaga que rebenta.
Entre a balburdia, a grita da procela,
Fecham-se uns olhos, sente-se chorar;
E depois ... e depois, um baque apenas ...
É mais um corpo que se atira ao mar !
Consolo, meus irmãos! nesta galera
Quanta esperança vai ao mar profundo!...
Ruja a tormenta embora ... Deus bondoso,
Há de salvar-nos dos parcéis do mundo!
Lobo da Costa - Jornalista, poeta e escritor brasileiro. Nasceu a 12 de julho de 1853, em Pelotas, Rio Grande do Sul. Morreu a 19 de junho de 1888, na mesma cidade.
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