O campo, como em tantas outras vezes, está cheio. Com motivo: o Xavante disputa a final da divisão de Ascenso .
O jogo está empatado e este resultado não serve para a classificação.
Lembro que o jogo está no final. Acho que já quase aos quarenta do segundo tempo.
Estou junto da linha de fundo e está por ser batida uma falta contra o visitante, não muito longe da goleira.
As faltas importantes, que podem decidir um jogo, os penâltis por exemplo, penso que não deveriam ser executadas no momento de serem cometidas. Nelson Rodrigues criou a frase, hoje incorporada ao glossário do futebol, de que os pênaltis deveriam ser cobrados pelo presidente do clube.
Acho que o jogo deveria ser suspenso e só ser reiniciado uns dias, talvez até uma semana, depois.
Enquanto isto a bola ficaria lá, no local da falta, como um foguete pronto a ser lançado ao espaço. Se tratar-se de um penâlti a expectativa seria como a de uma execução sujeita à comutação no último momento.
Neste dia, contudo, a demora é de uns poucos minutos. Parece uma eternidade mas é só o tempo necessário para o batedor acomodar a bola, o time adversário formar a barreira, o goleiro dar uma última vista de olhos para ver se está tudo conforme julga mais adequado.
O juiz ainda faz uma inspeção na distância da barreira e levanta o braço para apitar.
Pena não me lembrar de outros detalhes. Como disse meu pai está ao meu lado, mas não lembro de sua fisionomia, não lembro se o dia estava ensolarado ou nublado. Perdi a memória inclusive da escalação do Brasil. Só lembro do cobrador da falta, naquele momento ele corporifica o time inteiro: Spilmann. Era um exímio batedor de faltas, a expectativa de que fizesse o gol era, portanto, bem fundamentada.
Mas os detalhes talvez não sejam o mais importante. Para mim fica a lembrança do momento, do quanto é decisivo para a vida do time e que estou ali, testemunha de sua ocorrência. Seu maior significado, além disto, é a presença, comigo, de meu pai.
Além, evidentemente, que viajando pelo alto, como uma ave em seu mergulho, a bola vai encestar-se quase na forquilha da trave, fora do alcance do goleiro.
E o xavante está de volta à Primeira Divisão!
(P.R.Baptista)
Lembro que o jogo está no final. Acho que já quase aos quarenta do segundo tempo.
Estou junto da linha de fundo e está por ser batida uma falta contra o visitante, não muito longe da goleira.
As faltas importantes, que podem decidir um jogo, os penâltis por exemplo, penso que não deveriam ser executadas no momento de serem cometidas. Nelson Rodrigues criou a frase, hoje incorporada ao glossário do futebol, de que os pênaltis deveriam ser cobrados pelo presidente do clube.
Acho que o jogo deveria ser suspenso e só ser reiniciado uns dias, talvez até uma semana, depois.
Enquanto isto a bola ficaria lá, no local da falta, como um foguete pronto a ser lançado ao espaço. Se tratar-se de um penâlti a expectativa seria como a de uma execução sujeita à comutação no último momento.
Neste dia, contudo, a demora é de uns poucos minutos. Parece uma eternidade mas é só o tempo necessário para o batedor acomodar a bola, o time adversário formar a barreira, o goleiro dar uma última vista de olhos para ver se está tudo conforme julga mais adequado.
O juiz ainda faz uma inspeção na distância da barreira e levanta o braço para apitar.
Pena não me lembrar de outros detalhes. Como disse meu pai está ao meu lado, mas não lembro de sua fisionomia, não lembro se o dia estava ensolarado ou nublado. Perdi a memória inclusive da escalação do Brasil. Só lembro do cobrador da falta, naquele momento ele corporifica o time inteiro: Spilmann. Era um exímio batedor de faltas, a expectativa de que fizesse o gol era, portanto, bem fundamentada.
Mas os detalhes talvez não sejam o mais importante. Para mim fica a lembrança do momento, do quanto é decisivo para a vida do time e que estou ali, testemunha de sua ocorrência. Seu maior significado, além disto, é a presença, comigo, de meu pai.
Além, evidentemente, que viajando pelo alto, como uma ave em seu mergulho, a bola vai encestar-se quase na forquilha da trave, fora do alcance do goleiro.
E o xavante está de volta à Primeira Divisão!
(P.R.Baptista)
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