Chegou à beira da praia e abraçou-a com o olhar, um olhar comprido e acariciante, na pretensão de abarcá-la toda, de conservá-la na retina, pelo tempo que fosse possível.
Depois de engolfada naquele olhar, segundos, minutos, deu passos lentos pelo calçadão, pensando se aquilo estava de fato acontecendo.
Ao fim de doze anos, mudança, e mudança radical, o adeus a ele, à casa, à praia, à lagoa de todos os dias. Mas levaria Diana, nem tudo se esboroava,
Diana era a prova de que não perdia o essencial, por mais que perdesse, por mais que as coisas se confundissem na sua mente: a vida continuava a pulsar, num desenvolvimento constante, no sorriso daquela criança que já se fazia madura, que lhe dava forças quando parecia perder as suas.
-Vamos, mãe! Suspirou, iam embora, mas voltariam sempre que possível àquela praia que amavam.
E, se prometeu a si mesma, aquilo não era um adeus, era um até breve, até o próximo ano, até que se sentissem irremediavelmente saudosas daquele pedaço de lagoa que, de alguma forma, lhes pertencia.
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