“Para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem.”
Jorge Ben Jor
Aprendi que certas ameaças políticas podem paralisar uma pessoa que tem medo da liberdade, mas que também servem para desafiar a sensibilidade e o raciocínio de quem tem uma inspiração revolucionária. Na maioria dos casos, o dilema está em ceder ou não ceder ao terror psicológico que a sociedade conservadora costuma patrocinar por meio das mídias sociais disponíveis.
No afã de interagir na internet, uma parte significativa da sociedade costuma compartilhar os seus fatalismos e medos, e assim acaba anestesiando a indignação de muitas pessoas. Elas não percebem que a sociedade conservadora utiliza os seus tentáculos para preservar e ampliar privilégios, e pra isso contrata os serviços de robôs, mercenários e jornalistas que multiplicam xingamentos, jargões e adjetivos nas mídias sociais.
No Brasil, a reação da sociedade conservadora ocorreu graças aos avanços que tivemos durante os governos Lula e Dilma. Com a crise de econômica e política de 2008 e de 2015, começou a propagar o medo, incentivar a demonização da política e a pregar um tipo de moralismo sem a mínima moral. Enquanto, a demonização buscava enfraquecer a atuação das lideranças que lhe faziam oposição, o moralismo unificou a sua base social reacionária e conservadora.
Por que apenas nestes últimos anos cresceram os discursos moralistas, acusações generalizadas, propagação de boatos e de fakenews? É preciso entender que por trás de todo esse simulacro nacional existe um forte poder econômico e de inteligência que se revela sutilmente por meio dos comerciais e programas de rádio e TV.
Quem são esses patrocinadores do caos e do medo? São as grandes empresas e bancos transnacionais, cujos lucros estavam sendo ameaçados pela nova ordem mundial, com o surgimento dos BRICs e com a perspectiva do Brasil ganhar autonomia na produção de energia (petróleo, gás, etc.), os quais estavam destinados aos investimentos nas áreas de saúde, educação, segurança, novas tecnologias etc.
Hoje, após cinco anos dos protestos de 2013, até uma criança é capaz de reconhecer que foi aproveitado um momento de descontentamento popular, provocado pela retração do consumo durante o segundo governo Dilma, para a Rede Globo iniciar uma campanha desenfreada “contra a corrupção generalizada dos governos do PT”, para bombardear os lares brasileiros com notícias negativas e para os porta-vozes da sociedade conservadora “ocupar” quase todos os principais veículos de comunicação do país. Também tomaram de assalto o Palácio do Planalto, o Congresso e o STF para aprovar medidas contra o povo brasileiro e a soberania nacional, criaram um clima de guerra nas fronteiras nacionais e acabaram gerando um caos social que trouxe enormes sacrifícios para a maioria da população, como o aumento do preço do gás, dos combustíveis, a perda de direitos históricos e a falta de perspectivas para com o futuro.
Em função dessa sede desenfreada provocaram a indignação generalizada de milhões de brasileiros e de brasileiras, que agora se revela no imenso apoio ao ex-presidente Lula nas pesquisas eleitorais, nas rodas de conversas nas feiras, bares, padarias, universidades e redes sociais. Contraditoriamente, principalmente a partir da prisão da maior liderança popular, esse processo também acendeu um sinal de alerta para as forças democráticas e populares do Brasil e do mundo livre.
O fato novo é que as forças de esquerda estão muito mais unificadas do que antes. Apesar das enormes perdas, dos medos e das ameaças, esse processo está servindo para aproximar diversas pautas políticas, realizar uma autocrítica (por enquanto) na prática e uma volta às organizações de base. Uma mudança na consciência individual e coletiva já está em curso, e podemos afirmar que está se gestando uma nova cultura política, baseada na pluralidade e na radicalidade democrática.
Quais são os riscos da sociedade conservadora vencer essa disputa? Vai depender do tamanho do medo ou da esperança que conseguirmos compartilhar nas nossas relações, pois se trata de uma disputa contraditória, de caráter local, regional, nacional e internacional, e não de uma corrida de cavalos em cancha reta.
Neste novo período eleitoral a sociedade conservadora voltou a comprar políticos, juízes, jornalistas e militares para promover ações de terror psicológico, com o objetivo de evitar que as pessoas reflitam sobre o essencial dessa disputa nacional e internacional. Uma parte da sociedade brasileira seguirá calada e vai preferir não se envolver nas disputas políticas… Mas existem milhões e milhões de pessoas já assimilaram os golpes e estão se manifestando ao seu jeito. Estas procuram identificar guerreiros e guerreiras que queiram enfrentar os dragões e transformar essa dura e triste realidade.
Como a sonhada primavera já está chegando, entramos no período mais agudo da disputa política-eleitoral. Se de um lado está a sociedade conservadora como uma cadela no cio, do outro estamos nós e as nossas referências políticas, vestidos com as roupas e as armas da coragem, da serenidade e da consistência. Estamos certos de que seguiremos questionando os caminhos, as propostas e os métodos que não levam a lugar nenhum, mas sabemos que para isso ocorrer precisamos virar essa página da história.
Quem foi capaz de aprender com as experiências que o destino nos reservou, também será capaz de traduzir cada realidade local/regional concreta, abandonar as zonas de conforto e ir pra rua beber as tempestades. Finalmente chegamos na hora de medir o poder real de cada força política para vencer estas eleições e depois ainda ter disposição para dar um, dois ou três passos adelante.
(*) Consultor em Gestão Projetos TIC
Jorge Ben Jor
Aprendi que certas ameaças políticas podem paralisar uma pessoa que tem medo da liberdade, mas que também servem para desafiar a sensibilidade e o raciocínio de quem tem uma inspiração revolucionária. Na maioria dos casos, o dilema está em ceder ou não ceder ao terror psicológico que a sociedade conservadora costuma patrocinar por meio das mídias sociais disponíveis.
No afã de interagir na internet, uma parte significativa da sociedade costuma compartilhar os seus fatalismos e medos, e assim acaba anestesiando a indignação de muitas pessoas. Elas não percebem que a sociedade conservadora utiliza os seus tentáculos para preservar e ampliar privilégios, e pra isso contrata os serviços de robôs, mercenários e jornalistas que multiplicam xingamentos, jargões e adjetivos nas mídias sociais.
No Brasil, a reação da sociedade conservadora ocorreu graças aos avanços que tivemos durante os governos Lula e Dilma. Com a crise de econômica e política de 2008 e de 2015, começou a propagar o medo, incentivar a demonização da política e a pregar um tipo de moralismo sem a mínima moral. Enquanto, a demonização buscava enfraquecer a atuação das lideranças que lhe faziam oposição, o moralismo unificou a sua base social reacionária e conservadora.
Por que apenas nestes últimos anos cresceram os discursos moralistas, acusações generalizadas, propagação de boatos e de fakenews? É preciso entender que por trás de todo esse simulacro nacional existe um forte poder econômico e de inteligência que se revela sutilmente por meio dos comerciais e programas de rádio e TV.
Quem são esses patrocinadores do caos e do medo? São as grandes empresas e bancos transnacionais, cujos lucros estavam sendo ameaçados pela nova ordem mundial, com o surgimento dos BRICs e com a perspectiva do Brasil ganhar autonomia na produção de energia (petróleo, gás, etc.), os quais estavam destinados aos investimentos nas áreas de saúde, educação, segurança, novas tecnologias etc.
Hoje, após cinco anos dos protestos de 2013, até uma criança é capaz de reconhecer que foi aproveitado um momento de descontentamento popular, provocado pela retração do consumo durante o segundo governo Dilma, para a Rede Globo iniciar uma campanha desenfreada “contra a corrupção generalizada dos governos do PT”, para bombardear os lares brasileiros com notícias negativas e para os porta-vozes da sociedade conservadora “ocupar” quase todos os principais veículos de comunicação do país. Também tomaram de assalto o Palácio do Planalto, o Congresso e o STF para aprovar medidas contra o povo brasileiro e a soberania nacional, criaram um clima de guerra nas fronteiras nacionais e acabaram gerando um caos social que trouxe enormes sacrifícios para a maioria da população, como o aumento do preço do gás, dos combustíveis, a perda de direitos históricos e a falta de perspectivas para com o futuro.
Em função dessa sede desenfreada provocaram a indignação generalizada de milhões de brasileiros e de brasileiras, que agora se revela no imenso apoio ao ex-presidente Lula nas pesquisas eleitorais, nas rodas de conversas nas feiras, bares, padarias, universidades e redes sociais. Contraditoriamente, principalmente a partir da prisão da maior liderança popular, esse processo também acendeu um sinal de alerta para as forças democráticas e populares do Brasil e do mundo livre.
O fato novo é que as forças de esquerda estão muito mais unificadas do que antes. Apesar das enormes perdas, dos medos e das ameaças, esse processo está servindo para aproximar diversas pautas políticas, realizar uma autocrítica (por enquanto) na prática e uma volta às organizações de base. Uma mudança na consciência individual e coletiva já está em curso, e podemos afirmar que está se gestando uma nova cultura política, baseada na pluralidade e na radicalidade democrática.
Quais são os riscos da sociedade conservadora vencer essa disputa? Vai depender do tamanho do medo ou da esperança que conseguirmos compartilhar nas nossas relações, pois se trata de uma disputa contraditória, de caráter local, regional, nacional e internacional, e não de uma corrida de cavalos em cancha reta.
Neste novo período eleitoral a sociedade conservadora voltou a comprar políticos, juízes, jornalistas e militares para promover ações de terror psicológico, com o objetivo de evitar que as pessoas reflitam sobre o essencial dessa disputa nacional e internacional. Uma parte da sociedade brasileira seguirá calada e vai preferir não se envolver nas disputas políticas… Mas existem milhões e milhões de pessoas já assimilaram os golpes e estão se manifestando ao seu jeito. Estas procuram identificar guerreiros e guerreiras que queiram enfrentar os dragões e transformar essa dura e triste realidade.
Como a sonhada primavera já está chegando, entramos no período mais agudo da disputa política-eleitoral. Se de um lado está a sociedade conservadora como uma cadela no cio, do outro estamos nós e as nossas referências políticas, vestidos com as roupas e as armas da coragem, da serenidade e da consistência. Estamos certos de que seguiremos questionando os caminhos, as propostas e os métodos que não levam a lugar nenhum, mas sabemos que para isso ocorrer precisamos virar essa página da história.
Quem foi capaz de aprender com as experiências que o destino nos reservou, também será capaz de traduzir cada realidade local/regional concreta, abandonar as zonas de conforto e ir pra rua beber as tempestades. Finalmente chegamos na hora de medir o poder real de cada força política para vencer estas eleições e depois ainda ter disposição para dar um, dois ou três passos adelante.
(*) Consultor em Gestão Projetos TIC
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