quarta-feira, 27 de maio de 2020
OS CICLOS DE ESTIAGEM EM PELOTAS - Lúcio Hecktheuer
Os estudos de fenômenos meteorológicos muitas vezes são estudados utilizando-se séries históricas dos seus eventos. Estas séries, para serem confiáveis, dependendo do fenômeno a ser abordado, devem ter um longo período de observação. No caso específico de precipitação, séries de 30 anos já são consideradas de qualidade. No entanto, Pelotas tem disponível, através de convênio entre Embrapa/UFPel/INMET, uma série histórica de precipitação que tornar-se-á cinquentenária no final deste ano.
Através desta série histórica Pelotas tem as quantidades de precipitação média mensal conforme mostra o gráfico seguinte
Observando os dados diários de precipitação dos últimos 50 anos, percebe-se que temos em Pelotas ciclos de estiagens que ocorrem, aproximadamente, de cinco em cinco anos. Alguns períodos de estiagem em Pelotas são ressaltados, entre eles os mostrados a seguir:
Este último período, ao qual estamos ainda atravessando, parece ser um dos mais severos dos últimos 50 anos pois persiste por mais de 6 meses com espaçadas precipitações de pouco intensidade (ao longo destes 6 meses tivemos precipitações em apenas 52 dias). Neste período, se tivéssemos um ciclo de chuvas com precipitações semelhantes as médias mensais teríamos um acumulado no período de 682 mm de precipitação. No entanto, a precipitação ocorrida foi de apenas 350 mm equivalente a 51,3% do normal.
Tais observações, acima citadas, são importantes para concluirmos, de modo científico, que Pelotas precisa tratar o tema “fornecimento de água potável para a população” como sendo de prioridade zero.
(*) Prof. Lúcio Heckheuer (IFSul), Doutor em Engenharia ( UFRGS)
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