terça-feira, 2 de julho de 2019

O MATCH POINT DO GOLPE - Ricardo Almeida


O bom jogador de tênis se revela, principalmente, no Match Point e não quando a partida está mais tranquila. Na disputa política ocorre algo parecido: algumas pessoas permanecem firmes e outras se apavoram com as ações dos adversários (e tremem na base). Talvez elas acreditem que um dia 100% da sociedade estará do seu lado, pois deixam de celebrar as conquistas junto com quem chegou para refletir e avançar.

Se é verdade que as manifestações de rua somente ocorrem quando as pessoas e as organizações criam, articulam e divulgam as suas manifestações, é preciso reconhecer quem tornou possível os desfiles da Tuiuti e da Mangueira, as organizações que realizaram do 8M, o 1º de maio unificado, o festival Lula Livre e as demais manifestações. Foi por causa desses avanços (para além dos partidos políticos, sem ignorá-los) que as forças da sociedade conservadora estão diminuindo nas ruas. Um pouco porque as pessoas aprendem apenas pela experiência, durante as disputas políticas (e não apenas nos livros), e outra porque o Intercept Brasil e o documentário Democracia em Vertigem desmontaram a narrativa da Rede Globo e das demais redes de intrigas.

Nesse sentido, entendo que é preciso vencer esta batalha Moro, Dallagnol e Lava-Jato como se fosse um set de uma partida de tênis e não como o final da disputa (do jogo). Precisamos adquirir uma sabedoria oriental que possui um Propósito e alguns Princípios claros, e também uma estratégia a médio e longo prazos.

Para mim, o Propósito que unifica amplos setores foi (finalmente) citado pelo Lula na entrevista com Trajano e Juca Kfouri: a defesa da soberania nacional. Além de unificar a resistência democrática, este Propósito maior desmascara os falsos patriotas. Já os Princípios, são aqueles que estão germinando nos bares, nos lares e nas ruas, como a defesa da liberdade, da democracia, da autonomia das organizações, da diversidade cultural, de gênero, de culto etc.

Defender #LulaLivre é um pouco de tudo isso, mas também é uma luta por justiça para todos os brasileiros e brasileiras!

Enfim, se ainda não estamos vivendo a batalha final frente aos golpistas, este momento pode ser visto como uma disputa daquele ponto crucial, que pode desnudar todo o esquema nacional e internacional que assaltou o Brasil e os direitos do povo brasileiro. Mas as esquerdas precisam ter muita persistência, aliada à paciência histórica, para aprofundar essas reflexões e, ao mesmo tempo, fomentar a organização das diversas forças e formas de resistência. Lembrem que a nova sociedade surgirá na velha sociedade e que ela será construída por quem estiver organizado e preparado para disputar o ponto final: o Match Point.


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