domingo, 16 de abril de 2017

O QUE ESTÁ EM DISPUTA É O PODER SIMBÓLICO - Clóvis Veronez

Ora, a história, caberia lembrar, dialeticamente, é uma sucessão de erros e não de acertos.
Evidentemente é logico reconhecê-los para que se possa avançar ao próximo e inevitável erro. Assim, sucessivamente. Diferente disso é o idealismo fugaz sem qualquer base concreta na realidade.

O que uma parcela da esquerda faz, ao negar a prioridade da disputa eleitoral, é coro ingênuo ao discurso da mais raivosa e perigosa, bélica e ascendente direita de matiz fascista. No Brasil, essa direita saiu da casca, com apoio decisivo da mídia e do judiciário nos movimentos patrocinados para subverter a democracia e depor uma presidenta eleita.
No primeiro momento, tal esquerda, estupidamente, negou a existência de um golpe em curso. No segundo, aliaram-se aos camisas pretas brasileiros, numa cruzada simplória e moralista, enfraquecendo a resistência popular no seu conjunto.
Hoje, outra vez, arvoram-se de uma “virgindade” de consciência, que tira o pé da realidade da luta real que se trava, para contribuir com o objetivo final dos golpistas e suas organizações: liquidar, aniquilar, matar de morte morrida o símbolo de um processo inclusivo sem precedentes na história brasileira. Processo que não negam, mas que no entanto reservam status secundário, preferindo auto alavancar-se na crítica prioritária dos seus erros táticos.
Ora, a história, caberia lembrar, dialeticamente, é uma sucessão de erros e não de acertos.
Evidentemente é logico reconhecê-los para que se possa avançar ao próximo e inevitável erro. Assim, sucessivamente. Diferente disso é o idealismo fugaz sem qualquer base concreta na realidade.
A disputa em curso, neste instante, no Brasil, é essencialmente simbólica.
Vou lembrar, Bourdieu:
“Para descrever as produções simbólicas como instrumentos de dominação, Bourdieu se baseia na tradição marxista que privilegia as funções políticas dos sistemas simbólicos em detrimento da sua estrutura lógica e da sua função gnosiológica. Este funcionalismo explica as produções simbólicas relacionando-as com os interesses das classes dominantes. A cultura dominante contribui para a integração real da classe dominante, assegurando uma integração e uma comunicação entre os membros dessa classe e ao mesmo tempo os distingue de outras classes. Daí surge um importante conceito desenvolvido posteriormente por Bourdieu: a distinção. Pois a mesma cultura que une por intermédio da comunicação é a mesma cultura que separa como instrumento de distinção, que legitima a diferença das culturas exatamente pela distância da cultura em questão em relação à cultura dominante”.
E para que fique claro, vou repetir o final do texto que escrevi pela manhã:
Aos inimigos comuns,
Não bastou afastar Dilma.
Não foi suficiente, atribuir a podridão da cultura politica brasileira, exclusivamente ao PT.
Não chegou, fazer uma múmia traidora presidente.
Nada foi suficiente, o inimigo ainda se move. Ele está vivo e é preciso abatê-lo, expor sua cabeça e tudo o que representa, ao povo. E, isso precisa ser feito antes da eleição.
Vou desenhar:

FONTE: Observatório de Pelotas

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