sexta-feira, 31 de março de 2017

PREFEITA ANUNCIA CORTE DO PONTO DE MUNICIPÁRIOS - DIÁRIO POPULAR

Tatiane Rodrigues, presidente do Simp
Municipários que aderiram à mobilização contra Reforma da Previdência terão salários cortados
Prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) justifica decisão "em respeito ao cidadão pelotense"; secretário de Educação diz que professores fizeram "feriadão"

31 de Março de 2017 - Por: Roberto Giovanaz
roberto.giovanaz@diariopopular.com.br
A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) decidiu cortar o ponto de todos os servidores paralisados no dia 15 deste mês (uma quarta-feira), na mobilização batizada de Dia Nacional de Paralisação Contra a Reforma da Previdência.
Prefeita com seus cachorros
O corte também vai atingir os servidores públicos da Educação que paralisaram nos dias 16 e 17 (quinta e sexta-feira). Em Pelotas, 43 escolas interromperam totalmente as atividades e o Sindicato dos Municipários de Pelotas (Simp) crê que até 70% dos servidores tenham aderido. A Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smed) determinou ainda às escolas que enviem o ponto dos trabalhadores referente aos dias 16 e 17, quando o protesto foi focado apenas nesse setor. A decisão do corte de ponto revoltou a categoria. Os descontos concernentes aos três dias devem ficar para as folhas referentes a abril.
A prefeita informou ao Diário Popular que adotou a “mesma linha do governo anterior: dias não trabalhados não são remunerados”. A decisão, segundo Paula, é em respeito ao cidadão pelotense, que, durante estes dias, não teve acesso a algum tipo de serviço público. “O salário é uma contrapartida da prestação de serviços”, disse ela. Cada secretaria ficou responsável por apurar e fazer o levantamento de servidores paralisados.
Questionada sobre quantos serão atingidos, Paula não soube informar a quantidade. E também não quis entrar no mérito se é contra ou a favor da reforma da Previdência.
“Isso mostra que o governo municipal é favorável à reforma da Previdência”, classificou, por sua vez, Tatiane Rodrigues, presidente do Simp. Para a sindicalista, trata-se de uma questão política. O Simp ainda questiona o fato de o secretário de Educação, Artur Corrêa, em reunião com as equipes diretivas, ter determinado o envio do ponto de funcionários referente aos dias 16 e 17 para os descontos nos salários. O sindicato determinou às direções que não atendam ao pedido da Smed. A paralisação dos dias 16 e 17 foi convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) e envolveu também escolas estaduais e universidades.
Responsável pela Smed, o secretário Artur Corrêa acredita que a paralisação dos dias 16 e 17 ultrapassou qualquer limite de razoabilidade. Segundo ele, algumas escolas já enviaram relatórios, mas não soube informar o número de ser
vidores atingidos. Às escolas que ainda não entregaram os relatórios, a Smed vai reiterar o pedido. “E o direito das crianças de ter aula? Diferente do Estado, estamos com todos os salários em dia”, argumentou Corrêa. De acordo com o secretário, os professores fizeram “um grande feriadão”. O titular de Gestão Administrativa e Financeira, José Francisco Cruz, informou que a folha atual foi fechada no dia 20 e os descontos devem ficar para a próximo mês.

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