"O presidente francês, indignado mas também cínico, preocupado com a reação dos eleitores, humilhado pelo ataque de terroristas do Estado Islâmico, fez pronunciamentos bombásticos considerando o ataque a Paris como uma declaração de guerra. Há poucos dias ele tinha dado ordens para aviões militares de seu país bombardearem cidades dominadas pelo EI. Como os ocidentais estão acostumados a atacar países ou forças muçulmanas (não temos espaço para discutir ideologias ou objetivos), deve ter considerado seu ato de guerra operação de rotina, justo pois se dizer surpreendido. O Ocidente todo mostra-se surpreendido, mas não houve uma única análise sobre a possibilidade dos ataques franceses terem atingido populações civis, que, contra ou a favor dos fanáticos, ainda vivem nas cidades alvos. Jogar bombas de 10 mil metros de altura têm esse risco, mas evita a perda de soldados e não se percebe que lá embaixo, as vítimas têm rosto, vida, projetos, sonhos, famílias, tanto como as assassinadas no Bataclam. Falta o presidente francês dizer que muçulmanos não tem o mesmo amor à vida, como diziam generais americanos sobre os ataques aéreos contra cidades e aldeias vietnamitas (...) Em resumo: o EI nasceu no Iraque e se fortaleceu na Síria, o que com muita probabilidade, jamais teria acontecido sem as intervenções dos ocidentais nesses países, venda de armas, mudanças de governos, bombardeios, etc;, os terroristas que fizeram os atentados em Paris, se dizem membros do EI"
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