quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

COM AMPLA MAIORIA E CRÍTICAS DA ESQUERDA CÂMARA APROVA AUTONOMIA DO BANCO CENTRAL - P.R.Baptista


Por 339 votos a 114  a Câmara aprova projeto de autonomia do Banco Central ou seja, com ampla maioria. Todas as tentativas de alteração do texto foram rejeitadas e a proposta seguirá direto para sanção presidencial

Trata-se de uma proposta que vinha, há décadas, deambulando  dentro do Congresso sem nunca ter conseguido ir adiante.

Os votos contrários foram, de forma mais identificada, de parlamentares,  com algumas  exceções,  das bancadas do PDT, PT, PSOL e PCdo B 

O resultado da votação parece indicar o controle do Congresso, neste momento, pelo governo Bolsonaro dispondo da presidência tanto da Câmara quanto do Senado alinhadas com suas diretrizes e parece sinalizar para a ineficiência de campanhas como Fora Bolsonaro considerando, por mais que possam eventualmente, tocada pelos tambores da Rede Globo, hoje inimiga de Bolsonaro, ganhar as ruas,  que não terão passagem na forma de impeachment dentro do Congresso.

Manifestando-se sobre o desfecho da aprovação do projeto o vice-Presidente Nacional do PDT, Ciro Gomes, não poupou críticas à autonomia do Banco Central .

De acordo com o pedetista "a medida impede o Brasil de retomar o desenvolvimento e classificou a proposta como um ‘profundo golpe’ contra o país".

Segundo sua concepção na prática isso representa a transferência de controle do principal banco do país para o sistema financeiro.

O debate acerca da autonomia do Banco Central  foi uma das questões centrais das eleições de 2018.

Na ocasião o candidato Fernando Haddad (PT), começou a campanha defendendo um mandato duplo. Posteriormente, no segundo turno, quando o programa de governo teve várias alterações,  retirou essa parte  enfatizando na nova versão a importância da autonomia, ainda que não formalizada, do Banco Central.

O presidente-eleito, Jair Bolsonaro (PSL), sempre defendeu a independência formal do Banco Central propósito claramente exposto em seu plano de governo.

Já  Ciro Gomes afirmava que a proposta era motivo “pra ir pra rua e quebrar tudo”.

Agora, desta vez, volta a declarar  que o governo teria preparado, sem nenhuma discussão,  um profundo golpe contra o destino do Brasil como Nação democrática

Mas este golpe foi perpetrado ao se ter deixado passar todo o tempo que se teve e atravessado tantos governos, inclusive da atual oposição, e esperado para o governo Bolsonaro decidir algo que claramente estava proposto em seu programa de governo o qual,  aliás, vem cumprindo à risca.

O que pode impedir que alcance seus demais objetivos, que são bem conhecidos, com uma oposição que se mostra até agora desarticulada e além disto, como pôde se ver na votação, numericamente inferiorizada?

Fica a indagação.

P.R.Baptista

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