E assim, em silêncio, mais um remanescente ambiental vai sendo apagado do mapa.
O Banhado do BIG, como ficou conhecido, será aterrado, em breve.
A construtora ingressou com o pedido de licença prévia (licença de viabilidade do empreendimento) e no momento atende pendências formais, observadas na análise do processo.
No local, verifiquei uma espécie de dreno e marcas que parecem ser de sondagem. Tentam provar que este remanescente úmido não corresponde a um banhado natural, o que de acordo com a nova resolução do CONSEMA torna a área apta ao avanço construtivo, sem restrições.
No entanto, questiono essa hipótese e aponto que o local abriga espécies de aves características e realiza um importante serviço ambiental naquela região.
O efeito esponja do banhado minimiza o impacto dos volumes aumentados de precipitação e reduz o risco de alagamentos.
Portanto, retirar esta parcela de banhado pode significar um risco aos moradores do entorno, que já vivem em um espaço impermeabilizado e afetado pelos períodos de chuva. A área deveria ser integrada ao espaço urbano e servir de elemento estratégico.
Falta qualidade ao avanço construtivo, que não prima pelos efeitos coletivos e princípios da sustentabilidade.
Precisamos revisar os conceitos!
(*) Professor da FURG
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